O POST DEFINITIVO APÓS UMA ÉPOCA DE SONHO 2015-2016
Vencedor do campeonato / Vencedor da Taça da Liga / Quartos de final da Champi€€€ns
E
apenas agora, depois de já toda a época ter terminado, posso tranquilamente
escrever e pensar sobre ela. Foi uma época que terminou a… vencer. A vida não é
só feita de vitórias, e muitas vezes é nas derrotas que se vê a real natureza
das pessoas e das instituições, mas deixem-me, os meus amigos apoiantes de
clubes rivais, que me congratule por o meu Benfica ter acabado de conquistar a
terceira Taça da Liga consecutiva e a sétima do historial ao vencer na final,
disputada em Coimbra, o Marítimo por 6-2. Depois do TRI no campeonato, este TRI
na taça da Liga assenta que nem ginjas. Assegura assim uma senda imparável de conquista
de 8 troféus em apenas 3 épocas, o que nenhum clube antes fez ao somar tantos
troféus em espaço de tempo semelhante. O Benfica reforçou assim o estatuto de
clube mais titulado em Portugal, ao conquistar o 78.º troféu no futebol,
fugindo ainda mais ao FC Porto.
Mas
para mim, o momento deste útlimo jogo, nem sequer se passou dentro das quatro
linhas. O momento alto foi quando o grande, o gigantesco Nico Gaitán saiu para
o aplauso geral e, antevendo a sua transferência para o Atlético Madrid por 25
milhões de euros (a cláusula de rescisão é de 45 milhões) levou as mãos à cara
para encobrir as lágrimas.
O
TRI CAMPEONATO
Se
o outro tri tinha sido conquistado há 39 anos, e se eu disser que ainda nem 4
tinha então, o mesmo será dizer que era um feito que nunca me lembro de ter
experimentado antes.
Este
foi um campeonato absolutamente inesquecível e que, para mim, tem que ter uma
leitura a diversos níveis e de vários prismas, para que consigamos
aproximar-nos da dimensão da sua grandeza.
O
Benfica de Rui Vitória conseguiu somar 88 pontos, em 29 vitórias, tendo apenas um
empate e quatro derrotas, superando assim os 86 pontos conseguidos pelo super FC
Porto de Mourinho em 2002/2003, numa equipa de alto gabarito que venceu a Taça
UEFA.
Mas,
este Benfica, estabeleceu também um novo máximo ao nível dos golos, tendo
conseguido somar 88, mais dois do que foram conseguidos na época passada quando
era orientado por Jorge Jesus, que foi agora vice-campeão pelo Sporting. Mas só
vice. O primeiro dos últimos.
Em
matéria de vitórias, o ‘onze’ de Rui Vitória igualou o recorde, as 29 do FC
Porto, do malogrado inglês Bobby Robson, na temporada de 1994/95.
O (JOVEM) TREINADOR
(com 46 anos de idade. A outra puta tem mais de 60. Com a idade deste andava a lutar para não descer da IIª.)
E
é precisamente por este homem, Rui Vitória, por esta figura tipicamente
portuguesa e ribatejana, que gostaria de começar. O nosso mister… é um mister.
Um cavalheiro, um senhor. Um afigura imponente, bem falante, cordata, um
excelente condutor de homens e alguém que compreende o jogo em si, sendo capaz
de mexer nas suas pedras disponíveis para que que seja capaz de alterar o
resultado. Com apenas mais 3 anos que eu (é da esplêndida casta de 70, como os
meus amigos Bonito, Zeca e Nuno Brito), já interiorizou a mística do clube e
compreendeu aquilo que o nosso presidente pretendia dele. Com certeza terá
desafios noutros clubes na sua carreira, tão contra minha vontade, mas este
técnico assume a braçadeira de treinador como se tivesse estado toda a vida a
pensar nela. Fala do Benfica com a força de quem é Benfica. Podem-me chamar
lírico e naif mas eu sei que acredito no que digo. E isso, muitas vezes… é tudo.
Eu já posso dizer com propriedade o que já defendo há muito: queria-o no meu
Benfas como o Ferguson no Manchester… bem mais que 1 década.
