quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Na máquina do tempo do Panda (com os Caricas)




É... foi mesmo o espetáculo da ano, como disseram os senhores nos altifalantes. O papi, sempre em cima do acontecimento, já tinha percebido o namoro pelo ecrã de cada vez que anunciava, e, a tempo e horas, chegou—se à frente. Em boa hora. Em grande hora.
E, como isto do facebook é muito feira das vaidades, lavagem de roupa suja, inveja e maledicência, astrevo—me já a esclarecer os concidadãos que, as postagens que colo no meu mural, as faço porque:

1) São um sinal dos nossos tempos. Vivemos na 2a década do século XXI, e isto é... de agora. Gosto de postar para a memória futura. Para a minha, das minhas filhas, dos filhos das minhas filhas, mas também, para os que gostam agora de saber do vosso Tio Sabi, e eu sei que há alguns entre vós, pequenada travessa. De tanta gente que inveja o bem saber viver que Deus me dá lhe graça, há—de haver com certeza quem lhe queira bem. Porque o homem é de bem.

Tanto é sinal dos nossos tempos agora, que se fosse no tempo das cavernas, pintaria uma gruta inteirinha com isto tudo que me aconteceu.

2) Não me quero gabar, vangloriar, ou fazer melhor que seja quem for. Apenas quero colar estas fotografias dos meus dias. Olha, nesta data... estava aqui... estava feliz... e fiz isto.
Como é óbvio, quem conta um conto, acrescenta—lhe sempre um ponto e ninguém gosta, tirando alguns profissionais da arte da lamúria, de se vir para aqui queixar seja do que for. Por difícil que me seja de entender, há muita malta que curte vir para aqui queixar—se de tudo e mais alguma coisa. Da dor de cabeça que não passa, da unha encravada de antesd'ontem, do barulho da vizinha de cima, da invejosa da colega que comprou um vestido igual.

Também há a rapaziada que parece que anda sempre em festas e férias, e eu desses, não quero ser, não. Por diversos motivos. O 1°, é que não tenho dinheiro para isso, nem nada que se pareça. Quem vive do que ganha, não tem negócios manhosos, e tem os cobradores do fraque a dormir à porta de casa, para liquidar os empréstimos da mesma e do carro, por exemplo, sabe do que falo.

Mas até para esse pessoal do "olha lá anda o gajo no regabofe e na easy life sempre a cortir", também escrevo e explico. Os bilhetes não foram dos mais caros, nem dos mais baratos. 16 heuróis. Alguém tinha de ir a acompanhar a marquesa e como uma ainda não tem carta, enfiei—me logo no carro e tranquei as portas da frente, deixando apenas a de trás para ela entrar, enquanto me fartava de perguntar de boca fechada: "tens a certeza que não queres ir tu?"

Ora 16€ + 16€, até para um gajo que nunca foi barra a matemática, é facil de perceber que não dá mais que 32€.

Um não muito caro ponto de partida.

Saímos daqui com um sol de Outono adorável e quando chegámos a Évora, já me enchia de estúpido por não ter levado um guarda chuva. Nenhum nos bancos de trás, nenhum na bagageira, voltas e mais voltas e a cabeça a chorar pelos 5 ou 6 que dormem junto à porta da cozinha. Se de um momento para o outro, começa a cair—me uma invernada...

Saí de Marvão com tudo cronometrado, GPS certinho para nos levar até à porta e aí... perdi 15 ou 20 minutos em que já suava das mãos, porque nem sequer conseguia escrever a cidade Évora, quanto mais, meter a rua da arena.

— Então pai?!?!?! Nunca mais saímos?!?!?! Já estou farta de aqui estar no carro, parada na nossa rua... :(

— Péra aí, filha! Não stresses. Vou ligar à mana que está a estudar no quarto...

... Tou filha? Desculpa lá. Sei que estás a estudar mas TU ACREDITAS QUE DESTA M**** DE GPS NÃO TEM A CIDADE DE ÉVORA, QUE É PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE, DISPONÍVEL, PARA QUE SE SELECIONE?!?!?!?! CARROS DE M****... EU É QUE JÁ NÃO TENHO TEMPO. MAS A VONTADE QUE ME DÁ É IR DAQUI A PORTALEGRE, TER COM O MEU AMIGO João Carlos Anselmo QUE MO VENDEU, E ENTRAR COM O CARRO PELO VIDRO DO STANDER DO PAI MATOS ADENTRO. RAIOS E CORISCOS!!!!

Abriu a janela. Desceu as escadas. Mexeu 2 minutos.

— TÁS A VER, FILHA?!?!?! Só dá "EVO SANTOS"!!!!!!!sempre que tento escrever Évora. MAS O GAJO É ESTÚPIDO OU QUÊ?!?!?! QUAL EVO SANTOS?!??!?!?!? TAMOS EM ÁFRICA?!?!? OLHA ESBELELÉU!!!!!!

— Pai... tinhas de meter o acento no É. Olha aqui. Qual é a rua? Humberto Delgado? E a porta? Fácil.

— Daaaaaaaaaahhhhhh

— Cála—te pequena!

?
                         ?
                                               ?
                                                                           ?

Vá, vá, vá... 

Olha, Leonor, obrigados e vai para dentro que te constipas. Tens de estudar. Eu assim também era capaz.

— Assim como, pai?

— Sei lá! Alice, diz que estamos atrasados.

— Pai: estamos atrasados!

