Nota: este é muito provavelmente o post mais trabalhado da história deste blogue. Entre recolha de imagens, escrita de textos, edição gráfica das imagens (todas elas trabalhadas, uma a uma) e montagem de publicação final despendi várias horas de trabalho. A recompensa é que ficou um bom trabalho. O Arenense merece. Os meus colegas da direção merecem.
Viva o Arenense! (o clube da minha vida, como diz o hino!)
O
Arenense está a viver um momento de muito boa saúde. O Grupo Desportivo
Arenense, o meu clube do meu concelho está de saúde como creio
que nunca o vi. Sou sócio há vinte e tal anos (creio que mais perto dos 30 que
outra coisa qualquer) e já ali vivi muito naquela sede, no Largo Ricardo Vaz
Monteiro. Grandes jornadas a jogar às cartas, ao bilhar ou ao snooker, a jogar
às flippers, a ver a MTV quando era ainda uma coisa rara, a ler a imprensa
diária ou a jogar videojogos arcada. Grandes noitadas na discoteca “A Cave”,
grandes petiscadas com os amigos nos tempos áureos quando o Chico Barril
dominava e brilhava no bar coadjuvado pelo meu cunhado Bonito que hoje preside
a Mesa da Assembleia Geral. Também já ali namorei, também já ali trabalhei no
bar quando terminei o secundário e falhei a faculdade por décimas em todos os
cursos aos quais concorri. O ISCSP da Universidade Técnica veio 2 ou 3 meses
mais tarde, na segunda fase e nesse então vivi ali tempos absolutamente memoráveis
com a Dona Elisa na cozinha e o meu querido Sérgio Bernardo que nos deixou há
poucos anos, de colega barmate. Companheirismo, entreajuda, espírito brincalhão
que nos mantinha em sintonia e sempre de acordo. Eu fazia as tardes e ele as
noites e a porra do vasilhame nunca era despejado por mais que eu lhe pedisse.
Ficava sempre a barrica cheia até ao cimo a deitar fora na noite que ele
fechava e o mouro tinha de limpar tudo para poder trabalhar. Até ao dia que fui
atafulhando o chão do bar em cada cantinho onde cabia uma garrafa vazia e teve
de entrar de bicos dos pés feito bailarina. Serviu-lhe de emenda. Para uma
semana ou duas. Só quem não o conhecesse.
Pois
o Grupo Desportivo Arenense está vivo, recomenda-se e viveu nestes últimos dias,
e vai continuar a viver nos próximos, uma jornada fantástica que é prova viva
daquilo que digo. Esta direção presidida por Luís Barradas (um colega de escola
primária que é um ano mais velho que eu e no final de certo ano disse à mãe que
estava todo contente porque tinha passado para a turma do seu amigo Pedro! É
claro que lhe tocou rancho e muito me ri há dias com o seu irmão Mário nas
Finanças quando me recordou o episódio), da qual tenho orgulho de fazer parte
(é certo que é só 2º secretário da Mesa da Assembleia Geral mas sou! E olhem
que faço as actas das Assembleias Gerais e as manuscrevo todinhas) é de alto
gabarito!
Esta
direcção dá quase sempre ponto certo e (quase) nunca se engana (como o outro
que preside a república). Para começar pelo princípio (notável!), teve a feliz
ideia de dar grande importância ao dia do sócio. Ao contrário de privilegiar o
aniversário que se celebra (todos os anos!) sempre a 12 de Dezembro quando está
muito frio e a malta está mas é a orientar-se para as muitas festas de natal
das associações de que fazem parte e ainda tem o Natal e o ano novo; esta
direcção optou por fazer grande festa do clube no dia do sócio numa data fixa
em que nunca se há-de trabalhar: o dia do trabalhador.
Nesse
dia, todos os associados com as quotas em dia (1 euro por mês) têm acesso a um
rol enorme de actividades de convívio e união e boa disposição cuja cereja no
cimo do bolo é o bolo em si: um almoço de confraternização composto por um extraordinário
repasto preparado pelo Senhor Francisco Nunes, mais conhecido como Chico
Barril.( vá-se lá saber porquê? Pela barriguinha não é com certeza).
Menina estás à janela... |
Como
são os homens que lideram (bem) as equipas quem se devem chegar à frente para
ouvir as críticas (em seu nome) e os louros (em nome de todos), os meus vão
inteirinhos para o Luís Barradas, o meu afilhado na política (como lhe chamavam
no parque de máquinas da câmara e agora a todos tem provado que era merecedor
de todos os elogios e mais alguns e tem estofo é para vereador, quanto mais!)
que os recebe porque personifica o esforço de todos. Todos que se têm mais ou
menos destacado pelo trabalho que desenvolvem e eu aqui tenho de enaltecer o
Fernando Dias pelo garante de estabilidade que representa à frente da
Assembleia geral e o Nuno Pires que tem sido uma pedra fulcral na dinamização da
equipa vencedora do futsal (segunda no meio de 8 no distrital apenas atrás do
Soujovem de Sousel, este com um orçamento de Liga dos Campeões) e o grande
obreiro daquela que é para mim a obra desta direcção: a legalização da sede do
Grupo Desportivo. O Nuno soube colocar os seus conhecimentos na área
imobiliária, e de uma forma absolutamente abnegada e apaixonada (como é o seu
cunho pessoal), ajudou a tornar realidade o sonho de muitos, de muitos anos
legalizando a sede através de uma escritura de usucapião (que foi tão heróica
que mais parecia uma escritura daquilo que as pessoas antigas e sem estudos
chamam a este tipo de escrituras: uma escritura de CAMPEÃO!)
