sábado, 10 de maio de 2014

Dia do Sócio do Grupo Desportivo Arenense

Nota: este é muito provavelmente o post mais trabalhado da história deste blogue. Entre recolha de imagens, escrita de textos, edição gráfica das imagens (todas elas trabalhadas, uma a uma) e montagem de publicação final despendi várias horas de trabalho. A recompensa é que ficou um bom trabalho. O Arenense merece. Os meus colegas da direção merecem. 
Viva o Arenense! (o clube da minha vida, como diz o hino!)




O Arenense está a viver um momento de muito boa saúde. O Grupo Desportivo Arenense, o meu clube do meu concelho está de saúde como creio que nunca o vi. Sou sócio há vinte e tal anos (creio que mais perto dos 30 que outra coisa qualquer) e já ali vivi muito naquela sede, no Largo Ricardo Vaz Monteiro. Grandes jornadas a jogar às cartas, ao bilhar ou ao snooker, a jogar às flippers, a ver a MTV quando era ainda uma coisa rara, a ler a imprensa diária ou a jogar videojogos arcada. Grandes noitadas na discoteca “A Cave”, grandes petiscadas com os amigos nos tempos áureos quando o Chico Barril dominava e brilhava no bar coadjuvado pelo meu cunhado Bonito que hoje preside a Mesa da Assembleia Geral. Também já ali namorei, também já ali trabalhei no bar quando terminei o secundário e falhei a faculdade por décimas em todos os cursos aos quais concorri. O ISCSP da Universidade Técnica veio 2 ou 3 meses mais tarde, na segunda fase e nesse então vivi ali tempos absolutamente memoráveis com a Dona Elisa na cozinha e o meu querido Sérgio Bernardo que nos deixou há poucos anos, de colega barmate. Companheirismo, entreajuda, espírito brincalhão que nos mantinha em sintonia e sempre de acordo. Eu fazia as tardes e ele as noites e a porra do vasilhame nunca era despejado por mais que eu lhe pedisse. Ficava sempre a barrica cheia até ao cimo a deitar fora na noite que ele fechava e o mouro tinha de limpar tudo para poder trabalhar. Até ao dia que fui atafulhando o chão do bar em cada cantinho onde cabia uma garrafa vazia e teve de entrar de bicos dos pés feito bailarina. Serviu-lhe de emenda. Para uma semana ou duas. Só quem não o conhecesse.

Pois o Grupo Desportivo Arenense está vivo, recomenda-se e viveu nestes últimos dias,  e vai continuar a viver nos próximos,  uma jornada fantástica que é prova viva daquilo que digo. Esta direção presidida por Luís Barradas (um colega de escola primária que é um ano mais velho que eu e no final de certo ano disse à mãe que estava todo contente porque tinha passado para a turma do seu amigo Pedro! É claro que lhe tocou rancho e muito me ri há dias com o seu irmão Mário nas Finanças quando me recordou o episódio), da qual tenho orgulho de fazer parte (é certo que é só 2º secretário da Mesa da Assembleia Geral mas sou! E olhem que faço as actas das Assembleias Gerais e as manuscrevo todinhas) é de alto gabarito!

Esta direcção dá quase sempre ponto certo e (quase) nunca se engana (como o outro que preside a república). Para começar pelo princípio (notável!), teve a feliz ideia de dar grande importância ao dia do sócio. Ao contrário de privilegiar o aniversário que se celebra (todos os anos!) sempre a 12 de Dezembro quando está muito frio e a malta está mas é a orientar-se para as muitas festas de natal das associações de que fazem parte e ainda tem o Natal e o ano novo; esta direcção optou por fazer grande festa do clube no dia do sócio numa data fixa em que nunca se há-de trabalhar: o dia do trabalhador.

Nesse dia, todos os associados com as quotas em dia (1 euro por mês) têm acesso a um rol enorme de actividades de convívio e união e boa disposição cuja cereja no cimo do bolo é o bolo em si: um almoço de confraternização composto por um extraordinário repasto preparado pelo Senhor Francisco Nunes, mais conhecido como Chico Barril.( vá-se lá saber porquê? Pela barriguinha não é com certeza).

Menina estás à janela...

