terça-feira, 5 de agosto de 2014

Obrigado Luís Filipe Silva

O Luís e a sua mania de se destacar.
Desta vez... é pelo bronzeado esmorecido

Faço isto por brio pessoal, porque é um marco da minha vida na net e porque não quero que tudo se perca num comentário que nunca mais verei ou encontrarei. Faço isto porque é importante. Faço isto porque sim.

Conhecia o Luís Filipe de vista, de o ver por aqui na terra. Rapaz simpático e bem educado que falava sempre ao passar, era o sobrinho do Rui “Bailaradas” que é mais velho, de umas gerações à frente da minha, mas um tio que é um castiço diabólico. Sei que o Luís teve uma filha e casou por aqui, sei que trabalhou com o meu vizinho Luís Pedro em Àfrica, e agora que penso nisso… já não o via há algum tempo.

Ontem apareceu-me no facebook depois de eu ter tido este comentário por causa dos bancos bons que vão para o céu e dos bancos maus que vão para toda a parte. 






Sem eu estar de todo à espera, ele veio do nada para isto: 


E continuei:

Ó Luís… deixaste-me sem palavras.

Obrigado. Muito obrigado. 

Sabes que sou um gajo um bocado estranho. Ou muito estranho, vá. Como a maioria tenho duas pernas, dois pulmões, apenas só um coração (L quando deveria sempre existir um sobressalente para no caso deste falhar), uma cabeça e vivo no corpo… mas, como já expliquei, também vivo aqui, na internet. Vivo já há 8 anos no blogue que criei para ver o mundo e agora recentemente no p.a. (pós-acidente), vivo no facebook, em nome próprio. A internet faz-me falta, para deitar cá para fora tudo o que me vai cá dentro e tenho um prazer supremo quando esse meu exercício chega aos outros, com a intensidade com que tu manifestas aqui. É revigorante.

A minha mulher que me quer mais que ninguém, espanta-se quando eu depois de um dia de trabalho exigente e cansativo cerebralmente, me agarro ao computador. (Sobretudo depois do traumatismo craniano grave). “É lazer, Cris. Faz-me bem. São as minhas coisas e faz-me sentir bem”.

Há dias quando entrei no bar da Estrela, com aquele jeitinho tão característico dela, disse: “Olha o meu amigo Pedro, lá das finanças”; e um amigo que estava presente e vive na Bélgica disse: “Das finanças não. É O escriba. O dono do blogue onde vou tantas vezes, quase todos os dias para saber coisas cá da terra.”

Comentários como este e o teu agora, movem-me e fazem com que os meus pensamentos não morram em mim e sejam espalhados ao vento cibernético para darem prazer a quem me lê.

Não sou melhor nem pior que os outros. Sou diferente. Sou eu.

Meu querido, diz o canudo que sou licenciado em comunicação social e eu posso ser um jornalista falhado que trabalha na casa fiscal para ganhar o pão, mas se há uma coisa que eu sei fazer e na qual sou realmente bom é nisso: comunicar com os outros, chegar aos outros.

Enquanto respirar, hei-de sempre respirar por aqui. No blogue quando tenho mais tempo e mais fotografias, quando as coisas são mais profundas; por aqui no face, também com o telefone, quando as coisas são mais imediatas e surgem no momento.

Respiro por aqui também e é tão bom pensar que vos vou ter sempre aí a ouvir.

Obrigado pela tua confissão e abertura.

Recebe um forte abraço.



“Um privilégio ver sempre os teus comentários... Desculpa o testamento mas estas coisas devem dizer-se em vida”, como disseste. Quando te vir vou-te mesmo dar um abraço. Já bem o mereces. 

;)

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