domingo, 1 de dezembro de 2019

Parabéns, querida filha Leonor (18! A maior!)

2003.09.04 (1 ano e 9 meses) a montagem mais antiga no google photos

Hoje, dia 2 de Dezembro de 2019, é um dia muito importante para ti: cumpres 18 anos de vida. Parabéns. Muitos parabéns.

Porém, antes de ser um dia muito grande para ti, há-de ser sempre um dia dos maiores que a vida teve para mim, porque pela minha vez fui pai, vi o fruto do meu amor pela tua mãe Cristina tornar-se gente, vi-te a ti. Nessa manhã fria de Dezembro em que andava a colar cartazes de apoio à candidatura do Sr. Joaquim Francisco Barbas, que concorria à Câmara Municipal de Marvão (com o teu avô como vice, pelo PSD), na qual fui interrompido pela tua mãe, dizendo que estava a sentir sinais diversos que estavas a chegar; parei tudo para ir caminho do hospital distrital Dr. José Maria Grande, em Portalegre.

A história da espera dolorosa e prolongada durante todo o dia, em que mãe se torcia de contrações; a da certeza dada pelo pessoal assistente que, sabendo o médico Durão que era, e que o Benfica jogava contra o Santa Clara nessa noite (jogo sofrido, em que entrámos a perder e fomos salvos pelo Mantorras), só haverias de chegar a este mundo após o término da partida, já tu sabes de cor. Essas todas, e a da guerra que tive de dar com a enfermeira assistente que não me queria deixar assistir ao nascimento da minha primeira filha (era o que faltava!!!) por o hospital estar em obras, e o parto ter de ser na sala minúscula da ortopedia; já deves tu colecioná-las.



Mas este aniversário é diferente. Não infeliz, porque graças a Deus está a estudar onde queres, mereces, sonhavas e conseguiste; e por isso tudo ainda é mais feliz! Mas é diferente porque vejo como a vida passa, e há passos em que ela nos mostra que os saltos são gigantescos e efetivos. Já não tiro este dia de férias para poder estar contigo, para me divertir e desfrutar de ti. Na realidade, este é, o teu primeiro aniversário em que não estaremos juntos, e isso dói. Dói porque para mim, por mais que mudes, hás-de ser sempre a minha Leonor, a minha pequenina, aquela que me ensinou a ser pai, e que a vida é muito maior do que pensamos quando geramos alguém.

Depois, são 18 anos, Leonor! 18 anos, caraca! (como diz o comediante brasileiro ao qual a tua irmã está ligada dia e noite (COMO É QUE ISTO É POSSIVEL?!?!?!!?!? Filha… tantos filmes da Disney tão bonitos que tens, tantos canais de desenhos animados, tantos filmes no videoclube, e tu passas a vida a ver esse anormal… L EU VOU MATAR ESSE CARA!!!!)


Com 18 anos, já és adulta! Sais da minha jurisdição (embora te queiramos cá para todo o sempre!), já podes tirar a carta de condução (sempre obrigado tia Bela!), JÁ TE PODES CASAR!!!!!!!!! Imagina que te apaixonas por um bombista do auto-proclamado estado islâmico… imagina que queres emigrar para o Bangladesh para a apanha de cereais... imagina que te cansas da gente e vais para a Australia trabalhar numa criação de marsupiais… O QUE RAIO É QUE A GENTE TE PODE FAZEREEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!! ÉS ADULTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Por isso, vamos com calma. O meu relacionamento contigo tem de agora passar a ser mais cerebral que nunca. Amanhã deixas de ser minha, e eu quero-te é junto a mim.

Amo-te muito, amo-te tanto que creio que ainda não foi inventado o léxico para conseguir definir o que sinto. Ouvi há dias, e já te disse, que o justo é que os filhos sejam uma versão 2.0 dos pais. Tu, embora tenhas muitas coisas minhas (e aquela máxima que sempre te disse de que “os livros que tu andas a ler, fui eu que os escrevi vai manter-se, ok?”) já não dás em louca todas as manhãs à procura das chaves do carro e do serviço, quando estão, como diz logo a Alice, de 9 anos (mas já o fazia quando tinha 6), no meu bolso!

Como o que escrevo aqui é sempre verdade, ou pelo menos, A MINHA VERDADE, tenho de dar graças a Deus por teres saído assim: bonita como a mãe, alta como o pai (se tivesse sido o contrário, teria sido desastroso, mas amar-te-ia como minha filha na mesma), mas inteligente, culta, humilde, naturalmente boa, inocentemente ingénua, amiga do saber, amiga dos amigos (sempre, muito!), aluna dedicada e de exceção, boa filha, filha querida, entranhável.

Há dias tivemos de ir a Lisboa e saíste mais cedo da aula, para ires almoçar connosco onde vocês tanto gostam. Estivemos juntos, rimos, conversámos, fomos às compras, e quando nos despedimos, quando elas já tinham virado e ido à sua vida, fiquei a acompanhar-te com o olhar, até ao ponto em que saíste do meu alcance, e mergulhaste na multidão. Lá chegada, alguma coisa te disse, e alguma coisa me disse a mim (o raio das lágrimas…) que irias fazer o que fizeste: virares-te-te para trás, e disseste-me adeus. Eu respondi-te. Viste? A nossa ligação é essa: a mais forte da vida.









- PAI, PAI, PAI!!!!!!!! (esfuziando de alegria 😀😁😍🎉🎊🎉🎊🎉) NEM SABES QUEM ESTÁ ALI!!!!!
- Quem, filha?!?! (enquanto espreitava)
OH! Queres ir falar com eles?
- (sim a tremer...)
- Oh, anda cá... (de mão dada... )
Olhem , amigos, desculpem lá o incómodo (vocês devem passar a vida a levar com isto), mas a minha Alice é tão vossa fã, e quer pedir-vos se pode tirar uma foto convosco. Pode?
Eles, impecáveis, sorridentes e solicitos)
- CLARO QUE SIM!!!! (os dois, enquanto se punham de pé...)
- NÃO!!! NÃO!!! NÃO É PRECISO METEREM-SE DE PÉ!!!!
- ERA O QUE FALTAVA!!!! (enquanto sorriam... ❤️)

Muito obrigado! 👍😘😍 (E disse baixinho) Eu também acho que os dois, cada um no seu registo, são demais!!! 🔝

Novembro 2019.Alice@Agir/Carolina Deslandes

A alegria tem este sorriso...  😍
 — com Agiragir e Carolina Deslandes.

Que nunca te falte nada para que sejas feliz, todo o feliz que possas. Porque para isso, eu roubo e até acho que matar era capaz.

Deixo-te aqui umas prendinhas: um texto que escrevi antes dos blogues, há 16 anos atrás, e uns vídeos que fiz que sei que já conheces, mas que haverás seguramente de gostar de rever, como eu gostei.







Desculpa... 

Amo-te mais que à vida. Amo-te milhões infinitos e estarei, estaremos sempre aqui, por ti. (aconteça o que acontecer, porque um pai perdoa sempre um filho, como Cristo nos perdoa a nós.)

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