Das
notícias…
- 500 mil hectares
queimados este ano. 250 mil só em outubro
- Maior área ardida
de sempre
- 5,5% do
território português reduzido a cinzas
- Incêndios vão
custar mais de 1,3 mil milhões
- Foi o pior dia do
ano em termos de fogos. Houve habitações, indústrias e bens destruídos e
dezenas de localidades evacuadas
- Foi um domingo de
outubro de verdadeiro inferno em Portugal, com mais de 440 incêndios
florestais, 33 dos quais de grande dimensão (523 ocorrências, segundo o
primeiro-ministro), que provocaram pelo menos seis mortos em Penacova, Sertã e
Oliveira do Hospital, a destruição de habitações, indústrias e outros bens, o
corte de muitas estradas e ferimentos em, pelo menos, 17 bombeiros e oito
civis. Centenas de pessoas tiveram de ser retiradas de suas casas.
- Números da
Comissão Europeia revelam que últimos fogos queimaram mais de 200 mil hectares,
o mesmo que quatro incêndios de Pedrógão. Fogos de outubro queimaram tanto como
de janeiro a setembro.
- Um infernal
domingo de outubro com mais de 440 fogos e seis mortos
- A 19.10.2017, 43
vítimas mortais
A
estas horas, também eu estou agoniado. Sinto-me agoniado. Sinto-me mal. Como se
a onda de dor e de sofrimento gerada pelo sufoco das chamas, me apertasse o
pescoço e as goelas.
Ninguém,
humanamente consciente, é capaz de viver estes dias, sem este peso enorme nas
costas, e na consciência.
Os
relatos de dor, de perda, de desnorte, e de luto, que invadem os telejornais,
ensombram-me os dias. Tudo é tão terrível, que ainda mal consigo concretizar esta
dimensão do mal.
Com
44 anos de vida, não imaginava poder viver este sentimento de habitar num país
em guerra civil. A bem dizer, nada funcionou. Nada funciona!
Portugal,
enquanto país, sempre foi o que sempre soubemos: incapaz de viver por si, de
crescer de forma sustentável e equilibrada, de se fazer valer pelas instituições
que criou.
O
escândalo do buraco do BPP/BPN, a galopante dívida pública, que nos mantém reféns
de resgates externos; e agora, este horror das chamas, provam-nos aquilo que muitos
sabem, mas poucos querem admitir: a gente, sozinha, não consegue. Podemos ter
sido muito grandes no passado, podemos ter descoberto meio mundo, podemos ter
dividido o mundo ao meio com os espanhóis, mas… isto á pior que a Arménia. Mais
valia termo-nos entregue à bicharada.
A
esta hora, já todos vimos as reportagens, e os diretos; já todos lemos todas as
notícias e os dossiers; já todos temos a nossa ideia de como se pode sair deste
buraco negro.
Mas
a verdade… é que isso não vai acontecer.
Porquê?
Porque
há muitos interesses instalados, falta um a estratégia integrada, e o governo
de Costa, não só perdeu a bênção de Marcelo, como a benesse de todo o país. A
ministra rolou, (sob a suspeita da felicidade, de finalmente poder ir de férias),
o presidente da Autoridade Nacional da Proteção Civil demitiu-se há pouco; e António
Costa, a meu ver, também deveria ter feito o mesmo. Nas urnas, o povo lhe diria
se teria o seu perdão, ou não. Para mim, depois de Pedrógão Grande, dessa
tragédia tão imensa e inesquecível, provou que nada aprendeu, e não tem condições
para continuar a liderar o país.
Por
muito que tivesse feito para melhorar a minha vida, que, de fato, fez, e vai
melhorar ainda mais, se Deus quiser; por muito que tivesse feito para recuperar
o país (em termos de reerguer a capacidade económica), que fez; falhou ao
defendê-lo, e provou que não tem unhas para tocar esta guitarra portuguesa.
O
CDS, pertinente e corajoso, como a sua líder, irá amanhã entregar uma moção de
censura ao governo. Para provar a podridão do nosso sistema, do nosso país, e
da política, em geral; a esquerda travestida de governo, irá chumbá-la, para
defender os seus.
Nem
consigo imaginar se isto tive acontecido, num governo do pobre Passos Coelho… A
esquerda unida faria um auto da fé, em pleno Terreiro do Paço, e nem as cinzas
se lhe aproveitariam.
