segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Leonor de mérito (ou a afirmação, o reconhecimento e o incentivo)


Naquele dia 11 escrevi-te no facebook: "Leonor, filha: se as redes sociais, são as aldeias virtuais do nosso tempo, não quero deixar de te dar, aos olhos do mundo, os meus parabéns, pelo prémio que vais receber hoje.

Ver a Escola Secundária de São Lourenço, reconhecer—te a excelência, por teres obtido uma classificação acima da média, é um orgulho verdadeiramente tremendo, que me enche por completo, de alegria.



Isto para mim, é como se ganhasses um Óscar. No fundo, é a tua profissão, também.

Escrevi—te uma missiva pessoal, particular, que peço—te que guardes para sempre. Mas esta parte, para além de ser mais que merecida, é saborosíssima.

Quero aproveitar para aqui parabenizar a tua mãe, Fernanda Sobreiro, que foi a primeira responsável pela tua ida para Portalegre, logo no 9° ano.

"Mas para quê ir para tão longe, quando tem uma escola aqui ao pé de casa", pensava eu.
O Estrunfe rezingão, como vocês me chamam, não é?

Mas a verdade, é que indo tu a ter com o toiro, o embate inevitável, no 10° ano, nunca seria tão grande. Ambientaste—te à turma (até demais, não é, André Pinheiro? ;) ), com a escola, os professores, e só assim foi possível teres podido dar frutos tão cedo, e tão belos.

Tu, que nunca ligaste a essa coisa dos prémios, quando estudavas aqui no concelho... Ainda bem que me amolaste... :D

Oxalá ela aprenda contigo, mais do que não comer, nunca comer, os verdes na sopa.
Sem dúvida que sobretudo aqui, és O incentivo.

O sonho de qualquer pai... e mãe

Quero também dar os parabéns e agradecer, aos teus tios Paula Lança, e Fernando Dias, que tantas vezes te deram guarita, e foram os teus pais na cidade (levando e indo buscar a todo o lado); à tua prima Maria Dias, que é como uma irmã (e também foi reconhecida, recentemente, pelo seu excelente trabalho escolar, no liceu. Não foi, querida?); aos teus avós João Manuel Lança, e Jacinta Silva, que tantas, e tantas vezes, aproveitaram a sua ida à cidade, para te levarem e assim poderes dormir um bocadinho mais, ou para te trazerem, a fim de poderes estudar mais. O prémio é vosso, também.

As duas em grande estilo, num dos passeios que os teus tios (e avós) fazem o favor de te levar. Aqui, no Porto?

Agradecer também, porque nunca é demais, e mais que merecido, ao excelente miúdo que é o André, uma extraordinária influência, e um impulsionador de boas condutas em ti; aos seus impecáveis pais Filipe, e Mónica (que certamente estarão tão habituados, a verem o filho receber prémios na escola, nas Olimpíadas Nacionais de Matemática, e em tudo o que é concurso... que isto para eles, deve ser trivial...) , e aos seus avós da avenida da escola, Guilherme Vicente e esposa (cuja arte entre os tachos, tanto gabas), que te convidam para uns almoçinhos onde, ao contrário cá em casa, comes tudo, de tudo!

Obrigado André.
Acredito que tu foste a grande influência.
O prémio é só dela, se deve apenas à sua enorme capacidade de trabalho, e entrega tremenda.
Mas eu continuo a acreditar que tu foste a mola, e isso agradeci à tua mãe.
Nem aqui, perdes oportunidade de fazeres o palhacinho... :P

Claro que o nosso emplastro favorito não poderia faltar. ;)



Como te disse na carta, este prémio acarreta em si, uma responsabilidade enorme. Não uma para a qual tenhas de fazer um esforço sobre—humano, mas uma para onde terás de olhar sempre, porque subiste a fasquia, a um ponto do qual, nunca quererás baixar.

Já não és aquela carinha laroca, bolachuda, que se metia em todo o lado, a falar sozinha. Hoje já és uma mulher linda, cada vez mais magrinha (porque afinal parece que santa Mónica, já te fez perceber a insensatez de alguns erros que cometias), e sobretudo, és hoje, uma casa bem arrumada. Obrigado por dares vontade de ser teu pai.



