quarta-feira, 29 de novembro de 2017

XXI Governo Constitucional de Portugal: Agora escolha/Quando o telefone toca




Nestas alturas, já ninguém duvida que sou do António Costa.
Como sou bem transparente na forma de pensar, e gosto de me reservar o direito de tornar público aquilo que opino, este dado de ser Costista, já não é surpresa para ninguém.




Já lhe escrevi uma carta de amor, assim que montou a brilhante estratégia da gerigonça (ai não tens maioria absoluta, ó pré-calvo armado em baritono?!?!? Então vou juntar no pátio às escondidas, a rapaziada toda de esquerda, e eu vou passar a mandar na escola!).
Mas desta vez, apetece-me outra.


Epá… é que esta cena do executivo que lidera, ter organizado neste domingo, uma sessão de hora e meia de perguntas, feitas por um grupo de 50 cidadãos, escolhidos pela universidade dos ovos moles, onde tudo se realizou, tem que se lhe diga!
Bem sei que no ano passado já tinha armado esta gracinha. Acho que passou mais despercebida, nem sei bem porquê.


É que isto é uma cena do arco da velha! Claro está, que da oposição choveu bordoada de alto a baixo! Os laranjinhas (que andam tão atazanados a darem tiros nos pés, em suspenso entre a suplesse do Pedroca Santana Lopes Bond, e abstração do Mister Rio do Norte, falam em “encenação vergonhosa”; o CDS de Miss Cristas Thatcher disse que se o Executivo “tivesse um pingo de vergonha, cancelaria a iniciativa”. E nem dos teus parceiros da coligação te safaste!


A rapaziada do camarada Jirome, zurzem que te andas a armar ao pingarelho, que queres mais parecer, que ser; e que deves “ter como preocupação e prioridade, a resposta aos problemas da população e do país, e não atos de promoção pública.”


As coisas não estão fáceis, e valeu a ensaboadela que a mana mortágua te deu ontem no parlamento, onde frisou a "deslealdade", e te acusou de "teres rasgado o compromisso com o BE", quando falou da distinção entre da palavra dada, e palavra honrada (leia-se cedência do todo poderoso PS, aos lobbies das energéticas, que faz com que a taxa extraordinária sobre as energias renováveis não avance.)






A verde, é que o cenário este do teatro das perguntinhas, foi habilmente manipulado e manietado. Pensaste (que eu sei que sim): epá, a gente vai fazer dois anos que manda nesta brincadeira, e não faz uma janta, uma cena?
Deixar a populaça perguntar, o que lhe der na real gana, parece mesmo ser assim uma cena muito à frente!
Pois é… mas da mesma forma que não há almoços grátis, a malta do executivo não metia assim a cabeça num cepo, à espera que um mancebo qualquer mais afoito, se lembrasse de por ali passar, e afiar a lâmina do machado no real pescoço dos dirigentes.


Então, o que fez?


Duas saídas para a frente, altamente… espertas: envolveu uma universidade (a anfitriã, de Aveiro; que isto de envolver uma universidade dá sempre um ar de isenção, e maturidade) e uma empresa de sondagens (neste caso, a Aximagem, do meu professor Jorge Sá, do qual não tenho, de todo, boas referências) para darem credibilidade e isolamento.


Carlos Jalali, o coordenador do estudo, garantiu que o Executivo não conhecia as perguntas que lhe iam ser feitas.
Está bem abelha… Conta-me mais historinhas, para ver se durmo…


Muita malta se pergunta também, sobre as verbas que foram despendidas, que isto nada se faz por acaso.
Segundo “O Sol”, que estes cabrões dos jornalistas têm esta mania persecutória de andarem a meter o bedelho em todo o lado, a brincadeirinha ficou em 36.750 euros, pagos a um grupo de 50 cidadãos, que participou nesse estudo na Universidade de Aveiro, que depois fez perguntas ao executivo.




Na plataforma dos contratos públicos online deram-lhe um nome pomposo e de circunstância: "aquisição de serviços de recrutamento de participantes para integrar um estudo quantitativo e uma sessão pública no âmbito da iniciativa de avaliação do segundo ano em funções do XXI Governo Constitucional" (escrito sem vírgulas! Mesmo assim!), realizado com a Aximage Comunicação e Imagem Lda.
TOMA IÁÁÁÁÁÁÁÁ!


Mas não se ficou por aqui, que houve ainda um segundo contrato, mais baratucho, no valor de 19.000 euros, que foi realizado com a Universidade de Aveiro tendo como objecto a "aquisição de serviços de desenho, realização de estudo quantitativo e moderação do grupo de inquiridos" no âmbito da mesma iniciativa.


Tudo isto embrulhado num invólucro dourado, com as inscrições: “Conselho de Ministros extraordinário, ao domingo, para assinalar os dois anos do Governo.”




Para provar que foi tudo ao acaso, uns ministros, brincaram muito, e tiveram inúmeras solicitações; quando outros, só não ficaram a brincar ao pau com os ursos, porque a entrada foi-lhes vedada. Aos com pêlo. Porque dos outros, havia-os lá. E muitos!


O zarolinho do Vieira da Silva, o meu amore, do Trabalho e da Segurança Social, ainda se queixou: ai querem lá ver que só me veem a mim e ao Adalberto da Saúde?!?!? Porra! Está práqui a Van Dunnen sem fazer um c***te, a jogar à batalha naval com Caldeira Cabral da Economia e eu… sempre a dar-lhe!


Tiro no porta aviões!


EHEH... Nem mais!

Já não jogo mais!


O tio Sabi aplaude o nosso primeiro, porque mais uma vez, deu uma de mestre, ao mostrar que a velha máxima da mulher de César, quando invertida, (a máxima! Não a mulher do imperador! Claro está…) funciona em pleno!


Não interessa se o governo está realmente a funcionar. O que interessa, é se parece que sim. Enquanto o desemprego for diminuindo, as exportações aumentando, o dinheiro regressando ao bolso dos tugas (seja em forma de vencimento, ou dos famigerados subsídios), a coisa vai indo.


Por isso, avance-se com estas operações mediáticas, impressione-se, caia-se bem, que no fundo, isso é tudo o que interessa.

E ao nível do país, o vosso Tio Sabi, diz o mesmo que diz aqui no concelho: enquanto a grande maioria silenciosa for dando força a quem lá está; enquanto forem legitimando os seus devaneios; essa meia dúzia de bornais que têm a mania que sabem e são intelectuais, e que eles é que têm razão… que ladrem, ladrem…


Que a caravana passará… Nem que seja aos trambolhões! Nem que seja atropelando um e outro.


Nota do editor: estava eu a pensar escrever este texto, quando me recordei do último que lhe endossei, quis relê-lo para acertar detalhes e, tive a muito agradável surpresa, de ter conhecimento deste comentário que aqui transcrevo, por mim desconhecido até agora (que palavra de honra, não sou nada de andar a ver o que é que este ou aquele, pensaram sobre o que eu escrevi. Escrevo aquilo que me parece que tem de ser escrito, e já está! Mas fiquei tão feliz, Quadratim.

http://vendoomundodebinoculosdoaltodemarvao.blogspot.pt/2017/02/carta-toni-sir-antonio-costa-prime.html




Desta vez, foi uma alegria muito grande, meu caro Quadratim. Desculpe (não o ter lido antes) e obrigado. São feedbacks como o seu, acredite, que me instigam a continuar. Bem haja por isso, mesmo.


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