As madrinhas e o pequenote (num encontro fortuito na rua numa manhã destas, à hora do café) |
Palavras esgalhadas em uma hora depois do serviço, até às 19h, como agradecimento à prenda há minutos recebida
Sozinho nas Finanças,
A
minutos da hora de fechar,
Tocou
de surpresa o telefone,
Quem
é que teria de aturar?!?!? (a esta hora… L)
Do
outro lado da linha,
Uma
voz delicada, bem bonita e feminina,
Disse-me
que o assunto era pessoal
Que
não tinha nada a ver com a batina.
Tratou-me
por afilhado
E
aí fiquei logo a saber,
Que
só uma das duas,
que
tenho no mundo, poderia ser.
A
de batismo é arrediça,
não
gosta de beijos, pode até parecer agressiva.
Dá
folares fornecidos pela mãe,
É assim meio esquiva.
Sendo
assim só podia ser,
a
minha madrinha adotiva,
Aquela
a quem hei-de estar grato,
Para
sempre e toda a vida.
Foi
por ela que soube do concurso,
Que
admitia tropas para a máquina fiscal.
Um
sopro de alento e esperança,
Para
um emigrado, longe da terra natal.
(Era
só em Castelo Branco mas era longe na mesma!)
Na
altura vendia carros,
na
Opel para o pai Matos,
Mas
sonhava vir para mais perto,
Para
uma coisa fixa, mais de actos.
Na
altura só tinha uma pequena,
Aquela
com quem casei,
E
foi por ela, vizinha da madrinha, (no Turismo)
Que
soube que entrei.
A
contratação foi tão feliz,
Que
ainda ali continuo a jogar,
No
mesmo sítio onde o marido da madrinha, (também será padrinho?)
Se
tornou aposentado.
No
serviço fui surpreendido,
Pelas
prendinhas da nova madrinha,
Não
resistindo, fui metendo
A
mãozinha na saquinha.
Um
bolo finto de grande categoria,
Que
ainda vinha quente,
Por
isso não lhe meti mão,
Porque
ainda vinha com o Sol Nascente. (de Castelo Vide).
Amêndoas
tradicionais de chocolate,
Daquelas
gordas de Portalegre.
Das
que se desfazem na boca,
Daquelas
que não há com as quais quem se enerve.
Se
o que cá há é bom,
E
aquela cidade nisto é de primeira,
Vá
lá um saquinho de rebuçados de ovo,
P´ra
me encher a regaleira. (deixa cá provar um. Huuummmm… Aaaaaaahhhh….
Fiquei
assim sem jeito, sem saber como agradecer,
A
este gesto tão ternurento,
Pois
eu também queria contribuir
Para
adornar o mágico momento.
Que
não, que se ia embora para o Porto da Espada,
Que
eram coisas sem importância.
Mas
que não! disse eu.
Também
lhe queria trazer uma lembrança. (da santa sogra que é boleira)
Que
isto não é troca por troca,
Que
só me via depois, (da Páscoa)
Que
ficava bem assim,
Amigos
como sempre, os dois.
Pois
com todo o respeito lhe digo,
Que
para o ano fica combinado,
Que
passamos a trocar prendas na quarta,
Para
evitar os erros do passado. (deste ano)
Se
somos madrinha e afilhado diferentes
Daquilo
que é convencional,
Passamos
a trocar prendas na quarta-feira de cinzas,
Bem
diferente da Páscoa habitual (que é ao domingo).
E
assim lhe digo,
Minha
querida madrinha adotada,
Que
não querendo (e não tendo tempo para) uma prenda.
Dou-lhe
uma coisa por mim muito estimada.
Sou
financeiro por necessidade,
Ganho
ali para viver.
Mas
trabalhar as palavras,
É realmente o meu ofício e saber.
Não
aprendi em curso algum,
Apesar
de para isso ter estudado,
Mas
é coisa que sai cá de dentro,
Um
mistério que não pode ser explicado.
Há
coisas na vida,
Que
parecem ter uma orientação divina.
Temos
assim de saber seguir,
Com
a orientação superior, a nossa sina.
Superior
como a nossa relação,
Que é
tão antiga e tão amiga,
Extensiva
a filhos e netos,
Tão
autêntica e tão expressiva.
Desejo-lhe
assim,
Do
fundo do meu coração,
Uma
Páscoa sagrada
Cheia
de amor e união.
Sorte
e saúde,
Que o
dinheiro sempre se arranja.
É o
que costumo dizer,
E quem
o diz não o esbanja. (Não sobeja…)
Desejo-lhe
tudo o melhor,
Uma
excelente continuação,
Oxalá
para o ano,
Demos
continuidade a esta nova tradição.
16 de Abril de 2012
Quarta-feira de Cinzas
Prenda do afilhado
Pedro Alexandre Ereio Lopes
Sobreiro
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