Ultimamente, de cada vez que por aqui
passo, um misto de tristeza e lamento apodera-se de mim. Longe daqueles tristes
períodos tão difíceis depois do acidente em que questionei tudo e cheguei a
pensar pôr um fim a esta minha encarnação cibernética, vivo agora com uma desolação
permanente pela minha ausência por estas paragens. Os tempos mudaram e essa é
que é a verdade. A força está em saber acompanhá-los.
Este blogue nasceu porque a vida em
carne e osso não chegava para eu viver tudo o que queria. Precisava disto para
postar a memória, para criar um álbum de víveres com recurso a tudo o que fosse
multimédia para chegar a quem me quer bem; para deixar o legado às minhas
filhas e aos filhos das minhas filhas para verem quem era aquele que as
antecedeu; para mim quando for velhinho (se lá chegar porque se for antes, de
certeza absoluta que vou contrariado) e a vida me passar. Como eu gostaria de
ter conhecido os pensares do meu avô e do meu bisavô e dos que foram antes de
mim se tivessem tido acesso às tecnologias que eu tenho.
Empurrado pelo ímpeto dos “Desabafos”
da Rádio Portalegre que passei a integrar por convite do meu amigo Joaquim
Barbas, tomei balanço depois de finda a temporada e segui por minha conta,
criando o meu próprio espaço, deixando a política e a vida dos portugueses;
passando a centrar-me na minha.
Como o subtítulo que coloquei na
imagem do cabeçalho indica, por aqui desabafei, exultei e descomprimi. Dando
largas à minha formação jornalística abandonada por uma vida mais certinha, melhor
remunerada, mais perto do meu sítio e no fundo, melhor; aqui arranjei forma de
fazer uma grande reportagem da minha vida com tudo o que isso tem de bom e mau.
Quem não deve, não teme e até posso ter telhados de vidro porque não vou numa
de virtudes públicas, vícios privados. Exponho-me demais, é certo, mas isso até
me agrada. Faz-me sentir assim uma rockstar de subúrbio rural que é considerada
porque é assim que me sinto habitualmente. Pode ser só impressão minha e algum
(muito) convencimento mas as mulheres até me olham com o ar de “este gajo até é
fixe e estar ao pé dele nem deve ser assim tão mau” e os bacanos olham-me de
duas formas: ou são amigos e também sabem que eu sou-o deles e pensam ao
ler-me: “o velho Sabi…” e sorriem; se não são amigos, ou sabem ler e pensam “é
pena não nos darmos bem que o gajo até deve ser fixe”; ou não sabem ler e só
invejam enquanto se entretêm com as rudimentares alfaias mundanas de que é
feita a sua existência.
Mas este recomeço não é um fim; antes é
um princípio. Se o BES deu barraca da grande, o Salgado se safou à prisa
pagando os 3 milhões que davam para comprar um avançado assim jeitoso e isso
não foi o fim mas antes o princípio do Novo Banco, também este post pode ser o
começo do novo blogue com direito a nova imagem no cabeçalho com ligações e
tudo.
Esta vai ser assim uma mudança ao
nível da do Expresso que como diz o periódico: faz opinião. O Expresso continua
a ser o mesmo, um calhamaço impossível de ler todo porque o tempo escasseia, é
coisa rara e exige concentração, mas… agora também é diário. Aproveitam
recursos, fazem sinergias e com o mesmo, produzem mais. Eu também quero que o
meu blogue se ajuste aos tempos. Ao meu tempo (already forty one and after
being a Vespa Test Dummy), ao tempo da minha famíla (3 patroas a mandarem com
intensidade crescente num sentido decrescente) e ao tempo da vida (mais caseira,
mais centrada na sala de estar, bem longe dos tempos da meteórica carreira d’A
GRUPA quando se vivia na vertigem rock’n’roll.)
Traduzido por miúdos diz-te o quê a
ti, que passas por aqui agora porque não tens mais nada interessante que fazer,
com tanta coisa boa a dar na televisão? Que este blogue já me consumiu muitas
horas de vida mas que de agora em diante não vai ser o exclusivo porque as
ferramentas são outras e possibilitam “Ver o Mundo pelo Telemóvel com ajuda do
Facebook onde quer que se esteja.” Dois saltos brutais permitiram que assim
fosse:
1) A minha descoberta
do Facebook, depois de o ter menosprezado a início, como uma ferramenta verdadeiramente
vertiginosa que eleva a comunicação entre os seres vivos a um expoente nunca
antes imaginado. Se a internet faz o mundo parecer uma aldeia global, o
facebook faz da aldeia, uma praça onde cabe o pessoal todo à janela.
2) A revolução
dos telemóveis quando evoluíram para smartphones, ou seja em linguajar do vosso
tio Sabi, em pequenos computadores de bolso que até, e também, dão para falar.
Eu vinha de um Nokia Xpress Music com quase 4 anos completely old fashioned
quando num ataque de fúria pela sua inoperância, o desfiz na calçada do
quintal. Depois de muitas ouvir, passei umas semanas por um Sony Xperia que
parecia fantástico mas avariava vezes demais para lhe continuar a dar o
benefício da dúvida; até que aterrei num Samsung Galaxy Mini SIII e fiquei
rendido. É certo que sonho com Samsung Alpha ou até mesmo um iphone mas… sim.
Este dá. Para falar, para fotografar, para ouvir música, para ir à internet.