Capaz
de estabelecer a ponte entre o Seixal, a nossa academia de formação, o relvado
da catedral e os grandes palcos da Europa, conseguiu lançar essa já certeza
endiabrada de rastas chamada Renato Sanches, que assinou por uns fulgurantes 35
milhões de euros pelo Bayern de Munique que podem atingir mais umas dezenas de
milhar como quem fala de cêntimos. Ele foi, mas na incubadora há lá mais, que
serão rentabilizados em vez de vendidos ao preço da uva mijona, como no tempo
da outra senhora. Ao todo, o clube já arrecadou 32 milhões de euros. Mas
atenção que além destes valores, é preciso contar com o dinheiro relativo às
transmissões televisivas e ainda o proveniente das receitas de bilheteira.
Com
Vitória, para além do TRI CAMPEONATO (não consigo escrever isto com letra
pequena…), acabámos de ganhar também a TRI Taça da Liga e conseguimos atingir
os quartos de final da Liga dos Campeões, o que significa estarmos entre as 8
melhores equipas do velho continente, a jogar com miúdos portugueses
Tenho
de confessar que Vitória me foi conquistando a mim também, com o tempo, que
tudo cura, limpa e clarifica. Ao princípio também fui um dos que pediu Marco
Silva. Queria a juventude, o arrojo, já a mestria de um puto que nunca foi
grande jogador, mas soube entrar com um Estoril destemido que começou a roubar
o título ao Benfica em 2012-13 numa catedral cheia de adeptos fervorosos, desejosos
de fazerem a festa; e conseguiu ter a audácia de lhe sacar um empate, que não
foi de 3 pontos, por um triz.
O (NOSSO BRAVO)
PRESIDENTE
Se
digo que o mister é importante, o nosso Presidente, para mim o mais importante
de toda a história do Benfica desde que me lembro, sabia e tinha o caminho certo
a trilhar.
A
história recente da presidência do meu clube tem sido algo conturbada. Tenho
uma vaga memória do Jorge de Brito, o primeiro de que me recordo, tendo muito poucas
memórias desse seu cargo.
Recordo
mais a fogosa mulher do Damásio que ele próprio; tenho pavor só de pensar no
Vale e Azevedo e recordo com alguma saudade o Manuel Viravinho, ai!, Vilarinho
por nós ter “dado” a nova catedral e por ter ajudado a recuperar grande parte
da nossa credibilidade. Por muito bom que tenha sido o seu desempenho, nem
chega aos calcanhares aquilo que o Luis Filipe Vieira tem dado e devolvido ao
nosso clube. Penso no Seixal e na formação; no extraordinário grito de revolta
dessa magnífica BTV (dona dos Jogos em casa, da Premiership e de muitos
campeonatos europeus, que claro que dorme em minha casa), penso em todas as
modalidades, no apoio que têm tido e por fim, penso nos títulos que é o que nos
move e sinto um orgulho enorme por este Homem.
Eu
imagino a alegria que iria naquele coração no passado domingo, o tamanho do
sentimento de dever cumprido que haverá de ter sentido naquela tarde.
Foi
merecido.
O OUTRO (SUJEITO)
Eu
posso ser assim muita aparvalhado e nunca jamais passar de pobre (no sentido
que tudo o que tenho, que não é muito, se deveu sempre ao meu trabalho, ou a
empréstimos que hei-de honrar), mas se fosse jogador de futebol ou mesmo
técnico de um clube, jamais trocaria esse clube por dinheiro algum, para jogar
ou treinar num clube adversário no mesmo país. Nós não somos putas! Há coisas que
não se vendem! Acho eu que há espinha dorsal e consciência. A minha manda-me
que jamais poderei fazer isso.
Vieira
tinha um técnico em quem confiava. Um técnico que, por dinheiro, o traiu como
Judas Iscariotes traiu Jesus ao entrega-lo. Podendo alegar o fim do contrato
que se aproximava e as poucas alternativas contratuais propostas, mesmo assim não
conseguirá certamente nunca justificar o feito, que o mercenário Jorge Mendes, o
advogado do diabo, sempre na busca de contratos milionários, se encaminhou de
tratar.
Rompido
o lençol para um clube que se dizia em situação de gritante descalabro
financeiro, começaram a chover contratos bastante avultados baseados em fundo vindos
sabe-se lá de onde, que tampouco me interessam, porque eu quero lá saber disso.