Foto de família da direção atual |
Naquele
dia 1, a alvorada foi madrugadora e as tropas foram-se reunindo quando pouco
passava das 8 horas para um pequeno almoço frugal composto por café preto da
pucheira e toucinho frito. Barriguinhas compostas, pouco passava das 9 horas já
estava a sair a comitiva para o passeio pedestre e o passeio de bicicleta. A
aplicação Runtastic não engana e os dados são bem claros.
Olha o tócinho... E o colesterol? |
Café preto da puchera |
Momento da saída da caminhada e passeio de btt |
Os ciclistas em homenagem ao Dani Alves do Barcelona e à polémica da banana |
Manel João em grande plano a dizer que a terra acabou O risco vermelho é do seu bordão |
O sorriso até se vê daqui! |
Esta é para mandar fazer postais para as turistas do comboio do ramal de Cáceres |
Esta foi prometida ao sr. Machado. Ele e a sua máquina em grande plano |
Esta também é para postais para as turistas, mas é para as cámones de Marvão. Sou capaz de mandar fazer meia dúzia de seis |
Um sonho de cada vez que lá passava (desde os tempos da motorizada) e o Manel João ajudou a concretizar. Placa de Cabeçudos - 1, com 1 de verdade a fazer ar de tonto |
Se as selfies não tivessem sido inventadas, era nestes espelhos que se tiravam. E não ficou boa? |
Banhinho
e foi altura de envergar a camiseta do clube dos tempos áureos do Dr. Britovich (a.k.a. Mena
Antunes) que me foi oferecida por um atleta. Memórias de dias em que houve
dinheiros a rodos para ganhar o distrital… mas não houve planta para assegurar
o que vinha depois. Subimos… mas não fomos. O Dr. Mena Antunes que presidia
então é um bom homem, um amigo da terra que o viu nascer pobre e enriquecer nos
negócios à distância noutras paragens. Bom homem mas um presidente difícil, sem
ser capaz de “criar pé para dar coice” como dizia o meu chefe Delfino da Graça
Bento Amaro, atleta da caneta. Muito desperdício, muita despesa, muito craque
vindo de fora com zero garra pelo clube e muito amor ao dólar.
Já
que falamos em dirigentes, quando elogio aqui esta direcção encabeçada pelo
Barradinhas e este momento auspicioso, não me posso esquecer de dois homens que
o antecederam e ajudaram a reerguer o clube qual fénix renascida das cinzas da
glória fugaz: Dionísio Gordo e João Bugalhão. Dois homens diferentes, dois estilos
de estar na vida e formas de estar à frente do clube mas a mesma paixão e o
mesmo rigor. Do primeiro digo que quando todos se desviavam do olho do furacão
para saber quem é que pegava o touro pelos cornos, foi o mais improvável Dom
Sebastião que à força queira que os outros mais perfilados avançassem, quem se
adiantou. Quando a proximidade das eleições afastou uns por uns motivos, outros
por outros, ficou ele e é nestas altura em que a vida faz os homens puxar pelos
galões que se vê a sua fibra. Dionísio sem medo, perguntou numa Assembleia de
que bem me lembro, quanto e a quem se devia? Fontal, corajoso, foi suprindo,
cumprindo, planeando, voltando a credibilizar.
O
João Bugalhão, mais rodado nestas andanças, muito pela quilometragem política,
foi o estadista do plano Marshall do GDA. Estabilizou e deu caminho à
continuidade saudável de um seu pupilo que ensinou a jogar à bola e sentou na
poltrona de presidente. Pupilo que ali continua. E bem.
Quanto
ao resto do dia, o almocinho foi verdadeiramente suculento como comprovam as
imagens. Foi uma iguaria divinhame como dizem as minhas filhas. De comer e
chorar por mais mas mais não podia ser senão engordávamos (ainda mais). Ah, grande Chico Barril! Já não jantei. Uma sopinha e ponto.
