terça-feira, 30 de julho de 2013

Lisboa… és só tu e eu

Breve nota explicativa do autor, o vosso tio sabi: este post é uma aula gratuita que vos dou, meus pequenitos e pequenitas, sobre música moderna portuguesa. Quer isto dizer que o texto deu trabalho a fazer. Cada palavra sublinhada tem um link associado. Se clicarem em cima, têm acesso direto ao assunto em questão. Têm tempo? Pagaram o estacionamento do carro? Pode demorar 5 minutos a ler, mas também pode levar meia-hora e umas minis. Vai partir o comboio fantasma. À borla!  





Eu já não sou do tempo do punk.

O punk rock nasceu poucos anos depois de mim. Os Sex Pistols, os grandes embaixadores, muito mais radicais que por exemplo, os geniais Clash, lançaram o seminal “Never mind the bollocks” quando tinha 4 anos. Nessa altura, eu andava mais com a Abelha Maia, aquela doida varrida, a saltar de nenúfar em nenúfar com o saltarico Flip.

A revolução “do it yourself” com 3 apenas 3 acordes foi uma bomba e “bateu-me” anos depois. Bateu muito.

Sou mais da pop, dos Smiths e dos primeiros The Cure, mas as repercussões da pedrada no charco nunca deixaram de se fazer sentir.

Em Portugal, os Peste e Sida e os Tara Perdida do mítico João Ribas, davam cartas altas. Vi-o na rua quando estudava em Lisboa e naquele então, os tempos agrestes eram bem visíveis nele. Pensei que tinham acabado.

Sou hoje surpreendido com o fabuloso hino à capital que fizeram com o Tim, dos Xutos e Pontapés. Esse Tim que cada vez mais se torna uma figura incontornável do rock-pop português, pelos inúmeros projectos de qualidade em que já se envolveu. Eu que me considero um melómano, recordo apenas os Resistência e os Rio Grande para justificar o estatuto.



Um grande tema dedicado à nossa capital que já bem o merecia. A Lisboa de Alfama, do Bairro Alto, da Mouraria tem agora um tema à sua altura. “Lisboa és só tu e eu”, cantam.

Muito bom. Uma taça de Portugal a fazer lembrar o troféu da Liga dos Campeões que os míticos The Pogues, os punk folk Pogues do grande Shane Macgowan fizeram a Londres quando a compararam a uma senhora. Pogues que foram a minha estreia em concertos internacionais num Coliseu dos Recreios apinhado, numa noite apadrinhada pelo meu querido amigo Chico Serôdio. Noite quente, noite bem vivida, noite imemorável que terminou com um vai-vem de cacilheiro que há-de ficar gravado a ouro para todo o sempre. 

Carregar na ligação em baixo para ver o video com a letra lindissíma a decorrer


sábado, 27 de julho de 2013

Saudades da idade da pedra (acho que já nasci depois...)



A minha filha Leonor, de 11 anos, 11 ANOS !!!!!! meteu esta fotografia no facebook, tirada há dias neste Verão em Portimão, na praia do Vau.

Analisem lá a minha reação e as outras todas que se seguiram (likes e comentários) na última imagem que aqui publico e digam lá se o título deste post não está bem metido. 

Quando digo que ao primeiro pretendente começo aos tiros, o mato e espero que a notícia se espalhe depressa, ela costuma responder-me: 

"Nãããoooo... tu deves é querer que eu fique para tia, velhota e com a minha casa cheia de gatos!".

Dá para resistir a isto?!?!?!

O prognóstico do Fernando Ulrich, presidente do BPI sobre se o povo aguentava esta crise, também se aplica a mim quanto a este assunto..."ai aguenta, aguenta!".


quinta-feira, 25 de julho de 2013

O horror

(clicar para ver)










Hoje tinha ideia de publicar um ou outro de uma série de assuntos que me foram chegando à cabeça durante o dia. Matérias a escolher de um rol que fui apontando num post it, como sempre.

Por mais importante que fosse, seria uma merda qualquer comparada com o assunto negro do dia: mais de 80 mortos e muitos mais feridos para o resto da vida num acidente num comboio de alta velocidade em Espanha. O pior em 40 anos.

