domingo, 19 de abril de 2020

Um mundo: Juntos em casa _ contra o Covid... marchar, marchar!


Olhem, lamentavelmente, ontem não consegui acompanhar o megaconcerto solidário organizado pela Lady Gaga em direto porque…  por volta da meia noite… chega a minha hora da Cinderela e essas aventuras de um gajo ficar noite fora a ver televisão… já foram.

Mas amante da música e deste mundo do showbizz, não poderia deixar de ver, não é? De forma que hoje, num dia que me consagrei de férias do estudo tributário em que tenho andado envolvido, claro que não descansei, enquanto não o vi. Afinal, este festival virtual "One World: Together at Home", que reuniu grandes nomes do mundo do espetáculo que se uniram para homenagear aqueles que estão na linha da frente na luta contra a pandemia do COVID-19, conseguiu angariar 127,9 milhões de dólares!!!

Consegui descobrir esta versão no facebook que se assemelha mais à versão que vi, transmitida através da TVI, porque na net, há diversas versões, com outros artistas. Esta, para além de muitos testemunhos, imagens, e relatos, tem uma Lady Gaga surpreendentemente sóbria e discreta, a principal organizadora deste evento, a abrir com uma versão do Smile do Charlie Chaplin (!), como que se fosse um grito de esperança para o mundo.

Depois chegou o grande Stevie Wonder, que não consegue já esconder a passagem do tempo, no aspeto e na voz, que se uniu ao coro com um galvanizador “Lean on me”. O Elton John que se segue também não consegue esconder que os anos passam… e pesam, mas o seu “I'm Still Standing” é pleno da garra, pujança, e palavra que me chegou a emocionar. Que coisa linda! Este seu grito de quem ainda resiste de pé, será certamente dedicado a todos os que ainda lutam contra esta enfermidade, e aos profissionais de saúde, que não baixam a guarda.

A emissão adoça com os namorados Shawn Mendes & Camilla Cabello, que protagonizam um lindíssimo dueto interpretando “Wonderful World” de Louis Armstrong. Segue o grandioso Eddie Veder, a interpretar a solo, ao piano, “River Cross”, do seu novíssimo disco a solo, “Gigaton”. Para quem cresceu a ver aquele vocalista cabeludo dos Pearl Jam, que fazia stage dive nas atuações ao vivo, quando saiu o seu seminal “Ten” (que ouvi tantas vezes, até à exaustão), nunca imaginou, 30 anos depois, vê-lo assim, ali, a solo, a tocar ao piano na sua casa, enquanto eu estou sentado na casa de família onde vivo.

Esperava novas vozes, verdade, e a Lizzo, com "A change is gonna come”, (hope so), encheu-me, numa prestação encantadora.

Também esperava monstros consagrados e os Rolling Stones, que o puto Sabi viu pela primeira vez em Alvalade, em 1990, com “(You) Can't always get whay you want” foram uma perfeita delícia, apesar do Keith não estar ao tocar um cú, e da banda detrás ser por demais evidente. Eu adoro aqueles homens e merecem tudo só por conseguirem ainda estar vivos, quanto mais!


Em Lisboa foi assim, mais ou menos, que eu lembro-me…

Também adorei a versão do clássico “Stand by me”, do Ben E. King, protagonizada pelo
John Legend e pelo Stan Smith, longe, mas tão perto. Sempre clássico e infinito foi o arrepiante  “When September ends”, interpretado de forma maravilhosa pelo grande Billie Joe Armstrong, dos Green Day, a solo, à viola.

A esfuziante Billie Eilish tem então uma interpretação encantadora do clássico “Sunny”, acompanhada pelo irmão Phinneas ao piano, num entendimento impressionante.

Antes de fechar, a lindíssima Taylor Swift, também um nome importante nesta organização, cantou a solo, ao piano, mostrando que talento e beleza também jogam, e quando assim é, fazem o pleno!

