sábado, 18 de novembro de 2017

As novas de Portugalolândia, pelo repórter Estanislau Sabis


I SAY... DO I LOOK FINE?!?!?!?!
I´LL BE BACK!!!

Pegando no meu blogue, como se de uma cápsula de informação do país e do planeta se tratasse, a vogar pelos confins do universo (espaço sideral incluído), constato o momento:

Vivo com uma necessidade premente, e um apetite algo voraz em consumir tudo o que é notícia. Não conseguindo bem discernir se se trata de uma necessidade natural, ou de um defeito/feitio de formação, a verdade é que não consigo bem situar-me, e saber as quantas ando, sem saber como está tudo o que se passa no globo, e no retângulo onde existo.

Mas as notícias, as novidades que tantas vezes nos entram pela vida adentro, sem pedir licença, por um televis… melhor dizendo, um ecrã qualquer, podendo ser de um telemóvel, um tablet, ou de um pc, que esteja mais à mão; não carecem de mais atenção do que aquela que deve ser dada áquela música de fundo da nossa vida, sem a qual não podemos viver.

Isto porque caso arrisquemos a debruçar-nos sobre elas, e a tentar cogitar, na tentativa de conseguirmos encontrar um sentido, uma orientação… o mais natural é que nos passemos de vez, e sejamos surpreendidos por meia dúzia de maduros, com a intenção de nos vestirem uma camisola daquelas que aperta com um fecho nas costas, e depois nos enfiarem num quarto almofadado, para que não nos desgracemos num bico qualquer.



FLASH 1 - O morto ainda está? Podemos levar? A gente traz já…


Digam-me o que quiserem, as sumidades que o  quiserem, mas para mim, que sou leigo na matéria, esta merda das mortes por legionella, têm a ver com a pouca qualidade da inspeção que se faz dos equipamentos. Seja numa fábrica, numa empresa, ou num hospital (um foco de doenças temendo), quem fiscaliza a segurança dos equipamentos é, na maior parte das vezes, uma empresa que se submeteu a um concurso público. Para conseguirem fazer preços competitivos, baixam em todos os custos de produção/manutenção, incluindo na mão de obra que, em vez de ser certificada, qualificada, bem remunerada; é constituída por um grupo de pé descalços, que se estão pouco a cagar se aquilo fica bem ou mal feito.


Tanto baixas, tanto baixas… até que se fica a ver o cú.


Por este motivo, uma doença que tem um nome absolutamente terrível (parece que vem das legiões romanas), e uns efeitos ainda piores; deu no que todos sabem


 O filme já é tão mau, que não precisava de piorar. Mas aconteceu. E aqui,



Isto é cena para um filme dos Monty Python, os génios do humor britânico:



- Desculpe, dá licença que levemos o seu paizinho?

- ?

- É que como sabe, o senhor está falecido, não é verdade? Uma chatice! Apesar de já algo idoso, ainda era novo, ó a poça! Ainda poderia beber muitos tintos, fumar uns cigarrinhos, e quem sabe, ainda dar alegrias à mãezinha, se a senhora ainda o deixasse chegar ao pé dela. Se não… Há aquelas vizinhas venezuelanas que moram lá ao pé de casa, e para isso, desde que se queira… arranja-se sempre, não é verdade? Olhe, mas já está. Prontos, prontos… não pense mais nisso, deixe lá! Daqui a um mês já não se lembra dele. Agora… a gente vai ter que o levar. Sabe como é estas merdas. As televisões são umas chatas, anda tudo a meter o nariz em todo o lado. Por isso, agora temos de serrar o papá ao meio, e dar-lhe volta às entranhas, para ter a certeza daquilo que o vitimou. Paciência. Mas agora, faça-me o favor de não arranjar grande banzé, e deixar-nos trabalhar, porque isto… é aborrecido.  Pode ser assim? Ficamos a dever-lhe uma. (batendo-lhe no ombro).




FLASH 2 - (Prostituir) A morte… em direto

Ó Paddy, canta lá com o padrinho (enquanto danças): dançando lambada eh, dançando lambada lah, dançando lambada, eh, d a n ç a n d o         l a m b a d aaaaaaaaaa

- Olá cibernéticos: Mim, ser Marcelus

- E sou eu que mando aqui nesta brincadeira toda! Na política, na justiça, nos exércitos e nas polícias.
I AM THE MAYOR

- Também mando no telemóvel aqui do Bombaim.
O chefe manda sacar mais uma selfe! Fogo!

A web summit foi um dos eventos do ano, aclamado dentro e fora de fronteiras. Durante 4 dias, passaram do milhar, os que deram conselhos aos empreendedores presentes, em busca de novas oportunidades de negócio, de futuro, e muito dinheiro.


Os políticos do burgo vergaram-se, tio Marcelo desfez-se em “selfes” (dito mesmo assim, à tuga), e o tio Costa disse que sim. Para fechar? Nada de churrascadas no espaço adjacente ao jamor, nem jantaradas num qualquer ristorante de barrio. O sítio? Panteão Nacional, claro, está! Não faço a mais menos ideia de quem foi o pai da brilhante ideia, mas é algo que ao ser possível, só demonstra o nosso perfeito provincianismo, e esta brutal saloiice, que não tem forma de nos largar.

Paddy Cosgrave, o ideólogo da coisa, presidente executivo (CEO) da Web Summit, pediu “desculpa por qualquer ofensa causada. Referiu que “foi um jantar organizado segundo as regras do Panteão Nacional, e conduzido com respeito”.