Eu posso ser muita burro mas nem sequer sonhava que isto poderia ser possível: uma máquina daquelas, um avanço daqueles passar a 190 quilómetros por hora numa curva onde o máximo era 80 km/h. Posso ser muita possidónio, muita labrego mas realmente acreditava que numa máquina assim tão sofisticada, de tecnologia de ponta, os computadores não poderiam permitir um erro humano desta natureza. Pensava eu que à frente das máquinas estaria um técnico, ou vários técnicos especializados apenas ao controlo das operações. Nunca um homem, um burro, um filha da puta que sobreviveu e pediu que não houvessem mortos porque lhe iriam pesar na consciência. Pesar?!?!?!? O RAIO QUE O PARTA! Onde diabo teria a cabeça ?!?!?

A mais do dobro da velocidade.

Somos humanos e o mais precioso que temos é a vida. Estes abanões metem-nos no lugar. Fazem-nos perceber quão passageiro é isto tudo. Nada temos. Nada possuímos. Apenas o que sentimos e vivemos. Somos passageiros desta jornada. Não sei nem de onde vimos, nem para onde vamos. Como dizem os padres na quarta-feira de cinzas que é o primeiro dia da Quaresma: “lembra-te que és pó e em pó te hás-de tornar”. E é tudo. O resumo do filme da vida numa frase. Crú e duro mas quem disse que viver era fácil? E o livro de instruções, onde está?

A minha oração vai para aqueles que partiram. Também para os que ficaram com marcas para toda a vida. Imagino os instantes antes do horror. O conforto das carruagens, uns a dormitarem, outros a ouvirem música, a falarem ao telefone, a verem filmes no pc, a jogarem psp, a lerem jornais, uns namorados a beijarem-se e a pensarem na vida que iriam construir a dois, nos filhos, no futuro…

Tudo se desvaneceu em segundos.

O choque ao ver as imagens foi tremendo.

Difícil de recuperar dele.

Não tendo nada a ver connosco, tinham tudo! Eram humanos. Eram colegas. Eram seres com ambições.

Nos outros, estremecemos ao imaginar a visão das nossas costas.

Que estejam em paz.

Que Deus os guarde.

E renasçam algures numa nova vida. Que possam dar significado a tudo isto.

Era duro demais acabar ali.


Para eles e para nós.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

O papa Chico é fixe (e já agora que vem a talho de foice: o Soares está xéxé e que se lixe)





Quem ler este texto depois do último aqui publicado dirá certamente que não foi escrito pela mesma pessoa. Mas quem conhece o “artigo” por trás do enredo, sabe que o vosso Tio Sabi de certinho nunca teve nada.

Agora assino por Pedro Sobreiro porque se me varreu a password de quando assinava Tio Sabi mas vocês sabem que o animal é o mesmo. Sabi só há um. O verdadeiro e mais nenhum! Acho que há uma réplica no Algarve mas é vizinha do Zézé Camarinha e é do Sporting. Só pode ser contrafacção, coisa de loja do chinês, agora que já não há loja dos 300.

Agora assino por Pedro Sobreiro, o meu nome falso de travesti de pessoa normal. Disfarça…

Este intróito para falar do papa Chico. O papa Chico é gajo valente e que me enche cá as medidas. Façamos um pouco de história. Só me lembro do Karol Wojtyła que era um bom homem. Lutador mas muito doente nos últimos tempos, exercendo um mandato em que a fé se sobrepunha quase a tudo. No final, não exercia: arrastava-se. Sofria vê-lo sofrer. Era uma cruz pesada demais.

O Ratzinger não jogava cá no meu clube. Eu acredito em Deus, na força que rege o mundo, mas a igreja… deixa um bocadinho muito a desejar. Tanta coisa má… Só aquela dos padres não poderem amar uma mulher e terem de ser celibatários, quando o próprio Jesus amou Maria Madalena! Só pode ser disparate ou brincadeira. Tal deve ser cá a fomeca… Pois o Ratzinger poderia ser o melhor ser do mundo mas a mim… não me convencia. Havia ali qualquer coisa…

O papa Chico é gajo fixe. É de Buenos Aires, da Argentina. Gosta de vinho. Gosta de bola. De certeza que gosta de mulheres mas só de as ver que o homem é celibatário (mas tem olhos…  e  de certeza que a sua vista gosta de ver as irmãs converterem-se. Não se pode fugir à natureza!).

No Brasil baldou o faval e mandou a polícia de segurança pastar. O Miguel Sousa Tavares disse que o homem não podia estar bom ao fugir à proteção da bófia. Disse que qualquer dia não há nenhum estado que o queira receber. E ele quer lá saber! Ele é amigo dos pobres, dos desgraçados, dos sem nada e por isso escolheu o nome Francisco em nome do exemplo do de Assis.

