domingo, 20 de novembro de 2016

Sabor a fado e... a ti

Leonor Lança Sobreiro
14 anos


A Portus Gladii, do Porto da Espada, em português de Portugal dos dias de hoje, teve a amabilidade de convidar a Leonor para cantar numa noite de fadistagem. Os pais, como é obvio, ficámos felizes. Quem é que é o pai que não quer o melhor para os filhos, e fica feliz com a sua felicidade, passo a redundância? Sinal que a visionária Sandra Paz, não deu um passo em falso, quando a convidou para Marvão, pela 1a vez, e por isso sempre lhe agradeceremos.


A "miúda"(?) tem uma figura, uma presença, e uma voz que herdou (tudo!) da mãe, que falam por si, e me recuso a comentar, aproveitando apenas a cada momento que tenho para agradecer a Deus.

 

Sabe que tem isto tudo mas... teve de ser empurrada para a luz da ribalta. Mais recatada, não é tão extrovertida como a prima Maria Dias, minha afilhada, que também cantou, e parece que nasceu já com um microfone na mão, tal é o jeitaço inato que tem para o palco.

  



A minha tem a voz mas ainda é a miúda que hoje fez uma rebaldaria com a irmã na minha cama, por se apanharem com a mãe no Turismo. Falta—lhe trabalhar o olhar, os trejeitos, o estar em palco, as mãos nas ancas, os agradecimentos aos músicos (brilhantes "nosso" Miguel Monteiro e Nuno Cirilo que eu não conhecia) e a quem a convidou (que as coleguinhas, já mais batidas, não falham. E bem!), o saber para quem está a atuar e o puxar por eles. Tantos conselhos que poderia dar, já tentei, mas o fosso entre idades e os degraus de diferença na escada da vida, não permitem que falemos a mesma língua.

Por isso, lamento, regozijo e lhe digo, como lhe disse ontem, num abraço apertado que lhe dei antes de dormir: "É um orgulho tão grande ser teu pai. Orgulho—me tanto de ti. Obrigado. Se fosses outra em vez de ti, ia lá trocar—te. Eu quero é TU." (mesmo a esquecer—se diariamente e sistematicamente, de trazer a roupa suja para o cesto dela cá em baixo, de arrumar os pijamas e a roupa, de desarr..."

Estava eu feliz que não cabia em mim, estaria certamente de igual forma o meu cunhado, pai da Maria, estariam felizes os outros avós mas... havia um, que apesar de não exteriorizar muito, por ver duas das suas netas, sangue do seu sangue, a brilharem nos palcos que sempre percorreu durante a vida artística... estaria que não lhe deveria caber um feijãozito no tal sítio, de tão bem inchado que estava...

E ainda por cima numa noite em que o genro, que por acaso até acho que o conheço, estava preso ao desafio pelo auricular do móvel e lhe ia comunicando que o nosso Benfica ia espatando 6 a 0, no temível Mareteme... para a taça de Portugal onde os tripeiros já marcharam de canoa e os lagartos se viram à rasquinha em casa para vencer uns Pim Pam Puns...




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