Um esmerado serviço de bar... |
A arte de saber preparar umas sopas de sarapatel no prato (sob o olhar de desdém dos representantes do Governo Civil) |
Voilá! |
A maestria em pessoa... |
E um serviço digno do Gambrinus |
"Ai só levas uma?!?! Tchi... é-me isto presidente...) |
Homenagem ao Dani Alves versão II (com um emplastro muito especial) |
Mais difícil ainda! "Cuidado Carina que te podes engasgar!" |
Sócio nº 1 e 2º?!?!? Venha lá mas é o 12 que é a soma dos dois: o meu vizinhança Mário Guedelha |
Vá lá que lá arranjei um à minha altura! E mais ao menos com o mesmo cabelo... o grande Zé Manel Vaz |
Amor de manos Esta vai direitinha para uma moldura para a banquinha de cabeceira do sócio nº 2 Para que nunca se esqueça dos genros |
Adicionar legenda |
Sai da frente rapaz! Deixa a gente passar... Olha que mando chamar a junta de freguesia! |
De
tarde subiu tudo ao campo da malha que fica depois do campo de futebol relvado
sintético que deve ter sido a minha maior obra enquanto vereador do desporto e
da juventude. Da Europa vieram dinheiros que quis e soube aproveitar para
conseguir vestir de vez aquele pelado terceiro-mundista onde me habituei sempre
a ver jogar e fundei a claque nunca legalizada “Os Ultras dos Outeiros”.
A
malha meteu muitas equipas, muito divertimento, muita boa disposição, imperiais
e minis frescas e eu ainda a habituar-me a esta estranha sensação de estar a
viver aprisionado num corpo em que sabe-se lá porque desgraça, tenho esses
prazeres terrenos vedados. Eu até compreendo que nunca mais vou ser o mesmo que
era e a minha resistência a uma gota de álcool é praticamente nula mas… eu sei
que há outros, tantos prazeres na vida mas…. e o sabor e o gás de uma imperial
gelada a descer pela garganta? Se pode ser só uma, uma só será mas por quanto
tempo vai demorar mais esta intransigente lei seca? Será para sempre?
O presidente não descansou enquanto não me penteou e me fez perceber que a marrafa é ridícula. Já foi fora! |
O dia terminou com a dedicação a um outro clube de paixão, desta vez não apenas local mas antes nacional e intergaláctico. Se me tivessem dito antes do Juventus x Benfica que iriamos conseguir manter o nulo com os italianos a jogarem em casa no estádio onde se vai jogar a final, teria mais acreditado que me sairia o euromilhões sem ter jogado: Foi um jogo absolutamente eletrizante e demolidor. Há anos que não me lembrava de sofrer tanto a ver um desafio. Foi o cabrão do árbitro, as expulsões forçadas e o carneiro do Platini a querer beneficiar o clube de que é grande glória.
Nessa noite fiz uma promessa: depois daquela lição de futebol de defesa com 9, NUNCA MAIS CRITICO O JORGE JESUS EM PÚBLICO! O homem não merece essa ruindade. Nos períodos em que vacilar, mordo os dedos ou atiro-me de um rés-do-chão. O homem é um génio. Não merece.
Foi um jogo que carimbou a jornada de glória desse dia. Dormi com os dois cachecóis. Foi uma jornada gloriosa… do Arenense.
O Arenense está em grande destaque desde esse dia 1 e estendeu-se pelo Baile das Rosas de dia 3, antecedido pelo segundo lugar conquistado no futsal em casa, rematado com um jantar de gala na discoteca com um arrozinho de marisco cozinhado pelo mestre Pedro Jesus.
O período em alta continuará na Assembleia geral de dia 17 de Maio e prolongar-se-à com o almoço para todos os sócios que como eu, comungam da paixão vermelha a nível nacional e celebrarão um almoço comemorativo do campeonato já conquistado que terá como digestivo às 17 horas a projecção em imagem gigante a final da Taça de Portugal. (que no ano passado entregamos de mão beijada ao Guimarães e há 10 anos ao Setúbal com um Pedroca de beicinho sentado na bancada do Jamor L). A ver se é desta. No ano passado serviu de emenda. Só se fala depois…
Nessa noite fiz uma promessa: depois daquela lição de futebol de defesa com 9, NUNCA MAIS CRITICO O JORGE JESUS EM PÚBLICO! O homem não merece essa ruindade. Nos períodos em que vacilar, mordo os dedos ou atiro-me de um rés-do-chão. O homem é um génio. Não merece.
Foi um jogo que carimbou a jornada de glória desse dia. Dormi com os dois cachecóis. Foi uma jornada gloriosa… do Arenense.
O Arenense está em grande destaque desde esse dia 1 e estendeu-se pelo Baile das Rosas de dia 3, antecedido pelo segundo lugar conquistado no futsal em casa, rematado com um jantar de gala na discoteca com um arrozinho de marisco cozinhado pelo mestre Pedro Jesus.
O período em alta continuará na Assembleia geral de dia 17 de Maio e prolongar-se-à com o almoço para todos os sócios que como eu, comungam da paixão vermelha a nível nacional e celebrarão um almoço comemorativo do campeonato já conquistado que terá como digestivo às 17 horas a projecção em imagem gigante a final da Taça de Portugal. (que no ano passado entregamos de mão beijada ao Guimarães e há 10 anos ao Setúbal com um Pedroca de beicinho sentado na bancada do Jamor L). A ver se é desta. No ano passado serviu de emenda. Só se fala depois…
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