Nas primeiras declarações que fez ao chegar a terras de Vera Cruz, o papa Chico disse que não trazia ouro, nem prata, mas sim Jesus Cristo.

Isto é de um poder brutal.

Jesus era o rebelde. O rebelde. Nada temia e nada o parava. Nem os sábios, nem o poderoso exército romano, nem os poderes instituídos, nada! O episódio em que expulsou os vendilhões do templo do seu pai exemplifica bem o doce que era. À paulada!  Mas Jesus também era compreensão. Perdão. Amor ao próprio. Inteligência.

O papa Chico é grande! Long life to the pope. Prometo que assim que vir uma t-shirt dele, a compro de cruz. E era gajo para beber um tinto com ele. Deve-se estar bem na sua companhia. Assim sim: a igreja vai lá. Próxima dos homens. Acessível. Humana. Terrena. Nada de opas douradas nem varas de ouro. Nada do Vaticano como um dos estados mais ricos do mundo. Pequenino e cheio do papel.Com tanta gente a morrer à fome! Se ele cá viesse a baixo ver isto…


O Chico leva a malinha na mão para o avião. O Chico é cá da gente! Viva o Chico!

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Preparando a rentrée

A imagem lindíssima restaurada em Fátima. Saiu pela última vez na procissão. Daqui para a frente ficará resguardada e sairá a imagem mais pequena. Eu ajudei a carregar o pesadíssimo andor pela derradeira vez. Amparei-a, como ela me fez a mim. E continua sempre a fazer...


A minha Alice com a amiga Laura que conheceu nessa noite e vai ser da sua turma na escolinha.
Ele há coisas...

Hoje estive sozinho em casa com a Leonor, gozando o meu último dia de férias, com as outras duas pequenas já regressadas à labuta. Tive assim tempo para mim e para preparar a atualização do Pedro na Internet. Com cuidados. Leva tempo a preparar o vídeo das férias que quero. Demora dias. São mais de 1000 fotos a selecionar. Levarei em conta 3 opiniões muito importantes:

Opinião 1: a da Cristina, a mulher que me escolheu passar a sua vida inteira comigo. Viver juntos, ter filhos, partilhar tudo. Há dias disse-me: “Pedro, não sejas assim. Não publiques coisas que se podem virar contra ti ou contra nós.”
“Mas se deixo de ser infantil, mato a criança que há em mim e fico sério, sisudo e quadrado!”
“Não mates a criança que há em ti. Não deixes de ver o mundo com esses olhos que são o mais genuíno que há em ti. Não sejas é ingénuo que é bem diferente! Do outro lado, a inveja e o mal superam o amor e o respeito!”
Registei.

Opinião 2: a dos meus amigos João Escarameia e da sua companheira Cristina. Num passeio absolutamente fantástico que fizemos pelas caleiras da Escusa e pelo Prado, que irei divulgar aqui em breve, ensinaram-me uma expressão que entrou directamente para o top das preferidas da minha vida. A ver se consigo reproduzi-la: “Opáááá deixaaaaaaaa…”. Tentando a tradução, significa que a vida é curta demais para que nos apoquentemos com coisas que não valem a pena. Coisas que não merecem a ralação, a chatice. Esta expressão fez com que deixasse de fazer sentido publicar 80% das coisas que tinha previstas. Eram remexer no lixo, dar ao blogue uma importância que ele não tem.

Opinião 3: a da revista do Expresso esta semana que faz mesmo a minha opinião. Sempre, desde há anos!



Com esta decisão e com a ajuda que estou a ter, sinto que estou cada vez mais eu, mais Pedro. Mais sensato. Mais calmo. Antes do acidente (e não é estar sempre a desculpar-me com a mesma coisa) eu era assim: egoísta. Ou 8 ou 80. Rasgava a direito. Se fosse preciso, levava tudo à frente. Depois recuperei e queria agarrar tudo como uma força como se cada dia fosse o último. Primeiro fechei o blogue. Depois reabri-o via facebook e depois já queria cá publicar tudo, como as pessoas que critico porque vivem no facebook. O blogue não é isso! É um apêndice da minha vida e não posso deixar que seja mais que isso.

Voltando ao acidente, foi um acontecimento gravíssimo da minha vida. Da nossa vida, como me ensinou no sábado na piscina, a minha amiga Maria. As repercussões dessa pedrada no charco reflectiram-se em todos os que me amam. Sobremaneira em mim e nas mulheres que vivem comigo e me amam. Num país católico, tenho a sorte de viver num harém. Logo 3 mulheres!

