segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Adeus, meu GRANDE Chico Barril

Esta, quanto a tirei, tínhamos tudo pronto para arrancarem as festividades, e gostei de te ver assim,
como um comandante a mirar o oceano, da proa do navio. Achei que tinha ficado tão boa, que a poderíamos utilizar para promoção no futuro. Nunca imaginei que pudesse ser para fins póstumos.
Eu vou guardar-te sempre assim... imperial!


Estas palavras andam a balançar, e a bombardear a minha cabeça há dias, desde que toquei conta desta terrível fatalidade. A caminhar para os 50, já me vou conhecendo, e sei que só depois de as parir (porque têm mesmo de vir cá para fora... por justiça, por dever, por, e para memória), poderei começar a fazer o luto sobre esta tremenda perda. Atribulações muito complicadas na minha vida pessoal e familiar, que pedem reserva, atrasaram ainda mais esta catarse.

 

Há Homens que são maiores que a vida, porque enchem a de tantos que com eles convivem, que não deixam que nada, nem ninguém, fiquem indiferentes à sua passagem por este nosso mundo terreno. O “Chico Barril”, a alma que vivia no corpo do Francisco Nunes, era a de um desses homens.

 

Ligou-me um amigo de sempre, visivelmente abatido, naquela tarde/noite de 19 de Novembro, a perguntar se tinha sabido de alguma coisa. Como tenho tido a infelicidade de ter alguém que me é muito próximo, internada em situação muito preocupante nos cuidados intensivos do hospital de Portalegre, comecei a responder, feito estúpido, a pensar que era a ela que se referia: “Oh, lá está…”

 

- NÃO! Não é isso, caraças! Tchiiii… Não sabes! Não sabes?!?!?!?!?!?! Porra, pá! Merda! Tchiiiiiiiiii, caraças!!!

 

E eu percebi logo que tinha havido da grossa! Fiquei foi amarguradamente preso naquele terrível hiato, à espera que o nome caísse com estrondo, como se de uma bomba se tratasse.

 

- Anda lá, pá! Diz logo quem foi, meu…

 

- O Chico!

 

E cai tudo abaixo, não é?

– Como?!?!?!?!? Quem?!

 

- O nosso Barril!!!! Epá, bateu para ali para os Barretos. Vinha de um petisco na casa de uns amigos e ficou-se. Mas diz que não foi do acidente. Deve ter-lhe dado alguma coisa antes.

 

Verdade que, infelizmente, é daquelas notícias que apesar de serem um choque tremendo, e que nos agarra completamente, não posso dizer que não me tivesse já assombrado a mente. O Chico impressionava pelos muitos, muitos quilos a mais, assentes numa disfuncionalidade numa perna (creio eu que advinda de um acidente de motorizada, e uma perna partida mal curada, com um gesso tirado antes de tempo), que para além do excesso de carga, tinha de suportar com o pesado fardo dos diabetes. Era uma volumetria e uma disfuncionalidade visível que condicionava as suas movimentações, e impressionava. Depois, gostava de fumar a sua cigarrada, de beber o seu copito, como todos (quem não); e nunca se negava a mais um “disco”, fosse de feijão, grão, ou outra coisa qualquer.

 

O Chico nunca era capaz de dizer que não a uma solicitação, e estava sempre presente! Quando lhe pediam apoio num petisco desses, fosse num grupo de caçadores, de amigos, numa coletividade qualquer da região, numa festa particular de alguém da zona, ou sempre que era solicitado, lá estava ele! A cozinhar e a rir! Sempre! As centenas, os, provavelmente milhares de petiscos a que foi, e orientou na vida, marcaram a sua forma de ser e viver, porque só quem nunca foi a um, é que não tem conhecimento dos excessos que por lá se cometem.

