quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Amanhãããã vou falaaaaarrrreee aaaaa cantaaaaaarrrreeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee aaaa veeeerrrr sseee prrrreeeeesssstaaaaamm aaateeeencãããoo à ggeeeeennnnttttteeeeee eeemmmm Maaaaaarrrrvvããããããaooooooooo



Dia feliz porque o cante alentejano foi reconhecido pela UNESCO como património da humanidade. O cante agora é de todos… mas é nosso. Aquilo somos nós. Aquilo que o extraordinário filme do realizador Sérgio Trefáut mostrou na estação da Beirã neste Verão, levou hoje o selo de qualidade que merecia. Aquele sentir, aquele respirar onde cabe a tradição árabe, judaica e cristã já é de todo o mundo.
Para as coisas serem bem feitas, se eu mandasse, amanhã os serviços públicos de Marvão atenderiam todos os utilizadores em modo cante alentejano. Imaginem a GNR, por exemplo. Isto para ver se aqueles azaméis da UNESCO percebiam o erro que fizeram ao dar a indicação que a nossa terra não poderia ser património do mundo, também.
Juntar o útil ao agradável.
Pode ser que por aí já lá fossem.

 — a sentir-se cantor.

O tempo e a plantação no buraco do tempo


O grande Woody Allen que me desculpe o roubo e adaptação ao universo do vosso tio favorito mas:

O Anthímio já foi (há dias), agora o Sousa Veloso foi também e eu já não me estou a sentir lá assim muito bem. (que nem jantei, ainda cheio do extraordinário cozido à portuguesa que comi hoje ao almoço no restaurante Varanda do Alentejo, em belíssima companhia feminina, todas lindas mulheres e um amigão daqueles).



Dos desaparecidos, paz à sua alma, homens bons e grandes comunicadores. Agora nunca mais vou saber quando e como podar a laranjeira que tenho no quintal e se hei-de ir trabalhar de galochas ou de havaianas.


E aquelas patilhas, meu Deus... que saudades...

Amanhã chove, Timmy. :(
Pois chove?

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Ó fachavor: era para ver o preso 44. E despache-se!

Saiam da frente! Ó que horror! Fascist... (ai já não há?!?!?) Horríveis, prontos! 

E eis que Mário Só  ares, o paladino da democracia, foi visitar o seu amiguinho a Évora. Claro que ele, o defensor acérrimo da democracia e da justiça, arranjou logo maneira de entrar no xilindró num dia em que não há visitas. Pode não haver visitas para os demais mortais neste dia mas para ele, o pai de tudo o que é livre e bom em Portugal (segundo o que diz), era coisa pouca e nem sequer se perguntava.

Ahhhh valente! Prá frente camarada! Não te achiques!

Às primeiras palavras, disse que era tudo uma farsa, uma coscuvilhice, uma pouca vergonha e até puxou pelos seus galões de jurista: “esse juíz (de trazer por casa…) que meta bem a mão na consciência porque eu também percebo de leis e isso não é assim por “dá cá aquela palha”; disse numa ameaça de fino recorte.”

Ai Marinho, Marinho… a dizer claro que o seu amigo é inocente quando tudo aponta para o contrário… As peças vão-se juntando no xadrez e por muitos erros e defeitos que tenha este governo, que os tem (claro!), está-se agora a mexer na merda como nunca antes e isso deixa-me satisfeito e tranquilo. Durmo mais descansado e faz-me acreditar que as minhas filhas vão crescer numa sociedade mais justa que a minha. O que é bom.

Péraí! Vou filosofar: Huuuuuuuuuummmmmmmmmmmmmm...

A desgraça alheia nunca me satisfez, mas não deixaria de ser curioso ver os dois a emocionarem-se na cela com toda esta cena, como confessou. O Joselito sabendo das movimentações do carcanhol para os avecs, fazendo-se coitadinho; e o velhinho, de tão gagá, que está já, a revoltar-se com o óbvio.

Tás a ver, Zé? Também já me fizeram a folha. Olha que ainda cheguei a isto...

Tu ainda lá podes ir...  

Perguntaram ao empregado de um cafézito nas redondezas como é que estava a correr o negócio. “Óhhh… maravilha! Havia era de cá ficar muito tempo”. O meu santo…



quarta-feira, 19 de novembro de 2014

XXXI Feira da Castanha - A reportagem pelo enviado especial tio Sabi

Post dedicado à Dona Maria do Céu Roque (e companheiras, sem as quais ainda estaria tudo desarrumado), jardineira do Município de Marvão que me perguntou mais que uma vez pelo blogue. Se já estava pronto… Hoje fica, miga. 