Foram umas férias de sonho. Uma semana de sonho. Não era possível ser melhor. Por vezes difícil, com fricções e ainda bem que assim foi. Se tivesse tudo corrido bem e calmo é que era de estranhar. Fechar na mesma casa, pequena, pessoas com idades tão díspares (3, 11, 37 e 40) e interesses tão diferentes não é fácil. Ainda por cima com um gajo que há-de estar toda a vida a recuperar de um traumatismo craniano difuso grave. Nem sequer foi traumatismo num sítio específico. Apanhou a cremalheira toda! É preciso muito amor e muita compreensão. Uma coisa é viver numa vivenda ampla como é a minha em que só nos vermos todos juntados (como diz a minha Alice), de manhã e ao fim do dia. Outra é estar 24/24 horas num cubículo T2, 7 dias por semana. Passamos uns dias extra graças aos contactos imobiliários do Nuno Pires, um amigo que é um verdadeiro irmão. A gentileza há-de ficar por agradecer para toda a vida porque há favores que não se pagam. Mas as saudades de casa já apertavam muito e como a 16 de Julho era o dia da padroeira da minha aldeia, a minha mãe do céu, Nossa Senhora do Carmo, regressamos felizes e satisfeitos na véspera por podermos estar na Beirã nesse dia.

Os momentos altos foram todos passados com pessoas. A maior riqueza da vida. A família e a família dos amigos, os parentes que nós escolhemos. A maior vitória pessoal foi ter conseguido outra vez correr na maior pista natural do mundo: o areal da praia da Rocha. Bem cedo, quase madrugada quando ainda todos dormiam e só as gaivotas pisavam a areia. O cheiro do mar… O barulho das ondas… O sr. Manuel que foi salva-vidas durante 25 anos, garantiu-me que pela distância que tinha percorrido nessa manhã, em 40 minutos sem parar, devo ter feito entre 4 quilómetros e meio e cinco quilómetros. Claro que liguei logo à minha amiga Rita, a minha fisioterapeuta no hospital que sempre me disse que o objetivo dela era voltar-me a pôr a correr. Eu que antes do acidente fazia 21 quilómetros com muito esforço mas conseguia em menos de 2 horas, fiquei sem conseguir sequer andar depois do coma e do acidente, vai fazer agora 2 anos, no dia 29 de Julho. Voltei a tentar correr já em Santo António e não conseguia fazer mais que 200 metros. Desta vez consegui e fiquei com os músculos desfeitos, como se tivesse feito 2 ou 3 ultra maratonas seguidas. Dias depois voltei a tentar, com mais método mas como adoro a liberdade de correr, corri muito perto de 1 hora. Se Deus quiser, vou voltar a conseguir. Não com a obsessão que tinha, mas como forma de ser saudável. A pouco e pouco, com força de vontade e querer, Deus vai-me dando de volta a natação, a bicicleta e a corrida.Com fé, nada é impossível. Foi num dia desses que tive a graça de conhecer a querida Laidinha Magalhães, uma simpatia que há anos me vende as bolas de Berlim e que quando soube da aventura da minha vida me ofereceu uma! Soube-me a céu!

Quanto ao vídeo das férias, vamos ver se consigo, no Movie Maker e no Photohop em era profissional pré-crash, fazer um vídeo que os meus (família e amigos) se orgulhem de ver. Sempre levando em conta as opiniões anteriores que começam este texto e desejando aos maus aquilo que desejei num dos posts passado. Beijinhos a todos, do vosso tio Sabi.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

O diário de bordo do capitão Robinson Crusoe

Vivi estes últimos 11 dias de férias como um autêntico Robinson Crusoe dos tempos modernos (clicar na palavra para saber mais quem foi). Sem ver notícias, sem ler jornais, sem ter internet. Fiz uma cura de desintoxicação total. Só não fui capaz de deixar o telemóvel porque era a minha ligação ao mundo exterior, à família dos amigos e mesmo assim tive boicotes. Digamos que a bem dizer, fui um agarrado a limpar-se do mundo moderno com umas linhas de coca (o telele) no bolso. Pelo menos tentei!


Mas ter um Adrian Mole (que sempre adorava seguir), um Alf do século XXI, um E.T. sem conseguir telefonar para casa como ele queria, não é fácil.





Tinha muitas saudades deste mundo. Deste meu mundo. E entretanto, que se passou neste período de vacances?


