É... foi mesmo o espetáculo da
ano, como disseram os senhores nos altifalantes. O papi, sempre em cima do
acontecimento, já tinha percebido o namoro pelo ecrã de cada vez que anunciava,
e, a tempo e horas, chegou—se à frente. Em boa hora. Em grande hora.
E, como isto do facebook é muito
feira das vaidades, lavagem de roupa suja, inveja e maledicência, astrevo—me já
a esclarecer os concidadãos que, as postagens que colo no meu mural, as faço
porque:
1) São um sinal dos nossos
tempos. Vivemos na 2a década do século XXI, e isto é... de agora. Gosto de
postar para a memória futura. Para a minha, das minhas filhas, dos filhos das
minhas filhas, mas também, para os que gostam agora de saber do vosso Tio Sabi,
e eu sei que há alguns entre vós, pequenada travessa. De tanta gente que inveja
o bem saber viver que Deus me dá lhe graça, há—de haver com certeza quem lhe queira
bem. Porque o homem é de bem.
Tanto é sinal dos nossos tempos
agora, que se fosse no tempo das cavernas, pintaria uma gruta inteirinha com isto tudo que me aconteceu.
2) Não me quero gabar, vangloriar,
ou fazer melhor que seja quem for. Apenas quero colar estas fotografias dos
meus dias. Olha, nesta data... estava aqui... estava feliz... e fiz isto.
Como é óbvio, quem conta um
conto, acrescenta—lhe sempre um ponto e ninguém gosta, tirando alguns profissionais
da arte da lamúria, de se vir para aqui queixar seja do que for. Por difícil
que me seja de entender, há muita malta que curte vir para aqui queixar—se de
tudo e mais alguma coisa. Da dor de cabeça que não passa, da unha encravada de
antesd'ontem, do barulho da vizinha de cima, da invejosa da colega que comprou
um vestido igual.
Também há a rapaziada que parece
que anda sempre em festas e férias, e eu desses, não quero ser, não. Por
diversos motivos. O 1°, é que não tenho dinheiro para isso, nem nada que se
pareça. Quem vive do que ganha, não tem negócios manhosos, e tem os cobradores
do fraque a dormir à porta de casa, para liquidar os empréstimos da mesma e do
carro, por exemplo, sabe do que falo.
Mas até para esse pessoal do
"olha lá anda o gajo no regabofe e na easy life sempre a cortir",
também escrevo e explico. Os bilhetes não foram dos mais caros, nem dos mais
baratos. 16 heuróis. Alguém tinha de ir a acompanhar a marquesa e como uma
ainda não tem carta, enfiei—me logo no carro e tranquei as portas da frente,
deixando apenas a de trás para ela entrar, enquanto me fartava de perguntar de
boca fechada: "tens a certeza que não queres ir tu?"
Ora 16€ + 16€, até para um gajo que
nunca foi barra a matemática, é facil de perceber que não dá mais que 32€.
Um não muito caro ponto de
partida.
Saímos daqui com um sol de Outono
adorável e quando chegámos a Évora, já me enchia de estúpido por não ter levado
um guarda chuva. Nenhum nos bancos de trás, nenhum na bagageira, voltas e mais
voltas e a cabeça a chorar pelos 5 ou 6 que dormem junto à porta da cozinha. Se
de um momento para o outro, começa a cair—me uma invernada...
Saí de Marvão com tudo
cronometrado, GPS certinho para nos levar até à porta e aí... perdi 15 ou 20
minutos em que já suava das mãos, porque nem sequer conseguia escrever a cidade
Évora, quanto mais, meter a
rua da arena.
—
Então pai?!?!?! Nunca mais saímos?!?!?! Já estou farta de aqui estar no carro,
parada na nossa rua... :(
—
Péra aí, filha! Não stresses. Vou ligar à mana que está a estudar no quarto...
...
Tou filha? Desculpa lá. Sei que estás a estudar mas TU ACREDITAS QUE DESTA
M**** DE GPS NÃO TEM A CIDADE DE ÉVORA, QUE É PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE,
DISPONÍVEL, PARA QUE SE SELECIONE?!?!?!?! CARROS DE M****... EU É QUE JÁ NÃO
TENHO TEMPO. MAS A VONTADE QUE ME DÁ É IR DAQUI A PORTALEGRE, TER COM O MEU
AMIGO João Carlos Anselmo QUE MO VENDEU, E ENTRAR COM O CARRO PELO VIDRO DO
STANDER DO PAI MATOS ADENTRO. RAIOS E CORISCOS!!!!
Abriu
a janela. Desceu as escadas. Mexeu 2 minutos.
—
TÁS A VER, FILHA?!?!?! Só dá "EVO SANTOS"!!!!!!!sempre que tento escrever Évora. MAS O GAJO É ESTÚPIDO OU
QUÊ?!?!?! QUAL EVO SANTOS?!??!?!?!? TAMOS EM ÁFRICA?!?!? OLHA ESBELELÉU!!!!!!
—
Pai... tinhas de meter o acento no É. Olha aqui. Qual é a rua? Humberto
Delgado? E a porta? Fácil.
—
Daaaaaaaaaahhhhhh
—
Cála—te pequena!
?
?
?
?
Vá, vá, vá...
Olha,
Leonor, obrigados e vai para dentro que te constipas. Tens de estudar. Eu assim
também era capaz.
—
Assim como, pai?
—
Sei lá! Alice, diz que estamos atrasados.
