E não
ganhas nada lá fora,
Não
ganhas nada por cá,
Sabia
que não podia durar sempre,
Mas porra,
pior que isto, (acho que) não há.
Bater no
fundo é duro,
E não se
deseja, nem a quem se quer pior,
Porque
parece que desaparece tudo,
(Tudo) O
que no passado se teve, de melhor.
Foi um
jogo eletrizante,
Disso
ninguém pode duvidar,
Mas tu tiveste
o sonho na mão, (ou no pé do Pistolas)
E
deixaste-o voar.
São
Jonas esticou a passadeira,
Ainda
pensaste que sim,
Mas por
falhanços graves, teus,
Sempre
tombaste, por fim.
Vila do
Conde é duro (porra),
Essa
terra é norte sem fim,
Tem
mulheres peixeiras barbudas,
Tem más
recordações e afins.
O
Marrafinhas do Cervi embrulhou-se, (palerma!)
Deixou
passar o lance, e meter o primeiro,
Lionn
chamou-lhe um figo,
Empatou,
saiu ligeiro.
Ainda não
tinha passado um quarto (de hora),
E já as
estavas a amargar,
Um puto
com ar de côca e paneleiro,
Marcou um
golão de arrasar.
O puto
Varela não é mau,
Esticou-se,
viu se conseguia chegar primeiro,
Mas ia
tão boa, e tão certeira,
Que mais
parecia um morteiro (nem que fosse morcego lá chegava, o preto.)
Papas um,
depois outro, e queres-te endireitar,
Queres-te
pôr de pé, e respirar,
Mas
cai-te a gentalha toda em cima,
E tens
de amouchar.
Já
estava tudo “ó tio, ó tio”,
A ver se
conseguia marcar, antes de acabar,
E brilha
a puta do guarda-redes Cássio,
Que
brilha sempre contra a gente, sempre sem pestanejar.
Um
penálti do Pistolas,
Batido
com força, colocado, com vontade de entrar,
E o gajo
estica-se como um gato, possuído,
E
consegue ir-la lá buscar.
Eu,
pessimista como sempre,
Pensei: “está
tudo acabado”.
Mas eis
senão quando, surge o nosso cabeçudão capitão,
E marca
num canto, todo baldado pré frente, todo deitado. (de carrinho)
Esse
grande símbolo acabou por depois, cair de pé,
num
lance todo esticado,
Em que
se magoa na perna,
E dá
braçadeira ao Jardel, seu afilhado.
Sem ele,
e como é ele,
Ficámos
reduzidos a dez,
Com a
carne toda no assador,
Sem
hipótese, de meter alguém na sua vez.
Ele era
Jonas (já rebentado),
Ele era
Jiménez, ele era Sferovic,
Eles eram
todos na frente e mais algum,
Mas todos
juntos, não valiam um penic.
Uma
terra agreste, pouca gente nas bancadas,
Toda a
equipa a arrastar,
Debaixo
da chuva, do nevoeiro,
E eu em
casa, sozinho, à lareira, a arfar.
Por aqui
se tira uma ideia,
Do que
isto tudo pode ser.
No ano
passado, tudo ganhámos,
Neste,
tudo vamos perder.
Foi a
Europa; agora, foi a taça,
E há-de
ir a da Liga (que a gente ganha sempre),
Mas vai
também o campeonato, (não me venham com essa conversa do penta),
Que isso
mói-me a cabeça, e a barriga.
Nós
podemos ser Benfica,
Ter
paixão, amá-lo de toda a vida, e para toda a vida,
Mas a
gente não é estúpidos,
Não fica
assim convencida.
Quando
os tempos mudarem, (e oxalá que mudem, depressa)
A gente
pode sonhar outra vez,
Mas por agora,
deixem lá os outros brincar,
Façam de
conta, que nada se fez.
E pensem
como eu,
Que há
sempre coisas piores.
Acreditemos
neste grande presidente, (que já tanto nos deu)
E
esqueçamos os anteriores!
Pensem
que o Vale de Azevedo voltava (medo!)
Ou vinha
o bubatana do Vilarinho,
Caia o Carmo
e a trindade,
Até
enlouquecia o Zé Povinho!
Amanhã,
quando gozarem convosco (o que é mais que natural, e merecido),
Digam
que estão à rasca, e corram para a sanita,
Ou
façam-se moucos, não liguem,
E
moam-lhes assim a cabecita.
Eu cá, o
Drocas Sabis, vai-se deitar,
E só
espero que na terra dos sonhos,
Não haja
bola, nem taças,
Nem
equipas destas, para me apoquentarem os descansos.
Até
amanhã. Que esse, seja melhor que o de hoje.
Sem comentários:
Enviar um comentário