A versão que eu poderia ter visto ontem, e que hoje pude, tranquilamente, degustar termina com um final apoteótico, q.b., com cada um em sua casa, com a Lady Gaga, o Andre Bocelli, e a Celine Dion, ao piano, interpretando um tema não tão conhecido, mas ao qual dão, neste contexto, uma versão galvanizadora! Que assim seja!

Vejam que vale a pena! Bon apetit!




quinta-feira, 9 de abril de 2020

Devaneios da caserna

Nestes dias de pandemia, em que todos pedimos, os que acreditam e não, que ela passe ao lado e nos poupe (a luta pela sobrevivência é uma constante inata do ser humano), vivemos confinados como jamais antes, e nunca esperámos vir a estar um dia.

Vou trabalhando, estudando, fazendo o que tem de ser feito, mas de vez em quando vou-me entretendo no meu recreio online onde confraternizo, tenho o meu espaço, e dou largas de mim, porque viver com 3 mulheres, apesar de serem as que eu mais quero no mundo, e às vezes já não sei se elas me querem assim tanto bem a mim (fazem cá com cada complot!), é… obra!

Alguns destes vídeos já não devem ser novos para todos, mas como gostei tanto, gostaria de os “colar” aqui, para que fiquem.

Estudam tanto na busca do tal medicamento, da tal vacina que seja capaz de todos salvar, e afinal a cura… está aqui à mão. Perdoem o linguajar mas o homem é do norte, carago!


E há também a versão das beiras…


Quando puxa ao som, também é agradável e libertador:

Certa noite… “Hoje, apetecia-me ter umas colunas poderosas capazes de debitar este som na rua ao ponto de rebentar com as janelas todas, incluindo as minhas!!!, assim ao estilo do poder de um avião jumbo; e ir dançar para o meio dela em tronco nú, com a palavra COVID 19 escrita no peito, riscada a vermelho vivo de um lado ao outro, enquanto gritava também bem alto: F... YOU!!!! I WON'T LET YA DO WHATCHA WHAT YOU TELL ME!!!!!!!!!!
Depois era internado e acabava tudo.

(que som poderoso! Aqui com um Zack de la Rocha estranhamente abaixo da garra dos colegas, sobretudo ao início (foi crescendo e acaba em ombros), mas com o Tom Morello em grande, tal como o baixista e baterista. Isto é mesmo a banda sonora ideal para retratar os piores cenários apocalípticos em Itália, e Espanha, com que somos confrontados nos noticiários, todos os dias.)
BURN IN HEEEEEEELLLLLLLLLLLLLLLL!!!!!!


Outra pérola para animar as nossas noites, porque com o vosso Tio Sabi de Dj, a música é outra: desta vez, o fabuloso, mirabolante e hipnótico circo dos Rolling Stones serpenteia em devoção ao diabo, com o malogrado Brian Jones nas maracas, o John Lennon completamente fora, já com os Beatles em curva descendente, tripando como um louco, e se não houvesse amanhã.

A música... a MÚSICA... esta música já acabou, para mal dos nossos pecados.

Se agora quem dá concertos e enche estádios, são os meus colegas Djs...

Olhem, METAM MAIS ALTOOOOOOOOOOOO e curtam bem!!!!!!!!

A domaniiiii...


Ontem num puro exorcismo destes tempos terríveis: "When the music is over" pelos únicos mestres absolutos, no seu pico de carreira, no seu habitat natural: on stage, no “Whisky a Go Go”, em Los Angeles

Hearing the scream of the butterfly...

Amando este Jim lindo de morrer, nos seus rebeldes vintes e muitos, com as calças de cabedal bordeaux, o cinto clássico e a camisa branca, repreendendo o público com um delicioso "is this the way to behave in a rock'n'roll concert... "

O que teria sido se não tivesses partido assim, meu monstro sagrado... Respect...

Aqui numa versão do original, gravado a preto e branco, do extraordinário projeto colouring the past.

domingo, 5 de abril de 2020

Longa se torna a espera...



