2003.09.04 (1 ano e 9 meses) a montagem mais antiga no google photos |
Hoje,
dia 2 de Dezembro de 2019, é um dia muito importante para ti: cumpres 18 anos
de vida. Parabéns. Muitos parabéns.
Porém,
antes de ser um dia muito grande para ti, há-de ser sempre um dia dos maiores
que a vida teve para mim, porque pela minha vez fui pai, vi o fruto do meu amor
pela tua mãe Cristina tornar-se gente, vi-te a ti. Nessa manhã fria de Dezembro em que
andava a colar cartazes de apoio à candidatura do Sr. Joaquim Francisco Barbas,
que concorria à Câmara Municipal de Marvão (com o teu avô como vice, pelo PSD),
na qual fui interrompido pela tua mãe, dizendo que estava a sentir sinais
diversos que estavas a chegar; parei tudo para ir caminho do hospital distrital
Dr. José Maria Grande, em Portalegre.
A
história da espera dolorosa e prolongada durante todo o dia, em que mãe se
torcia de contrações; a da certeza dada pelo pessoal assistente que, sabendo o
médico Durão que era, e que o Benfica jogava contra o Santa Clara nessa
noite (jogo sofrido, em que entrámos a perder e fomos salvos pelo Mantorras), só
haverias de chegar a este mundo após o término da partida, já tu sabes de cor.
Essas todas, e a da guerra que tive de dar com a enfermeira assistente que não
me queria deixar assistir ao nascimento da minha primeira filha (era o que
faltava!!!) por o hospital estar em obras, e o parto ter de ser na sala
minúscula da ortopedia; já deves tu colecioná-las.
Mas
este aniversário é diferente. Não infeliz, porque graças a Deus está a estudar
onde queres, mereces, sonhavas e conseguiste; e por isso tudo ainda é mais
feliz! Mas é diferente porque vejo como a vida passa, e há passos em que ela
nos mostra que os saltos são gigantescos e efetivos. Já não tiro este dia de
férias para poder estar contigo, para me divertir e desfrutar de ti. Na
realidade, este é, o teu primeiro aniversário em que não estaremos juntos, e
isso dói. Dói porque para mim, por mais que mudes, hás-de ser sempre a minha
Leonor, a minha pequenina, aquela que me ensinou a ser pai, e que a vida é
muito maior do que pensamos quando geramos alguém.
Depois,
são 18 anos, Leonor! 18 anos, caraca! (como diz o comediante brasileiro ao qual
a tua irmã está ligada dia e noite (COMO É QUE ISTO É POSSIVEL?!?!?!!?!? Filha…
tantos filmes da Disney tão bonitos que tens, tantos canais de desenhos
animados, tantos filmes no videoclube, e tu passas a vida a ver esse anormal… L EU VOU MATAR ESSE CARA!!!!)
Com
18 anos, já és adulta! Sais da minha jurisdição (embora te queiramos cá para todo o
sempre!), já podes tirar a carta de condução (sempre obrigado tia Bela!), JÁ TE
PODES CASAR!!!!!!!!! Imagina que te apaixonas por um bombista do auto-proclamado
estado islâmico… imagina que queres emigrar para o Bangladesh para a apanha de
cereais... imagina que te cansas da gente e vais para a Australia trabalhar
numa criação de marsupiais… O QUE RAIO É QUE A GENTE TE PODE
FAZEREEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!! ÉS ADULTAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Por
isso, vamos com calma. O meu relacionamento contigo tem de agora passar a ser
mais cerebral que nunca. Amanhã deixas de ser minha, e eu quero-te é junto a
mim.
Amo-te
muito, amo-te tanto que creio que ainda não foi inventado o léxico para
conseguir definir o que sinto. Ouvi há dias, e já te disse, que o justo é que
os filhos sejam uma versão 2.0 dos pais. Tu, embora tenhas muitas coisas minhas
(e aquela máxima que sempre te disse de que “os livros que tu andas a ler, fui
eu que os escrevi vai manter-se, ok?”) já não dás em louca todas as manhãs à
procura das chaves do carro e do serviço, quando estão, como diz logo a Alice,
de 9 anos (mas já o fazia quando tinha 6), no meu bolso!
Como
o que escrevo aqui é sempre verdade, ou pelo menos, A MINHA VERDADE, tenho de
dar graças a Deus por teres saído assim: bonita como a mãe, alta como o pai (se
tivesse sido o contrário, teria sido desastroso, mas amar-te-ia como minha filha
na mesma), mas inteligente, culta, humilde, naturalmente boa, inocentemente ingénua,
amiga do saber, amiga dos amigos (sempre, muito!), aluna dedicada e de exceção,
boa filha, filha querida, entranhável.
Há
dias tivemos de ir a Lisboa e saíste mais cedo da aula, para ires almoçar
connosco onde vocês tanto gostam. Estivemos juntos, rimos, conversámos, fomos
às compras, e quando nos despedimos, quando elas já tinham virado e ido à sua
vida, fiquei a acompanhar-te com o olhar, até ao ponto em que saíste do meu
alcance, e mergulhaste na multidão. Lá chegada, alguma coisa te disse, e alguma
coisa me disse a mim (o raio das lágrimas…) que irias fazer o que fizeste:
virares-te-te para trás, e disseste-me adeus. Eu respondi-te. Viste? A nossa ligação
é essa: a mais forte da vida.
- (sim a tremer...)
- Oh, anda cá... (de mão dada... ) Olhem , amigos, desculpem lá o incómodo (vocês devem passar a vida a levar com isto), mas a minha Alice é tão vossa fã, e quer pedir-vos se pode tirar uma foto convosco. Pode? Eles, impecáveis, sorridentes e solicitos) - CLARO QUE SIM!!!! (os dois, enquanto se punham de pé...) - NÃO!!! NÃO!!! NÃO É PRECISO METEREM-SE DE PÉ!!!! - ERA O QUE FALTAVA!!!! (enquanto sorriam... ❤️) Muito obrigado! 👍😘😍 (E disse baixinho) Eu também acho que os dois, cada um no seu registo, são demais!!! 🔝 Novembro 2019.Alice@Agir/Carolina Deslandes A alegria tem este sorriso... ☺ 😍 — com Agir, agir e Carolina Deslandes. |
Que
nunca te falte nada para que sejas feliz, todo o feliz que possas. Porque para
isso, eu roubo e até acho que matar era capaz.
Deixo-te
aqui umas prendinhas: um texto que escrevi antes dos blogues, há 16 anos atrás,
e uns vídeos que fiz que sei que já conheces, mas que haverás seguramente de
gostar de rever, como eu gostei.
Desculpa...
Amo-te
mais que à vida. Amo-te milhões infinitos e estarei, estaremos sempre aqui, por
ti. (aconteça o que acontecer, porque um pai perdoa sempre um filho, como
Cristo nos perdoa a nós.)
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