A mostrares a máquina fotográfica, ou coisa que se parecesse... que trazias contigo na mão...

Tantas tardes ali... assim.. com elas... que ficarão para sempre... 

Algarve 20.09.2003
(1 ano e 9 meses)

Desejo—te tanta felicidade, e tanta coisa boa, que acho que nem existem palavras para exprimirem isto.

Desejo—te que consigas continuar nesta senda auspiciosa que levas, porque para ti, e os teus, será. Obrigado por me fazeres sentir que estás a cumprir, de acordo com aquilo que sempre te disse, aconselhei, e avisei: estes anos, entre os 14 e os 24, sobretudo, serão absolutamente decisivos para a forma como vais viver o resto da tua vida! Esta é a altura de se poder evitar, que um dia se tenha de dizer: ai se eu soubesse... se eu pudesse voltar atrás...

Dá, continua a dar tudo o que possas, porque para ti, será! Nunca corras atrás da excelência, nunca te atormentes com o 100. Mas também nunca te contentes com o 50. Procura sempre mais do que a mediania. 75 foi a linha orientadora que te disse sempre, não foi? Era a minha. Porque tu nunca foste apenas normal. Sempre feliz, expressiva, comunicativa, rápida a pensar, popular, sempre preocupada com os outros, boa onda, sempre foste a minha Leonor, o sonho de uma vida. Podes ser de muitas pessoas, podes ser de todos, mas és a minha.

Como pai, tenho de lidar como sempre, com a minha baixa auto-estima, e fantasma derrotista. Penso sempre que fiquei aquém, que te poderia ter dado muito mais atenção, muito mais carinho, te deveria ter mostrado muito mais. Mas, o teu êxito, tranquiliza—me. Afinal... nem tudo foi mal.

It has been such a ride, baby! Thanx a lot. For all!

(Foi a mãe que esteve sempre lá, mas eu é que te orientei nos sons que ouves, nos filmes que vês, e nas T—Shirts que me gamas. Eu é que te levei aos concertos a Lisboa, da Hannah Montana (onde podes recordar clicando aqui), e dos Arctic Monkeys! ( e aqui) :P)


2010



2014


Se fores feliz... eu também o serei... a dobrar. TUDO SEMPRE BOM!



O vídeo, conforme captado pelo meu amigo Joaquim Carvalho (sempre bem hajas, Manelito!) está no link abaixo. Se não fosse ele, como me esbardalhei todo com a máquina, apanhei ... nada! Bingo!
Com a amiga Betriz Andrade, vencedora do Certificado de Valor

Com a amiga e infância Madalena Borges Carvalho, feliz colega nestas andanças também.
Uma habituée, pelo que entendi.
<3

Para finalizar, dedico este reconhecimento, este prémio (também posso? Não posso? Como pai... acho que sim) a todas as pessoas, a todos os agentes na tua educação, até aqui. E estou a lembrar—me daquelas boas almas que te apadrinharam, desde que entraste na escola. Claro que me lembro de imediato, da tua primeira professora, de quem te ensinou a ler, a professora Maria Ludovina (que hoje ensina os primeiros passos à tua irmã!), da tua sempre grande amiga professora Margarida Mangerona, da Olga Delgado, da tua avó Alzira Sobreiro, e de outras tantas que certamente não se zangarão, por não me ter lembrado de as mencionar.

Segue sempre assim, filha. Consciente do teu valor, mas humilde, e altruísta. Beijo enorme.

Fazes a minha vida ter valido a pena. Obrigado







Nota final: a cavalo do teu prémio, recordei também o que eu ganhei, na Escola Garcia da Orta, em Castelo de Vide, como melhor aluno, no ido ano de 88. Andei a vasculhar os arquivos fotográficos, e dei com elas. O meu pai... na altura, com pouco mais que a minha idade hoje... ou talvez a mesma... como era baixinho… (se ainda hoje se me afigura como um gigante…)

Recordar, é viver. <3





1 comentário:

Helena Barreta disse...

Muitos parabéns, à Leonor e aos pais.

Um abraço