Ora aqui está uma notícia que me faz orgulhar, e muito, do
meu país.
Eu sei que tenho de me orgulhar (do tamanho) da língua, que
se estende pelos continentes; da história, em que chegamos a dividir o mundo ao
meio (esta mitad para mi, te quedas com la outra, vale?); não me orgulho assim
muito do campeonato da europa que ganhámos no ano passado, porque tivemos uma
sorte do catano, e mais ainda pelo preto, do qual nunca mais se ouviu falar,
ter desferido um pontapézorro daqueles no esférico; nem me orgulho do Ronaldo,
que é só um super-homem, que tem a mania que pode ter tudo, e quer ter filhos
só dele (sem direito a mãe, os pobres). O Messi, para mim, joga mais! Chupa!
A grande notícia é que mais de 80 especialistas mundiais
começaram anteontem, em Lisboa, a debater a doença de Alzheimer e as demências
de forma global, um problema que afeta cerca de 50 milhões de pessoas no mundo.
Na Fundação Champalimaud, organizámos, com o apoio da
Fundação Rainha Sofia, de Espanha a cimeira internacional “Alzheimer’s Global
Summit”, que se prolonga até sexta-feira
Os especialistas sentaram-se assim, no nosso solo, para
estarem focados em discutir e partilhar os recentes progressos em duas áreas
distintas, mas complementares: a da intervenção terapêutica e a área de
investigação sobre doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, Huntington e
Parkinson.
O assunto é complexo, mas pode ser esmiuçado por qualquer um
que ouse pensar, sem ser necessário ir tirar um curso a Nova Iorque. As pessoas
duram cada vez mais. Ou seja fazem-se velhos cada vez mais tarde. Quando eu era
puto, as avós eram sempre velhinhas vestidas de preto, porque os maridos já
tinham marchado. Cabelos brancos, roupas escuras, e maleitas diversas. Hoje em
dia, as avós estão cada vez mais modernas, mais dentro de prazo. Algumas, até
parecem jovens!
Os humanos estão a
tornar-se argutos em fintar a idade. Adotam estilos de vida saudáveis, praticam
desporto até mais tarde, eles tomam comprimidos para serem homens firmes (e
hirtos!), e elas, esticam a pele. Mas há um domínio, que a entidade superior que
regula isto tudo, não deixa tocar: a caixa negra que todos tempos entre as
orelhas. Quando essa avaria: ardeu a tenda! Podes estar, mas não estás. E eu tenho
a minha menina, em estado stand by, na Santa Casa da Misericórdia de Marvão,
refém deste calvário.
Quando passo de carro por lá, quando penso nela, sinto
sempre um sabor agridoce, que tanto me suaviza o sentir, como me castiga a
alma. Fico sempre feliz por saber que está tão bem, asseada, alimentada, bem
tratada, querida; como fico refém do meu pesar por não podê-la ter junto de
mim, como ela me teve colado a ela, quando me deixava dormir na sua cama, junto
de si, porque os meus pais, que moravam ao fundo da rua assim o queriam, para
me proteger do frio e da noite.
Sei que isto que está a ser tratado em Lisboa, será tão
importante para a humanidade… embora me angustie saber que já não irá a tempo
dela…
Talvez do meu, se chagar a estas idades… A minha outra tia,
de esclarecida memória, costumava contar de uma sua avó que ficou assim… de
volta à infância, de nada.
A crise global da demência (porque é disso que se trata.
Chamam-lhe um nome estranja para dar feeling, mas é demência, o assunto) afeta
mais de 50 milhões de pessoas no mundo. Agora, segurem-se: estima-se que daqui
a 30 anos, este número seja 3 vezes maior. 3 vezes!
A cimeira vai reunir cientistas internacionais de mais de 20
países, entre os quais se contam 2 laureados com o prémio máximo da medicina,
em 2004 e 2014: Richard Axel e John O'Keefe, que farão intervenções sobre neurologia e
genoma; bem como de redes de cérebro essenciais para a construção de memórias.
Lincon?!? Na... esse era outro! |
O neurocientista John O’Keefe, Nobel da Medicina em 2014, pela identificação de um “GPS” cerebral, partilhou hoje em Lisboa alguns
pormenores desta investigação, sobre a qual disse esperar que possa responder a
desafios como o da doença de Alzheimer.
A investigação premiada descobriu as “células que constituem
um sistema no cérebro de determinação da posição”, ou seja, uma espécie de GPS
cerebral.
Este sistema permite responder a questões simples, tais
como: “Como sabemos onde estamos? Como conseguimos encontrar o caminho entre um
local e outro? Como guardamos esta informação de modo a pudermos encontrar
rapidamente o caminho uma outra vez?”.
Na sua palestra, o laureado mostrou alguns vídeos da
experiência, com os ratos que foram utilizados e que estabeleceram vários
circuitos, os quais foram interpretados como mapas celulares relativos a
células do hipocampo, parte do cérebro que é considerada a principal sede da
memória.
O investigador referiu que o estudo da mudança do
desenvolvimento sequencial e fisiológico em modelos pode vir a ser usado numa
tarefa maior: a deteção da doença de Alzheimer nos humanos.
Falou-se na casa ideal para um doente destes, e de um bonequinho muito especial...
Minha querida... tanto que tu gostas de bonequinhas... Já lá tens 2 ou 3 que... tinhas dado à Alice e à tua afilhada Leonor. Foram estimadas, e agora regressaram à procedência.
Se eu pudesse, comprava-te uma foca destas...
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