Aqueles
descontentes com o actual estado das coisas mostraram a sua insatisfação mas
revelaram muito mais que isso. Revelaram uma profunda falta de respeito pela
nossa história, pelo passado valoroso, pela democracia, pelo chefe
do nosso Estado, mostraram a sua ignorância e o seu desrespeito por mim, também.
Assisti
boquiaberto às imagens no youtube mas acredito que muita gente se sentiu assim como eu.
Mal
como eu.
Alguns,
mais antigos, tiveram certamente saudades do Salazar, pelo respeito que então havia
pelos valores do país. O tirano não foi terrível em tudo. Foi muito terrível
quase em tudo mas soube sempre valorizar o que era nosso, gerir bem as finanças
do país, manter-nos longe das grandes guerras com hábeis alianças e morreu com
parcas posses.
Outros,
mais modernos, como eu, acham que aquilo ia com o corpo de intervenções rápidas
que deveria ter zelado por aquele símbolo do Estado português que é o
Presidente da República (goste-se ou não do homem mas aqui o que está em causa
é o cargo que ocupa), como zelaram pela Assembleia da República como fizeram na
manifestação das forças de segurança. A causa-efeito foi hoje mais que óbvia.
Vergonha.
Podem
chamar-me aquilo que não sou porque eu, como sempre, estou em paz com a minha
consciência, que é a única juíza a quem devo prestar contas. Não sou neo-nazi
nem nada que o pareça, não sou salazarista, não sou estafermo. Sou amante da
liberdade como valor maior da vida. Para além disso: sou
português! E neste dia, digo-o com muito orgulho. Ter orgulho nisso não é nada
que envergonhe ninguém. A mim orgulha-me e muito. Tenho pena que os sujeitos
e as senhoras que boicotaram as comemorações na Guarda, não o sintam.
Quando
ouvi o que se tinha passado, queria brincar com o sucedido e com o facto de o
rei de Espanha também já ter bazado mas fiquei sem força
Hoje
também é o Dia de Camões. Se tivesse visto uma lide destas, tinha ficado cego
dos dois.
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