1.    No país, está tudo igual. Perdi a novela de Portugal como perdi o Dancing Days da SIC que adoro seguir e ficou tudo na mesma. O nosso presidente da república pediu uma junta de salvação nacional para nos tirar da cova mas ganhou o mesmo. Neste naufrágio português, os partidos querem todos agarrar-se bem à bóia e o parceiro do lado que engula muita água e se afogue o mais depressa possível. Tomara que os salva-vidas estejam a fazer greve ou a meter creme nas costas de uma morenaça. Diz que o PR foi para as ilhas selvagens apanhar ar e ver se se abstrai. Eu cá acho que ele esteve lá, nessas ilhas selvagens desde sempre. Pelo menos, desde que foi primeiro-ministro! Quando aplicou os dinheiros da Europa enviados para indemnizar os funcionários que iriam ficar sem emprego com a queda das fronteiras em auto-estradas em vez de lhes dar o destino previsto criando novos empregos. Como foi o caso dos meus pais que sabiam que com a unificação da Europa iriam ficar desempregados como ficaram. Estranho este homem que chefia o Estado Português mas também ganhou com as acções do Banco Português de Negócios, a maior negociata da nossa história, capaz de envergonhar o Alves dos Reis! Ou quando incentivou as pessoas para “comprarem anos” para se reformarem mais cedo, ou os agricultores para abandonarem os campos, pagando-lhes para não produzir. O que vale é que vivemos em liberdade e eu não sou o Sousa Tavares para ter de responder em tribunal pelo que digo. É que toda a gente sabe que eu digo SEMPRE a verdade! Pode ser apenas a minha verdade. Mas sei que é válida.


2.    Em Marvão está tudo igual. Mansinho, beijinho aqui, beijinho ali, palmadinhas nos ombros de quem não se cumprimentou nos meses anteriores, tudo como se quer. Abriu há dias uma rua direta ao meu bairro da avenida Dr. Manuel Magro Machado que deveria logo ter sido inaugurada quando o bairro foi feito. O meu é um bairro novo, cheio de famílias que compraram terreno e construíram com o dinheiro que não tinham e pediram emprestado. Apesar disso, tiveram de entrar por uma ruela de pré-fabricados que está cheio de pessoas boas e não me sinto nada superior em relação a eles. Atenção! Mas o nosso investimento atual merecia uma entrada condigna. É que os pré-fabricados foram logo na altura, baratíssimos. Já eram reles em termos de construção. Pré-fabricados. O nome indica tudo. Muitos têm vindo a ser melhorados mas falemos claro e sejamos honestos: eles compraram barato mau material. Nós construímos muito, muito caro e ainda assim, ficamos limitados a entrar pela lateral deles. Faz sentido? É que eu às vezes sou um bocadinho possidónio e não percebo logo as coisas. Ajudem-me…


A inauguração da rua deve ser bem próxima das eleições. Porque será??!?  Será que as pessoas de Marvão ainda acreditam na história da carochinha? O futuro a Deus pertence. Sei que mudar não é fácil. Mas uma estrutura do Partido Socialista coerente, poderosa, unida, forte que tem muitos nomes jovens e muito fortes que comece a fazer campanha séria e evidente no dia a seguir as eleições (isto se não as ganhar já), tem quase a certeza de atingir o sucesso daqui a 4 anos. Deixar sucessão nunca foi do interesse de quem lá está. O egoísmo e o medo da própria sombra nunca deixou ver para além do umbigo. Mais quatro anos, com trabalho e fé, já deixam antever o fim do filme. Os mitos rurais também se derrubam. Oxalá. Nós também eramos um grupo de miúdos e demos a volta à coisa. Quando quase ninguém dava nada por nós!


Por aqui há gentes simples. Mas também há gente complexa. Inteligente. Que pensa e ajuda e quer mudar.


3.    Na minha casa tem havido muitas transformações nestes últimos dias. Nós semos labregos, coitadinhos. A gente nunca sai daqui. Maneira que a gente vai e leva os euros que junta durante o ano e compra alguma coisa. Umas bolas de Berlim, uns pastéis de nata com canela, umas frutinhas de amêndoa, muitas roupinhas (todas baratinhas de 5 aerius e pouco mais), chinelos do continente a 1, 99€ que fazem o mesmo das havaianas que custam 20 vezes mais (mesmo assim ainda caíram umas!), almofadinhas e cortinados e molduras para casa e muita coisa nova e barata para dar muita alegria à gente.


