Foto: Emília Mena Machado |
A marcha é
liiiiiiiiiindaaaaaaaaaaaaaaaa!!!
era o lema do “Grupo dos Outeiros” e era o nosso grito de alegria,
companheirismo e união. O grupo dos Outeiros junta assim lado a lado, os
habitantes do bairro dos Outeiros e os do bairro Manuel Pedro da Paz, os do já
antigo e os do recente, para juntos fazerem a festa. A marcha é liiiiiiiiinda
não foi só neste grupo de marchas mas em todos os que se uniram para fazerem
esta festa tão bonita e tão autêntica. Linda a marcha do Grupo Carnavalesco, a da
Casa do Povo de Santo António das Areias, da APPACDM, a da Santa Casa da
Misericórdia de Marvão, a de todos. É assim, todos juntos, de mão dada, que
fazemos a nossa terra viva, com força e alegria. E eu penso que muitos mais
grupos de todos os pontos do concelho se podem e devem juntar, cada um
aportando a esta terra o seu contributo em alegria e espírito comunitário ao
padroeiro dela, Santo António.
Se
é verdade que fui sempre do Carnaval, de aproveitar esta oportunidade única de
estarmos vivos ao mesmo tempo e a celebrar essa condição; não é menos verdade
que no ano passado, entrado nisto, um bocado a reboque do entusiasmo da minha
companheira, me rendi completamente a esta manifestação popular que contou
muito com o trabalho e o esforço de todos os participantes, sempre com o
suporte presente da Junta de Freguesia, na pessoa do nosso incansável Silvestre
Andrade.
Em
2015 foi assim:
O
nosso grupo neste ano de 2016 apresentou uma notável melhoria em termos de
apoio musical e de constituição, com mais participantes a juntarem-se ao grupo.
Passamos a contar com o apoio especializado de um professor de música, o nosso
Francisco, também autor da nova letra e adaptação da nova música; e com o nosso
Bruno ocupado nas andanças de ser pai, contámos também com um segundo acordeão
do João Luís Garção, que teve o apoio de clarinetes, outros sopros e batida a
marcar passo. Se no ano passado foi a brincar, neste, a charanga ganhou corpo e
já mete vista.
Fotos que se seguem: Pedro Sabi |
Foto: Fernando Dias (Obrigado, xará!) |
E
rezou assim…
Vamos
lá marchar, vamos lá cantar
Vamos
todos ver as marchas desfilar
Estamos
aqui, de alma e coração,
Santo
António e seus bairros,
Ajudaram
sem exceção,
Manuel
da Paz e a grande união,
Aos
Outeiros se juntaram,
Todos
juntos por Marvão.
Ói, Ó ai vimos
todos desfilar,
Ói, Ó ai todos
juntos a dançar,
Vivam estas marchas
feitas pelo povo,
Desde o mais velho,
até ao mais novo.
Viva Santo António
e os que cá estão
Vejam estas
marchas, somos de Marvão.
Instrumental
Vamos lá marchar, vamos lá cantar
Vamos
todos ver as marchas desfilar
Estamos
aqui, de alma e coração,
Estas
marchas forma feitas,
Com
muita dedicação,
Abençoadas
esperamos que elas sejam,
Vimos
até à igreja, para que todos as vejam.
Ói,
Ó ai vimos todos desfilar,
Ói,
Ó ai todos juntos a dançar,
Vivam
estas marchas feitas pelo povo,
Desde
o mais velho, até ao mais novo.
Viva
Santo António e os que cá estão
Vejam
estas marchas, somos de Marvão.
Vamos
lá marchar, vamos lá cantar
Vamos
todos ver as marchas desfilar
Os
fatos, arranjos e adereços continuaram a ser confecionados pelas marchantes de
cada grupo, tendo as do meu, se reunido diversas vezes na garagem da minha
sogra, Maria Jacinta Lança, uma grande colaboradora do grupo dos Outeiros,
sempre presente, até nos ensaios dos bombeiros sempre que havia faltas, para
ajudar a enturmar a marcha. Ficou na sombra, tal foi a forma desinteressada com
que ajudou a coisa. Não quis desfilar.
É
certo que não havia um prémio para o melhor grupo (e nós realmente até pensamos
que isso não seria o melhor para promover a união entre as pessoas e poderia
ter leituras dúbias) mas ainda assim, não estando a concurso, nós quisemos dar
a melhor limagem possível para o nosso bairro e fartámo-nos de ensaiar no
quartel dos Bombeiros Voluntários de Marvão, que nos acolheram e deram guarita.
