segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Um dia aberto a...


O "Dia aberto da Celtex" foi mais uma operação de charme do alcaide Frutuoso, que quis assim, piscar o olho à população de Santo António das Areias, de caráter de matriz urbana, e tendencialmente avessa aos seus elencos, o que é bem visível pela natureza da freguesia, uma das duas que foge ao seu monopólio totalitarista.


Para poder opinar, fui ver. Sempre com os meus olhos. O Município de Marvão anunciava "uma visita guiada ao edifício, projeção de vídeos e fotografias da Fábrica em funcionamento, e apresentação do projeto de reabilitação do espaço. Prometia uma tarde a recordar uma importante época da aldeia de Santo António das Areias e do concelho de Marvão, onde seria possível partilhar memórias, histórias e testemunhos, acerca da CELTEX, com o Sr. João Serrano Sequeira, outrora sócio da Fábrica, e com antigos funcionários desta indústria, que chegou a empregar centenas de pessoas."

Na realidade, a montanha pariu um rato. Não houve visita guiada ao edifício e ficámos—nos apenas pela sala de entrada; foram projetados uns slides muito antigos e mal tratados do acervo do Sr. João; a projeção do video não foi convenientemente testada e mal se ouvia a locução; o projeto foi apresentado mas não devidamente... esmiuçado.

Os detalhes não foram, como é hábito, conferidos. O Sr. João Sequeira, fez o favor de fazer uma preleção sobre a história daquela casa e das empresas que albergou, de pé, apesar da sua idade já avançada, e teve de pedir água... que não havia.


Apesar dos muitos presentes, a partilha de memórias, histórias e testemunhos, acerca da fábrica não foi assim tanta. Alguns recordaram com saudade os tempos que ali passaram, outros quiseram desabafar algum mau estar sob forma como tudo se processou e os lesou do ponto de vista económico, mas foram... abafados pelo silêncio.


Não sou de todo contra a reabilitação e refuncionalização da antiga unidade fabril, para Parque de Máquinas Municipal, o que vai permitir, como eles dizem, "a recuperação de um património edificado que se encontrava abandonado, melhorar o ambiente e a imagem urbana, proporcionar melhores condições de trabalho e aumentar a eficiência na prestação dos serviços à população."

E até concordo muito que o Arquivo Municipal, agora incorretamente acomodado no Armazém da Beirã, seja reinstalado e organizado, de forma condigna e segura. Fiquei bastante bem impressionado com o trabalho da Dra Patrícia Marques, que me pareceu muito proativa e esclarecida.

Compreendo que tenha que ser assim. Mas a nossa sede de concelho, vai ficando cada vez 
mais só.

Qualquer dia só restarão lá em cima as "minhas" finanças...

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