"Ah... até que enfim! Estava a ver que não... Nunca mais acabavas isso, Pedro"

Constatação de uma realidade e reconhecimento para deixar na mesa do editor: este texto está atrasado. Ponto. Noutra altura (na era A.A.- antes do acidente) estaria pronto na noite seguinte à feira porque o material (fotos e notas cerebrais) já estava todo na redação. Apesar do ordenado ser parco, o brio profissional mandaria, ainda que em regime de voluntariado, ser profissional e mesmo que dormisse apenas 4 ou 5 horas, estaria pronto para entrar nas rotativas, a tempo de sair no dia seguinte.
Mas vivemos na era D.P. (depois do acidente) na qual o cansaço acumulado ao final do dia faz com que as pálpebras pesem quilos e a sonolência ganhe terreno à consciência. Este repórter do quotidiano sente-se agora assim, naquela hora sempre esperada, quando as damas recolhem aos aposentos e fica com a noite toda para ele, (entre as 10.30h e as 2h/3h); infeliz e sem capacidade de a aproveitar. Mudam-se os tempos… limitam-se as vontades.
Sinto-me muita vez e cada vez mais como um super-herói que começa os dias com a carga de energia sempre no máximo para depois, à medida que o dia se aproxima do fim, vai-se esgotando. Mas deixemo-nos de lamúrias e avancemos, que há muito para contar


Pois a mim pareceu-me naquela conversa de família pós um almoço convívio qualquer que estavam a colocar a minha pouca vontade em colaborar com preguiça e isso não me pareceu bem. De todo. Não gostei, prontos. E como tenho um feitio difícil (um mau feitio por demais conhecido por todos), amuei. Prendi o burrinho porque nunca foi esse o caso, de todo. Baldas não sou e nunca fui. Acontece (e a verdade é) que um gajo é uma autoridade que anda sem pistola e sem cacetete mas pertence à Autoridade Tributária e Aduaneira e por isso é uma. Maneiras que o que dizia eu é que não podia habitualmente andar a trabalhar para servir o fisco, o Estado e as pessoas de bem; mas depois meter-me atrás de um balcão a vender porque não joga. Não fica bem.

Mas… fiquei a pensar na coisa uns dias, com a pulga atrás da orelha. A verdade é que a ir, eu iria apenas ajudar. Não mexeria no dinheiro que esse estava guardado ao caixa / co-sócio gerente, santo sogro, João Manuel Lança que estava incumbido das massas, das senhas na registadora e da escrita que sempre foi a vida dele. Eu seria apenas um amanuense, uma garota de balcão da lanchonete, uma carinha laroca incumbida de bem servir para a satisfação da clientela o que não é crime nem vai contra código algum. A aventura seria desenvolvida sob a égide da actividade independente das “Delícias da Avózinha” (santa sogra), a bem saber fabricar sabores de antigamente (doces, escaldados, licores e muitos afins) na avenida 25 de Abril em Santo António das Areias, desde 2004, devidamente coletada e em dia. Nesta investida castanheira seria destacada num espaço pré concedido e acordado na feira. Onde contaria com o prestimoso apoio do grande carteiro/padeiro meu santo vizinho Mário Guedelha, que bem conheci quando era miúdo e ele desempenhava essas funções na padaria do Sr. Maridalho, na Beirã, quando ele ainda tinha os dez dedos na mão, antes de ter inventado os cachorros quentes quando se esqueceu de um dedo indicador dentro de um.

Foto de família de 2014 dos empresários com os artistas
Pois eu cá enchi-me de coragem e deitei-me às brasas. Como descaramento nunca tive, foi só um passinho e em menos de nada, estava no filme. Entrei logo no turno da manhã que durou todo o sábado e se prolongou por todo o domingo com cerca de 8 horas a pé por dia. 16h no total do fim de semana num tratamento verdadeiramente aconselhável para um bacano que foi duas vezes à faca pelas hérnias discais. Fez-se. Sem dor, muito movimento e boa disposição que tristezas não pagam dívidas e era preciso chamar a clientela com animação.



O espaço era verdadeiramente simpático, num sítio de passagem embora eu tenha a opinião que desde que o produto tenha qualidade, como o nosso, e haja simpatia no atendimento (por demais evidente), resultaria em qualquer lugar desta feira. Desta e em qualquer outra se a gente se metesse a jeito de fazer vida disto. Mais trabalhosa mas de certeza que seria mais rentável e mais feliz.

Se me ia meter na empreitada, teria de meter o meu toque na coisa. Toque controlado pelos patrões mas um toque a la Sabi. A parte gráfica seria extraordinariamente importante, como é sempre, e nisto aqui, como em tudo, quando nós não sabemos, temos de nos rodear de quem sabe. Contatei assim o meu amigo Miguel Patrocínio de Nisa, um camba que vem já dos tempos de liceu e é artista na arte. Nesta e em muitas outras. Animador, agitador e músico, é um companheirão da melhor estirpe nisorra e onde ele está, está-se sempre bem. Pois o Miguel e eu trocámos mails, fizemos provas pela net e ajustamentos por telefone até que resultaram duas lonas que chamavam e davam um ar de sofisticação ao trabalho e um preçário que acabou por ser um importante chamariz, também.