— Xiiiiiiiii! Adeus!

Paragem nas bombas muito baratinhas e se fazem mal...que se amole! no Eleclerc para 20€ de gasóleo. Ficou quase cheio. A acrescer aos 32€ = €52

Chegados à 1 hora em ponto para almoço, que sítio haveríamos de escolher?

— Olha filha, vão haver 3 espetáculos destes no país: um no norte; outro em Lisboa, que é a capital, e este no Alentejo, onde devem querer estar todos os meninos daqui. Deve de haver montes de gente. Que te parece irmos comer assim a um sítio insuspeito, onde quase ninguém vá?

— ?

— (Tirada brilhante do dia, n° 2): que te parece o McDonalds?

— BOA!!!! Eu quero Mcnuggets!

Um caos logo para estacionar... Cedo percebi que a grande maioria escolhia comer nos carros, pelo Drive in, para fugir às filas e à falta de mesa. Estava eu neste entrementes e um jeitoso abre pisca para sair. Mesmo do meu lado. Ai que bem que me calhas... e vem de lá um galifão do outro lado já a meter—se a jeito...

— Eu vi primeiros, ó boneca! Um cheirinho no acelerador e um olhar à Steve Mcqueen ao melhor estilo "é que é já a seguir!". Nem tugiu, nem mugiu. Senão eu passearia o meu metro e 80, com 80 quilos enquanto endireitava o limpa—vidros. Caso fosse necessário, perguntar—lhe—ia: "disseste?" Mas eu nem sequer fixei as trombas do bízaro.

Tinha uma criança para alimentar e eu também já petiscava alguma coisinha.

Entrei e pensei: ainda bem que não trouxe a minha senhora senão ela... desfalecia—me aqui. Detesta tanto estes ajuntamentos que, se se visse naquele, acho que ia comprar espargos as lellus do outro lado da estrada e comia—os crus.

Eu parvo não sou. Tenho ar de... e pareço tanto um, que às vezes até a mim me convenço. Mas olhei, tentei perceber o que ali se passava e cheguei lá. Havia uma fila superlotada de gajos e meninas (para não dizer gaijas) avessos à tecnologia que ignoravam os painéis eletrónicos onde podias fazer o pedido, pagar, e enquanto começavam de imediato a preparar na cozinha. Depois chamavam.

Sou, por natureza, avesso a essas políticas dos magnatas, de nos meterem a nós, clientes, seus empregados. Por isso é que viro sempre costas às máquinas do Tio Belmiro de Azevedo, e lhes faço sempre manguito, enquanto cumprimento o simpático ou a simpática que está na minha frente. Mais uma máquina, menos um coração. Servem, mas, que eu deixe, não mandam!!!!!! Blade runner represent!

Mas ali tinha mesmo de ser. Os tais nuggets, sopinha maravilhosa com feijão (TEM DE SER ALICE!!! NÃO ME VAIS DEIXAR MAL... É A MEIAS... NÃO CUSTA NADA...), o tradicional doublecheese burguer, sumo, cerveja lata sem álcool, Coca—Cola (dia de loucura! :P), sundae caramelo, Mcflurry Oreo e café. 6+6, uns 12. +52 = € 64.

Se até ali foi apertado, e dali para a frente? Como seria?

Tranquilo. Tínhamos 1 hora. Na boa.

O senhor GPS nos indicou o caminho por ruas muita estreitinhas e o esperto que é o cabrão é, que quando se engana, calcula logo tudo outra vez para nos levar lá. Eu acho que ele tem a alma do KIT, o carro fantástico ;)

— Quê? Que sou parecidíssimo com o David Hasselhof?

Opá... obrigados. Sim, sou sobretudo no tronco, nas pernocas e nos caracóis.

Lá chegados, vimos logo o vizinho Rui Mimoso, esposa e herdeira; a Leninha Barbas com a cantora Marisa e a Laurinha que me chama... o velho careca. Disparate! Qual careca?!?!?

O espetáculo foi um mimo de profissionalismo e saber fazer. Excelentes as músicas, as letras, as coreografias e as encenações. Os Caricas foram uma brilhante ideia. São assim tipo os Marretas portugueses, os parodiantes de Lisboa para a pequenada.


Desta vez inventaram a máquina do tempo que os leva à pré—história, aos reis e rainhas, a tanta coisa por viver e há—de estar aí um dvd na calha para o menino Jasus.


Para fechar a jornada, claro que não podia faltar a lembrancinha. Queria a sweat—shirt, que era logo a mais cara. Alguns 20 euros. Como era um pouco feínha...

Deve dar calor, Alice... depois não te a deixam vestir... e lá veio toda contente com uma canequinha de plástico com palhinha especial dos Caricas para beber o leitinho de manhã e à noite (7€), mais uns ímanes fabulásticos para o frigorifico (4€) = Até agora... € 75


Tudo?

+ 2€ de umas pipocas, só 1!, que já estou sem guito...


1 vez na vida. Tão felizes... o €? Não me chegava para ir ver o meu Benfica amanhã, que era o que tanto gostava. Foi ela. Vejo em casa no sofá. Comigo... os filhos sempre primeiro (e eu também não fiz sacrifício nenhum... pchiuuuuuuuu)

Valeu, querida. Quando leres, verás. E recordarás. Foi um dia inesquecível! :D

Valeu para a vida! ;)


Bem hajas. 

Se é um de cada vez... este já ninguém mo tira. :D

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