Nós, os portugueses, somos um povo do caraças. Tudo toleramos, ó camandro!
Tenho televisionado as reportagens sobre as filas intermináveis nas lojas da Via Verde, onde centenas e centenas de condutores pacientemente aguardaram a sua vez para adquirirem o aparelho que lhes vai passar a cobrar o que até agora foi de borla.
Metros e metros de bicha (eu sei que não se deve dizer assim mas eu gosto da expressão, o que é que querem?), bichas intermináveis, bichas sem fim e o Zé Povinho ali prostrado, com a cabecita entre as orelhas, a meter-se a jeito para o “encavarem”. Paciente. Submisso.
Mulheres com filhos pequenitos, crianças de colo que não puderam deixar no infantário, homens de todas as idades, vidas empatadas, negócios parados, trabalhos adiados à custa daquilo. Pessoas que passaram o dia anterior na fila apenas à espera de senha, que regressaram conseguindo ainda sorrir, dizendo que têm expectativa de ser atendidos porque senão… terão de voltar noutro dia. Que remédio…
Alguns reclamam mas reclamam baixinho, só para o filme… que a capacidade de atendimento é pouca para tanta gente, que a fila anda lentamente, que se passa a hora de almoço, de jantar e um gajo nem uma sandezinha de presunto com manteiga e um penálti de tinto pode meter goela abaixo…
Rezam as crónicas que houve malta a sair de lá à 1 hora da manhã.
E eu a pensar…
FODA-SE! (desculpem. Sei que é mal mas há vezes em que tem de ser). MAS ESTA GENTE NÃO SE INDIGNA? NÃO SE REVOLTA? NÃO SE REBELA? NÃO BARAFUSTA? NÃO OS MANDA A TODOS PARA A RAÍZ DA PUTA QUE OS PARIU?
Se há tribunais que aceitaram providências cautelares baseadas na inconstitucionalidade do normativo. Se há motivos para reclamar… se há interioridade, desfavorecimento, se aquela via é a única em condições para se circular…
Espanta-me como é que não aparece ali um maduro que diga alto e bom som que isto é uma vergonha! Que estamos a ser dominados por uma cambada de bandidos que nos esmifram até ao tutano para poderem levar vidas de lordes enquanto nós… os que trabalhamos, os que não fugimos aos impostos, os que nos preocupamos com o nosso país, pagamos a factura sem piar. Eles a esbanjar, a derreter milhões em obras megalómanas que não fazem falta a ninguém excepto aos consórcios que lhes financiam as campanhas, e o povinho que se amole que dos fracos não reza a história.
Eu sei que foram muitos anos de ditadura, quase um século inteiro!, que acabámos por moldar a nossa personalidade social a um nível de submissão e apatia que vão muito para lá do que é aceitável e tolerável mas isto é demais!
Às vezes custa-me a acreditar que somos mesmo descendentes daquela cepa de gajos que tiverem tomates para se enfiarem em barcaças e rumarem mar adentro, desbravando mundos que se acreditavam povoados de demónios de todas as cores e tamanhos, de todos os feitios e malvadezas. Não há na história deste planeta, episódio de braveza tamanha como esse protagonizado pelos nossos patrícios. Vai-se a ver hoje… Não chegávamos a deixar o areal…
Tenho televisionado as reportagens sobre as filas intermináveis nas lojas da Via Verde, onde centenas e centenas de condutores pacientemente aguardaram a sua vez para adquirirem o aparelho que lhes vai passar a cobrar o que até agora foi de borla.
Metros e metros de bicha (eu sei que não se deve dizer assim mas eu gosto da expressão, o que é que querem?), bichas intermináveis, bichas sem fim e o Zé Povinho ali prostrado, com a cabecita entre as orelhas, a meter-se a jeito para o “encavarem”. Paciente. Submisso.
Mulheres com filhos pequenitos, crianças de colo que não puderam deixar no infantário, homens de todas as idades, vidas empatadas, negócios parados, trabalhos adiados à custa daquilo. Pessoas que passaram o dia anterior na fila apenas à espera de senha, que regressaram conseguindo ainda sorrir, dizendo que têm expectativa de ser atendidos porque senão… terão de voltar noutro dia. Que remédio…
Alguns reclamam mas reclamam baixinho, só para o filme… que a capacidade de atendimento é pouca para tanta gente, que a fila anda lentamente, que se passa a hora de almoço, de jantar e um gajo nem uma sandezinha de presunto com manteiga e um penálti de tinto pode meter goela abaixo…
Rezam as crónicas que houve malta a sair de lá à 1 hora da manhã.
E eu a pensar…
FODA-SE! (desculpem. Sei que é mal mas há vezes em que tem de ser). MAS ESTA GENTE NÃO SE INDIGNA? NÃO SE REVOLTA? NÃO SE REBELA? NÃO BARAFUSTA? NÃO OS MANDA A TODOS PARA A RAÍZ DA PUTA QUE OS PARIU?
Se há tribunais que aceitaram providências cautelares baseadas na inconstitucionalidade do normativo. Se há motivos para reclamar… se há interioridade, desfavorecimento, se aquela via é a única em condições para se circular…
Espanta-me como é que não aparece ali um maduro que diga alto e bom som que isto é uma vergonha! Que estamos a ser dominados por uma cambada de bandidos que nos esmifram até ao tutano para poderem levar vidas de lordes enquanto nós… os que trabalhamos, os que não fugimos aos impostos, os que nos preocupamos com o nosso país, pagamos a factura sem piar. Eles a esbanjar, a derreter milhões em obras megalómanas que não fazem falta a ninguém excepto aos consórcios que lhes financiam as campanhas, e o povinho que se amole que dos fracos não reza a história.
Eu sei que foram muitos anos de ditadura, quase um século inteiro!, que acabámos por moldar a nossa personalidade social a um nível de submissão e apatia que vão muito para lá do que é aceitável e tolerável mas isto é demais!
Às vezes custa-me a acreditar que somos mesmo descendentes daquela cepa de gajos que tiverem tomates para se enfiarem em barcaças e rumarem mar adentro, desbravando mundos que se acreditavam povoados de demónios de todas as cores e tamanhos, de todos os feitios e malvadezas. Não há na história deste planeta, episódio de braveza tamanha como esse protagonizado pelos nossos patrícios. Vai-se a ver hoje… Não chegávamos a deixar o areal…
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É pena...
4 comentários:
É tal e qual.
Mas nós merecemos, porque nos conseguimos mobilizar em torno de causas que, por vezes, nem são nossas, ou em torno da Selecção Nacional de Futebol, e eu contra mim falo que também exibi a bandeira à janela e contra o que nos fazem diariamente, a nós que pagamos sem reclamar, que não temos subsídios, pagamos impostos e tudo o mais que inventam, asfixiam-nos e nós deixamos.
Deve ser a isto que chamam a sina dos portugueses.
Quando partires para a luta armada, conta comigo! Abraço.
Olá Pedro!
Foi o que disse no outro dia. Os portugueses gostam de ser enrabados para depois se possam fazer de coitadinhos.
Continuamos a ser um país de familia, fado e futebol...
Meu deus não posso estar mais de acordo ,indignei-me com o que mostraram nos telejornais,e pensei -mas esta gente não se revolta?às 4 da manhã e se calhar já não vai haver senha porque são só 200 e olha tenho que vir cá amanhã se calhar--mas o que é isto????????Parabéns pelo post que está perfeito..luta armada onde???Mas é o que dá vontade,peço desculpa mas (fooooooo..-se)
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