Eu não sei se quem me lê já esteve numa final do Jamor…
Se não esteve, eu explico: aquilo é a festa mais linda que há no futebol português!
Não podia haver coisa que eu quisesse mais hoje que bater o Porto no seu reduto.
E, com duas “secas” no bolso, já me sinto a pairar naquele ambiente sem par, num mês de Maio a saber a Verão. Já me imagino por entre a multidão, a provar o tinto carrascão e o morangueiro vertido em generosas golfadas de garrafões de gente amiga. Naquele dia toda a gente é amiga. O Jamor é um céu feito de grelhadores fumarentos apinhados de sardinha gorda. Um paraíso de carvão, frangos assados e bela entremeada.
A Taça de Portugal é uma sandes de barbela (com pintelho!) a transbordar pelos lados da carcaça. Colesterol a 500.
E o futebol? É lindo mas é o que menos interessa que ali não há clubes ou partidos. O que se quer é um bom jogo e um justo vencedor. O resto são histórias para contar aos netos.
Hoje levei o dia a pensar nisso e já só pedia a Deus e à Senhora de Fátima que nos ajudasse. Eu mereço. Estou farto de padecer. E o milagre, ou melhor, os milagres aconteceram:
O Milagre de Acreditar por São Coentrão, ou a magia de perceber que um lance nunca se dá por perdido. A magia pode estar mesmo ali… onde menos se espera… nascida da desatenção de um defesa titubeante e um guarda-redes indeciso. Se o Cardoso ao menos tivesse visto a luz… nunca teria rematado com o pé esquerdo, minutos depois. Não se pode ter tudo…
O Milagre da confiança por São Xavi Garcia, ou a certeza de bem meter o pé à bola e bater a puta a 94 km/hora, agradecendo da melhor forma a oferta de um defesa (o cabeçudo do Fernando) que cortou para terrenos proibidos.
Ainda tentei convencer o meu pessoal a fazer uma caravana, mesmo que fosse só aqui no quintal mas elas disseram que amanhã é dia de escola e está muito frio. Já estavam deitadas.
Tudo bem. Eu compreendo. Não sou teimoso.
Mas que vou levar a noite a sonhar com fogareiros, eucaliptos e GNRs montados a cavalo… Disso ninguém duvide!
Amanhã começo a fazer as malas. O palhinhas e a viola já estão na mala do Twingo.
Deus é grande! Aleluia!
PS: E um abraço ao meu grande amigo Luís Barradas, cuja companhia me deu sorte. Estamos aqui… estamos lá!
1 comentário:
Já estive no Jamor mas para outras finais, não de futebol, não é que não goste de futebol, porque gosto, mas nunca calhou.
Parabéns.
Um abraço
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