Eu,
que sou leigo na matéria, e uma besta que nem bombeiro voluntário consigo ser
(embora tenha vontade mas…), consigo facilmente ver como é que tudo poderia ser
desmontado: LEGISLAR! Sem medos, sem ceder a interesses instalados, a direito!
1
– Aumentar a vigilância constante,
assegurada em postos colocados em pontos estratégicos do país. O 1º alerta é
fundamental. Pode salvar vidas! É como a luta contra o cancro.
2 -
Assegurar, CUSTE O QUE CUSTAR, que exista uma rede de comunicações que seja
funcional, e perene.
3 -
Terminar de uma vez por todas, com a quase exclusividade do voluntarismo,
num combate tão essencial do nosso território. Os bombeiros, como forças vivas
fundamentais da nossa sociedade, devem se muito bem remunerados, e apenas
fazerem aquilo. Não devem estar reféns de patrões a quem têm de pedir para
sair!
4 - Reordenar as respostas de combate. Não podemos estar à espera de aviões... espanhóis?!?!?!?!? Atualizemos a máxima de Salazar: "Para Angola! Com força e já!", e adaptemo-la aos fogos.
5 -
A nossa floresta deve ser toda repensada.
As espécies autóctones (sobreiros, carvalhos, azinheiras) devem ter a
prevalência sobre o espectro pirómano dos eucaliptos, que deve ser suprimido,
de imediato. O dinheiro não é tudo, por Deus!
De
todas as imagens, fico com a capa da Visão. Aquela é a imagem. De todas,
aquela. Um homem só, de frente para besta, para o inferno, munido apenas de uma
magueira, urina com água para cima de um barril carregado de explosivos,
prestes a rebentarem- lhe nas mãos. O calor que vem daquela imagem é insuportável! Não sei se ficou, se venceu, se sobreviveu.
Mas a verdade é que muitos e muitas nessas condições, sucumbiram para sempre, e
jamais poderão ler estas linhas.
O meu comentário
final vai para Marcelo rebelo de Sousa,
a quem faço uma condenação muito veemente, sobre a sua postura presidencial.
Bem sei que o Cavaco era um canastrão daqueles, que nem à antiga. Um barrote
com pernas. Um bloco de mármore. Ser melhor, era tão fácil...
Mas
aquilo que Marcelo tem feito, nestes últimos dias, sobretudo, deita por terra o
prestígio do cargo que desempenha. Os portugueses merecem um 1º Homem, o chefe
das nossas forças (judiciais, políticas, legislativas), com outro nível.
Sabi: MENOS! |
Já ias... |
Andar
a dar beijinhos e abraços às avôs enlutadas nesta tragédia, é coisa para lhe fazer
subir as votações a um nível estratosférico, mas… não é bem! Eu acho que não é
bem. Deixar-se fotografar de braço dado com palermas do Portugal real, para que
possam enfeitar a foto de perfil do facebook, ainda vá, que não vá. Foi às escondidas.
Quase ninguém soube. Eu é que lhe pedi. Mas isto…
Andar neste baile mandado, do beijinho e do abraço, quase a lacrimejar, é capaz
de ser assim para o abusivo. Eu não gosto! Só me apetecia andar atrás dele,
como o emplastro, a dizer-lhe aos gritos aos ouvidos: “OLHA O NÍVEL!!!!!”
Olha
lá bem, que já não comentas com a Judite, amore! Agora a tua cena é outra!
E
Costa, deixa-te de merdas! Aproveita bem o conluio que te suporta, e sê um
reformador da política contra os fogos. Ficava-te bem no currículo.
Sabi
dixit
Dedico
este post, a todos aqueles e aquelas, que deixaram de estar entre nós por esta
tragédia; aos que perderam tudo (casas, empregos, patrimónios), e por eles, peço
a Deus. Que nunca os deixe, que os suporte sempre, e lhes dê alento para
recomeçarem.
As
minha orações vão (também) por vós.
2 comentários:
Mobilização da sociedade civil para quando? Ontem já era tarde.
Isso, meu caríssimo, quanto a mim, só quando as instituições que criámos para o efeito, para a regulação da vida em sociedade, forem incapazes de funcionar. Mas eu acho, que caso sejam reorientadas, poderão funcionar às 1000 maravilhas. Há é que repensar tudo muito bem. Grande abraço! ;)
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