segunda-feira, 3 de agosto de 2020

O regresso de Judas




Como se esta terrível época que ‘ora cessou,

Não fosse já suficientemente má que chegasse,

Ainda precisávamos de uma notícia destas,

Para que o meu coração rebentasse.

 

Depois do bom, íntegro, coerente, bem falante Vitória,

E da inesperada lufada de ar fresco (que vingou) do Lage,

Eu nem queria acreditar nas notícias,

Que davam como certo, o regresso deste Bocage.

 

De tanto treinador no mundo,

Até com valioso passado benfiquista, que poderiam ir buscar,

Voltaram a meter as mãos na merda,

Para um machado de guerra irem desenterrar.

 

Eu já fui muito do Jesus, confesso,

Quando o fomos buscar ao Braga, no final de década passada,

E montou um “rolo compressor”,

Que levava tudo à frente, e cilindrava “com nota artística”.

 

Mas os anos foram passando,

Os erros na bola, nos gestos, no pretuguês,

Foram destruindo a imagem,

E o fascínio que tinha pelo maltêz.

 

Nesses 6 anos (2009-2015), para as super equipas que tiveste,

Apenas 3 campeonatos, uma taça, uma supertaça, e as tacinhas da liga,

Não são motivos suficientes, quanto a mim,

para te idolatrarem e irem buscar, outra vez.



Saviolas, Aimares, Javi Garcias, Davides Luízes,

Luisões, Preud Hommes, Micolis,

Com a melhor fruta pudeste contar,

Mas nem mesmo assim nos conseguiste levar ao altar.

 

O sonho da tal prova europeia,

Que nos faria voltar a ser respeitados (no continente do futebol),

Caiu perante Chelsea (12/13) e Sevilha (13/14),

Deixou-nos antes tristes, adormecidos, esquecidos.

 

E repara bem que já nem falo,

Nos valores das nossas escolas, que deixaste voar (Bernardos Silvas e afins),

Para incentivares grande contratações,

Onde certamente deves ter estado a mamar.

 

Os outros, os pobres, antes de ti,

Tiveram de jogar com o que tinham,

Inventando laterais e avançados,

Desenrascando-se, e mesmo assim… venciam.

 

Mas para ti, o bom do Vieira,

Sonhando já com as eleições,

Promete equipas de sonho,

Para arrasar todas as competições.

 

Pois eu cá não me esqueço,

Que de ti, nunca gostei, apenas aceitei,

E se na brinca, reinava,

Era porque cumprias, e eu aí, tolerava.

 

Mas de tudo nunca jamais hei-de esquecer,

Quando no final do contrato,

Aceitaste ir para o Szeborten,

Só para gozares o prato.

 

Se és profissional e te pagavam,

Apesar da coerência não o aconselhar,

Que poderíamos nós fazer, senão aceitarmos,

O futuro que o Deus Mendes te iria reservar.

 

Mas a imagem de ti a cantares,

o hino, no estádio, para a bancada cheia de lagartos,

É uma visão de horror, que me há-de sempre acompanhar,

Nos anos mais próximos, estou certo.

 

Essa imagem, e a de joelhos, em pleno estádio do dragão,

Depois de perderes o jogo, o tino, e o campeonato,

Hão-de sempre acompanhar-me,

Por mais que viva, estou bem certo.

 

Hoje, entre o Kadafi e o maestro,

Chamaste a pedir união,

Mas sabes bem que isso é coisa impossível,

Porque há outros, como eu, que ainda têm coração.

 

Com o que te pagam e o que te darão,

Quero que metas a equipa a jogar, e possamos ter prazer,

Mas já sabes que de amor por ti,

Nunca me hás-de ver morrer.

 

Gostava muito de ti,

Enquanto humorista do facebook (JJ Bóce)

Mas espero que me faças agora rir mais,

De prazer, e não de outra coisa que fosse.

 

O Benfica é a grande paixão futebolística, de toda a minha vida,

Dali não mudo, esteja quem estiver,

Mesmo apesar que regressos tão maus quanto o teu,

Possam eventualmente acontecer.

 

O teu maior mérito recentemente,

é teres calado com bofetada de luva branca,

Quem sempre apostou que se saísses daqui,

Nada irias conseguir, de certeza.

 

Pelo contrário, foste ensinar os brasileiros,

A jogarem à bola na terra do seu coração,

Ajudaste o flamengo a vencer copa,

E saíste de andôr sobre a multidão.

 

Boa sorte para nós,

Espero que cumpras o que prometeste,

Faz-me calar, dobrar, torcer,

Afinal, foi para isso que vieste.




ACAAAAAAARRRRRDDDIIIITTTAAAAARRREEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE

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