 

As primeiras memórias que tenho do Chico, quando eu era gaiatão e ia ver os jogos do Grupo Desportivo Arenense, na distrital de futebol, era de ele ser… massagista! Quando alguém se enrolava, lá ia o Chico com aquele seu formato XXL, de malinha na mão, a tentar correr com a pernoca arqueada, numa de S.O.S. Era uma boa disposição, e uma risota que contagiavam.


Numa das muitas fotos que lhe fui tirando, ao longo da nossa vida.
Nesta aqui, na sede do nosso GDA, onde o Presidente Barradas,
oportuno, mandou colocar a bandeira a meia-haste, em virtude do triste sucedido.


Depois, isto há mais de 30 anos atrás, foi meu patrão nesse mesmo bar do GDA, quando terminei o 12º, e não consegui entrar na primeira fase da faculdade, por ter elencado opções que foram falhando por escassas décimas (tivesse a ordem sido outra, e tinha entrado “de caras”, noutras posições). Ali fiz uma equipa que recordo com grande saudade, com o meu Sérginho Carroça, em que eu fazia as manhãs/tardes, e ele, as noites, quando eu ficava com os amigos (ele preferia passar as manhãs a dormir!), mas era sempre eu que esvaziava o balde do vasilhame na manhã seguinte. lol!!!

Ali cimentámos muito a nossa amizade, e o Chico que fazia diariamente petiscos de sonho,  passou a ser assim um companheiro mais velho, um homem mais vivido, sabedor, que apoiava muito. Descobri a sua paixão, e o seu fascínio por fazer comida, da culinária pura, arte em que ele era verdadeiro craque! Aquelas gambinhas fritas acompanhadas de minis geladas, e pão torrado, às 4h da manhã…

 

O Chico também era barbeiro, e cheguei a cortar o cabelo em sua casa por diversas vezes, porque também dominava essa arte das tesouras.


Por adorar andar sempre enfiado entre tachos e panelas, por não ser um indivíduo particularmente preocupado com a apresentação, na forma de se vestir, e no aspeto geral, o Chico impressionava mais porque... sabia estar. Quando foi integrado profissionalmente no Ministério da Saúde, após ser barbeiro no Hospital (quando entrou), conseguiu-se aproximar, pelas limitações que tinha, da sua moradia e esteve integrado no Centro de Saúde de Marvão, onde foi um telefonista impecável, de grande trato e cortesia. 

- Mas quem é que estava a atender o Telefone? O CHICO?!?!?

Ah pois é, bebés. Ele tanto se dava com a alta que vinha aí caçar, como com aquele terra a terra, junto do qual se sentia em casa. O nosso Chico poderia não ter ido alto na escola, porque a vida não o ajudou a isso, mas era um doutor da vida! Essa é que ela era essa.


Quando fiz a minha inédita despedida de vereador do Município de Marvão, em 2009, em que juntei todo o meu pessoal, staff camarário e amigos de toda a vida, que me apoiaram neste percurso autárquico, fui pedir ao Chico se me apoiava com o almoço, e ele… claro que acedeu! Claro que não quis dinheiro algum, como se eu capaz de deixar em claro, mais de um dia inteiro a trabalhar para mim, sem contar com os temperos da comida. Juntamente com a Olga, outra querida amiga, fizeram com que tivesse vivido um dos dias mais bonitos da minha vida, cheio de amizade e sorrisos.



 

A chamuscar-mos um porquinho, para a despedida de vereador,
que o primo Carlinhos levou ao espeto...


Em 2017, voltámos a trabalhar juntos porque com algumas companheiras e companheiros, que estavam descontentes com ao rumo que o nosso concelho estava a tomar, fundámos o movimento independente “Marvão para todos”, e colocámo-nos a votos, com perspetivas e visões diferentes, que fossem capazes de tornarem o nosso concelho mais apelativo, mais aberto, com outro alcance e visão. O facto dos munícipes estarem muito arreigados à administração atual, e a falta de meios/recursos de uma candidatura construída a expensas próprias, e dos nossos bolsos, foram fatores que limitaram o nosso resultado. Tudo resultou em apenas dois mandatos na Assembleia Municipal. Tudo fizemos, mas pouco conseguimos e aqui o importante é enaltecer que o bom do Chico, muito terra-a-terra, apesar de nada ter contra os eleitos nesse então, disse que estaria disposto a ajudar para ter uma freguesia diferente, e lá meteu a gravatinha, para em Roma, ser romano.