Teremos feito uns 4 ou 5 ensaios, larguinhos e bem estudados, para que fossemos
capazes de causar a melhor impressão aos presentes. Festa é festa e teria de
ser… festa rija.
Fotos: Pedro Sabi |
Nesse
dia 12, aconteceu que uma variável extraordinária que esteve a nosso favor que
foi… um tempo absolutamente fantástico com calor e muito sol que convidavam ao
convívio na rua, e é realmente impressionante observar como as condições
climatéricas condicionam a vida em comunidade. O que aconteceu foi um sucesso
tremendo e a aposta no futuro tem de ser no sentido de aprimorar alguns
detalhes para que fique ainda melhor mas está mais do que visto e assimilado
por todos a festa das marchas não a podemos
deixar cair. As marchas do Santo António já são um marco da nossa vida em
comunidade.
O
desfile decorreu com muita normalidade e houve uma conversa prévia entre os
grupos tendo então sido feita uma escala de marcha para que não existissem
atropelos e tudo decorresse com fluência e normalidade.
Ainda
hoje há pessoas que considero muito que me perguntam: “Pedro, então o artigo
das marchas nunca mais sai?”
-
Vai com calma. Tenho andado a trabalhar nele, depois do meu serviço que me
requer muita atenção e desgasta imenso; depois de já ter as minhas filhas
deitadas e de ter vagar para mim quando tudo já dorme, aí vai.
Creio
que nunca é demais vincar que todos os comentários que possa aqui fazer não vão
no sentido de criticar alguém. Porque não se pode aqui criticar seja quem for.
Quem se pode criticar é quem nada faz, e mesmo esses, estão no seu direito.
Desde que não chateiem, nem incomodem quem está…
Não
irei pois criticar a junta que deu de si o melhor que podia, nem a UJA que se
fartou de dar ao litro. Apenas irei dar pistas que me parecem que poderão ser
proveitosas e penso que tenho uma folha de serviço que me permite fazer isso.
O
que eu sugeri em conversa a quem comentava comigo foi que existiram diversas
questões que poderiam ter sido dirimidas e isso deveria ter sido feito com uma
forma de trabalhar que adotei como sendo a mais favorável quando fui vereador
responsável pela cultura, educação e juventude no concelho: reunir de imediato
após cada evento realizado com os braços direitos em cada um deles e apontar
pontos negativos e possíveis melhorias, pontos positivos e reforço.
A organização das
marchas:
Penso
que o critério de ser a Junta de Freguesia, na pessoa do seu presidente, a
encabeçar os acontecimentos, é a melhor.
Cada
grupo deverá eleger ou apontar um representante que seja o porta-voz nas
reuniões das cúpulas. Evitam-se assim os ruídos que existiram em reuniões
passadas porque onde há muitas mulheres (que nisto, os homens é só para compor),
algumas não tão bem formadas, algumas não tão bem intencionadas… e as
probabilidades de erro aumentam.
As marchas como
cartaz de Marvão e na comunicação social
Patrocinar
cartazes que seriam colocados na entrada do concelho e em pontos estratégicos,
divulgar uma campanha massiva na Rádio Portalegre (a mais ouvida no Alentejo),
no Jornal Alto Alentejo e Fonte Nova que depois viriam a cobrir o evento.
As marchas no
terreno
Para
mim seria fundamental encontrar-se a figura do coordenador, do maestro no solo.
Alguém que tivesse um colete, voz de autoridade e mandasse quando deveria sair
cada marcha, quando deveriam andar uns e aguardar os outros, alguém que
pensasse na pessoas que visitam Santo António e aqui vem ver as marchas, tomar
uma bebida ou uma refeição, fazer turismo, deixar dinheiro. Para isso seria
também fundamental…
Para visualizar, clique na hiperligação:
Ver uma terra em
alegria, as marchas até ao largo da igreja, pela minha amiga Emília Mena Machado
Bem hajas, minha querida amiga. É uma recolha única. Que vai perdurar...
Tempo
O
tempo é fundamental. Ponto final. Caso as condições não estivessem tão
favoráveis, como no ano passado, por exemplo, nada disto seria possível. E quem
escreve sobre isto lembra-se bem de no ano passado se ter abrigado da chuva nas
escadas dos prédios da avenida 25 de Abril, de ter ficado todo molhado e se ter
enfiado na discoteca ao monte. Este facto é absolutamente decisivo. Vá lá, vá
lá que neste ano, o meu congénere lá de cima nos ajudou.