Por cá, graças a Deus, tudo bem. Ainda não tenho tido tempo para fazer as reportagens no blogue que quero mas tenho passado o dia a trabalhar, no duro (hoje foi a garagem duma ponta à outra e material que por lá havia!) e só ao fim do dia quando já todas dormem, tenho tempo de internetar. Faz falta à minha vida. Dá muita alegria. Durmam bem. Muitos beijinhos.


Amanhã é dia de picina! Ui pi pi! As pequenas ficam a trabalhar (uma vai para o infantário para matar saudades dos amigos, a outra fica de serviço em casa) e eu vou com a grande, a Leonor que já leva um palmo à mãe, tranquilos para a Portagem. Ela merece.




Recebeu hoje as notas da escola e teve oito 5, um 4 (a música) e apenas um 3 a matemática que lhe impede de ir para o quadro de honra da escola. A merda da matemática! A quem é que ela sairá assim tão burra a números?!?!? Não faço a mínima. Por mais que pense…


Mesmo assim, acho que pode ser eleita a melhor aluna da escola do ano dela e receber um prémio da Junta de freguesia em livros. Orgulho. O que hoje lhe tentei explicar foi o orgulho imenso que tenho nela.



E se ganhar a cena da Junta, pode ser que o meu amigo Zé Luís, o presidente em funções, me pague uma imperialzinha no Caldeira como pagou ontem. À nossa, nosso presidente! Sempre seu. Sempre de acordo menos na bola…

quarta-feira, 17 de julho de 2013

De regresso!

Imagem captada no Algarve na piscina do meu querido amigo Nuno Pires que amo como irmão. A Alice estava a boiar. Vejam o nível e a concentração da artista. Promete. Esta é a imagem de capa do vídeo que vou fazer das férias. A imagem escolhida entre milhares. Vai dedicada ao Nuno e à Gabriela que nos receberam como príncipes. UM BEIJO AOS DOIS



E é assim, meus amigos, de regresso à vida. Outra vez!

Há quem deva dizer assim: “porra… Este cabrão é pior que o Robocop! Não morre, nem que o matem! Nem os gatos têm tantas vidas…”

Pois é… que remédio? Têm de levar com o vosso Tio Sabi! É que eu também vivo aqui no blogue. Vivo no corpo que não é pequeno (1,80m com mais de 80 quilos) e também vivo aqui, na internet.

Já tinha saudades disto. Verdade!

Tenho duas publicações na calha para fazer e comunico-as desde já: uma é sobre a minha mãe do céu, Nossa Senhora do Carmo que teve ontem, 16 de Julho, o seu dia na Beirã e cuja devoção me trouxe de propósito de terras dos Algarves para a missa solene e procissão onde ajudei a carregar o pesadíssimo andor com a lindíssima imagem restaurada pela última vez que saiu da igreja. No futuro ficará sempre resguardada e sairá apenas a imagem mais pequena. A outra publicação que quero fazer é sobre as minhas férias na praia que terminaram ontem por motivos da primeira.

Estas publicações já estão a ser cozinhadas na minha cabeça e só preciso de tempo e espaço porque os ingredientes estão todos no telemóvel e numa pen. Passam das mil fotografias, mais os vídeos. Não quero maçar quem costuma visitar aqui a taberna e estou a pensar fazer dois vídeos musicais porque o material é mesmo muito. Coisas simples, com música a acompanhar, engraçadas como eu acho que sou. Sou um bocadinho vaidoso e maniento mas quem não é? Se eu não gostar de mim, quem poderá faze-lo?  

Quanto a quem costuma ser cliente desta taberna virtual, ou por aqui passa ocasionalmente, tenho algo a dizer de antemão, uma questão de princípio: eu não me venho para aqui armar aos cágados. Isto é público, não tenho nada a esconder e esta é a verdade. Vêem aqui muitos amigos, pessoas que amo e me amam. A grande, grande maioria dos clientes deste blogue é assim. Mas tenho a certeza que também por aqui vem quem me quer mal. Escrevo para os que me amam porque sei que vão ficar felizes de ver e ler. Quanto aos invejosos… é para estes que agora me dirijo agora. Sim, é para ti: se tens inveja do meu modo de viver, digo-te que distingo a inveja em dois tipos: a inveja boa e a inveja má.