Fomos sempre vivendo lado a lado, em harmonia (não me lembro de o ver zangado, uma vez que fosse), e a última empreitada que em que participámos juntos foi a da Associação de Moradores do(s) (bairro dos) Outeiros, de Santo António das Areias, zona onde residimos ambos, ele há décadas, eu, há perto de duas.

Quando andava a organizar vontades e a dar os primeiros passos, aproximou-se de mim e disse: “épá, tu também eras um gajo bom para ajudar, sobretudo com a papelada e essa história.”

Assim que soube do que se tratava, acedi de imediato e tenho dado o meu contributo, tal como os outros sócios fundadores, para levar esta avante.

Criámos legalmente a associação, funcionamos com todos os condicionalismos legais, e em Junho de 2018 (tal como está bem explícito na página que criámos no facebook “Festa dos Outeiros, Santo António das Areias, Marvão”) abrimos atividades, com grande aceitação e sucesso.


"É assim!", como ele dizia.

Voltámos à carga em setembro, recuperando a antiga Festa dos Mestres, no dia 29, em que nos aliámos a uma ideia sua, que sempre teve desde o início, de trazer de volta a festa do pedreiro, do carpinteiro, do sapateiro, que grande aderência da população, e dos nossos patrocinadores, que se reuniram num almoço convívio em sua homenagem, e agradecimento.

Regressámos de novo em 2019, sempre com os apoios fundamentais da junta de freguesia e da autarquia, já muito mais estabelecidos, e seguros, em que conseguimos angariar um montante  simpático que será investido em prol deste bairro e dos seus habitantes. Neste ano bizarro de 2020 que será indubitavelmente marcado pela pandemia (aposto de cabeça qual será a figura do ano, para os jornais e semanários de todo o mundo), tudo ficou adiado...

Belo exemplar, dado pelo Chico, para todos... Como era hábito nele!

O Chico, para além do inquestionável presidente que foi aclamado por todos, por unanimidade, era a alma da associação. Ele era a associação! Ele supervisionava as reuniões, ele idealizava os cartazes e os eventos, ele geria todas as compras e aquisições, ele sabia quais eram e quanto era cada um dos donativos. Perante este fim súbito que nos deixa órfãos a todos, teremos obviamente de reunir os corpos dirigentes, e sobre isso, já tenho ouvido por aí um ou outro sentir, em direções díspares. O que eu digo é que nestas organizações, a minha opinião será sempre apenas e só mais uma, e vale o que vale. Mas aquilo que sei, sinto, e acredito, é que sei de certezinha aquilo que o nosso Chico quereria, e eu, para o cumprir, estou capaz de fazer das tripas-coração, sempre dando tudo por tudo, como lhe disse a ele desde o início. Que Deus me, nos ajude, como dizem os ingleses.

Soube que um grupo de amigos estiveram a barbear uma bruta feijoada que ele tinha feito de véspera, e essa é a melhor homenagem que consigo imaginar que pode ser feita a alguém como ele. Que bem que deveria de ter sabido…

 

O Sr. Padre Marcelino, que proferiu um lindíssimo discurso de homenagem no funeral, que pecou por ser atrasado demais  (dias depois) por toda esta terrível pandemia, autópsias e outras obrigações, enalteceu precisamente a sua alegria de viver, a importância do seu espírito comunitário que o fez ser um Ser Grande, diferente.

 

E era. Mesmo. O Chico era GRANDE, e a sua memória ficará para sempre comigo, connosco, enquanto existirmos.