Quando
esse invejoso mal intencionado disse que a equipa do Benfica era um Ferrari, que
por causa dele (olhem quem.. se não…) que fez dele essa super potência, tentou
prejudicar e influenciar um colega de profissão alegando que nem treinador era
(quando formação é o que não lhe falta, enquanto ele nunca passou do vão da
escada).
Mas
Vitória e nós, nunca vergámos. Mesmo quando o outro desgraçado dizia que quem
estava a 7 pontos deles é que tinha de olhar para cima, nos não esmorecemos, mantivemo-nos
sempre alerta e acreditámos até ao final em que felizmente fomos bem sucedidos.
Deus não dorme. E escreve sempre por linha tortas.
Sempre muita bem ladeado...
A EQUIPA TRICAMPEÃ (2013-14/2014-2015/2015-16)
Da
equipa bicampeã do ano passado registámos baixas importantes por lesão (Luisão,
Júlio César, Sálvio, Sílvio); quebras pelo mercado de transferências (Lima,
Sulejmani e Cantinflas torero) mas conseguimos sempre reunir à volta do grupo
de trabalho, sempre norteado, centrado na figura do novo treinador e foi aí, à et pluribus unum que se conseguiu ir
buscar a força necessária para enfrentar os desafios.
Recordo
com saudade a conferência de imprensa que se seguiu a um jogo qualquer sacado a
ferros, em que o treinador disse que gostou muito do que viu, sobretudo da
união e da entreajuda entre todos os elementos do plantel para superarem as
adversidades.
Da
equipa que fica para a história:
De
cima para baixo, da esquerda para a direita:
Mitrogolo – o meu Barba de Chibo, o meu
santo, o meu amore. Uma casa tão mal arranjada que parece que nem tem
alicerces. Um escadote altíssimo, que corre sem jeito, mal feito como a puta
que o pariu, que deveria se grega, ou helénica, se preferirem. Vê-lo correr
para a bola com a bola é poesia… ao contrário. Não se parece com nada mas…
marca golos.
Assim
que apanha a bugalhinha, espeta com ela entre os postes adversários com a
rapidez com que um diabo esfrega um olho. Era para ter vindo para a lagartagem,
o que lhe confere desde logo uma aura fabulosa e uma luz mística de cada vez
que lhe toca. Já assinou por mais tempo e está de pedra e cal.
Andámos
nós com aquela merda do Cardozão que só sabia bater penálties e livres… para
nada. A perder tempo, foi o que foi. Qual é o valor de um avançado que nem
sequer sabe fazer uma finta? Fora!
Meu
chibinho, querido: Méééé´, méééééééééééé. Lhi amu!
Fesja – Este médio defensivo da
Sérvia, para além de ser um excelente jogador e um tampão de travão ao meio
campo, muito cerebral e duro no toque físico, teve uma contratação que foi
também um amuleto. Ao chegar disse : «Sou campeão há 7 ou 8 anos. Estou sempre a
olhar para a frente e quero voltar a ganhar este ano. Não sei como é não ser
campeão. Penso sempre em ser campeão e espero que ganhemos esta época».
Dito e… feito!
André Almeida – Polivalente português, brilha
no plantel encarnado por este dois motivos e pelo bigode. Mesmo a imitar o meu,
só que já o tinha antes de mim. Eu não disse que o meu era a imitar o dele. O
meu é para ser igual ao do Dr. Baltazar e para reforçar o João Sobreiro que
acho que existe em mim. Uma categoria.
O
André é daqueles miúdos cuja raça faz esquecer as lacunas que tem e o torna num
jogador indispensável.
Jardel – Começou no Benfica tímido e
encoberto, chegado do Olhanense. Conseguiu umas melhores reações àquelas que
tinha experimentado o capitão Luisão quando se iniciou, que era assobiado de
alto a baixo; mas nunca se conseguiu realmente afirmar. Foi a lesão de Luisão,
com quem muito, ou quase tudo aprendeu, que lhe abriu a porta. Com o Ice man
Lindelof tem feito uma dupla feliz e segura. Os seus golos de cabeça têm sido
muito imporantes e ajudado a conquistar pontos preciosos nesta ponta final.
