quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Tempos curiosos, estes...







Eina bem!!!!!! Qua granda regabofe práqui vai! :D A postagem é minha e como tal, serei eu a traduzir o que se passou aqui e… se houver malta que se junte à turba para me apedrejarem, que o faça consciente do que está a fazer.

Comecemos pelo princípio, o que dá sempre jeito e… algum sentido.

Um rapaz, que por acaso até sou eu, larga agora o trabalho a horas de fazer aquilo que sempre gostou, quando saia a horas de ainda o poder fazer à luz do dia, apesar da altura do ano: correr. Depois de se ter visto liberto pela opção política dos portugueses, que também foi a sua, de ter decidido politicamente virar à esquerda, exultou o feito, na rede social que torna o planeta global do tamanho da sua aldeia.

Tudo seria bem calmo se na nossa sociedade fosse respeitada a velha máxima que ele tanto venera: a nossa liberdade termina, onde começa a liberdade dos outros. Não há no meu comentário ofensas a ninguém, não há maledicências, tudo decorre da maneira que sempre tanto gostei: às claras e de peito aberto.

Pois este meu comentário trivial, de felicidade e regozijo, foi jocosamente maltratado pela Dra. Catarina Bucho Machado (com amigas destas, ó Catarina, nem fazem falta os outros), porque ao fazer o que fiz, estava a dar uma de desgraçadinho, que chorava por antes trabalhar até às 18 horas. Comparou-me ela, creio que com alguma maldade, com todos aqueles que trabalham no privado e têm de lidar com horários bem mais complicados, e trabalhar com “clientes” muito mais difíceis.

Recordo que nesse então, os serviços públicos na vila fechavam às 16h (Câmara), 16.30h  ou 17h. (Conservatória) e as finanças iam até às 18h

Ora isto gerou um eco extraordinário de alguns “amigos” que sentiram (mais do que) a força que precisavam para se manifestarem como se eu fosse o culpado de todo o mal que lhes acontece, sobretudo no que diz respeito a horários, ausência do lar para o cumprimento de obrigações, desgaste pelo tipo de atendimento que têm de fazer. O que parecia ser uma coisa de somenos importância, apenas um desabafo meu de satisfação, originou uma verdadeira manifestação contra.

A bem saber à minha senhora doutora, clarifico a explicar-lhe que a minha cara misturou aquilo que não pode ser, por ser tratarem de realidades distintas, comparável. Na verdade, trabalhar para o Estado, nos dias que correm sobretudo, é um garante de estabilidade que não é atingível para quem não tem essa sorte. Quem trabalha para o privado, pode ter muitas vantagens mas por mais que estas sejam não conseguem, de forma alguma ter, valer-lhe esta segurança. Estabilidade que eu, que vi os meus pais ficarem desempregados do privado, quando estudava na faculdade, não troco por dinheiro algum.

A minha amiga tem muita gente na sua família, que considero meus amigos também, que hoje beneficiam no ativo, ou já na feliz aposentação, destas benesses de trabalhar para a função pública.

Sabe bem que lamento imenso a volta que a vida deu, por ter permitido que lhe tirassem a si, a oportunidade de, hoje, ser minha colega. Sabe bem o quanto me bati por manter a sua enorme competência técnica e o seu intocável profissionalismo. Mas infelizmente, o mal que me afastou a mim da missão autárquica (por não o querer, EU, mais), teve força para a afastar a si. Lamento isso como me orgulho da sua perseverança por não ter abandonado este barco (Marvão), por ser uma empresária de sucesso e por continuar a passar por eles, sempre, de cabeça erguida.

Pode ter sido apenas um desabafo seu. Pode ter sido apenas um comentário brincadeira. Posso ter sido eu que o levei demais a mal. Se assim foi, peço desculpa. Mas as vozes de coro de contestação, também me incitaram a este… desabafo.

Apenas mais digo que, na vida, o azeite vem sempre ao de cima, quando é misturado com água. Por mais água que tenha, por mais pressão, por mais aperto… o azeite vem sempre à tona. Quero eu dizer com isto que as pessoas que, hoje têm de trabalhar em locais mal remunerados, em funções repetitivas, chatas, com horários proibitivos para quem quer levar a vida de uma forma mais regrada e prazenteira, estudaram na mesma escola que eu. Não estou a ser cínico. Estou a ser realista. Porque essas pessoas, ou optaram por não quererem estudar mais, ou quiseram ir trabalhar logo, ou descuidaram da importância que tem de se dar a esses anos absolutamente decisivos para o resto da vida, que são os que se situam entre os 6 e os 23. Todo o resto da sua vida vai ser o seguimento destes, é o que digo sempre às minhas filhas. Certamente esqueceram conselhos dos pais, dos irmãos, dos amigos melhor colocados e deixaram-se cair ali.

Escreve-te um rapaz, Catarina, que andou 4 anos a caminho de Lisboa, para tirar uma licenciatura em Comunicação Social, e em vez de num jornal, ou numa televisão da capital; é feliz a trabalhar nas… finanças em… Marvão. Se lhe tivessem dito que iria ali trabalhar, no dia em que se graduou com média de 14 e tantos sonhos por agarrar que nem sabia àquele a que se mandar… tinha-se atirado para debaixo do primeiro elétrico que ali passava na rua da Junqueira.

A força de vontade e o querer têm de ser a maior força dos fortes. Desses tantos que hoje reclamam por não terem tido melhores condições de estudo, e doravante não terem hoje o melhor trabalho, não conheço um único que quisesse realmente e não tivesse sido capaz. Porque mesmo que os pais não pudessem, mesmo que as condições não tivessem sido tão propícias como aquelas que eu tive, teve se haver da SUA parte um erro tremendo que, esse sim, deve de ser criticado. Por submissão ao amor, por cedência ao conforto de um empregozeco qualquer, que claramente estava abaixo das suas capacidades (e elas sabiam-no); pelo erro de terem desaproveitado uma oportunidade que se afigurava fraca mas que, com o passar do tempo se tornou bestial; pelo nascimento de uma vida, ou por outra razão qualquer… entregaram-se. Renderam-se. Deixaram-se adormecer, não na esperança da ressurreição, mas nos braços da boçalidade. E quanto a isso…

Como sabes, a inveja é o maior desporto nacional e essa de ser o futebol, foi das mentiras mais bem vendidas que já vi. Não sei onde é que vi isto escrito, provavelmente num comentário ou post qualquer, mas tocou-me porque me parece que é a maior das verdades: as pessoas não invejam verdadeiramente quem tem o carro, a casa ou o vestido novo. Muitas vezes porque o seu carro é mais caro, a casa maior, o vestido mais elegante. O que as pessoas invejam mais mesmo é, a felicidade dos outros.

Nisso aí, minha querida, sei que sou invejado por muitos e muitas. Mas não me posso fechar numa concha, ou esconder num buraco bem fundo. Apenas tenho de ser eu e pedir sempre a Deus que me acompanhe, que me proteja e me guarde, a mim e aos meus.

Porque a ele devo cada novo dia, e a ele o começo sempre a agradecer.

Sem ir contra nada, nem ninguém. Mas seguindo sempre o meu caminho. De paz, de alegria, de verdade e de justiça.

Goste-se ou não se podendo com… sou eu.

Já deixei há muito de querer agradar.

Sou… o que sou.      

Um abraço amigo, miúda



(E agora dizem eles, enquanto esfregam as mãos peçonhentas... pronto! Já está!

Zangam-se as comadres...


Nada disso, bebés! Jogo de cintura, lisura e verticalidade entre amigos. Já ouviram falar?) É!)

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