Intróito: Não faço isto para que metam gostos (que podem sair caro, atenção! porque quem não está com o regime, tem de estar na fação inimiga. Sabem como é...) e se tiverem de criticar o que aqui escrevo, que o façam abertamente, sem medos, olhos nos olhos, à homem.
Eu sou de Marvão, eu gosto de Marvão, eu preocupo-me com Marvão e por isso, quando vi num cartaz que iria haver uma sessão pública de debate participativo organizado pelo Município de Mavão sobre que futuro haveria de ter o bairro da fronteira de Porto Roque, a acontecer na antiga instalação da alfândega, pensei logo que iria estar presente e se assim o pensei, melhor o fiz. À hora certa lá estava eu, como se tivesse esquecido (já larguei estas lides autárquicas há 6 anos) como em Portugal (não) se respeitam os horários. Com os tais 20/25 minutos de atraso, lá começou a sessão com uma intervenção do presidente da câmara. Pelo tom, pelo ritmo e pela abrangência recordei os tempos passados e senti-me feliz por ter de por minha única e espontânea vontade ter fechado a porta. Eu sei que sou o desalinhado, um crítico por natureza mas os erros ali foram tantos para quem estava com o sentido de sair dali mais esclarecido que seria algo notável se assim acontecesse. Desconhecia os intervenientes e não só não tinham uma placa identificativa na mesa como tampouco se deram ao trabalho de dizer quem eram, como se nós tivéssemos a obrigação de o saber.
Seguiu-se Roberto Grilo, vice-presidente da CCDR Alentejo que disse sim, que pode haver dinheiro mas que temos de ser nós (câmara/munícipes) a decidir e por isso é que estas sessões fazem falta
Tempo para uma abordagem histórica do local que servia de introdução ao debate e enquanto ouvia o prof. Jorge Oliveira, que certamente é uma sumidade em tudo o que diz, não conseguia parar de me perguntar porque motivo num debate que certamente seria longo para todos os intervenientes (público incluído) numa sala tão grande e fria, não se começou pelo que realmente interessava e nos tinha levado ali a todos. Fiquei feliz foi por não ter decidido ler as 15 páginas que disse ter escrito sobre o assunto. É que… não foi bem a história que nos levou ali, mas sim o que fazer no futuro ao sítio.
Tive que me ausentar por motivos pessoais por uns breves 20 minutos e quando regressei, pareceu-me que não tinha perdido grande coisa.
Vi o Tiago Gaio, Diretor da Areana Tejo dar uma pequena palestra profícua e concreta sobre o objetivo de conseguir aplicar ali um conceito de eco village tenho em vista o respeito pelo meio ambiente e pelo desenvolvimento sustentável.
Apanhei ainda o consejal de Valência de Alcântara que estava em representação do município e do seu presidente, e apesar de parecer simpático e bem intencionado, não conseguiu esquecer o novo que é.
Seguiu-se outro senhor já mais rodado, com outro traquejo e abertura mas que se limitou a apresentar powerpoints?
Reparei então que a tarde ia longa, o meu Benfica estava prestes a entrar em campo e na vida há que definir prioridades.
Saí como entrei. De fininho. Antes do tempo. Sem nada saber, ter ouvido ou discutido sobre o assunto que me levou ali. Sem timings, sem direções certas, sem grandes linhas mestras.
Sei que quem certamente saiu dali vitorioso foi o autarca que teve a iniciativa, quanto mais não fosse porque discutiu o futuro e segundo ele, certamente pensará que envolveu a população (que me surpreendeu até a mim por ser tanta) a tomar uma decisão, que sabemos nós, não foi decisão alguma.
O Benfica venceu por 2- 0. Menos mal.
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