E
a voltinha de hoje pós almoço para desanuviar foi… ao Museu Municipal! Isso
mesmo. Após ter estado mais de 2 anos fechado (encerrou a 13 de Janeiro de
2013) abriu (finalmente!) portas. 2 anos e 3 meses de portas fechadas são dias
a mais. Sobretudo se atendermos ao facto do então vereador da cultura responsável,
antes do presidente lhe ter afastado este pelouro que chamou para si, ter
afirmado que seriam intervenções que se ficariam por um curto período (de 6
meses).
Não
vou entrar pela forma como foram adjudicadas as obras, nem pelo prejuízo direto
de bilheteira registado (que se estima considerável, sobretudo se atendermos ao
facto do castelo, cuja exploração está a ser gerida pelo Centro Cultural de
Marvão ter uma média de 200 visitantes por dia… é só fazer as contas…), nem dos
dois recursos humanos afetos à estrutura que estiveram dois longos anos em
stand by, nem da péssima imagem de inoperância que passou para o exterior. Nada
disso que isso são miudezas.
No
fundo, tanto… para nada. Não houve uma grande obra de profundidade, uma grande
remodelação, um depois que justificasse um tão longo antes.
Mas
pude, e fui ver. “E porquê abrir agora? Hoje?”, perguntei?
“Ah…
a televisão veio cá filmar e já passou no TV Regiões… A abertura oficial é só a
10 de Junho mas…”
Sim,
pensei, realmente assim, mesmo sem a pompa e a circunstância que certamente se
seguirão, sempre é melhor que nada. Pelo menos já o pude visitar.
E
está bonito. Foi um lifting demorado, uma plástica que levou o tempo de uma
gestação quadriplicada mas está bem. Está digno, está bonito e orgulha quem é
de cá, como eu, por exemplo.
Já
vai longe aquele museu que estudei peça a peça e sabia praticamente todo de
cor, com datas e tudo, quando recém-licenciado à procura de emprego meti a
minha vontade em regressar à terra acima de toda a aspiração jornalística do
segundo melhor classificado no curso de Comunicação Social do Instituto Superior
de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade Técnica de Lisboa. Em vez da
cidade e da luta à porta das redações, decidi, muito por culpa do amor e para
poder regressar aos braços da paixão da minha vida que consegui recuperar entretanto
depois de um longo desvaneio meu por um amor da cidade que teve consequências suas e nos afastou
tanto, decidi procurar uma âncora que me fixasse ao meu concelho e foi ali,
pela vaga como auxiliar técnico de museografia que tentei ancorar-me a Marvão.
Na
altura fiquei para trás porque, quem tinha o poder de decisão, tão importante
nas entrevistas seletivas, achou que o lugar era pequeno para as minhas
capacidades. Como foi o destino trágico (e feliz) quando anos depois lhe tomei
o lugar da vereação em eleições livres. Lugar que decidi abandonar pelo meu pé,
pela minha própria vontade, desiludido com o casamento político que muito me
magoou e queimou por dentro por ter sido tão infeliz na camaradagem que nunca
tive dos congéneres. Saí, sempre a cabeça erguida! Como às árvores: de pé!
Mas
o passado já lá vai, está resolvido (muito bem resolvido na minha cabeça),
muita água passou debaixo das pontes e hoje, orgulhoso de mim e do meu posto na
Autoridade Tributária à qual retornei entretanto, regressei àquele lugar tão
especial e de tantas memórias para mim, onde tenho amigos verdadeiros que
cumprimentei feliz por os ver tão felizes pela sua satisfação “até qu’enfim!”
O
espaço está elegante, está bonito e cuidado, tem um balanço feliz entre as
novas tecnologias, as pedras e os outros bocados da nossa história e até nos
envaidece de saber que está lá.
E
digo eu que agora que não hão-de faltar as felicitações e os foguetes de energúmenos
como o palerma que no outro dia veio aqui para o facebook a elogiar o
presidente, colando-se à sua vitória expressiva nas últimas eleições (sem nada
falar da forma ardilosa como foi conseguida e nada dizendo a custo do quê),
certamente esperando que esse cair em graça lhe garantisse o ser engraçado um
dia.
Podem
atirar a terra para a cara de que quem quiserem mas é bom que saibam, ou melhor
que se recordem que em Marvão, terra livre, num país livre onde se respira um Estado
de Direito pleno, feliz e saudável, há quem não goste, não concorde, não se
cale e alinhe sempre pela sua consciência, pelo que está correto e por MARVÃO!
E não é
um, não são dois, nem três.
Mas eu,
Pedro Sobreiro, sou!
De
resto, longa vida a(o Museu de) Marvão!
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