Claro que tinha de ver o debate desta noite entre o atual presidente e candidato, Prof. Marcelo, e o jovem Ventura. Ainda não tinha visto nenhum, de forma que foi a minha estreia.
Não
vi nenhum porque… apesar do voto ser secreto, sempre fui claro onde nesta
questão colocava, como coloquei, o meu, e sinceramente, não tenho paciência
para aturar estas chorrilhas.
Bem sei que o homem tem defeitos. Por vezes, muitas vezes mesmo, estica-se demais, mas não haja dúvida nenhuma que é quem mais domina o artigo, e pelos muitos anos que tem de comentador, já mais do que provou que é barra na matéria.
Épá,
há muita cena em que poderia ser diferente, em que poderia ter sido mais
interventivo, mais rijo, menos beijinho e selfie, mas… não há bela sem senão, e…
quando olhamos para as cassetes de vídeo disponíveis no Videoclube, mais vale
escolhermos um galardoado nos Óscares, porque alguma coisa há-de valer, não é
verdade?
Olhem, eu gostei do que vi mas… fiquei com medo.
Fiquei, fiquei.
A razão mais que
justificada para que isso tivesse acontecido, é que eu percebi claramente o que
ali se estava a passar, e o Marcelo, que é o Professor, e sabe universos
infinitos mais do que eu, tocou na ferida diversas vezes: o jovem ditadorzeco
de trazer por casa, quer correr na alta roda, e aquilo que ele está a fazer
nestas eleições presidenciais, é a tirar o pulso ao país, para tentar-se
aperceber até onde poderá chegar o partido xenófobo, racista, sectarista, e que
instiga contra valores que a nossa sociedade construiu com dificuldade depois
de 74, quando erradicou o já apagado fascismo de Caetano.
O Andrézinho, que já semeou nos Açores o princípio do fim, quando conseguiu casar com o adormecido e quase incaraterístico PSD (tendo matado a esquerda com a mesma arma com que ela triunfou no con-te-nent), que agora tentar fazer a prova para o triple salto!
“Hum…
deixa cá ver: se eu experimentar ir para chefe desta merda toda, quanto será
que valho?”, pensou certamente o bízaro.
(Atenção ao clique nas oportunas nas hiperligações, que estão lá para isso mesmo...)
De forma que eu vou seguir com grande curiosidade e atenção, aquilo que o pequeno Hitler (que da primeira vez que subiu ao poder, foi nas eleições de 1930) vai conseguir.
Porque
com os anos e a vivência que tenho na pele, eu sei muito bem que quando ele diz:
-
que há crimes (como o do Pedro Dias e da mãe da Joana) que merecem pena de
morte;
-
que há outros (como a violação) cujos autores merecem castração química;
https://expresso.pt/sociedade/2018-09-30-176-violadores-condenados-ficaram-em-liberdade
-
que quando o Marcelo visitou o bairro da Jamaica, depois dos incidentes de
populares com a PSP, em Janeiro de 2019, se deixou fotografar com familiares
destes, e não foi visitar a esquadra local da PSP, foi como se estivesse a
tomar partido dessa parte que teve, para eles, toda a culpa;
-
que quando deixou cair no final do mandato a brilhante Procuradora Geral da República,
Joana Marques Vidal, que foi tão preponderante, decisiva e brilhante na luta
contra a corrupção; ou o “nosso” competentíssimo presidente do Tribunal de
Contas, Vítor Caldeira, deu um tiros nos pés e a clara ideia que estava a
afastar quem tinha mérito;
https://observador.pt/seccao/justica/pgr/joana-marques-vidal/
-
que há deputados a mais na Assembleia da República, muitos dos quais nem abrem
a boca durante 4 anos… e nada mais fazerem que chular os portugueses…
-
que vai acabar com buracos como o BPN e o Novo Banco (apesar de saber que isso
é impossível!)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Caso_BPN
https://pt.wikipedia.org/wiki/Novo_Banco
-
que quer acabar com os párias que passam os dias a viver à pála do rendimento da segurança social, pago por todos nós, sem fazerem nenhum, apesar de terem bom corpo para trabalhar, e passam o tempo nos cafés, a beberem copos com fartura…
sabe
que vai ter muita, muita gente que lhe vai dar toda a razão, que vai acreditar e votar nele. Se calhar, todos
os que muito trabalham, muito contribuem e dificilmente algo têm; e todos os outros que concordam com aquilo que diz, e o sentem como seu porta-voz.
O
André sonha com um sistema presidencialista em Portugal, um sistema de governo
onde o chefe do governo é também o chefe de Estado, como é muito em voga na
América Latina (https://pt.wikipedia.org/wiki/Presidencialismo), e ele assentaria que nem uma luva.
Repúblicas
presidenciais semipresidencialistas |
O
Marcelo, Professor, educado, cristão, abriu muito flanco e expôs-se muito a
ataques fáceis, onde em vez de resistir e ripostar… deixou-se ficar a rir com ar
palerma, enquanto do outro lado… grão a grão, lá ia a galinha enchendo o
papinho.
Não
posso ter a veleidade de afirmar que na minha opinião, Marcelo saiu derrotado.
Mas se isso é capaz de ser verdade, mais verdade é ainda, que dos dois, o André saiu
claramente vencedor.
Este
puto, advogado, professor universitário, comentador, político, ainda vai ser um
problema muito grande.
Oxalá
me engane… mas acho que não...
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