domingo, 10 de novembro de 2019

No ar... (vai tudo pelos ares)

Imagens... claro! Do Correio da Manhã!
Bem pode o Cristiano Ronaldo atirar com os micros fora...



Bom, então vamos lá ver se a gente junta o gado e abre a pestana, senão damos todos em malucos enquanto o diabo esfrega um olho.

O fenómeno que sucedeu e mais chocou nesta semana o país, foi que uma jovem de 22 anos decidiu atirar para o lixo, o seu filho recém nascido, como se assim, se conseguisse ver livre de um problema que não era, de todo, desejado. Ela, que vive na rua, em condições infra-humanas, renegou a natureza, e deitou fora sem qualquer sentimento, a vida que alimentou dentro de si, com a mesma frieza que despejo o lixo não reciclável para o caixote grande.
Deu-se a casualidade de um pobre sem abrigo, que andava a remexer no que mais ninguém queria, para ver se conseguia encontrar algo que lhe valesse; ter dado com algo estranho, e ter agido para que o socorro fosse prestado.
Um recém abrigo é sempre alguém que tem uma história de vida, que tem um processo atrás de si, mais ou menos recente, mais ou menos complicado, que o destino deitou por terra; mas que como ser humano que é, tem instintos básicos de sobrevivência que podem fazer com que se mova para auxiliar o seu semelhante. Ninguém, por mais despedido que esteja, é capaz de ficar indiferente a um choro, ou a um pedido de ajuda.

O Manuel Xavier, que vive na rua há 4 meses, ouviu… e agiu.

O que se passou de seguida, que pode ser assistido no link do vídeo abaixo, é que é completamente absurdo, e bem evidente do estado em que está o nosso mundo, e em específico, o nosso país. Estamos a assistir a uma Correio da Manhãzacão, uma forma muito rara de descredibilização, dos nossos noticiários televisivos.



Se a versão original em papel era à colocada à margem pelas publicações dignas de referência do nosso país (Público, Expresso, Visão e afins), como se fosse um misto de “Jornal do Incrível” e de “Crónica feminina” a evitar; a partir do momento em que ascendeu às televisões, espalhou o vírus pelas suas congéneres que, em vez de se agigantarem dentro da sua imparcialidade, a ela se igualaram, dando assim origem a um fenómeno que tem tanto de novo como de bizarro, e merecia um estudo mais detalhado.
Voltasse eu à cadeira de finalista do meu curso de comunicação social, e teria aqui um belíssimo motivo para uma tese de fim de curso, em vez da minha, “A educação sexual cor-de-rosa de Portugal” que se baseou nas enormes tiragens das publicações desse género, e os conceitos que eram divulgados nos consultórios lá publicados; tendo consistido na pesquisa e entrevista a esses gurus informais, na falta de uma resposta cabal do ministério da educação. A minha professora de biologia do 8º ano, que não era credenciada para dar as aulas, mas sim uma opção de recurso da escola, saltou a matéria. Seria por dificuldade em conseguir abordá-la, talvez por alguns alunos lá presentes? Huuuuuuummmmm… mistério…

Pois no seguimento daquele “baixar de nível” de que falava há pouco, o nosso Presidente da República, o senhor professor Marcelo Rebelo de Sousa, foi-me entrevistar, inquirir, saber mais do momento do salvamento, pela boca do próprio, que logo etiquetou de herói! Isto é… o nunca visto! Isto é o…


Agora já lhe conseguiram casa, e ainda bem; já o começam a rastrear e oxalá tenha sorte, como a criança, cuja disputa legal já começou.

O que eu sim sei, é que este país vai de mal a pior, e diga-se em abono da verdade, que não lhe consigo vislumbrar melhoras possíveis.

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