segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

So long, 2016... Hello 2017


2016 foi um ano que se foi. Um bom ano que se foi, porque não perdi ninguém dos meus queridos, nesta embarcação que é a vida. Houve saúde, que é o mais importante, e sem a qual nada se faz. Se a camisa não é nova, veste—se a do ano passado. Se não há dinheiro para o bife, come—se uma sopa de couve com feijão. Mas sem a saúde, nossa e dos que amamos, nada faz sentido.

Se já publiquei aquela que é, para mim, a derradeira opinião global do ano que passou, não quero deixar de escrever aqui, no meu diário digital, o que o Drocas quer testemunhar de balanço, muito pessoal, deste ano que ora finda.

A nível internacional destaco, claro está e aqui não há muito por onde fugir, à eleição de um português para secretário geral das Nações Unidas. Se todos os países, que se uniram depois da II Grande Guerra para evitar que um outro conflito tão letal e sangrento se repetisse; escolheram um português para o “chefiar”, é porque o António Guterres é mesmo bom e nós devemos todos unir-nos em torno dele. Quando o primeiro de todos os ministros, poderia até nem saber qual era o PIB 


mas isso são águas que já lá vão e agora o Guterres provou que é mesmo o melhor,


o que só nos orgulha e é mais que motivo de regozijo para todos os tugas worldwide.

Isto pela positiva porque do outro lado da moeda, está o autoproclamado Estado Islâmico que é para mim, a personificação do mal. Contrários, que é o que sempre houve no universo e aqui, toma forma enquanto um… estado? Seres humanos com cérebro, como nós, que destroem estátuas milenares com a mesma facilidade com que exterminam a vida inocente alheia, são criaturas que não merecem senão… a morte. O problema é que isso é mesmo o que eles querem, porque assim acham que vão direitinhos para o paraíso num voo charter VIP com tudo o que é de bom e melhor, a correr para os braços de sei lá quantas virgens que estão à espera deles. Assim também eu.


Pegando no mal, vamos à vitória da comédia Trump como presidente do estado mais poderoso da terra, que nos habituámos a ver como polícia do mundo desde a segunda metade do século passado, quando vieram ao velho continente, para nos salvar a todos das garras da suástica, desde os mares da Normandia. Um milionário porcalhão, sexista, chauvinista, machista e com tudo o que há de pior; saltou de júri de um reality show na ABC para os comandos dos todos poderosos Estados Unidos da América do Norte. Uma palavra: MEDO!


Das duas, uma: ou os norte americanos, que tiveram a inteligência de votar num negro magricelas afro-americano nascido no Hawai, ficaram estúpidos de vez; ou os craques da informática americanos levaram mesmo uma rabeta russa que manobrou as votações e aqui o caldo pode mesmo entornar. Aguardemos pois o que isto vai dar, mas não acho que vai dar bom.

Na Europa destaco duas coisas, ambas más: a desagregação do sonho europeu, aos poucos; e a transformação do mar mediterrâneo, que nos uniu a África e foi o berço da civilização, como uma enorme vala comum onde morrem milhares de homens, mulheres e crianças, famintos, esquálidos, à porta do sonho, cheios de sede, com água por todos os lados.


Com o inqualificável, impensável e de consequências imprevisíveis Brexit, a Grande Ilha largou o continente que sempre a acolheu; e vogou para mares desconhecidos por sua própria conta. A filha do Le Pen, cavalga a França numa Frente Nacional que começou por ser residual e uma piada de radicais, para agora ter uma voz cada vez mais alta e ouvida por todos aqueles que veem o seu lugar na sociedade francesa ser ocupado (“roubado”?, pensam eles) por imigrantes, por gente remota de outros países. Também ela quer um referendo idêntico em terras gaulesas e não é a única.  Na Holanda, Dinamarca e Itália, a cena repete-se. Ou seja… tá difícil. Andaram os outros a semear e a sonhar, para agora ficarmos cada vez mais, cada um por si. O que nunca poderá ser bom.

Por cá, a geringonça que os meninos de esquerda decidiram montar na Assembleia da República, para fazer a folha ao descabelado do Passos e ao narigudo do Portas, revelou-se, não um fiasco, mas um sucesso. Felizmente, ao ponto de, o camarada Costa, ter as coisas de tal forma amparadas que agora sabe que por si só já lá chega e já lá fica, se houvesse necessidade de ir às urnas. Assim, os companheiros bloquistas e comunas da velha guarda, que lhe valeram para conseguir o crédito que por si só, não obteria nas urnas; já sabem que não podem miar muito, senão vão ter de saltar da carrocinha.


E como se a direita não ficasse já bem vista pela saída do vice-primeiro-ministro (brilhante cargo inventado bem à sua medida) Portas para a Mota Engil, só seis meses após ter abandonado o governo, desrespeitando qualquer período de nojo que se tornasse como aceitável; Durão Barroso, o nosso cherne de estimação, sai de presidente da Comissão Europeia para novo presidente não executivo do conselho de administração do Goldman Sachs, aquele que é considerado o banco mais polémico do mundo, por vender dívida pública. Um vampiro contrata para a sua confraria, um ganadeiro que conhece muito bem os hábitos de pastagem das vaquinhas dos prados vizinhos, que sabe as horas a que saem e o que comem. Elucidativo, não é?


