segunda-feira, 11 de maio de 2015

O rouxinol dos Outeiros



Esta é a banda sonora das minhas noites. O trabalho de um doce artista que regressou com o calor primaveril, quando o frio do Inverno, que o mandou emigrar, abalou. O seu é o canto doce, sempre diferente e inebriante que parece não ter fim e enche as noites de poesia. Por acaso, geralmente, quando o dia chega ao fim, estou cansado. Depois de um dia de trabalho e de muito ter andado a bater desde as 7h a que sempre acordo sem despertador, chego a esta hora e descanso. Por minha vontade, e é assim que adormeço, faço força enquanto o ouço para que as pálpebras não se fechem. Só mais um bocadinho, penso. Se de noite acordo para verter urinas, lá continua ele, na sua extensa e encantatória lamúria poética, polvilhando a noite de pós de fadas encantadas, dando vontade de o ficar a ouvir, nunca ficando cansado de tanta beleza. Este canto é como o bailado das ondas do mar. É como as vistas de Marvão, para a paisagem, para os campos, sempre diferente, nunca igual.

Pela manhã, quando acordo, venho sempre ouvi-lo à varanda. Para ver se ainda está vivo. Ver se ainda cá está.

Este é o rouxinol dos Outeiros, que nunca pode ser agrilhoado, nem viver numa gaiola.

Ouçam-no…

Lá continua ele…

Que lindo que é.

E é nosso…



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