 

Nunca mais verei aquela fantástica tatuagem no peito, de uma garrafa a deitar para dentro de um copo, com a legenda BOMBOKA, por baixo… Dor!


A última chamada que me fez, na noite antes, de dia 18, certamente a perguntar por quem tenho em cuidados, e não pude atender por estar a ser impossível chegar a todas as solicitações (que graças a Deus têm sido muitas), há-de ficar-me sempre atravessada na garganta, enquanto conseguir respirar, até ao meu último estertor. 

 

À sua esposa Jesus, aos filhos Tiago e Nélson, que tanto adorava; ao Netinho Rodrigo para quem era o mais que tudo, e à restante família, envio por aqui o enorme abraço que já vos dei pessoalmente, reafirmando que o vizinho Sabi estará sempre aqui para alguma coisa que necessitem, e já estou a trabalhar com a vossa sobrinha/prima Patrícia, para que tudo corra pelo melhor, a nível de participação nas finanças e registos na conservatória. Nesse aspeto, nada vos vai faltar, asseguro-vos.

 

Ao Chico, meu amor… o que tu te rias com o que eu me lambia com as tuas iscazinhas de fígado de porco, pela madrugada fora, enquanto fazíamos as arrumações…


No meu último convívio de anos, com um grupo dos meus 
GRANDES e MELHORES AMIGOS (onde obviamente não estão todos, mas estes que estão, todos são de coração),
antes da pandemia, na tasca do primo Zé Fernando, na Ramila, em 2019

Acredito mesmo que será até um dia, que eu, e tu, pedimos que seja tarde, porque a eternidade pode sempre esperar e durará--- para sempre.

 

Um beijo,


Do teu Pedrinho

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O que mais nos engrandece...

A feliz contemplada, Alice Lança Sobreiro, acompanhada pelo Sr. Presidente do Conselho Diretivo do Agrupamento de Escolas de Marvão, o Sr. Prof. José Maria Pires Gonçalves, do lado direito; e o Sr. Presidente da sua freguesia natal, o Sr. Silvestre Mangerona Andrade

 

Da mesma forma que o campeonato é uma prova muito longa, em que o que importa é quem vai em primeiro, no final; também a carreira escolar é uma escadaria imensa, onde é preciso muita dedicação, muito esforço, muito trabalho para se conseguir colher um futuro melhor, quando se entra na vida por conta própria, a doer.

 

Como eu lhes tento ensinar sempre, a par com a mãe, Fernanda Cristina da Silva Lança Sobreiro, a sua verdadeira companheira de todas as horas, e em todos os trabalhos, a principal responsável pelo seu êxito: estes primeiros anos das suas vidas, dos 6 aos 25/26, serão absolutamente decisivos para o que possam vir a colher amanhã.

 

O nosso enorme bem-haja, como pais, vai também para a Sra. Prof. Amália Xavier, por todo o apoio e cooperação. Nada se consegue sem muita dedicação à volta.  

 

Olho para vós as duas: a Leonor, já no segundo ano de Línguas e Literaturas Modernas na Universidade Nova em Lisboa, onde eu nunca tive média para entrar; e tu, Alice, sempre aluna de mérito e do quadro de excelência desde que entraste, também como ela, e agradeço a Deus.

 

Desculpem a publicação pirosa de pai babado, mas é mais forte que eu.

 

Que Deus vos proteja sempre… que nós cá estaremos sempre por trás, para vos mudar as fraldas, e aparar o jogo todo. Ser pai… é amar incondicionalmente, apesar de tudo, a nossa maior criação.

domingo, 1 de novembro de 2020

A Covid e o dia dos mortos

Do capítulo “Coisas que me assombram e me fazem tanta confusão”

 

Logo para começar, há que esclarecer que o dia 1 de Novembro é o dia dedicado a todos os santos,  uma “festa celebrada em honra de todos os santos e mártires, conhecidos ou não, celebrada pelos crentes de muitas das igrejas da religião cristã, por terem assimilado do paganismo. Assim sendo, não há que fazer confusão com o dia dos fiéis defuntosdia de finados ou dia dos mortos, que é celebrado pela igreja católica no dia 2 de novembro, amanhã, já que desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos, visitando os túmulos dos mártires para rezar pelos que morreram.