Sendo uma especialista em doces (e eu acho é em tudo o que faz mas como sou suspeito…), a sogra optou neste ano depois da experiência feliz do ano passado, por ter dois espaços abertos: um destinado à doçaria e aos licores, e um outro onde se lançou em força às pizzas de castanha que não eram mais que pizzas comuns mas feitas com ingredientes diversos (quadrado grande com seções vegetariana / chouriço / fiambre e cogumelos) mas cuja massa era realizada com farinha de castanha e pequenos pedaços das mesmas para lhe dar o típico sabor, numa massa de criação exclusiva. Antes dos espanhóis terem trazido a batata da américa latina para a dieta europeia no século XVI, a castanha, um fruto local, era utilizada com esse propósito e de acompanhamento. Foi um regresso ao passado e às origens que marca um ano de lançamento e onde o segredo primou como sendo a alma o negócio. Podem vir outras atrás mas nós fomos os primeiros e isso marca.






 
Se os doces metiam vista... as assistentes de venda Célia e Paula Lança, não destoavam na envolvência e convidavam a um docinho













Bolsinhas de cheiros por carinhas lindas: Matilde Costa, Leonor Sobreiro e Maria Dias


Com os mestres atrás do bonito armário antigo que estabelecia a divisória para o público, fiz parelha de balcão com meu cunhado Bonito e formámos uma dupla que parecia talhada para o sucesso. Até parece que Deus nos junto como cunhados por causa disto. Correu muito bem mesmo e a Dona Rosa provou que sabe muito mais que dedicar-se aos cabelos e se a coisa continuasse, as bifanas de Vendas Novas que se preparassem porque eram capazes de ter os dias contados que as dela eram demais.

Os genros garçons
Ó Dona, olhó pão de castanha com chouriço. Acabadinho de sair e vai esgotar...


No sábado o tempo esteve terrível e foi um dos piores anos de que me lembro. Muito frio, muita chuva e muita gente de guarda chuva em punho e malinhas às costas, que não havia dinheiro, nem vontade de comprar. Ainda assim e apesar de tudo, muita gente que as excursões estavam previamente marcadas e pode faltar dinheirinho para tudo mas a barriga não tem culpa e está habituada a comer de 4h em 4h. Ou menos.







A hora de ponta começava bem cedo, pouco passava do meio dia e ia até depois das 3h / 4h. Incrivel como os hábitos dos humanos os faz sempre mover em carneirada e bastaria uma antecipação ou um atraso para fugir às filas que chegaram a ser no nosso caso de muitos metros. Filas muito grandes mesmo mas que não intimidaram e antes se desfizeram à medida que os clientes iam saindo satisfeitos. Já queriam um Mc drive de pizas no pelourinho mas as obras começam só para o ano.

Pelourinho que esteve visivelmente desaproveitado e foi vítima da má gestão autárquica de quem distribui as animações pelo espaço. Um espaço nobre e central da vila onde o artesanato/animação deixou muito a desejar. Vivemos em democracia: manda quem pode, critica quem quer. Eu nunca deixei nada assim à balda quando comandavas operações e custa-me o desleixo mas…







Um dos herdeiros do império pizzeiro está bem entregue em termos de fervor clubístico, como todos os outros.
Assim até dá gosto.


No domingo, o sol rompeu para reinar e a alteração climatérica do mau tempo de sábado para o reerguer das esperanças no domingo fez-me até pensar que poderia ser/ter uma alusão política, de um fim de ciclo que se está a fechar e de uma novo amanhã que nos pode devolver as esperanças a todos os que acreditam na nossa terra. De resto, sabem como sou muito místico e um gajo que vai muito nesta do acreditar.  E o domingo foi muito trabalhinho e apenas alguma animação quando pude ir visitar a tenda e me apercebi da extraordinária performance dos Voodo Marmelade que me conquistaram à primeira audição de uma cover do “Ring of Fire” do Johnny Cash, arrematada pelo “Dirty Old Town” dos Pogues (Um beijo Franciscus Serôdius). Muito bom. Parabéns Hernâni.






Foi um fim de semana daqueles à antiga portuguesa, quando andava em alta rotação nas lides artísticas, em que chegamos à porta do serviço na segunda de manhã e suspiramos por termos a certeza que vamos encontrar um ambiente calmo onde podemos estar sentados e a trabalhar sem filas e sem ouvir barulho.

Foi bom. Ajudei e senti-me bem. Venha o próximo!

E para fechar este post de elaboração muito trabalhosa mas que vale a pena para ficar registada para a posteridade, quatro apontamentos musicais com duas bandas residentes deste espaço de venda de produtos locais que se destacava de todos os outros criados propositadamente para a feira por ter bandas ao vivo: os Mimo´s Dixieland Band de Águeda e os grande Domingos e Dias Santos, da vila de Nisa, o centro do mundo (qual fronteira, qual quê!

Malta, para o ano vai haver fundos europeus para um dvd ao vivo e o mesmo deste ano: comida e bubida pra todos!

Ó patrão: serves mais uma gulodice dessas, pões-me a falar e até digo uma asneira.

Tocando o clássico "When the saints go marchin' in"

Tremenda jam session das duas bandas residentes nas Delícias d'Avózinha em total delírio, união sentimental e musical

Eu vou, eu vou, lá prás Delícias d' Avózinha...

Muito boas noites, senhoras, senhores...  ( e até à próxima!)