E prontos, vivemos dias em que a grande merda está armada, e não foi preciso uma invasão extraterrestre, com montes de naves a aterrarem em todo o globo, a vomitarem homenzinhos verdes com olhos no sítio onde supostamente deveria ser a testa, com muitos braços a saírem de todo o lado, ou aventesmas gigantes a babarem-se de um verde tóxico radiativo que furava o globo daqui à Austrália, que fica dizem que fica do outro lado, abaixo de nós.



Dizem que é uma merda de um vírus, ainda por cima com um nome de poucas letras, começado com a letra c e terminado em ona, dando azo à vil verborreia de quem nada sabe dele, mas que o odeia cada vez mais, pelos danos… irreparáveis, digo eu, que está a provocar na nossa maneira de ser.

Desde pequenino que sempre me ensinaram… ó Pedro, dá um beijinho! Ó Pedro… dá um passou-bem ao senhor… e o Pedro, bem educadinho como sempre foi, dava.
Hoje… se fosse hoje, FOGE-TE! É que esta manigância é de tal forma perniciosa que quase sem nos darmos conta, passámos a viver com medo uns dos outros, e já ninguém consegue falar para quem está à sua frente, aos dois metros de distância de segurança, claro!, sem no subconsciente estar a magicar se estará perante um destes novos leprosos, que até podem ter um aspeto do mais natural possível, mas que têm já o mal a minar-lhe todo o interior, como se de um cancro se tratasse.

E “obrigam” entre aspas a gente a ficar em casa, a estar em casa, a permanecer em casa, e mesmo quando vivemos com as pessoas que mais amamos no mundo, a que escolhemos, ou nos escolheu a nós, e as que gerámos, o ar começa a ficar… tão pesado que se torna quase irrespirável, ó valha-me Deus!

Como o meu pai sempre dizia, “cada um é como cada qual”, e eu só depois vim descobrir que o resto da frase que ele tantas vezes proferia e nunca terminava, é: “e cada qual é como a p*** que o pariu”, as pessoas, por mais que se amem, precisam de espaço.
Espaço.
Essssspaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaçoooooooooooooooooooooooooooooooooo, percebem?

Espaço para ter a sua área de existência, para respirarem, para serem elas. Eu tenho a sorte de viver com 3 mulheres e… tenho a sorte (ou não!) de perceber que a forma como os cérebros masculino e feminino funcionam, é de maneira diferente, não me venha cá com porras!

A qualquer coisa, qualquer ínfima divergência que surja nesta contingência completamente contra-natura em que vivemos, o dROCAS fica de um lado, e as 3 fêmeas agrupam-se todas do outro lado, como se fossem gladiadoras em fileira perante a fera que as quer devorar no circo de Roma, com uma naturalidade estonteante, e impossível de contestar.

Ahhhhh… coitadinho…

AHAHAHAH… eu (ou nós) vi(mos) logo que iria ser assim…

Opá, pai/ou marido, tu não estás a ver bem… (em coro)

São muitas das lapidares com que tenho de me habituar a viver, para que não hajam muitas ondas. Por isso, aprendi a tolerar a quase sempre presente SIC Mulher no ecrã principal cá de casa, ou o programa de casamentos às cegas nos States, em que as donzelas escolhem o marido de entre diversos candidatos, e vice-versa; ou a paixão pelo futebol da mais pequena, que me passa a tarde a ver jogos do Benfica (menos mal) como por exemplo este que dá agora, contra o PSV, para as competições europeias há 10 (!!!) anos atrás, ainda com o Gaitán, o Saviola, o Luisão, e o J.J…. MEDO!!!!


Por falar em bola, se me dissessem a mim, ou a qualquer um do vocês, há 1 ano atrás, que haveria de haver uma cena qualquer que faria parar o campeonato nacional, assim do nada, semanas sem fim à vista, eu diria logo que só poderia ser uma guerra nuclear despoletada por um míssil qualquer marado daqueles que atravessam o globo e caem do outro lado com uma margem de centímetros, mandado pelo maluco do coreano, ou pelos barbaças iraquianos que prometem a morte do abrasado do amaricano, que responderia de imediato.

