Ontem foi dia de consultas em Lisboa.
Um duro dia de consultas em Lisboa. Dependendo da hora de entrada que geralmente até é bem cedo, o mais certo e o mais natural é ter que se passar por lá a noite anterior e aqui dá sempre jeito que se tenha onde pernoitar nas redondezas. É que Lisboa não é bem ali ao lado e sendo que se tem de percorrer mesmo muita distância, uma guarita ajuda sempre. As consultas em Lisboa, na capital do país, complicam-me sempre o sistema nervoso, ainda por cima quando são tantas como eram nesse dia. Logo 3! Comecei bem de manhã em São José com uma fotografia ao “corta-palha” que me fazia falta para a consulta ao maxilar. Depois de verificado por quem de direito, tive assinatura na guia de marcha e um “visto”na caderneta de formatura com marcação de dia para o regresso. Dali fiquei aviado! Avancei depois para uma consulta da médica que me analisou a “cremalheira” e se fartou de me dizer coisas que para mim são importantes e fundamentais. Nem sequer faltou um recadinho escrito com uma mensagem que eu hei-de sempre recordar e guardar: dizia que a evolução verifica-se mas é muito lenta e não há que desanimar com isso porque há-de haver um dia em que se olha para trás e se vê que tudo passou. Oxalá esse dia chegue mesmo e eu possa ver as coisas assim! Nem acredito que seja possível!
O dia não ficou completo sem uma visita ao hospital dos Lusíadas, bem próximo da catedral da Luz, para de tarde ter uma consulta em oftalmologia. Eu conheço bem o hospital onde fiz duas operações às hérnias discais que me resolveram o problema, mas desta vez, entrei a ver bem e saí “pitosga” com a dilatação que me tiveram de fazer às pupilas. Todo o caminho naquilo… Regressar de Lisboa já não é só por si fácil, agora… quando um mano se sente sem equilíbrio e ainda por cima “vesgo”, a ver os carros a passarem logo ali ao nosso lado e a vislumbrar a estrada e a paisagem como se fossem um borrão… piora! É uma jornada que é toda uma experiência à nossa integridade e resistência. Livra!
O que vale é que qualquer um dos 3 doutores me “traçaram” um quadro animador dizendo que a coisa está bem encaminhada ou a recuperar, que os retrocessos são pouco notórios mas resolúveis, enfim… disseram-me que estou bem encaminhado na minha perspectiva de regressar à minha vida que é o que eu mais quero e percebe-se!
Eu lá vim, todo contente e animado com o que ouvia, “agarrando-me” a tudo como se fossem verdade insofismáveis, tomando tudo como garantia, nem sequer questionando ou colocando em causa o que me diziam.
Eu até compreendo que a minha fisioterapeuta me tenha dito hoje de manhã que eu estava mais cabisbaixo, mais acabrunhado, sem tanta alegria. Eu compreendo mas não concordo com ela porque para mim eu estou sempre igual, bem disposto e animado com as coisas. Compreendo porque voltar a Lisboa não é fácil: regressar aos sítios onde tanto lutei com a morte, onde puxei tanto pela vida, voltar àqueles “campos de batalha” deixa-me sempre pensativo, a “olhar para dentro” e reflexivo. Veja eu os médicos que me salvaram, os outros doentes, ou até as paredes antigas daquele velho edifício centenário… fico sempre a meditar. Há coisas para mim que de agora em diante nunca mudam, ir a Lisboa… é sempre ir onde eu fui salvo. Aquela cidade que sempre teve tanta magia para mim, agora tem mais essa! E eu não esqueço!
3 comentários:
Muita força.. Um grande abraço amigo.
Força Amigo, vais Vencer mais esta
Abraço João Junceiro
Coragem para continuar a sua luta, no fim, quando tiver recuperado, vem a Lisboa mas é para ir ver o seu Benfica.
As melhoras.
Um abraço
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