domingo, 13 de março de 2022

Da nossa Festa do Acolhimento de hoje

Os catequizandos 2021/2022: o Duarte Caldeira, o Francisco Oliveira, a Maria Clara Costa, a Lara Diogo (distraída, a olhar para trás na única foto que nos tiraram, logo ela, que é tão linda), a lindíssima Beatriz, também (são todos lindos, não são?!?), à frente, em baixo, o Gabriel Machado.  

O domingo é o primeiro dia na semana de um Cristão (seguidor dos passos de Jesus Cristo, e /da sua fé), e por isso dedicado a Ele. Quando começa com uma eucaristia para recordar a importância dessa vida na nossa, todo o dia, e a semana, corre de forma diferente. Quem o sente como eu, sabe como é verdade o que digo.

 

O dia de hoje foi particularmente especial porque se celebrou a festa do acolhimento, em que a comunidade se abriu para receber os novos catequizandos, as meninas e os meninos que agora retomaram a fé cristã, que se acendeu com a luz do batismo.

 

O Sr. Padre Marcelino Marques, o meu amigo Padre Marcelino desafiou-me na reunião com os pais no início deste ano letivo, que assumisse a turma que seria composta por estes novos caminhantes na fé, e eu, que tanto tenho a agradecer a Deus, sobretudo depois do meu acidente de 2011, e de ter frequentado um curso de cristandade, claro que não pude dizer que não, porque jamais poderei virar as costas, à força que me ajudou a reerguer.

 

O primeiro passo foi tentar reunir os nomes dos matriculados no primeiro e segundo anos, que devido à questão da pandemia do Covid 19, e ao escasso número, serão reunidos na mesma turma. Estando na posse deles, escrevi uma carta aos pais a apresentar-me, a pedir o seu consentimento/autorização para que os filhos fossem meus catequizandos; e a questioná-los qual seria o dia e a hora mais oportuna para que a sessão ocorresse.

 

Como os meninos têm a situação do futebol no nosso GDA, e existem atividades extra-curriculares a desenvolver, chegámos ao consenso da quarta-feira, que obstava a que pudesse continuar a assistir à missa da meia tarde, mas eu aqui nesta questão, como era o elo que menos importava, e eles sim eram o fator preponderante, para esse dia ficou.

 

Como era importante retirá-los do ambiente onde passavam praticamente todo o dia, tentei pedir o espaço da antiga Ludoteca à Junta de Freguesia (em frente), que prontamente se disponibilizou a acedê-lo, ainda na figura do presidente Sr. Silvestre Andrade. Contudo, para consideramos essa hipótese, ela tornar-se-ia morosa com o transporte das crianças, e pior que isso ainda, fomos informados que a autarquia não se responsabilizava por o garantir sempre que fizesse falta, porque a essa hora, os motoristas encontram-se todos ocupados a fazer essa tarefa de entrega das crianças em casa.

 

Como não disponho de cadeiras para o fazer por mim, e como tentámos a deslocacão, por uma ou outra vez, a pé (tendo percebido que seria difícil e moroso), optei por fazer uma carta ao Sr. Presidente do Conselho Diretivo do Agrupamento de Escolas de Marvão, no sentido de solicitar a que a catequese decorresse nas instalações daquela escola. Como felizmente o parecer assinado pelo Sr. Prof. José Maria foi favorável, assim as coisas têm decorrido desse então, sensivelmente desde outubro do ano passado.

 

Se aqui expressasse que as coisas têm sido fáceis, que tudo tem sido lindo, e corrido às mil maravilhas… estaria a mentir. Mas este tem sido um processo altamente enriquecedor, tanto para mim, como para eles, e o poder vê-los a crescer como se de uma plantinha preciosa se tratassem, é verdadeiramente único.

 

Com esta nova hipótese analisada à distância, tudo fazia antever que não seria fácil: o fato de ser no mesmo espaço onde permanecem durante todo o dia, a fato de ser mais uma aula, com a duração de sensivelmente de 50/60 minutos, apesar de não haverem avaliações, mas o terem de estar ali “encerrados”, é muito penoso e não sei se será por isto eles insistem em tratar-me por professor Pedro. J Compreendem o que digo?

 

Mas a par e passo, dia a dia, semana a semana (e já passam das 18 sessões), eles vão aprendendo os meus métodos (quando um fala, o outro ouve, até porque pode estar a dizer algo que pode vir a ser importante para ele/ela – porque no início era uma algazarra que não imaginam!) e compreendendo que a minha catequese é um espaço de partilha e aprendizagem conjunta, onde falam sobre o seu dia, a sua semana que passou, em que leio histórias da bíblia, vemos vídeos do youtube para crianças, geralmente da Educris (Educação Cristã), onde aprendem e debatemos sobre um tema importante para o seu dia a dia e a sua vida (integridade / lealdade perseverança / justiça  /amor / respeito), onde cantamos (levo sempre a viola), brincamos e rimos.

 

Confesso que já tive tempos muito duros (sobretudo no final do período letivo), já tive momentos em que temi não conseguir fazer nada deles, e em que bem contra a minha postura de vida, estive para deitar a toalha ao chão, e mandar tudo para o ar, mas aí, nessa altura, o meu amigo Padre Marcelino, ajudou-me a focar, a centralizar minha missão catequética, e tudo passou. E ainda bem que assim foi!

 

Dos muitos que começaram, muitos foram saindo devido à seleção natural da vida, e ao fato de muitas famílias se terem desconjuntado. Estas e estes bravos seguidores de Jesus que ficaram, são um dos meus motivos de alegria e felicidade.

 

Agradeço também muito aos pais, pela confiança. Com estes, tenho vontade de caminhar com eles até ao altar, em que provem finalmente o pão de Cristo (mas quilo sabe ao quê, professo?!?!?!?

- A pão! J )

 

O meu sonho é que no futuro, quando forem mais velhos e passarem por mim, me dispensem uma saudação calorosa e sintam: este foi importante para mim.

 

Eles também o são para mim.  













Agradeço às mães, pela recolha de testemunhos, em especial à Maria João Farinha, que registou as imagens e os vídeos que ficaram com melhor definição, por isso são os escolhidos. Bem hajam!