Fotos: Manuel Dias (todas as que se seguem com a data assinalada) |
Créditos das imagens com datas e deste vídeo: Manuel Dias
Trânsito
Para
grandes males, grandes remédios. Os carros têm definitivamente de sair da praça principal da aldeia neste
eventos. Que passem a parar na área junto ao mercado municipal, nas ruas largas
que lá vão ter, na zona do campo de futebol, ou nas ruas largas e quase sempre
vazias junto à praça de touros e aos bombeiros. Se as pessoas não percebem por
si, que seja a junta, a entidade responsável e que tutela os festejos, a fazê-lo.
Reparemos
que não estamos em Lisboa, não temos de mudar de linhas de metro, de apanhar o
barco para a outra margem ou o elétrico, por Deus. Basta apenas andar umas
escassas dezenas/centenas de metros. Abandonemos o egoísmo provinciano e
ajeitemo-nos.
Que
sejam lançados uns folhetos explicativos e que isto se trone óbvio.
Regular
o trânsito não basta apenas solicitar o apoio da GNR para não deixar circular
durante a parada.
Música
A
música ao vivo foi muito importante. Os Bate no Fole foram eficazes e
persistentes. Mas souberam a pouco. Faziam ali falta, umas colunas a bombarem
música pimba que o que a malta gosta,
para os entretantos e enquanto os artistas descansassem. Fazia ali falta
ambiente de festa, permanente, em alto som.
O grande Marco da APPACDM a brilhar em todo o seu esplendor. O que eu sou fã dele...
Comer
O
episódio da comida correu muito mal. Para mim, foi o que correu pior. Pedi umas
sardinhas assadas e estive 2 horas e meia, leram bem, 2 horas e meia à espera
de comer as minhas. Mas comi-as. E souberam-me maravilhosamente bem. Tinha
vontade delas, prontos. Estava assim com uma de grávida deserta de morangos só
porque tinha acabado de fazer o crio há meia hora.
Ouvi
pessoal da UJA queixar-se que só tinham tido conhecimento do número de
comensais já mesmo em cima da hora.
Não
importa aqui tentar escamotear a questão, mas foram cometidos diversos erros,
na confeção/serviço dos comeres. A meu ver, a saber:
Na ordem:
-
A primazia teria de ser dada, ou pelo menos teria de ser reservada uma área com
mesas e cadeiras para os artistas, que receberam apoio, é certo, mas deram o
corpo ao manifesto. Não se pode, de forma alguma, fazer um arenense que ajudou
a animar a festa, sem ter recebido qualquer dinheiro, apenas uma senha para
comer; ter de esperar tanto tempo por 6 sardinhas. Isto porque se manteve firme
e sereno e não mandou tudo às urtigas como a sua família, com uma criança e
duas adolescentes, que foi toda em bloco, comer ao Adro da Estrela.
Na forma:
O
ponto de venda, ponto de troca de senhas por comer da UJA, poderia ter muita
força de vontade mas não apresentava qualquer tipo de organização. Ter uma
pessoa agarrada a um grelhador, apenas um!!! a assar material para uma praça
inteira; não ter uma zona clarificada a separar o pedir e o servir; não ter uma
barreira de salvaguarda a proteger a área de confeção de forma a impedir que
qualquer um que quisesse comer se dirigisse onde quisesse; não ter áreas de
atuação definidas para quem servia… só poderia dar nisto, que foi uma grande e
imensa desilusão.
Desilusão
para quem esteve mais de hora e meia a cantar, a dar à canela e terminou a
noite sentado, 2 horas e meia à espera sentado sozinho (e o que a gente pensa
nestas alturas… isto tudo!) que lhe levassem as boas das sardinhas. Mas
comeu-as.
Como é que isto se
ultrapassa?
Voltamos
à estaca zero. Reunindo. Sentando quem falasse pelos grupos, com quem falasse pela terra, com quem tinha assumido a
responsabilidade de servir. Tudo isto passa por saber com a antecedência de uma
semana (pelo menos, para se poder comprar o material todo) quantas pessoas vão
comer dos grupos (clarificadas e quantificadas nas reuniões) para as áreas
poderem ser definidas.
Então mas há aqui
pessoas de 1ª e de 2ª?
Há!
Há aqueles sem os quais a festa não se fazia, e os outros que apenas vão comer.
