A
caminho do Algarve, Armação de Pêra, em 1976, com 3 anos, apenas. Naquela que
é, para mim, a foto favorita. Os longos cabelos encaracolados, as calças a
meterem nojo de tanta rampolia e brincadeira, as mãos nos bolsos, o cinto, a
cara suja de chocolate, o Ford Cortina do meu tio Lazarinho, que nos levava à
praia, enquanto as malas seguiam por comboio.
Faz
hoje que, 44 anos são passados desde aquele 8 de Junho de 1973. Tanto tempo...
Tanto tempo que eu temi tantas vezes, que não chegasse a ser tanto. Sem
infantário por aqui, com os pais a terem de trabalhar para ganharem o sustento,
fui criado por 3 mulheres do lado paterno: a avô que sempre conheci viúva, a
tia que enviuvou quando eu tinha 7, e a tia que nunca casou. O luto nunca
resolvido, de um tio que morreu subitamente com 14 anos, enquanto corria numa
escadaria da Beirã, ensombrou—me a existência. Sempre à espera do congênito (a
minha outra tia, sua irmã, foi das primeiras operadas a coração aberto, em
Portugal) ou duma falha momentânea, fui vivendo. Procurando fazer com que a
alegria de viver, suplantasse os tantos temores, deste hipocondríaco temerário.
Recordo—me
perfeitamente de, numa rua da minha aldeia, ter pensado que fazia 8. E já eram
muitos.
A
vida tem sido uma viagem fantástica e maravilhosa. Agradeço a Deus, que só
conheci com convição, há bem pouco, o tanto que já me deu. Agradeço a mulher
que me colocou como companheira (Fernanda Sobreiro); as filhas lindas,
educadas, carinhosas, inteligentes (Leonor e Alice); agradeço à minha mãe
Alzira e ao meu irmão Miguel, por me terem dado o ninho que me fez gente;
agradeço à minha nova família que ganhei pela via do casamento (João Manuel
Lança, Jacinta, Paula, Fernando, Maria Dias), agradeço a todos os meus
familiares, amigos e amigas que são tantos, e eu lamento tê—los tão longe, e
não poder desfrutar deles todos os dias. Um bem haja generalizado, a todos os
meus amigos/amigas que me parabenizem neste dia por aqui, telemóvel, mail, ou
pessoalmente.
Eu,
Pedro, serei sempre o mesmo, e não sei se será defeito ou doença, mas vejo—me
sempre assim ao espelho, como nesta foto, só que agora estou maior. E tenho
barba. Não me vejo como homem grande, que trabalha num serviço sisudo, só para
os mais velhos. É por isso que tenho lá atrás do balcão, escondido, um frasco
de caramelos de fruta, para lhes dar, quando eles lá vão e se portam bem. Até
lhes brilham os olhos. E a mim...
Mas
acho que vai ser sempre assim. Até que Deus queira.
Nunca
quero, nem nunca quis, prejudicar ninguém. Tenho a consciência incólume. Só me
mexo, quando a felicidade dos outros se interpõe no caminho da minha. Só quando
os outros querem o mesmo que eu, tenho de interceder. E ainda assim, aqui, há
valores e princípios, que falam mais alto.
Desejo
a todos os meus contemporâneos, felicidades e saúde. Considero—os a todos meus
irmãos, ainda que nalguns casos, seja mesmo muito difícil aferir esta
familiaridade.
Vivam...
e deixem viver.
Paz.
Durante o dia...
Bom dia alegrias! (como dizem os manos Miguel Miranda, Isabel Miranda)
Embora eu não tenha sempre disposição para tal (as minhas
ladies dizem que eu sou o Estrumpfe Rezingão... estafermas!), hoje é mesmo esse
dia!
Agradeço aos muitos amigos e amigas, que já me estão a fazer
este dia tão especial.
Todos nós queremos é ser amados. Certo? Ora o Facebook, é uma
ferramenta incontornável das relações humanas dos nossos dias. E é tão bom
ter—vos perto.
Comecei o dia da melhor maneira: a ser amado e... a correr. :D Tudo bom!
Depois vieram os amigos, a família, a confraternização e.... as prendas. Todas muito importantes e significativas para mim, embora não fossem necessárias. Só o fato de poder estar a desfrutar da presença deles e delas, fazia tudo valer a pena. Tantos que não estão, tantos que já faltarão para sempre... até que eu dure. Apenas esperam por nós.
Das prendas recebidas, tenho de destacar duas. Da Leonor... à qual respondi, em sede própria:
A
alegria... de ter feito um bom trabalho contigo. Acho que muito bom, mesmo.
Tenho
muito orgulho em ti, filha.
A
pena é a de me ter feito homem, numa noite, de repente, sem querer, há já 6
anos atrás, quando tinha 38. Desde então, já não consigo chorar. Dizem que os
homens não choram. Deve ser por aí.
Fazia-me
bem chorar, ao recordar tantos momentos lindos que passámos juntos. Lembro-me
tão bem de ti assim... sempre, que parece que foi ontem.
A
cena que nós temos é especial, boneca. Quando te digo que os livros que andas a
ler, fui eu que os escrevi? Tu és eu, em mulher. Apanho-tos no ar.
Amo-te
muito. Para sempre.
Dava
tudo por ti, para a tua felicidade, sem pestanejar.
Quando
te ralho, é porque não estás no ponto certo e tenho de me confessar perfecionista.
Não que queira a perfeição, que é inatingível, mas quero-te o melhor possível.
Quero sempre é melhorar-te. Eu fui educado assim.
Tu
dás-me descanso. Obrigado. Olho para ti, bonita, inteligente, justa, com
sentido crítico, humana, expressiva, simpática, amiga de todos, popular... e
penso que só por ti, valeu a pena cá ter vindo.
Um
beijo do tamanho do infinito, do teu Pai ♥
E da Alice,
Se
a prenda da Leonor foi um vídeo, que ela fez, enternecedor ao ponto de me deixar
sem palavras (com a banda sonora de uma das minhas bandas de eleição), a prenda
da Alice foi também muito especial...
s
Andou
durante muitas horas, e dias antes, a preparar—me uma caça ao tesouro, que só
ela compreendia, e saberia decifrar.
Pedaços
de papel com inscrições suas, enfiadas nas gavetas e nos sofás, a dar
indicações para encontrar a seguinte...
—
Mas quando é que eu posso descobrir isso, filha! Estou em pulgas, que diacho!
(Logo de manhã, ao acordar)
—
Logo...
Mais
tarde, quando vieram os convidados...
—
E então?
—Mais
tarde... tens de saber esperar...
Até
que se fez a festa, o bolo, os anos, e quando tudo abalou...
—
E a minha caça?
Era
esta das imagens.
Tinha de
subir muitas escadas.
|
Os
Sobreiros vistos pela Alice.
Os pequenos, da esquerda, muito maiores que os
grandes.
Enfim, como eu quero.
|
Um perú,
e uma... coisa rara, inacabada. Ambos a piscarem o olho. Imagino eu, que para
me parabenizarem. Influências de Paula Rêgo?
|
Qual é
coisa qual é ela, onde à (sem h... à atenção da Sr. Professora Vina ;) ) muitos
brinquedos?
|
1 peixe e uma vaca |
Papi
Pedrito (adoro!): o livro.
|
Tudo
a rodopiar em cornucópia, até chegar ao cerne, ao busílis da questão. Aquilo
que ela sabe que eu gosto mais: AMOR – CARINHO
♥
Adoro—te
pequena.
1 comentário:
Muitos parabéns, desejo-lhe saúde e que seja feliz, em família e com os amigos.
Um abraço
Enviar um comentário