A inveja boa é do tipo: “olha lá quem bem que este gajo se trata, hã?” Esta é como a inveja que eu tenho do Ronaldo, o jogador de futebol do Real Madrid. Tenho inveja boa dele. Merece tudo aquilo que tem. Nasceu pobre, numa família miserável, com um pai com problemas de alcoolismo, numa barraca cheia de irmãos. Graças ao seu esforço, à sua dedicação e ao seu talento, tornou-se naquele que é para mim e quem sabe do artigo, um dos melhores jogadores do mundo. Um craque! Merece tudo aquilo que tem e pode comprar porque a ele se deve. No outro dia vi uma entrevista dele e pareceu-me humilde, castigado pelos invejosos. Falou com o Daniel Oliveira e pareceu-me um bom miúdo, com bom coração. Tenho inveja boa dele. Boa apenas. Não lhe quero mal. Ainda bem que ganha muitos milhões. Ainda bem que gasta muitos milhões. A vida é só uma e quando ele morrer, não há ninguém que tenha mais pena da sua morte que ele! Eu tenho inveja boa do Ronaldo.

Aceito que as pessoas tenham inveja boa de mim. Não sou o Ronaldo. Nunca joguei nada à bola. Reconheço-o. Custa reconhecer isto mas reconheço-o. Tudo aquilo que tenho de bom na vida e tenho tanto, tanto, tanto, devo-o a mim e a Deus. Ao meu trabalho, aos meus muitos anos de estudo, ao meu amor pelo próximo, ao meu amor pela minha família e amor pela minha família de amigos. Tudo o que tenho saiu-me do lombo e do cérebro e do coração. Se tens inveja boa de mim e não estudaste, muda de vida como cantam os Humanos. Há-de haver felicidade para ti algures. Há dias vi tratadores de relvados de golfe numa das zonas mais caras do país e pensei: “vejam-me bem a paz de vida destes homens! Aqui não devem ganhar mal, mas mesmo que ganhem mal, não aturam clientes rudes, nem brigões, nem computadores, nem pilhas de papel. Vivem em paz. Tranquilos. Felizes. E não devem ter estudado muito. Mas têm prazer no que fazem. Via-se nas caras. Ganham anos de vida a cada dia que passam naquela paz.

Agora, quem tem inveja má de mim e me deseja o mal, quem vem aqui ao meu blogue para espiolhar e desejar o mal, digo-lhes que não tenho medo deles. Eu sou feliz porque sou livre e tenho a protecção de Deus que me acompanha sempre. Eu rezo. Eu falo com Deus todas as noites, todos os dias, todas as horas. Se vêm aqui para desejar mal, azar. Eu quero que esses vão para a raiz da puta que os pariu e só lhes desejo o dobro do mal que me desejam a mim.

Estou em paz. Venho em paz. Agora tenho pouco tempo e pessoas que me esperam mas tinha de vir aqui dizer um olá aos bons clientes.

Um beijo e um forte abraço para quem me quer e eu quero bem. Darei muitas, muitas, muitas notícias nestes dias que se seguem porque permaneço de férias. Até já!

sábado, 6 de julho de 2013

AAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH….



De férias, finalmente. Merecidas. Merecidíssimas férias!

Acho que estas são as férias que me sabem melhor desde que trabalho. São apenas 11 dias úteis, o maior período mínimo que é permitido por lei, mas parecem-me 11 anos. Na verdade, com os fins de semana são 17 dias. Bom demais.

Terminei muitos destes últimos dias de trabalho completamente extenuado. Cansado pela pressão dos contribuintes em muito gerada pelo descontentamento geral originado pelo pagamento do imposto de circulação dos últimos 4 anos (!!!!). Muitas vezes estava esgotado pelo entupimento dos sistemas informáticos que foram congestionados pelo excesso de acessos. Exausto. No outro dia, quando saí, encostei-me a descansar os olhos e dormi 2 horas. Coisa inédita em mim.

O meu cansaço tem sido tanto que nem tenho tido força e vontade necessárias para vir viver no meu blogue.

Mas hoje, para abrir o período de férias, faço questão de vir aqui. Vou rumar para o reino dos Algarves, território gerido pelo emir sabi júnior. Já que sofro todo o ano por viver longe dele, quando posso banhar a família, faço questão de estar junto a ele e aos seus. Junto aos meus.

