segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Viva o Arenense…



Foi um fim-de-semana verdadeiramente extraordinário para o Grupo Desportivo Arenense e… já agora… se me permitem, para Santo António das Areias. Pena é que haja quem não o tenha aproveitado mas isso aí… como diz o outro… o azar foi deles.

A noite de sábado foi de fados e guitarradas. Quando me perguntaram o que achava da decoração da sala respondi um óbvio “parece que estamos em Alfama”. E assim, de facto, era. A sala nº 1 estava irreconhecível… caseirinha, aconchegada, polvilhada de mesinhas redondas à volta das quais se foram reunindo os convivas que a haveriam de encher por completo. A escassa iluminação conferia-lhe um ambiente intimista que convidava a estar e sendo assim… o resto foram cantigas.

Quem não gosta de fado não pode ser português porque o fado tem esta característica ímpar de nos “ligar à corrente”. Há ali uma faísca de portugalidade que é única, nacional e intransmissível. Cada um sente o fado à sua maneira e cada fado é uma cápsula do sentir português, da nossa forma melancólica e saudosista de ver o mundo e a própria vida. O fado é bom e recomenda-se, sobretudo agora que assiste ao triunfo de uma nova geração de interpretes/compositores que lhe dão nova vida quando está à beira de se tornar património da humanidade.

Quem é que não se sentiu bem numa sala assim castiça (onde nem sequer faltaram os xailes a decorar o palco), ainda por cima com uma temperatura ambiente que fazia esquecer esta invernada já tardia? E que dizer de belo tinto, do magnífico caldo verde, das saborosas chouriças assadas à medida que os artistas desfiavam o seu vasto e bem urdido repertório?

Ah… meus amigos e amigas… Bom demais para ser verdade.

Após uma noite assim apoteótica, nada melhor que um exercício físico logo pela manhã para enrijar o corpo e purificar o espírito… na caminhada do GDA! Bem… foram quase duas horas e meia a bater com os calcanhares no cú, sempre em ritmo acelerado e sem dar abébias a ninguém. Dureza! Ao subir a Fonte Souto ainda cheguei a pensar se não me teria enganado no grupo. Parecia um teste para os fuzileiros e a porradona de água que caiu já na parte final só veio tornar tudo mais fácil, sobretudo para os que se fartaram de gozar com o meu guarda-chuva. Foi engraçado. E o melhor estava para vir…

Então não é que tinha sobrado um caldinho verde que repousado ainda ficou mais apurado? E a entremeada grelhadinha com mestria pela dupla imparável de argentinos ao serviço do clube, Ti João “Beba” e “Romeninga”? Fogo… nível! Foi o que eu chamo um pleno! Melhor não pode haver.

Quando é que há mais?

Agradecimentos da minha parte: à rapaziada amiga que me fez companhia quer na fadistagem quer na caminhada que isto de fazer as coisas sozinho não tem piada e…

À Direcção do Grupo Desportivo, a toda a Direcção, na pessoa do seu Presidente Luís Barradas que é o rosto desta malta. Rapaziada de valor, digo eu. Rapaziada trabalhadora, intrépida, que não tem medo de arriscar e que vai calando a má língua com sucessos atrás de sucessos. Afinal a nossa terra não está morta. Afinal as pessoas aparecem, as pessoas enchem, as pessoas gostam porque quando se trabalha com galhardia, com afinco, com brio, com seriedade e de forma abnegada para a comunidade… o resultado final só pode ser este. Assim dá gosto!

Para finalizar, uma felicitação especial e pessoal para o Luís Barradas que tem feito o favor de ser meu querido amigo desde os bancos da escola primária. É assim… sendo autêntico, sendo humilde, fazendo uso dessa tua capacidade mobilizadora única, sendo dedicado e esforçado como só tu… que nos levas lá. É assim que os calas. Até tremem…

Um abraço!

2 comentários:

Helena Barreta disse...

Parabéns a quem organiza e trabalha em prol da comunidade.

Um abraço

Jota disse...

Tenho realmente que dar os parabéns ao GDA pelo excelente fim de semana que organizaram.

A Noite de Fados foi excelente!!
Sou sincero, não estou muito habituado a estas andanças do fado, mas fiquei extremamente bem impressionado com o ambiente que lá se viveu.
A sala nº 1 do GDA estava cheia, a decoração esmerada e o fado soube tão bem acompanhado do bom vinho, pão, chouriço e caldo verde (tudo de qualidade)... e desculpem lá ter chamuscado a toalha de mesa!

A plateia britânica, ainda que lhes fosse complicado entender os fados, ficou também impressionada com todo o ambiente que ali se viveu. "WHAT A GREAT EVENING!!!", disseram.

A caminhada de Domingo teve momentos duros, sim, mas fez-se bem e sobretudo FEZ-ME BEM... a carga de água que caiu na parte final só me abriu ainda mais o apetite para o verdadeiro banquete que haveria de se seguir.

OBRIGADO GDA, PARABÉNS A TODA A ORGANIZAÇÃO!!!!... QUEREMOS MAIS!!