quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Contra os canhões, marchar, marchar... (por dinheiro e glória)





O cenário estava extraordinário para um jogo desta importância, na liga milionária, onde estavam apurados apenas os 16 melhores clubes da Europa. Desculpem?!?!?!?! Ouvi um “ladrar nortenho… Bou Bou”, ou “aristocrata, viscondêz, do tipo “ÃO ÃO sei lá, ou “ÃO ÃO tá a ouvir ?!?” 

É favor saírem da frente, ó fachavore!

Comecei em pulgas, endrominado pelas três fêmeas minhas donas, em maré de amorrrrrrrrrr, numa de dia dos namorados, à luz do São Valentim. Nada de garagem cheia de amigos, cerveja em barda e ecrã panorâmico com dolby surround. No fundo, um cenário ideal e justo para qualquer benfiquista que se preze.

A legenda aqui...
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Eu apaixonado, eu feliz, eu tão bem calmo e tranquilo, mas… a ver a bola no telefone pelo canto do olho. Ele há coisas… O meu Benfica a este nível, catano.

Aquilo, pelo que me era dado a entender, estava a ser demais. Os gajos estavam a jogar na Luz como se fossem donos daquela merda toda e nós, encostados às baias como se fossemos o Varzim. Golos de caretas falhados por milagre, contei 2 ou 3. Bola do pretxinho por cima do travessão, bola ao lado, muitas. 

Sessenta e tal de posse de bola contra 30 e pouco. 

Intervalo. 

Pelo menos aqui chegámos, pensei enquanto metia os suspensórios ao cão que feito panasca, estava a fazer birra e não se queria vestir para sair à rua. Fui todo o caminho a pensar… bem… chego lá abaixo e vejo logo que não nosdevemos ter aguentado.

Entro na Velhaca e olho logo para o televisor. “O QUÊ?!?!?!?!?” Mas como é que foi aquilo?!?!?!? Estamos a ganhar?

"Foi o teu Barba de Chibo".

O nome pegou.

"Ai sim?"

Epá, um cruzamento e o gajo que meteu o pé.

Lance de laboratório, pelo que vi eu depois. Centro curto do fantástico Pizzi (tens de mudar de lentes de contato, amor. Cada vez cerras mais os olhitos, para veres melhor. Tão estrábico...), o meu amor grandalhão do Luisão que salta e que dá para o mafarrico helénico que toca, engana o guarda-redes, e depois de a desviar, empurra sem clemência para o fundo da baliza.




Bem… sem os Fritz já estavam brutos, a partir dali soltaram os cães e foi um "vê se te avias". Uma máquina diabólica de jogar à bola, estes sacaneiras. O treinador, o meu amor, que tem carinha de quem vai fazer a 1ª comunhão a seguir, estava que não podia, quando caiu na flash interview.


“Então o que acha deste resultado, senhor?”, perguntou-lhe o 4 orelhas do repórter.

“O que é que eu acho?!?!?!? Perguntou-lhe ele, incrédulo. “Que é uma comédia, uma blasfémia, um ultraje”. Pode não ter dito desta forma, mas eu interpretei assim.

“Fizemos um jogo irrepreensível, criámos inúmeras hipóteses de golo, tivemos uma dinâmica inabalável e acho difícil, enquanto treinador, conseguir montar uma equipa que se porte melhor.
O que se passa é que… o futebol é isto!”

E está tudo dito, diz o vosso Tio Sabi. Por isso é que é um desporto que movimenta milhões e faz vibrar um planeta. Porque se passa de bestial, a besta, num abrir e fechar de olhos. Porque é a coisa mais parecida com a vida. É trágico. Intenso. Apaixonante.

O meu grego favorito, depois do George Michael ter falecido, foi lá uma vez e… enrabou-os com uma classe que não tem explicação. Espetou-lhes uma ferroada, bem no centro dos cornos, que os vitimou.

Depois, não foi ele sozinho. Toda a equipa esteve muito bem mas de todos, de todos, esteve um rapazinho cá atrás, a defender os postes, com uma tatuagem no pescoço que parece que lhe passou a roda grande de um trator por cima, que defendeu… o impensável.  
Assim por alto, conto 3 lances de golo claro, evidente, mas destes destaco dois: uma defesa impossível de uma bola desviada por um colega; após um já por si difícil de parar, remate germânico; e uma defesa de um penálti como eu nunca tinha visto em toda a minha vida. Sem se mexer. Eu nunca tinha visto. Como é que o gajo fez aquilo? Que par de tomates tem de o homem ter, que gélido tem de ser o seu sangue, para conseguir fazer aquilo... De arrepiar. Indescritível.

Para mim, ganhámos por 2 a zero.

O problema é que, para nós, benfiquistas, escolheu o pior local para brilhar. Agora, que ninguém tenha dúvidas que o vêm cá buscar.

Até parece que já estou a imaginar aviões cheios de chineses (como os do outro), e sheiks da Arábia a postrarem-se aos seus pés.

Não há nada que o dinheiro não compre. Que o paguem bem. E que a canarinha lhe faça justiça. Lindo miúdo!

Nós estamos aí.
Na Alemanha tudo será mais difícil.
Mas na Alemanha, levamos o Pistolas já pronto a disparar e, como disse o mister deles, podem marcar antes mas se marcamos lá um, têm de marcar 3.

O Barbas vai.

E eu fico cá a torcer.

PS: Dormimos bem melhor que em Barcelona, não? Sossegadinhos…




És grande miúdo. Sem lesões, és um foguete genial!




Foram estes...

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