Acordei com a minha pequena Alice, que se veio juntar a mim de manhãzinha cedo, a meu lado. Propus-lhe um pequeno-almoço de princesa, no vale dos lençóis, que a deixou regalada.
Logo
após, dei a volta pelos jornais, pelas redes sociais e dei com isto.
A
sério?!?!? Uma entrevista de 1 hora?!?!? Que dirá?
“Olha,
como estou de folga e não tenho nada agendado”, pensei, “deixa-me cá ouvir.”
O
luís… aguentou-se.
O
Luís aguentou-se… bem!
Como admiravelmente se tem aguentado,
estoicamente, à frente do município. Na verdade, aos olhos dos nossos
munícipes, o Luís aguentou-se de forma impecável, e mais não é preciso! De
todo!
Ora
o Luís não é, como todos sabem, e ele também; dono de um discurso fluído, de
uma oratória encantatória, e uma retórica que maravilhem as plateias mas isso,
aqui para o nosso concelho, não faz falta para nada de nada.
Eu
sei e reconheço que já aqui fui bem duro com o Luís, embora não tenha dito
nenhuma mentira, mas sim desadequadas verdades que não tinham da de ser ditas,
mas estava ferido no orgulho, naquele tempo pós-eleitoral, e pequei por excesso,
pelo que lhe apresento as minhas desculpas.
O
Luís sempre foi de uma correção inexcedível comigo, e de uma simpatia que me
deu assim uma bofatada de luva branca, daquelas capazes de me abrir a pestana.
De
cada vez que me vou apercebendo melhor da sua forma de atuar, tenho de
reconhecer que o faz bem, sabendo-se rodear de quem o possa ajudar em áreas que
não domina tanto, e nisso tem tido uma atitude inteligente. Não que eu concorde,
de todo, mas lá que é inteligente, é.
Pois
o Luís, que é muito simples e sincero, usa um português bem terra-a-terra,
mesmo apropriado para os 3000 habitantes entre os quais foi eleito.
Conhecedor
dos números, bem dentro de cada matéria, lá falou no casamento que procura
entre os recursos endógenos com o turismo, os eventos, nessa senda do futuro ideal
para a economia local
O
Luís quer é que as pessoas que vêm de fora “deixem cá os euros” e por isso é
que achou bem que um casório de alta finesse, de iniciativa privada se tivesse
realizado no castelo, e que “as pessoas que trabalhavam em faculdades, que desistiram
da vida citadina e procuram a vida rural”, venham até nós.
Lamenta
que não consigamos “captar empresas”, mas assegura que “temos de nos desenvolver
naquilo que somos bons”, porque “temos a singularidade, temos a paisagem, temos
a azeitona galega, os recursos endógenos e por aí fora; temos a castanha ultra-congelada,
temos o pão de castanha e muito mais.”
Quando
a jornalista lhe perguntou quais as maiores aspirações para concluir, falou no
novo quartel do Bombeiros (que preside também! Nível!), a nova escola na
Portagem (2 milhões e 900 mil), o Parque de Máquinas em Santo António, a
requalificação da Praça de São Marcos, a requalificação da Rua Nova na Portagem,
tudo para até ao final do mandato ainda se investirem 6, a 7 milhões no
concelho.
Mas
ter ”2 milhões de tesouraria… num orçamento de 8 milhões, não é confortável?”,
perguntou a senhora jornalista. “Não poderia ir mais além dos 8 milhões, e fazer
outros investimentos que dessem mais qualidade de vida aos munícipes?”
Aí,
o nosso presidente; que o é, quer nós queiramos, quer não, porque se foi
eleito, é; fala num orçamento realista, na sustentabilidade, sobretudo; e na
capacidade de endividamento, quando assegura que somos considerados um
município de baixa densidade bem gerido.
-
E ser bem gerido, para si, é ter saldo na tesouraria ? (dinheiro em Caixa?),
perguntou a jornalista armada em engraçadinha.
-
Não! Ser bem gerido é… com pouco dinheiro, fazer-se muito, sempre olhando para
a sustentabilidade do território. (Toma!)
Porque
a estabilidade é muito importante para quando os projetos aparecerem, termos
dinheiro para ter capacidade de resposta para a componente nacional. Nós
pagamos aos fornecedores a menos de 30 dias! (Chupa!) Isso atrai investidores e
investimento!
-
Para terminar, há alguma coisa que não tenha sido dita?
Claro
que sim, e nada tem a ver com as grandes questões da candidatura a Património
Mundial e a importância disso para o turismo de que tanto fala; nem a situação
agonizante do campo de golfe e o mamarracho do aldeamento novo já em ruínas.
Coisa nova a importante para o nosso Luís? Na Feira da Castanha que é uma festa
do povo, haverá 5 toneladas de castanha, muitos doces de castanha, um serviço
de transportes da Rodoviária Nacional para toda agente poder chegar lá acima,
não haver atribulações e constrangimentos, e… O IRÁN COSTA!!!!!!
QUAL?!?!?!?
ESSE
MESMO!!!!! ÉEEEE OO BIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIICCCCCCCHHHHEEEEEEEEEEEE, ÉÉÉÉÉÉÉÉOOOOOOOOOOOOBBBBBBBBBBBBBBBBBBBIIIIIIIIIIIICCCCCCCCCCHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!
Ou:
como dormir feliz quando se anda de carroça, com os pseudo inteletuais todos a
ladrar na berma da estrada, com um Ferrrari Testa Rossa por estrear na garagem.
Notazinha de fim de página: Antes tu mil vezes que o antes, que nunca mais seja outra vez o depois.
#rondaodealmeidaaquinuncajamais
Se é venha o diabo e escolha que antes seja assim!
1 comentário:
Há 31 anos atrás pedi autorização para casar no Castelo de Marvão, não me foi concedida, em contrapartida disponibilizaram o Salão Nobre dos Paços do Concelho e aceitei.
Estou há dois meses à espera de uma resposta a um email que enviei ao Senhor Presidente da Câmara de Marvão, até à data nada. Não sendo VIP nem munícipe é o que dá.
Um abraço
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