Sei que é pouco prudente vir aqui publicamente dizer que vou abandonar o lar. Mas isto não é Lisboa! Não há cá jóias para gamar e se me levassem a televisão que é um dinossauro gigantesco que me custou uma fortuna há anos e parece o oceanário, até me faziam um favor. Podia ser que assim quem veste as calças cá em casa me autorizasse a comprar um lcd lindo de 125 cm de diagonal de ecrã, fininho, moderno, dos que custam pouco mais de 500 euros nos hipermercados. Mas este aquário vasco da gama que me custou um monte de dinhero quando ainda estava a trabalhar em Nisa não há meio de berrar…

A GNR está informada que vou sair e os vizinhos zelam pelo que é meu como zelo pelo que a eles lhe pertence. Tenho paz de alma. Vou tranquilo. Os larápios que se ponham a pau que eles andem aí.

Para dar o pontapé de saída nas férias, nada melhor que um almoço de amigos que considero muito. Como considero todos os que fazem o favor de serem meus amigos. Estes, em particular, destacaram-se por motivos diversos. Ou não puderam estar na minha festa de anos, ou trabalharam, ou estiveram fora… Enfim. Quis tê-los hoje junto a mim. Atenção que foram eles que me autorizaram a divulgação na internet da foto. Isto não foi à má fila. Não vivo de e para o facebook!

Fizemos um almoço absolutamente fantástico, com uma vista, uma envolvente e uma gastronomia soberba. Fomos felizes no café lounge o castelo do meu primo Jorge que está cada vez mais adulto e melhor homem.


Foi muito bom. Sombrinha, vinho branco gelado de categoria, companhia 5 estrelas. Do melhor. Fomos felizes. Se caísse uma bomba antónia que rebentasse ca gente, íamos de barriguinha cheia e a alma sastesfêta.


Esq. para dir: Vítor Felino, Cantinflas, João Correia, Pedro Aires Mendonça, João André Escarameia, Arlindo Andrade. Idades díspares, profissões diversas mas o mesmo espírito e o mesmo selo de amizade que nos une. O mais puto foi o organizador que por acaso até fui eu. Rimos muito, falámos, brincámos… fomos felizes. Expliquei que não jogo no euromilhões porque não quero ganhar. A minha sorte grande é ter gente deste calibre à qual estou grato pela amizade que me dispensa e por uma ou outra atenção. Valeu!
Créditos fotográficos da excelente Ana Lúcia que mais parece que tem um estúdio. 
Merci bien.


Nos próximos 8 dias espero não ter tempo, nem vontade para publicar aqui nada. Não vou levar o pc. Guardo-o onde estará bem confiado. Quero estar ocupado a viver. A desfrutar a vida, a praia, a família, o mano, os amigos que já programaram cenas comigo, a gozar as férias… Quero voltar a correr o areal junto ao mar de madrugada como fazia antes do acidente. Tenho esperança, tenho fé que seja capaz como fui capaz de vencer a bicicleta. Espero voltar apenas na semana de 14. Mas vocês já sabem como sou. Eu quis acabar com isto do blogue e ainda cá ando com uma força do catano. Isto não é para fazer muito caso  que o gajo é trapaceiro. Mas pelo sim, pelo não, quando vos apetecer, passem cá pela tasca para ver se pago um branquinho traçado. Pode ser que tenham sorte!

Se não, esperem que o tasqueiro venha. É que quando o tasqueiro vier, tem mais 8 dias de férias cá em casa que vão ser de bar aberto para o clientes habituais. Nesses dias quer servir tantos textos (perdão, tantos carapulos de vinho tinto) que estão a ser armazenadas e catalogadas no cérebro há tanto tempo... que vai ser um bodo aos pobres! Um festim. Assim espero!

“Boas férias, sabi!”


“Muito merci. Bem hajam!”

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Eurovisão política



Ao segundo dia do mês de Julho do ano da graça do senhor de dois mil e treze, quando o Paulinho das feiras bazou e deu o pontapé de saída para o desmoronamento do governo (já começado com a saída de Gaspar...), nada como o grande Vasco Palmeirim para marcar um ponto com a justíssima homenagem ao Vítor, o meu querido e estimado dono, o general deposto. Foi injustiçado, mas a vida é mesmo assim. Cristo tinha a cunha do pai e apesar de tudo, aos 33 anos, já estava cravado no barrote com duas cavilhas, uma em cada mão. O grande Vasquinho fez hoje justiça… ao ministro.


Pela imagem pode-se comprovar que o piqueno (gigante) da rádio comercial estava feito com o jornal i. Só assim se explica a teoria da conspiração. José Cid em grande nas duas edições: escrita e radiofónica. Sempre desconfiei daqueles óculos escuros… será um cyborg?!?!?!?


O Video está clicando aqui na ligação em baixo. Totalmente gratuito! Sem impostos adicionais! "Ò madame... é d'aproveitare!"