Toda a diferença do mundo, E aqui não há sectarismos. Qualquer um pode
participar.
E se esses que vão
desfilar quiserem comer com a família?
Sujeitam-se
à área que foi considerada para cada grupo e, ou vão alternando entre si,
partilhando o espaço, ou vão para a área que é aberta a todo o público e aí
sujeitam-se.
Ouvi
muitas críticas de parte a parte mas espero mesmo, muito, que haja bom senso e
cordialidade.
No
próximo sábado, estaremos na vila de Castelo de Vide, a colaborar nas marchas
de São João. Tentaremos levar o nome e a imagem de Marvão o mais alto possível.
Aproveito a deixa porque me têm chegado aos ouvidos que nos meandros e algum ou
outro ponto da aldeia, têm sido ouvidas críticas ao grupo ao qual tenho a honra
de pertencer. Críticas porque só nos convidaram a nós, ao Grupo dos Outeiros,
porque saiu mais este nos jornais, porque somos da alta… e eu só tenho a dizer
uma coisa a todas essas vidas: só me preocupo realmente com as opiniões de
pessoas que considero. E essas são
pessoas que por um ou outro motivo, se têm cruzado ou me tenho cruzado com elas
na vida e têm tido impacto em mim e vice-versa. A minha consciência, a minha
ordem de valores que herdei dos meus pais, os ensinamentos que tenho aprendido
durante a vida são a minha e única bússola orientadora.
Verdade,
lealdade, humildade, amizade, vontade, preserverança, amor.
Vozes
de burro…
Deus
sabe que sou apenas um instrumento na sua mão. Não quero mais nada senão aquilo
que mereço dele. Não me quero, nunca me quererei vangloriar, mas também não me
posso esconder numa burca. Se a minha vontade e alegria de viver é ofensiva
para alguns que querem o meu mal, peço desculpa. Eu só quero amar, quem me
merece.
Esta
festa foi uma festa linda que não sei bem se as fotografias que captei e os meus amigos Manuel Marques, Emília Mena e Vera Pombo, repórteres no terreno, conseguem
transmitir tudo o que vivi, mas fui tão feliz. Senti-me tão bem, com toda a
minha terra a viver em comunidade, dei tantas graças a Deus por não viver numa
cidade qualquer cinzenta, dentro de um bloco, a sair de fumo para fumo, que
tudo valeu a pena.
Tenho
de agradecer em 1º lugar a todos os elementos do meu grupo, todos eles com um
grande abraço, a toda a senhora, menina e cavalheiro que me ajudaram a viver
isto de forma tão feliz; em particular à minha mulher, a Fernanda Sobreiro que
para mim há-de sempre ser a Cristina Lança que comecei a namorar, que me dá a
graça de partilhar a vida comigo e as mais que tudo que criámos nela;
Quero
agradecer também à Junta de Freguesia pela forma como apoiou este evento desde
o início;
Agradeço
ainda:
-
a todos os outros grupos que ajudaram, com a sua vontade e querer, a fazer este
momento único;
-
Às pessoas que vieram ver, porque sem elas, nada disto faria sentido. De que
vale um ator que faz um monólogo deslumbrante de ir ás lágrimas, para uma
plateia deserta?
Faço
votos sinceros e quero mesmo, que tudo para o ano se repita e seja ainda melhor
e maior. Que todos os grupos venham e nos ajudem a ser ainda mais grandiosos.
BEM
HAJAM
Esta
festa, pode ser uma das festas grandes do cartaz cultural de Marvão. Sem muito
dinheiro, com muito amor à camisola e dedicação. Oxalá!
1 comentário:
Parabéns Dr. Pedro pelo belissimo trabalho «REPORTAGEM» (a todos os títulos excepcional); fruto de muito trabalho e profissionalismo - de UM GRANDE HOMEM da Comunicação Social.
Foi bom que tivesse feito este «REGISTO», (o que pela minha parte agradeço), isto para perpetuar e constar dos anais da *HISTÓRIO* de todo um Povo que mostrou assim que ainda continuam vivos oa «usos e costumes» das gentees de Santo António das Areias.
A todos os grupos sem excepção, temos de agradecer todo o empenho e dedicação por terem levado por diante mais este evento, projectando assim bem alto o bom nome da nossa Aldeia.
De analtecer, e agradecer também, a todas as entidades que colaboraram, para que tal tivesse sido possivel.
Um BEM HAJA portanto a todos!...
Oxalá que tal se venha a repetir em anos futuros.
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