Como diz o meu novo amigo Dino Mafra: “Siga!”
Então passa a ser assim: todas as
semanas irei publicar por aqui no blogue a espaços, quando tiver tempo porque
assuntos há sempre em demasia, arquivados em papelinhos amarelos post it numa
das minhas gavetas. O mais provável é ser ao fim de semana mas nunca se sabe
quando sairá por aqui mais alguma coisa. Pode ser amanhã, mas como não há remuneração
fixa e sou freelancer..
Paralelamente, terei sempre o
telemóvel ligado na net assim que seja oportuno e a ligação a todos será
permanente.
Sempre que tenha um assunto que mereça
mais texto, mais espaço, mais fotos e vídeos ou que seja mais rebuscado, virei
por aqui. Sempre que surja o imediato, o momento, o instante, o dia-a-dia, o
trivial vai por ali, pelo facebook em https://www.facebook.com/pedro.sobreiro.14
(onde o 14 vem do nome do burro do avô
da Cristina) para os de fora da onda ou para os que estão dentro da cena do
facebook, procurando apenas por Pedro Sobreiro. Por razões de segurança,
preferi nesta encarnação facebuquiana manter-me no anonimato e abandonar a
nomenclatura mundialmente conhecida de Tio Sabi. Assim passarei a assinar pelo anonimato
garantido pelo nome próprio, estratégia que certamente me permitirá passar
muito mais despercebido. Ninguém conhece o Pedro Sobreiro.
Com o blogue e o facebook a
funcionarem em simultâneo e em dimensões distintas, penso conseguir… isso
mesmo: tirar o melhor de cada uma, como eu sempre defendo.
O facebook contudo tem alguns perigos e/ou
limitações: imiscui-se demais ao querer saber quem és, onde estás, qual é o
estado de espírito e se isto não é um Big Brother do Orwell agradavelmente
aceite não sei o que será; tem uma enorme limitação de espaço que trata todos por
igual e lhes dá as mesmas linhas de tempo de antena queira dizer muito ou pouco
e seja mais ou menos importante, tenha maior ou menor interesse; e tem excesso
de gente. Não é eu que seja a favor de limpezas étnicas cibernéticas mas em
cada facebookiano está um potencial blogger só que não têm nada a ver. Podem utilizar
as potencialidades estonteantes e o imediatismo de poder brutal do facebook mas
não têm nada a ver. Os blogues estão para o facebook como a feira das Galveias
está para uma coisa que eu cá sei e começa por um f e termina na letra r, tendo
pelo meio as letras ode. O blogger gere um espaço só seu e tem de saber geri-lo
com assuntos suficientemente pertinentes para o manter válido. Um chamariz sem
que seja brejeiro, a chama sempre acesa independentemente do assunto tratado.
Tem de ter algo que “faça” as pessoas voltarem. E gostarem do que vêem.
Já no facebook há sempre imagens
engraçadas a partilhar, pensamentos profundos a granel copiados de algures, uma
prato recém-fotografado qualquer coisa nova nem que seja gamada, ou apenas para
desejar uma boa noite ou um bom concerto. Se um gajo criasse um blogue para
dizer isso, era capaz de ter poucas visitas, digo eu. Há quem tente criar um
blogue mas… mantê-lo visitável é que é um bocadinho mais dificil. Já no
facebook… tudo passa.
No imenso mar turbulento do facebook é
mais difícil ser como eu sempre fui no blogue: nem melhor, nem pior, apenas
diferente. Pode ser uma foto, uma notícia, um lugar comum, uma outra
perspectiva mas sempre, sempre, sempre, única. Como eu sou único. Não há mais
nenhum igual.
Maneiras que resumindo e concluindo, a
sede deixará de ser o blogue para passar a ser o facebook onde se divulgará ou o “Vendo o mundo de binóculos do alto
de Marvão diário em diversas edições que serão tantas quanto os assuntos” ou o “Vendo o mundo de binóculos do alto
de Marvão principal no sítio do costume que não o Pingo Doce” mas que será
sempre divulgada ali no facebook.
E esse vai ser o denominador comum ao
Pedro Sobreiro do blogue, do facebook e em carne e osso: EU. Há quem lhe
possa chamar egoísmo, percebo, mas a vida é só uma e se eu não gostar de mim, quem
gostará? E eu, tirando uma coisinha ou outra que tento sempre limar… gosto.
Quem gosta e eu graças a Deus sei que
são muitos, consomem (quanto mais não seja porque a mim me faz bem) e comentam
comigo quando me apanham. Quem não gosta, mete para o lado e come só o ovo e as
batatinhas fritas, porque: (Velha máxima do vosso tio Sabi) Cristo que foi
Cristo e tinha a cunha do pai, com 33 anos já lá estava cravado no barrote).
Portanto, eu sei que agradar a todos não dá so… live and let live dedicado a
todos vocêis com o vídeo dos grandes G’n’R que tinham de fechar este post e
mais ainda um outro vídeo...
que tinha de ser dedicado à minha profissão e escolha de vida que não m’alembra se já o publiquei aqui mas não podia ser melhor. With lyrics to understand better what they say.
Now my advice for those who die
Declare the pennies on your eyes
Cos I'm the taxman, yeah, I'm the taxman
And you're working for no one but me
Taxman!
1 comentário:
Eu vou continuar a vir aqui, até porque não tenho facebook.
Um abraço
Enviar um comentário