Recebi por mail e achei o máximo. Tem génio. Fez-me rir. Mesmo. Como eu já não me ria há muito. Fiz-lhe um lifting a nível do
português, a algum do conteúdo e creio que está.
O frasco
n.º 13
Um gingão assim todo pintarola, habituado
a fazer nenhum na vida, passeava em grande estilo pelas vielas de Lisboa, a
laurear a pevide quando reparou que na entrada de um prédio muito antigo se
destacava uma nova placa luminosa:
Clínica Pinheiro. Tratamos a maleita ou devolvemos o
dinheiro. A DOBRAR!
Pensou: “Olé! Esta tenho que a explorar…
Tenho de ganhar aqui algum guito.” Entrou sorrateiro na clínica e pagou os 5
euros logo cobrados à entrada pela consulta simples. O médico, muito bem
fardado de bata e estetoscópio recebeu-o todo sorridente:
− Bom dia, meu senhor paciente. E o que o
traz por cá?
− Ò Shôtor, estou aqui com um grande
problema: perdi o paladar, pá. Não consigo sentir o gostinho de nada. Nem água,
nem café, nem um bifinho com ovo a cavalo, nada do que eu tanto gostava, nada!
Tem tudo a mesma falta de gosto.
− Ah, estou a ver… Enfermeira Luisinha,
por favor, traga-me o frasco número
13.
13.
A enfermeira, toda boazona e aperaltada
com uma mini-saia tesuda a mostrar os quadris e um decote brutal até ao umbigo,
um enorme chamariz para a clientela da vizinhança largar a nota dos 5 euros só
para a ver, aproximou-se com um frasquinho de porcelana e uma colher. A letras
garrafais no rótulo: 13.
O médico meteu as luvas, encheu uma colher
e enfiou-a de pronto na boca do paciente sem a este lhe poder dar o cheiro.
Este provou e cuspiu! Mas o que é
isto?!?!?!? O Dr. está maluco!!! Isto é merda!!!!
O médico respondeu: “E pronto. Pode sair. Recuperou
o seu paladar. Está curado”.
O maduro saiu todo amolado e cabisbaixo. “Cabrão!
Bem me engataste mas… ainda te hei-de agarrar. Hei-de recuperar o meu dinheirinho
todo. Tenho de bolar um plano. Tem de ser algo infalível”.
Dias depois de muito pensar, regressou à
clínica e pagou outra consulta simples.
- “Olá! O senhor?!? Por aqui outra vez?”
disse o médico.
− “Desculpe, não percebi, o que quer dizer
com isso, outra vez? Quem é o senhor? Quem sou eu? Perdi a minha memória. Que
estou a fazer aqui? (a ver se era desta que reavia o dinheiro).
O médico não vacilou:
− “Ah, ok, estou a ver. Luisinha: o frasco
13, por favor!”
− “O frasco 13 outra vez não, porra!!!!!”
− “O frasco 13 outra vez não, porra!!!!!”
− “Maravilhoso!” disse o médico. “É milagre!,
recuperou a memória, está curado!!! Pode sair!”
E o pintarola, pior que estragado da vida,
comentou para si: “Mas que grande filho da puta! Levou-me a massa e eu fiquei
sem nada de dinheiro outra vez. Não é possível!” Da próxima vez não lhe vou dar
chance.
Uma semana depois, recarregou as baterias
e lá voltou ele de novo.
− “Mas vejam só quem é, o senhor novamente! Em que posso ajudá-lo desta vez?”
− “Nem queira saber doutor, estou mesmo perdido: perdi a vontade. Não sinto vontade de comer ninguém. Vejo a Catarina Furtado, a Shakira, a Jennifer Lopez, até mesmo as dançarinas do Gallery… nada! Já não mora aqui ninguém”, disse enquanto pensava: “é desta que te amolas! Não me curas. Vais-me devolver a grana que aqui empatei.”
O médico pensou um pouco e disse:
− “Enfermeira, o frasco...”
O artista saltou muito depressa e enraivecido,
gritou:
− “Se vier com essa merda do frasco 13
mais uma vez eu fodo-o, doutor! Fodo-o a si, à enfermeira, à menina da recepção
e a toda a gente desta clínica filha da puta! Olhe que vão todos!!”, gritou.
− “E pronto, já recuperou o seu tesão
novamente, está curado! Viu? Pode sair!”
“Não se esqueça de espalhar: Clínica Pinheiro! Sacamos o mal ou devolvemos o dinheiro.”
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