domingo, 3 de novembro de 2019

O balanço do Luís (o nosso presidente)

                                                                           Para ouvir tudo aqui:



Acordei com a minha pequena Alice, que se veio juntar a mim de manhãzinha cedo, a meu lado. Propus-lhe um pequeno-almoço de princesa, no vale dos lençóis, que a deixou regalada.
Logo após, dei a volta pelos jornais, pelas redes sociais e dei com isto.

A sério?!?!? Uma entrevista de 1 hora?!?!? Que dirá?
“Olha, como estou de folga e não tenho nada agendado”, pensei, “deixa-me cá ouvir.”
  
O luís… aguentou-se.
O Luís aguentou-se… bem!
Como admiravelmente se tem aguentado, estoicamente, à frente do município. Na verdade, aos olhos dos nossos munícipes, o Luís aguentou-se de forma impecável, e mais não é preciso! De todo!
  
Ora o Luís não é, como todos sabem, e ele também; dono de um discurso fluído, de uma oratória encantatória, e uma retórica que maravilhem as plateias mas isso, aqui para o nosso concelho, não faz falta para nada de nada.

Eu sei e reconheço que já aqui fui bem duro com o Luís, embora não tenha dito nenhuma mentira, mas sim desadequadas verdades que não tinham da de ser ditas, mas estava ferido no orgulho, naquele tempo pós-eleitoral, e pequei por excesso, pelo que lhe apresento as minhas desculpas.

O Luís sempre foi de uma correção inexcedível comigo, e de uma simpatia que me deu assim uma bofatada de luva branca, daquelas capazes de me abrir a pestana.

De cada vez que me vou apercebendo melhor da sua forma de atuar, tenho de reconhecer que o faz bem, sabendo-se rodear de quem o possa ajudar em áreas que não domina tanto, e nisso tem tido uma atitude inteligente. Não que eu concorde, de todo, mas lá que é inteligente, é.

Pois o Luís, que é muito simples e sincero, usa um português bem terra-a-terra, mesmo apropriado para os 3000 habitantes entre os quais foi eleito.
Conhecedor dos números, bem dentro de cada matéria, lá falou no casamento que procura entre os recursos endógenos com o turismo, os eventos, nessa senda do futuro ideal para a economia local

O Luís quer é que as pessoas que vêm de fora “deixem cá os euros” e por isso é que achou bem que um casório de alta finesse, de iniciativa privada se tivesse realizado no castelo, e que “as pessoas que trabalhavam em faculdades, que desistiram da vida citadina e procuram a vida rural”, venham até nós.
Lamenta que não consigamos “captar empresas”, mas assegura que “temos de nos desenvolver naquilo que somos bons”, porque “temos a singularidade, temos a paisagem, temos a azeitona galega, os recursos endógenos e por aí fora; temos a castanha ultra-congelada, temos o pão de castanha e muito mais.”

Quando a jornalista lhe perguntou quais as maiores aspirações para concluir, falou no novo quartel do Bombeiros (que preside também! Nível!), a nova escola na Portagem (2 milhões e 900 mil), o Parque de Máquinas em Santo António, a requalificação da Praça de São Marcos, a requalificação da Rua Nova na Portagem, tudo para até ao final do mandato ainda se investirem 6, a 7 milhões no concelho.

Mas ter ”2 milhões de tesouraria… num orçamento de 8 milhões, não é confortável?”, perguntou a senhora jornalista. “Não poderia ir mais além dos 8 milhões, e fazer outros investimentos que dessem mais qualidade de vida aos munícipes?”

Aí, o nosso presidente; que o é, quer nós queiramos, quer não, porque se foi eleito, é; fala num orçamento realista, na sustentabilidade, sobretudo; e na capacidade de endividamento, quando assegura que somos considerados um município de baixa densidade bem gerido.

- E ser bem gerido, para si, é ter saldo na tesouraria ? (dinheiro em Caixa?), perguntou a jornalista armada em engraçadinha.

- Não! Ser bem gerido é… com pouco dinheiro, fazer-se muito, sempre olhando para a sustentabilidade do território. (Toma!)

Porque a estabilidade é muito importante para quando os projetos aparecerem, termos dinheiro para ter capacidade de resposta para a componente nacional. Nós pagamos aos fornecedores a menos de 30 dias! (Chupa!) Isso atrai investidores e investimento!
  
- Para terminar, há alguma coisa que não tenha sido dita?
Claro que sim, e nada tem a ver com as grandes questões da candidatura a Património Mundial e a importância disso para o turismo de que tanto fala; nem a situação agonizante do campo de golfe e o mamarracho do aldeamento novo já em ruínas. Coisa nova a importante para o nosso Luís? Na Feira da Castanha que é uma festa do povo, haverá 5 toneladas de castanha, muitos doces de castanha, um serviço de transportes da Rodoviária Nacional para toda agente poder chegar lá acima, não haver atribulações e constrangimentos, e… O IRÁN COSTA!!!!!!

QUAL?!?!?!?

ESSE MESMO!!!!! ÉEEEE OO BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIICCCCCCCHHHHEEEEEEEEEEEE, ÉÉÉÉÉÉÉÉOOOOOOOOOOOOBBBBBBBBBBBBBBBBBBBIIIIIIIIIIIICCCCCCCCCCHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!


Ou: como dormir feliz quando se anda de carroça, com os pseudo inteletuais todos a ladrar na berma da estrada, com um Ferrrari Testa Rossa por estrear na garagem.
  


Notazinha de fim de página: Antes tu mil vezes que o antes, que nunca mais seja outra vez o depois.
#rondaodealmeidaaquinuncajamais
Se é venha o diabo e escolha que antes seja assim!


1 comentário:

Helena Barreta disse...

Há 31 anos atrás pedi autorização para casar no Castelo de Marvão, não me foi concedida, em contrapartida disponibilizaram o Salão Nobre dos Paços do Concelho e aceitei.

Estou há dois meses à espera de uma resposta a um email que enviei ao Senhor Presidente da Câmara de Marvão, até à data nada. Não sendo VIP nem munícipe é o que dá.

Um abraço