Lindelof – Uma aposta segura do mister. Um
cachopo com ar gélido e sangue frio a correr-lhe nas veias. Foi no Benfica que escancarou
as portas da seleção Sueca. Nasceu no mesmo ano em que o meu pai morreu. O
tempo que já lá vai…
Ederson – Era um miúdo que costumava
estar para as faltas do imperador Júlio César, na baliza principal. Mas este
miúdo jogava na seleção brasileira de Sub 23 e se isso acontecia, era porque
tinha valor porque a concorrência deve ser xuxu. Tem ajudado a descomplicar.
Dificilmente quem foi para substituir, lhe roubará o lugar, outra vez. É
gigante.
Em baixo:
Gaitán - O mago. O ÀS de copas, de
Espadas, de Ouros. Quando chegou, o lugar de estrela da companhia sempre foi
ocupado por outros. Mas ele, calmamente, passo a passo, tem-se afirmando como a
jóia da coroa que… pelos vistos, nos vai abandonar. Saiu em lágrimas. Como o
Enzo Perez. Que clube é este que se liga aos jogadores assim? Que de quê, terá
ele? Já deixas uma saudade imensa…
Talisca - O D’artagnan, como o outro lhe
chamou, citando Alexandre Dumas como quem conhece muito a sua obra, com a
facilidade de quem apanha um autocarro para a Brandoa. Tem tido altos e baixos.
Quando quer, quer mesmo e chega ser brilhante. É um exímio batedor de livres.
Parece que tem uma mira telescópica nos pés. Este miúdo andou no Brasil a comer
o que apanhava do lixo. É uma lição de vida. Adoro esta talisca de futebolista.
E o penteado.
Jonas Pistolas – Uma bênção que caiu no regaço
dos benfiquistas praticamente a custo zero. Este bacano é o Euromilhões que nos
saiu, sem jogarmos. Chegou do Valência em fim de contrato e tem sido, tanta
vez, a luzinha ao fundo do túnel. A sua alcunha é pistolas. Parece-me bem.
Grimaldo – Um jovem valor… muito jovem
ainda. Tem categoria, tem saber estar, tem futebol nos pés mas precisa de
rodagem e bater os campos terríveis desse país fora. Será certamente uma voz
aposta. Chegou do Barcelona, onde eu nunca poderia chegar, a não ser em viagem.
Isto deverá querer dizer algo.
Pizzi – Eu amo o PIzzi. Amo a sua
postura em campo, a sua entrega ao jogo, a garra que mete em cada lance, amo
aquele olhar de quem é pitosga e a maneira como comemora os golos, a bater
continência sei lá para onde. Andou por Espanha e já jogou no Atlético e no
Espanhol. É também polivalente e tem um bom remate. Faz-nos cá falta.
Os ADEPTOS (Os Benfiquistas e o benfiquismo)
Os
benfiquistas não são carneiros, não são salazarentos porque o velhinho que
mandava no estado novo gostava do que nós gostamos. Os benfiquistas são justos,
são solidários e têm no espírito que deveremos ser todos uns pelos outros e
todos por uns. Ser do Benfica é uma opção de vida e há que acalentá-la. Quando
digo e brinco que o Benfica é a única certeza na minha vida, não minto. A
mulher pode deixar-me, o emprego mudar, o coração ser substituído mas nasci e hei-de
morrer BENFIQUISTA.
Com
Vitória tenho esperança que a época que se aproxima vai ser melhor planeada e
que os primeiros passos para o tetra começarão logo a ser dados. Com muita
humildade, espírito de equipa e muito, muito trabalho neste clube da minha
vida.
Faço
minha as palavras do nosso presidente, Luís Filipe Vieira: não corremos contra
ninguém. Corremos para nós.
BBBEEEEEEEEEEEENNNNNNNFFFFFFIIIIIIICCCCCCCCCCCCCCCCCAAAAAAAAAAAAAAAAAA
SSSSSSSSSSSSSSSSEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEMMMMMMMMMMMPPPPPPPPPPPREEEEEEE!
Agora
vamos de férias. Mas quando é que começa esta merda?!? Já tenho saudades…
1 comentário:
Obrigado pelo post, que sabe SEMPRE tão bem ler ... Um abraço amigão !!!! Ah e obrigado pela menção do meu nome no lote dos teus seguidores !!!
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