quarta-feira, 14 de junho de 2017

44 x 365 dias de percurso nesta caminhada da vida (o post)



A caminho do Algarve, Armação de Pêra, em 1976, com 3 anos, apenas. Naquela que é, para mim, a foto favorita. Os longos cabelos encaracolados, as calças a meterem nojo de tanta rampolia e brincadeira, as mãos nos bolsos, o cinto, a cara suja de chocolate, o Ford Cortina do meu tio Lazarinho, que nos levava à praia, enquanto as malas seguiam por comboio.

Faz hoje que, 44 anos são passados desde aquele 8 de Junho de 1973. Tanto tempo... Tanto tempo que eu temi tantas vezes, que não chegasse a ser tanto. Sem infantário por aqui, com os pais a terem de trabalhar para ganharem o sustento, fui criado por 3 mulheres do lado paterno: a avô que sempre conheci viúva, a tia que enviuvou quando eu tinha 7, e a tia que nunca casou. O luto nunca resolvido, de um tio que morreu subitamente com 14 anos, enquanto corria numa escadaria da Beirã, ensombrou—me a existência. Sempre à espera do congênito (a minha outra tia, sua irmã, foi das primeiras operadas a coração aberto, em Portugal) ou duma falha momentânea, fui vivendo. Procurando fazer com que a alegria de viver, suplantasse os tantos temores, deste hipocondríaco temerário.

Recordo—me perfeitamente de, numa rua da minha aldeia, ter pensado que fazia 8. E já eram muitos.

A vida tem sido uma viagem fantástica e maravilhosa. Agradeço a Deus, que só conheci com convição, há bem pouco, o tanto que já me deu. Agradeço a mulher que me colocou como companheira (Fernanda Sobreiro); as filhas lindas, educadas, carinhosas, inteligentes (Leonor e Alice); agradeço à minha mãe Alzira e ao meu irmão Miguel, por me terem dado o ninho que me fez gente; agradeço à minha nova família que ganhei pela via do casamento (João Manuel Lança, Jacinta, Paula, Fernando, Maria Dias), agradeço a todos os meus familiares, amigos e amigas que são tantos, e eu lamento tê—los tão longe, e não poder desfrutar deles todos os dias. Um bem haja generalizado, a todos os meus amigos/amigas que me parabenizem neste dia por aqui, telemóvel, mail, ou pessoalmente.

Eu, Pedro, serei sempre o mesmo, e não sei se será defeito ou doença, mas vejo—me sempre assim ao espelho, como nesta foto, só que agora estou maior. E tenho barba. Não me vejo como homem grande, que trabalha num serviço sisudo, só para os mais velhos. É por isso que tenho lá atrás do balcão, escondido, um frasco de caramelos de fruta, para lhes dar, quando eles lá vão e se portam bem. Até lhes brilham os olhos. E a mim...

Mas acho que vai ser sempre assim. Até que Deus queira.

Nunca quero, nem nunca quis, prejudicar ninguém. Tenho a consciência incólume. Só me mexo, quando a felicidade dos outros se interpõe no caminho da minha. Só quando os outros querem o mesmo que eu, tenho de interceder. E ainda assim, aqui, há valores e princípios, que falam mais alto.

Desejo a todos os meus contemporâneos, felicidades e saúde. Considero—os a todos meus irmãos, ainda que nalguns casos, seja mesmo muito difícil aferir esta familiaridade.

Vivam... e deixem viver.


Paz.

Durante o dia...

Bom dia alegrias! (como dizem os manos Miguel Miranda, Isabel Miranda)


Embora eu não tenha sempre disposição para tal (as minhas ladies dizem que eu sou o Estrumpfe Rezingão... estafermas!), hoje é mesmo esse dia!



Agradeço aos muitos amigos e amigas, que já me estão a fazer este dia tão especial.


Todos nós queremos é ser amados. Certo? Ora o Facebook, é uma ferramenta incontornável das relações humanas dos nossos dias. E é tão bom ter—vos perto. 


Comecei o dia da melhor maneira: a ser amado e... a correr. :D Tudo bom!






Depois vieram os amigos, a família, a confraternização e.... as prendas. Todas muito importantes e significativas para mim, embora não fossem necessárias. Só o fato de poder estar a desfrutar da presença deles e delas, fazia tudo valer a pena. Tantos que não estão, tantos que já faltarão para sempre... até que eu dure. Apenas esperam por nós.

Das prendas recebidas, tenho de destacar duas. Da Leonor... à qual respondi, em sede própria:

A alegria... de ter feito um bom trabalho contigo. Acho que muito bom, mesmo.

Tenho muito orgulho em ti, filha.

A pena é a de me ter feito homem, numa noite, de repente, sem querer, há já 6 anos atrás, quando tinha 38. Desde então, já não consigo chorar. Dizem que os homens não choram. Deve ser por aí.

Fazia-me bem chorar, ao recordar tantos momentos lindos que passámos juntos. Lembro-me tão bem de ti assim... sempre, que parece que foi ontem.

A cena que nós temos é especial, boneca. Quando te digo que os livros que andas a ler, fui eu que os escrevi? Tu és eu, em mulher. Apanho-tos no ar.

Amo-te muito. Para sempre.

Dava tudo por ti, para a tua felicidade, sem pestanejar.

Quando te ralho, é porque não estás no ponto certo e tenho de me confessar perfecionista. Não que queira a perfeição, que é inatingível, mas quero-te o melhor possível. Quero sempre é melhorar-te. Eu fui educado assim.

Tu dás-me descanso. Obrigado. Olho para ti, bonita, inteligente, justa, com sentido crítico, humana, expressiva, simpática, amiga de todos, popular... e penso que só por ti, valeu a pena cá ter vindo.

Um beijo do tamanho do infinito, do teu Pai


E da Alice,

Se a prenda da Leonor foi um vídeo, que ela fez, enternecedor ao ponto de me deixar sem palavras (com a banda sonora de uma das minhas bandas de eleição), a prenda da Alice foi também muito especial...

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Andou durante muitas horas, e dias antes, a preparar—me uma caça ao tesouro, que só ela compreendia, e saberia decifrar.

Pedaços de papel com inscrições suas, enfiadas nas gavetas e nos sofás, a dar indicações para encontrar a seguinte...

— Mas quando é que eu posso descobrir isso, filha! Estou em pulgas, que diacho! (Logo de manhã, ao acordar)

— Logo...

Mais tarde, quando vieram os convidados...

— E então?

—Mais tarde... tens de saber esperar...

Até que se fez a festa, o bolo, os anos, e quando tudo abalou...

— E a minha caça?

Era esta das imagens.

Tinha de subir muitas escadas.

Os Sobreiros vistos pela Alice. 
Os pequenos, da esquerda, muito maiores que os grandes. 
Enfim, como eu quero.
Um perú, e uma... coisa rara, inacabada. Ambos a piscarem o olho. Imagino eu, que para me parabenizarem. Influências de Paula Rêgo?

 Qual é coisa qual é ela, onde à (sem h... à atenção da Sr. Professora Vina ;) ) muitos brinquedos?

1 peixe e uma vaca

Papi Pedrito (adoro!): o livro.

Tudo a rodopiar em cornucópia, até chegar ao cerne, ao busílis da questão. Aquilo que ela sabe que eu gosto mais: AMOR – CARINHO


Adorote pequena.

1 comentário:

Helena Barreta disse...

Muitos parabéns, desejo-lhe saúde e que seja feliz, em família e com os amigos.

Um abraço