Como são os homens que lideram (bem) as equipas quem se devem chegar à frente para ouvir as críticas (em seu nome) e os louros (em nome de todos), os meus vão inteirinhos para o Luís Barradas, o meu afilhado na política (como lhe chamavam no parque de máquinas da câmara e agora a todos tem provado que era merecedor de todos os elogios e mais alguns e tem estofo é para vereador, quanto mais!) que os recebe porque personifica o esforço de todos. Todos que se têm mais ou menos destacado pelo trabalho que desenvolvem e eu aqui tenho de enaltecer o Fernando Dias pelo garante de estabilidade que representa à frente da Assembleia geral e o Nuno Pires que tem sido uma pedra fulcral na dinamização da equipa vencedora do futsal (segunda no meio de 8 no distrital apenas atrás do Soujovem de Sousel, este com um orçamento de Liga dos Campeões) e o grande obreiro daquela que é para mim a obra desta direcção: a legalização da sede do Grupo Desportivo. O Nuno soube colocar os seus conhecimentos na área imobiliária, e de uma forma absolutamente abnegada e apaixonada (como é o seu cunho pessoal), ajudou a tornar realidade o sonho de muitos, de muitos anos legalizando a sede através de uma escritura de usucapião (que foi tão heróica que mais parecia uma escritura daquilo que as pessoas antigas e sem estudos chamam a este tipo de escrituras: uma escritura de CAMPEÃO!) 

Foto de família da direção atual

Naquele dia 1, a alvorada foi madrugadora e as tropas foram-se reunindo quando pouco passava das 8 horas para um pequeno almoço frugal composto por café preto da pucheira e toucinho frito. Barriguinhas compostas, pouco passava das 9 horas já estava a sair a comitiva para o passeio pedestre e o passeio de bicicleta. A aplicação Runtastic não engana e os dados são bem claros.




Olha o tócinho... E o colesterol?


Café preto da puchera



Momento da saída da caminhada e passeio de btt
































Os ciclistas em homenagem ao Dani Alves do Barcelona e à polémica da banana








Manel João em grande plano a dizer que a terra acabou
O risco vermelho é do seu bordão








O sorriso até se vê daqui!

Esta é para mandar fazer postais para as turistas do comboio do ramal de Cáceres

Esta foi prometida ao sr. Machado. Ele e a sua máquina em grande plano




Esta também é para postais para as turistas, mas é para as cámones de Marvão.
Sou capaz de mandar fazer meia dúzia de seis




Um sonho de cada vez que lá passava (desde os tempos da motorizada) e o Manel João ajudou a concretizar.
Placa de Cabeçudos - 1, com 1 de verdade a fazer ar de tonto





Se as selfies não tivessem sido inventadas, era nestes espelhos que se tiravam.
E não ficou boa?














Banhinho e foi altura de envergar a camiseta do clube dos tempos áureos do Dr. Britovich (a.k.a. Mena Antunes) que me foi oferecida por um atleta. Memórias de dias em que houve dinheiros a rodos para ganhar o distrital… mas não houve planta para assegurar o que vinha depois. Subimos… mas não fomos. O Dr. Mena Antunes que presidia então é um bom homem, um amigo da terra que o viu nascer pobre e enriquecer nos negócios à distância noutras paragens. Bom homem mas um presidente difícil, sem ser capaz de “criar pé para dar coice” como dizia o meu chefe Delfino da Graça Bento Amaro, atleta da caneta. Muito desperdício, muita despesa, muito craque vindo de fora com zero garra pelo clube e muito amor ao dólar. 


Já que falamos em dirigentes, quando elogio aqui esta direcção encabeçada pelo Barradinhas e este momento auspicioso, não me posso esquecer de dois homens que o antecederam e ajudaram a reerguer o clube qual fénix renascida das cinzas da glória fugaz: Dionísio Gordo e João Bugalhão. Dois homens diferentes, dois estilos de estar na vida e formas de estar à frente do clube mas a mesma paixão e o mesmo rigor. Do primeiro digo que quando todos se desviavam do olho do furacão para saber quem é que pegava o touro pelos cornos, foi o mais improvável Dom Sebastião que à força queira que os outros mais perfilados avançassem, quem se adiantou. Quando a proximidade das eleições afastou uns por uns motivos, outros por outros, ficou ele e é nestas altura em que a vida faz os homens puxar pelos galões que se vê a sua fibra. Dionísio sem medo, perguntou numa Assembleia de que bem me lembro, quanto e a quem se devia? Fontal, corajoso, foi suprindo, cumprindo, planeando, voltando a credibilizar.

O João Bugalhão, mais rodado nestas andanças, muito pela quilometragem política, foi o estadista do plano Marshall do GDA. Estabilizou e deu caminho à continuidade saudável de um seu pupilo que ensinou a jogar à bola e sentou na poltrona de presidente. Pupilo que ali continua. E bem.  