Nota do redator: Nada de hackers embezanados, a dançarem todos descascados em cima das tumbas, portanto. Até acredito no rapazinho, e parece- me bem intencionado mas… porra, pá! Dá vontade de lhe dizer: “ó menino! E não podiam ter ido brincar para outro sítio, que mexesse menos connosco? OLHÓ MEU!!!!!!!

Permitir que este momento lúdico, que encerra um certame de carater internacional, dedicado maioritariamente às camadas mais jovens; aconteça no local onde se honra a memória dos mais nobres desta nação, não me parece, de todo, apropriado. Uma patuscada destas é, para além de completamente absurda, terrivelmente tétrica. Sousa Tavares, que ali visita os restos mortais da sua mãe, a poetisa Sophia de Mello Breynner, tem (e escrevi isto sem antes o ter lido, palavra) uma opinião muito parecida com a mi
 nha. Ou eu com a dele, que cada besta, deve ser metida no seu lugar, e eu… no meu… pequenino.


Ver nas notícias, os vídeos feitos por alguns dos nerds de serviço, abismados com a circunstância do momento, é absolutamente transtornante. 
“Olha ali o túmulo do não-sei-das-quantas!!!”
“Uhhhhh… olha quem aqui está…”
“Wanna  a Selfie with me?”


Por mais desculpas que se peçam, ele há casos que… não se explicam. O terrível mau gosto, de alugar aquilo que deve ser preservado a todo o custo, sob pena de se perder a nossa identidade, não faz sentido, e tem de ser extinto.

Bem sei que ninguém deve ser julgado pelo seu aspeto, por aquilo que aparenta, mas este Xavier Barreto, tem-me um ar de anormal, de Mr. Bean, que só podia ter estado metido nesta arraia!



Notícia: (O evento exclusivo (e polémico) da Web Summit no Corpo Central do Panteão Nacional não foi o primeiro que lá decorreu. Antes, também a Associação de Turismo de Lisboa e a NAV (empresa pública) ali organizaram jantares e eventos. Era possível? Era. Um despacho aprovado pelo Governo de Pedro Passos Coelho, a 24 de junho de 2014, quando a pasta da Cultura estava nas mãos de Jorge Barreto Xavier, permitia-o.

Mas há mais…

Vá lá, vá lá, que casa roubada, trancas à porta e nesta terça-feira, o ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, disse que a utilização do Panteão Nacional, à semelhança de outros monumentos que “honrem a memória da nação”, será “fortemente restringida”.




FLASH 3 - Crime sem castigo


A notícia passou quase despercebida, e daqui a amanhã, já ninguém a lembrará. Tudo se passou assim (As vírgulas são minhas. Estes gajos do CM não sabem escrever):
A PSP abriu fogo contra um carro em fuga, por pensar que era o mesmo onde seguiam, dois assaltantes que tinham acabado de fazer explodir um multibanco em Almada. Uma mulher morreu. Os ladrões fugiram.
Tinham acabado de fazer explodir, uma caixa multibanco no centro de Almada, quando seguiam na Segunda Circular, em direção a Sacavém num Seat Leon, de cor preta. Quando os suspeitos, pelo menos dois, perceberam que tinham a polícia atrás, carregaram no acelerador. Fintaram vários carros que seguiam naquela estrada, até chegarem à Rotunda do Relógio. A PSP foi chamar reforços e, já no terminal 2 do aeroporto, quase os barrou. Mas os assaltantes abriram fogo e, na troca de tiros, conseguiram escapar. Minutos depois, uma outra equipa da PSP pensou tê-los novamente na mão. Deu-lhes ordens para parar, mas o condutor desobedeceu e fugiu. Nova perseguição, e mais tiros. Só quando o carro ficou finalmente imobilizado é que a PSP percebeu o erro: ao volante, estava um homem sem carta de condução, ao lado uma mulher ferida pelas balas disparadas. A vítima acabou por morrer.


Quem ouve, divide-se entre os que acham que foi um mal menor; os que defendem que foi mais do que justificado; os que acham que tanto rouba o que vai ao quintal, como o que fica a guardar o portão e por isso foi mais que merecido; e os que pensam como eu, que não sei se haverá assim tantos.

Para mim, trata-se de um crime hediondo, gravíssimo, que mancha por completo quer a PSP, quer o nosso país (a cidadã morta era brasileira). Mas isto agora é assim? Confunde-se um carro e pimba!?!?!? Atira-se a matar?!?!?!?!?

Imaginem a cena:
- “Estou sim. Boas noites. Fala da Polícia da Segurança Pública. É da casa da senhora Dona  Clarisse?”
- “É sim.”
- “Pois… mas já não é mais.”
- “Como assim?!?!?”
- “Quem está ao telefone?”
- “É o filho.”
- “Lamentamos informá-lo que a sua mãezinha faleceu. Olhe, foi um azar, é o que é! Está a ver aquele carro que ela tinha?
- “…”
- “Um azar do camandro! O que se passou, foi que haviam uns meliantes de um Multibanco, que fugiram a uns senhores agentes, montados numa viatura igual à da mamã. Trocaram-lhe os olhos, e eles, já um pouco zonzos das voltas, arrimaram uns barrenos para uma viatura igualzinha, da mesma cor, que não parou (a sua mãezinha, deve ter estado a beber uns vinhos do Porto, nos anos de uma amiga, teve medo de ir soprar o balão, e acelerou, em vez de travar…), maneira que os senhores agentes disseram um para o outro (de certeza absoluta!): “ai não para a bem? Então… TARÚS!

Nem tiros para o ar, nem tiros para os pneus (se rebentassem, já não eram capazes de fugir), foi mesmo logo para o habitáculo. Foi a rasgar. E assim, vai país. Olhe… que descanse em paz.

Sem comentários: