Ora, e o que é que sucedeu?
O que sucedeu foi que estava o vosso Tio Sabi prestes a meter qualquer coisinha no bucho, de forma a dar continuidade à sua jornada diária contínua de trabalho (de portas abertas até às 15h, fora o trabalho em back-office depois), para que não desfalecesse com fraqueza aos pés de um contribuinte qualquer; quando espreitou as notícias e se deparou com o seu concelho, mais precisamente, com a sua terra no ar, no seu canal favorito!
“Eh,
Lecas!!!!!!!” E isto?, perguntou-se.
Pois
que há para aí um ou outro caso de covid registado, já eu sabia, que nesta
nossa santa terrinha chega sempre tudo com natural atraso. Também já sabia que
a porra do efeito “bola de neve” funciona mesmo neste tipo de chatices,
sobretudo quando se chega às crianças mais pequeninas, que metem tudo na
boquita e querem lá saber, ou compreendem, essa porra das distâncias!
Agora,
ir daí para quase que abrir o noticiário da SIC, ainda por cima sem o “nosso”
repórter de estimação (Hugo Alcântara), foi assim mesmo uma cena de espanto! Se
fosse na CM TV, que anda sempre por aí em cada esquina a farejar sangue e
desgraça, ainda se compreendia, mas ali…
Olhem,
o que eu achei é que “sim, o caso é mau, é grave, e todos os cuidados são poucos
para se combater esta terrível pandemia, mas se tivermos todos os naturais
cuidados (usarmos máscara, mantivermos as distâncias, evitarmos o contato, higienizarmos
com frequência as mãos), somos capazes de nos aguentarmos até uns cientistas marados
quaisquer descobrirem a porra da vacina.
Atendendo aos números absolutamente avassaladores de vítimas, sobretudo as mortais no mundo inteiro (https://www.rtp.pt/noticias/mundo/a-evolucao-da-covid-19-no-mundo_i1213866) e em Portugal (https://www.rtp.pt/noticias/pais/a-evolucao-da-covid-19-em-portugal_i1213879), tenho de dizer que nunca eu esperei na minha vida ter de enfrentar uma guerra tão silenciosa, tão inesperada, tao brusca. Mas esta pandemia, esta gripe, sob a qual diversas vezes já escrevi aqui, que quanto a mim tem contornos tão estranhos que dificilmente me conseguem fazer acreditar que teve origem natural, ainda vai dar muito que falar.
O caos no mundo |
E em Portugal |
Oxalá
este surto de Marvão seja extinto com brevidade, com celeridade, com eficácia,
e passe depressa, porque era o que mais faltava era nem sequer podermos sair à
rua descansados, para frequentarmos os nossos sítios de culto, onde somos habitués
e nos fazem tanta falta! Que stress, meu!
Pois
eu não podia deixar passar este momento algo bizarro, em que saltámos para o
centro dos holofotes não pelas razões naturais, ligadas ao nosso belíssimo e
riquíssimo património histórico/cultural/gastronómico/turístico, mas antes por
andarmos agora, a cavar trincheiras para fazermos frente a este tão letal
quanto invisível, silencioso e traiçoeiro inimigo.
Para terminar, deixo a reportagem (da hora de almoço, que foi maior que a versão da noite) para que vejam e analisem com os vossos próprios olhos, o que sucedeu.
Não posso terminar sem parabenizar os nossos interlocutores que estiveram todos muito bem, muito calmos, muito serenos, muito compassados a falar, ao ponto de até sentirmos orgulho pela imagem que deram de nós. Olhem, bem hajam, malta! Foi porreiro, pá!
Quanto ao resto, tudo isto permanecerá a ser para mim, uma tremenda dúvida, e um turbilhão de incógnitas: como é que para uns, tudo não passa de um simples resfriado, por vezes até assintomático; quando para outros é um mal avassalador e devastador que tudo muda, como se se tratasse de um comboio em chamas louco desgovernado que desce pela encosta gelada abaixo, e esbarra de frente com eles para nunca os deixar iguais, alguns diminuídos para o resto da vida, sem capacidade, nem resistência pulmonar.
A
nossa reação, desta sociedade tão moderna, preparada e evoluída, perante este
desconhecido, foi recuarmos todos para a casa, como os nossos antepassados
fizeram quando se anichavam nas cavernas, às escuras, para assim conseguirem fugir com vida
dos predadores gigantes de outrora.
E
este nosso mundo tão avançado tecnologicamente, que assistiu incapaz e
impotente, à forma como valas comuns eram abertas nas grandes metrópoles do
globo, do Rio de Janeiro a Nova Iorque, nunca mais será o mesmo, porque apanhou
um susto que nunca mais o deixará igual, enquanto espera (e teme!) pela próxima
desgraça.
Enquanto
isso, aquela barbaridade loura que lidera os americanos, a tal que se passeia
como se tivesse um esquilo morto na cabeça, vangloria-se por ter vencido a
doença, graças às drogas que aconselhava todos a tomarem (hidroxicloroquina?!? Lixívia?!?), querendo assim conquistar
uma população que tem tanto de estúpida como corajosa, e provavelmente lhe vai
entregar o cetro outra vez.
Adensa-se
assim ainda mais em mim, a incerteza perante um mal que se de umas vezes, como
esta, parece que nem passou pela pessoa; de outras, enche as morgues,
os cemitérios e os crematórios, por dizimar tanto os que estavam já debilitados
por uma doença crónica; como alguns até jovens e atléticos, que caem na cama e
de lá não mais regressam.
Paciência,
cuidado, serenidade e sensatez devem agora nortear os nossos passos, e hábitos
como nunca antes, para que consigamos todos sair daqui.
Estejam
atentos e cuidem de vós.
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