Semanas sem futebol?!?!? Semanas sem aquele pica constante do ganha/não ganha, sem a picardia de que eram feitos os nossos dias, sem aquela bulha diária os jornais, sem as nossas tardes/noites no nosso Chocolate (a.k.a. Pastelaria Caldeira) a saborearmos as nossas babosinhas sempre a escorrerem espuma branquinha pelo copo e depois balcão abaixo até ao pratinho de tremoços, ou amendoins? NUUUUUUUUUNNNCCAAAA TAL!

Depois, eu que vou vendo as notícias nos meus pequenos aparelhos, evitando que as pequenas se apercebam da gravidade e da monstruosidade deste tsunami, fico sempre boquiaberto e agoniado com as autênticas guerras civis em Itália, primeiro; e agora em Espanha, que me fazem sempre temer que esta avalanche, mais tarde ou mais cedo, virá desembocar neste ponto mais baixo da Europa.
Se pensar nas Américas, no bronco do presidente de raposa morta na cabeça que só se lhe vê o rabo, que manda meter máscaras mas que diz logo a seguir que ele próprio não o fará, e no indescritível Capitão Resfriadozinho… piora!

Cada vez mais me convenço que as teorias da conspiração, a aparecerem, fazem agora mais sentido que nunca. Todos já sabemos que para o mundo, esta nova pneumonia surgiu em Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China, num daqueles mercados de animais vivos em que os gajos comem tudo aquilo que mexe. Mas cá para mim, essa teoria que envolve um pangolim a fornicar com um morcego, ou vice-versa, que originou esta desgraça à escala mundial… não cola! Opá… pelu amôr dji DDDDEEEEEEUUUUUSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS…
Os chinocas duram que se fartam, comem muito pouco, só coisas que não fazem mal, e esses bacanais inter-espécies, devem ser coisas usuais há milénios.


Um panglim é isto...

Este sabem o que é. É pichalhudo mas...naaaaa

Já vos falei naquele médico com idade avançada que trabalha numa das frentes de batalha em território nacional, no Porto, e sobre aquilo que ele disse, creio que na RTP? Pois o Sr. que lida, e sempre fez toda a sua carreira, com as doenças infeciosas, e as lesões por elas provocadas no corpo humano disse que já lutou contra a gripe A (que me levou o meu Chefe e querido Amigo António José Correia, de Nisa, paz à sua alma boa!), com a gripe das aves (barraca da China e tudo aquilo que eles comem, outra vez), com o Ébola (em que os manos rebentam todos por dentro e deitam sangue fora, das orelhas ao olho do cú), e nunca viu nada com o poder disto. Para ele, o Corona Vírus, É O Vírus.

Muita coisa pode dali nascer, podem existir mutações, os medicamentos que amortecem o efeito e a vacina podem tardar, e uma coisa está a ficar certa: nunca mais nada vai ser igual! Como disse, se o vírus pode ficar sei lá quantos dias nas estradas, também pode ficar perfeitamente numa nota, ou numa moeda se um contaminado lhe tossir para cima. E aí, todo este nosso mundo vai ruir e… não faço ideia do que poderá vir depois.

Agora acordo sempre sozinho porque falo alto de noite, a pequena assusta-se, e a mãe vai fazer-lhe companhia. Como não falar de noite?!?!?

Porra, onde é que eu me imaginei metido numa destas?!?!?

Eu sonho é com uma tarde das nossas, com o meu pessoal, no nosso sítio… mas depois penso naqueles que estão de barriga para baixo, ligados aos ventiladores, sem verem ninguém… penso naqueles que já foram… e nos seus familiares que nem sequer se puderam abraçar uns aos outros, e só me apetece chorar. Se ao menos conseguisse…