Quanto ao resto do dia, o almocinho foi verdadeiramente suculento como comprovam as imagens. Foi uma iguaria divinhame como dizem as minhas filhas. De comer e chorar por mais mas mais não podia ser senão engordávamos (ainda mais). Ah, grande Chico Barril! Já não jantei. Uma sopinha e ponto.








Um esmerado serviço de bar...






A arte de saber preparar umas sopas de sarapatel no prato
(sob o olhar de desdém dos representantes do Governo Civil)

Voilá!


A maestria em pessoa...

E um serviço digno do Gambrinus

"Ai só levas uma?!?! Tchi... é-me isto presidente...)



Homenagem ao Dani Alves versão II (com um emplastro muito especial)

Mais difícil ainda!
"Cuidado Carina que te podes engasgar!"





Sócio nº 1 e 2º?!?!?
Venha lá mas é o 12 que é a soma dos dois: o meu vizinhança Mário Guedelha

Vá lá que lá arranjei um à minha altura! E mais ao menos com o mesmo cabelo... o grande Zé Manel Vaz

Amor de manos
Esta vai direitinha para uma moldura para a banquinha de cabeceira do sócio nº 2
Para que nunca se esqueça dos genros

Adicionar legenda

Sai da frente rapaz! Deixa a gente passar...
Olha que mando chamar a junta de freguesia!


De tarde subiu tudo ao campo da malha que fica depois do campo de futebol relvado sintético que deve ter sido a minha maior obra enquanto vereador do desporto e da juventude. Da Europa vieram dinheiros que quis e soube aproveitar para conseguir vestir de vez aquele pelado terceiro-mundista onde me habituei sempre a ver jogar e fundei a claque nunca legalizada “Os Ultras dos Outeiros”.

A malha meteu muitas equipas, muito divertimento, muita boa disposição, imperiais e minis frescas e eu ainda a habituar-me a esta estranha sensação de estar a viver aprisionado num corpo em que sabe-se lá porque desgraça, tenho esses prazeres terrenos vedados. Eu até compreendo que nunca mais vou ser o mesmo que era e a minha resistência a uma gota de álcool é praticamente nula mas… eu sei que há outros, tantos prazeres na vida mas…. e o sabor e o gás de uma imperial gelada a descer pela garganta? Se pode ser só uma, uma só será mas por quanto tempo vai demorar mais esta intransigente lei seca? Será para sempre?





O presidente não descansou enquanto não me penteou e me fez perceber que a marrafa é ridícula.
Já foi fora!


O dia terminou com a dedicação a um outro clube de paixão, desta vez não apenas local mas antes nacional e intergaláctico. Se me tivessem dito antes do Juventus x Benfica que iriamos conseguir manter o nulo com os italianos a jogarem em casa no estádio onde se vai jogar a final, teria mais acreditado que me sairia o euromilhões sem ter jogado: Foi um jogo absolutamente eletrizante e demolidor. Há anos que não me lembrava de sofrer tanto a ver um desafio. Foi o cabrão do árbitro, as expulsões forçadas e o carneiro do Platini a querer beneficiar o clube de que é grande glória. 

Nessa noite fiz uma promessa: depois daquela lição de futebol de defesa com 9, NUNCA MAIS CRITICO O JORGE JESUS EM PÚBLICO! O homem não merece essa ruindade. Nos períodos em que vacilar, mordo os dedos ou atiro-me de um rés-do-chão. O homem é um génio. Não merece. 

Foi um jogo que carimbou a jornada de glória desse dia. Dormi com os dois cachecóis. Foi uma jornada gloriosa… do Arenense.  



O Arenense está em grande destaque desde esse dia 1 e estendeu-se pelo Baile das Rosas de dia 3, antecedido pelo segundo lugar conquistado no futsal em casa, rematado com um jantar de gala na discoteca com um arrozinho de marisco cozinhado pelo mestre Pedro Jesus. 










O período em alta continuará na Assembleia geral de dia 17 de Maio e prolongar-se-à com o almoço para todos os sócios que como eu, comungam da paixão vermelha a nível nacional e celebrarão um almoço comemorativo do campeonato já conquistado que terá como digestivo às 17 horas a projecção em imagem gigante a final da Taça de Portugal. (que no ano passado entregamos de mão beijada ao Guimarães e há 10 anos ao Setúbal com um Pedroca de beicinho sentado na bancada do Jamor L). A ver se é desta. No ano passado serviu de emenda. Só se fala depois…



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