Eu votei na geringonça, porque estava farto do fado do desgraçado que davam as outras duas cachopinhas, que andavam na mestra da Merkel. Que ranço, metiam. Sempre tão desgraçadinhos, sempre tão mal…

E ainda bem que assim andam as coisas. O país nota-se mais feliz. O défice está abaixo dos 3% (embora nem eu, nem a grande maioria dos portugueses fazem a ideia clara do que isto significa. Bom, calma, que eu não sou assim tão estúpido. Eu sei que o défice é quando se gasta mais do que se ganha. Mas esta do ser 2 ou 3 ou 4 ou 5 ou 6, ainda por cima, virgula um outro algarismo qualquer é que… não. Mas o desemprego está a baixar; o poder económico está a subir e o povo anda mais sorridente.

Uma das coisas boas que me aconteceram neste ano foi a aprovação do horário das 35 horas semanais. Como sou egoísta nesta apreciação, mas é tão bom… Desculpem-me mas eu acho que consigo explicar. Muito simples e em 3 linhas, querem ver? Eu e minha mulher. Os dois funcionários públicos. Eu estatal, ela municipal. Com o cataclismo P.P. (Passos/Portas), quando ela entrava às 9h, saia às 16h; quando entrava às 10h, saia às 17h. Contínuo e lindo. A dar para viver e para se dedicar às filhas e às coisas de casa. Eu, o cão, entrava às 9h e só largava às 18h, já de noite, no Inverno. 1 hora de almoço mas isso não interessava para nada, que a gente come na cantina da Troika (micro-ondas de casa) em meia-hora.
Fechava a Câmara às 16h, a Conservatória às 17h e nós… BINGO!
Agora tudo mudou e que bem mudou. 9h às 16h em horário contínuo e sou eu que toco a buzina, quando passo à porta do Turismo.


Se falarmos de coisas boas… tem de vir a sagração do meu BENFICA TRICAMPEÃO, com uma equipa com muitos jovens da nossa prata da casa (muitos deles já vendidos por muitos milhões! Alô Renatinho no Bayern, por 65 milhões, my heart is with you) e um treinador que.. é uma cagança! Que nível, que postura, que ca-te-go-ria. Ao princípio a malta ainda andava por aí a rosnar que “ah… e o Marquinho Silva é que era e… ah, este não é lá assim grande treinador… e ah… CALEM-SE, SUAS PUTAS!!!!! Não viram já o que o homem vale? Dinamiza, potencia, valoriza, mexe nas equipas… ah, meu Deus, obrigado por ouvires as minhas preces e colocares à frente do meu clube o homem com que sempre sonhei e te pedi.

Olha, tal e qual como o que meteste a chefiar o meu serviço (sem nome, que o homem não gosta de propagandas. É ir lá ver quem é). Quem não conheça aqui o Drocas, o Tio Sabi, pode pensar que “ah… lá está o gajo a dar graxa e a fazer-se ao filme do chefe”…
Nada disso, bebés. Aqui com o mangas, o que é, é! D-o-a a quem doer. Os elogios são para se dar, em vida de preferência; o que está mal, é para ser apontado logo para ver se a coisa ainda muda a tempo de valer a pena.
O meu chefe tem a mesma categoria que eu, mas é só no papel. Porque o homem sabe milhões mais. Sabe estar, sabe ajudar, sabe facilitar e fazer as coisas andar, sabe ser cristão ao balcão, fazendo o que tem de ser feito, mas tendo sempre a consciência que a pessoa que está sentada à sua frente, é seu irmão e precisa de ser ajudado. Sempre servindo o Estado em primeiro lugar, que é quem nos paga, mas tratando sempre com toda a consideração quem a nós se aproxima. Vou sempre bem-disposto quando vou trabalhar e venho de lá, sempre satisfeito. Na verdade, aquela que é a segunda família (com a qual passamos mais tempo no dia-a-dia, do que com aquela da qual gostamos mais), é fundamental para o nosso equilíbrio e bem-estar.
Com a nossa equipa, o serviço de finanças de Marvão, liderado por ele, e comigo de fiel escudeiro / Sancho Pança (embora em forma), tem obtido um lugar de destaque quando comparado com os congéneres do distrito e até tivemos um realce a nível nacional, o que faz sempre a gente ficar inchados.
Olhamos 2017 com esperança, otimisto, humildade e convição.

2016 foi um ano em que uma pop star subiu a Presidente de todos os portugueses. Marcelo, o popularucho que esmiuçava a política desde a beiçuda Manuela Guedes aos portugueses, serviu-se dessa enorme vantagem mediática de entrar todas as noites nas casas dos que o ouviam para arrasar.