O que acontece é que como o dia 1 é geralmente feriado, as pessoas aproveitam o dia dos santos para fazerem correria aos cemitérios a fim de recordarem os mortos, lavarem as campas, comprarem flores para as adornar, e fazem uma injeção de capital substancial no mercado dos floristas, que obviamente se anima com estas ondas.

 

A pandemia Covid que acelera a velocidade assustadora no nosso país, com os números de infetados e de óbitos a dispararem como nunca antes, provocando que os hospitais, sobretudo os do norte, já asfixiados, antevejam os piores cenários para os próximos dias, veio assombrar ainda mais a já taciturna treva desta data, em que habitualmente se visita a campa dos falecidos.


Para precaver o pior, o governo proibiu a circulação entre concelhos entre 30 de Outubro e 3 de Novembro, estancando assim a migração entre as cidades e o interior, obstando a que a propagação aumente.


A Igreja fez uma enorme pressão para que os cemitérios ficassem abertos e os vivos pudessem chorar os seus mortos, muitos resultantes desta desoladora crise, como se pode ver aqui,

https://www.lusa.pt/article/2WaL0aRWU8SjL4snRSosTDMSZM5iuSI1/covid-19-com-regras-sanit%C3%A1rias-e-sem-abra%C3%A7os-h%C3%A1-cemit%C3%A9rios-abertos-em-gaia


Mas (e agora entro eu): as pessoas vão chorar os mortos mas… nesse sítio onde eles supostamente estarão sepultados… não há lá nada! Nada! Apenas um lugar. Umas pedras, umas lápides, umas fotografias, ou apenas uns dizeres, coma data de nascimento e a data do óbito. No caso da minha família paterna, que está sepultada na minha Beirã, no sítio para onde muito provavelmente também os meus restos irão ser depositados (oxalá ainda tarde muito), a decoração escolhida foi muito simples, sem qualquer fotografia, e uma pirâmide de mármore, apenas.


Partindo daqui, entramos no campo do acreditar em algo para além da vida terrena, ou não. Quem acredita, assume que isto da vida aqui no planeta terra é mesmo uma passagem, um momento, um fogacho, uma aventura que pode durar décadas, ou não, mas que não é um fim; antes se trata de uma aprendizagem, uma fase que não pode ser saltada num processo maior.

 

Para quê, porquê, para onde vamos, no que nos tornamos, para onde voltamos, são perguntas que nem eu, nem mais alguém pode responder, mas que quem crê, acredita que um dia, que queremos sempre o mais longínquo possível (porque isto aqui, apesar de tudo, é muita bom), há-de ter uma resposta. A luz.

 

Para quem não acredita, tudo se torna ainda muito mais rápido, como se pode comprovar aqui: https://pt.wikipedia.org/wiki/Putrefa%C3%A7%C3%A3o, porque a esqueletização começa em 4 semanas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Esqueletiza%C3%A7%C3%A3o

 

De forma que acredito mesmo que tudo isto é apenas uma fase, um momento, uma passagem e o mais importante de tudo é o… amor. O amor por quem queremos e nos quer a nós, não valendo de nada a pena que existam zangas, invejas, ódios que só atrapalham a serenidade que devemos ter, para vivermos tranquilos e em paz.



Então, em vez de choros, e visitas a pedras, proponho antes que se recordem vidas, sorrisos, frases, gestos, para que se mantenham vivos na nossa memória, aqueles que nos tocaram.

 

Peço emprestadas as palavras ao que acho grande Miguel Sousa Tavares quando disse que de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram.


Comigo também assim o é.