—
Pai: estamos atrasados!
—
Xiiiiiiiii! Adeus!
Paragem
nas bombas muito baratinhas e se fazem mal...que se amole! no Eleclerc para 20€
de gasóleo. Ficou quase cheio. A acrescer aos 32€ = €52
Chegados
à 1 hora em ponto para almoço, que sítio haveríamos de escolher?
—
Olha filha, vão haver 3 espetáculos destes no país: um no norte; outro em
Lisboa, que é a capital, e este no Alentejo, onde devem querer estar todos os
meninos daqui. Deve de haver montes de gente. Que te parece irmos comer assim a
um sítio insuspeito, onde quase ninguém vá?
—
?
—
(Tirada brilhante do dia, n° 2): que te parece o McDonalds?
—
BOA!!!! Eu quero Mcnuggets!
Um
caos logo para estacionar... Cedo percebi que a grande maioria escolhia comer
nos carros, pelo Drive in, para fugir às filas e à falta de mesa. Estava eu
neste entrementes e um jeitoso abre pisca para sair. Mesmo do meu lado. Ai que
bem que me calhas... e vem de lá um galifão do outro lado já a meter—se a
jeito...
—
Eu vi primeiros, ó boneca! Um cheirinho no acelerador e um olhar à Steve
Mcqueen ao melhor estilo "é que é já a seguir!". Nem tugiu, nem
mugiu. Senão eu passearia o meu metro e 80, com 80 quilos enquanto endireitava
o limpa—vidros. Caso fosse necessário, perguntar—lhe—ia: "disseste?" Mas eu nem
sequer fixei as trombas do bízaro.
Tinha
uma criança para alimentar e eu também já petiscava alguma coisinha.
Entrei
e pensei: ainda bem que não trouxe a minha senhora senão ela... desfalecia—me
aqui. Detesta tanto estes ajuntamentos que, se se visse naquele, acho que ia
comprar espargos as lellus do outro lado da estrada e comia—os crus.
Eu
parvo não sou. Tenho ar de... e pareço tanto um, que às vezes até a mim me
convenço. Mas olhei, tentei perceber o que ali se passava e cheguei lá. Havia
uma fila superlotada de gajos e meninas (para não dizer gaijas) avessos à
tecnologia que ignoravam os painéis eletrónicos onde podias fazer o pedido,
pagar, e enquanto começavam de imediato a preparar na cozinha. Depois chamavam.
Sou,
por natureza, avesso a essas políticas dos magnatas, de nos meterem a nós,
clientes, seus empregados. Por isso é que viro sempre costas às máquinas do Tio
Belmiro de Azevedo, e lhes faço sempre manguito, enquanto cumprimento o
simpático ou a simpática que está na minha frente. Mais uma máquina, menos um
coração. Servem, mas, que eu deixe, não mandam!!!!!! Blade runner represent!
Mas
ali tinha mesmo de ser. Os tais nuggets, sopinha maravilhosa com feijão (TEM DE
SER ALICE!!! NÃO ME VAIS DEIXAR MAL... É A MEIAS... NÃO CUSTA NADA...), o
tradicional doublecheese burguer, sumo, cerveja lata sem álcool, Coca—Cola (dia
de loucura! :P), sundae caramelo, Mcflurry Oreo e café. 6+6, uns 12. +52 = €
64.
Se
até ali foi apertado, e dali para a frente? Como seria?
Tranquilo.
Tínhamos 1 hora. Na boa.
O
senhor GPS nos indicou o caminho por ruas muita estreitinhas e o esperto que é
o cabrão é, que quando se engana, calcula logo tudo outra vez para nos levar
lá. Eu acho que ele tem a alma do KIT, o carro fantástico ;)
—
Quê? Que sou parecidíssimo com o David Hasselhof?
Opá...
obrigados. Sim, sou sobretudo no tronco, nas pernocas e nos caracóis.
Lá
chegados, vimos logo o vizinho Rui Mimoso, esposa e herdeira; a Leninha Barbas
com a cantora Marisa e a Laurinha que me chama... o velho careca. Disparate! Qual careca?!?!?
O
espetáculo foi um mimo de profissionalismo e saber fazer. Excelentes as
músicas, as letras, as coreografias e as encenações. Os Caricas foram uma
brilhante ideia. São assim tipo os Marretas portugueses, os parodiantes de
Lisboa para a pequenada.
Desta
vez inventaram a máquina do tempo que os leva à pré—história, aos reis e
rainhas, a tanta coisa por viver e há—de estar aí um dvd na calha para o menino
Jasus.
Para
fechar a jornada, claro que não podia faltar a lembrancinha. Queria a
sweat—shirt, que era logo a mais cara. Alguns 20 euros. Como era um pouco
feínha...
Deve
dar calor, Alice... depois não te a deixam vestir... e lá veio toda contente
com uma canequinha de plástico com palhinha especial dos Caricas para beber o
leitinho de manhã e à noite (7€), mais uns ímanes fabulásticos para o
frigorifico (4€) = Até agora... € 75
Tudo?
1
vez na vida. Tão felizes... o €? Não me chegava para ir ver o meu Benfica
amanhã, que era o que tanto gostava. Foi ela. Vejo em casa no sofá. Comigo...
os filhos sempre primeiro (e eu também não fiz sacrifício nenhum... pchiuuuuuuuu)
Valeu,
querida. Quando leres, verás. E recordarás. Foi um dia inesquecível! :D
Sem comentários:
Enviar um comentário