“Política? Qual? Oh, tem de ser este que a gente conhece bem e fala daquilo de trás para a frente e de frente para trás. Pimba!”
Quem se fornicou, mas ainda não ardeu de todo, está a queimar em lume brando foi o tal do Coelhone, tadinho, que não dizendo mal, não disse nada bem. E o outro viu. Vais ao castigo…


Portugal foi campeão europeu de futebol mas, com um paio do catano. Merecemos, sem dúvida que merecemos, porque jogámos bem. Mas não fizemos um campeonato brilhante e parece que as equipas, nos foram caindo no regaço mesmo à mão de semear. Com empates, à pele, mas mesmo à maneirinha. O Ronaldo pode ser aquele super-homem de querer e de trabalho, pode ser o melhor futebolista do mundo mas o futebol que eu amo não é de SSSSSSSSSSSSÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍs. O futebol que eu amo é rebeldia, genialidade, fratura. É Maradona, é Messi, é Cantona. E o Fernando Santos, o engenheiro do penta, não é os melhor treinador do mundo


Este foi o ano também em que um serial killer de Arouca meteu meio país a ter medo do escuro e a dormir cheio de frio, a pensar que Arouca não é assim tão longe e numa noite de lua cheia, ou quarto minguante, o gajo pode muito bem bater aí.


Embora isto não seja novidade para ninguém, o país continuou a arder, num bailado de chamas digno de Nero, na Madeira;


No festival Andanças, aqui bem perto, num sítio onde ironicamente sempre houve muita água, na barragem da Póvoa;


E em Arouca.


2016 ficou marcado também pelas manifestações e queixas dos lesados do BANIF, que agora parece que têm, finalmente, alguém do lado de lá quem os ouça.


O país ficou marcado pelas mortes nos Comandos que deixaram toda a gente boquiaberta quando para mim, tudo não passou de um… azar. Poderia ter acontecido noutra altura. Estranha-me como nunca tal aconteceu, uma vez que a negação de água após esforços extremos, parece-me que seria uma prática habitual. Selvajaria e desumanidade sempre foram caraterísticas que associei àquela tropa de elite, onde os soldados eram preparados para o pior e também eles, esperavam o pior tratamento por parte de quem os formava.


Um ano fica sempre marcado pelo fim de existência de todos aqueles que nos marcaram, tendo este ano sido particularmente castigado pelo adeus dos que nos deixaram o seu legado incomparável nas artes:
- o mago cavaleiro das palavras doces, certas, fortes e a voz temperada, calma e inconfundível, Leonard Cohen;



- o camaleão multifacetado que coloriu a música pop como se ninguém, Bowie;


- o génio gigante de Minneapolis, Prince;


- o compositor, performer, e intérprete único que ficará sempre associado à luta pelos seus direitos sexuais, George Michael;


- Uma princesa de uma trilogia única que ficará sempre eterna num papel;


Ou na história:
- Fidel Castro


No meu concelho, na nossa política, este foi um ano de muito trabalho na sombra, em silêncio, em segredo. O movimento cívico “Marvão para Todos”, no qual me incluo, encetou esforços para que se conseguisse dar corpo a uma candidatura oponente à atual forma de governação dos corpos eleitos. Achando nós que muitos aspetos poderiam e deveriam ser melhorados, a começar pela forma de trabalho entre a presidência/vereação, a articulação entre os órgãos eleitos, os muitos assuntos a serem alvo de um programa eleitoral consistente, por todos os meios tentámos falar a uma só voz com as demais forças políticas do concelho, mas esse esforço revelou-se infrutífero. Perdemos muito tempo, mas estamos muito a tempo de dar continuidade a dois anos de trabalho que temos vindo a desenvolver e 2017, vai ser O nosso ano. Oxalá as pessoas nos ajudem a ajudá-las.


Do ponto de vista pessoal, este ano foi um ano de consolidação, da minha recuperação, do meu regresso a mim. Não considero, de todo, que tenha ficado diminuído depois do acidente que tive. Na verdade, sinto que foi um solavanco, que me fez avançar. Perdoem-me a galhardia. Lamento o que me aconteceu, e sempre o lamentarei, e não poderei nunca conseguir compensar todos quantos me amam disso, do tanto mal que os fiz sofrer. Mas, sendo eu o único culpado, não me consigo sentir culpado, do turbilhão que aconteceu depois.

Consegui voltar onde queria do ponto de vista físico. Do zombie que mal conseguia caminhar, quanto mais correr, em 2016 consegui fazer 35 atividades/sessões de running semanais entre 9 e os 14 quilómetros, por esses trilhos do meu Marvão, à volta de casa; ou à beira do mar grande e infinito, num total de 348,26 Km.

Semanalmente, nado também 1.500 metros em bruços/crawl/mariposa/costas, em cerca de 40 minutos.

Com cuidados com a alimentação, frugal e variada, consigo manter um peso a rondar os 80Kg.

Para o ano novo, peço que… tudo o que tenho se mantenha. E mais algumas coisas que gostaria. Peço aquilo que todos pedem: paz, amor, trabalho, mas Deus sabe que estou no mundo às suas ordens e cumprirei o que espera de mim. É a ele, meu refúgio, minha força, que me entrego todas as noites como se fosse a última e lhe peço paz (interior, sobretudo interior, uma vez que no mundo os interesses nunca a deixarão estender-se), e clarividência.


Que me ajude Deus.


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