domingo, 15 de março de 2015

Ler a arte


Se eu tivesse assim vagar, tempo para me dedicar a coisas verdadeiramente importantes, embrenhava-me a estudar o monumento que o Cutileiro criou para honrar a memória dos estudantes que morreram no Meco. Aquilo para um leigo, assim para um cepo à arte, como eu, são dois blocos de calhau que querem dizer… nada. Mas o escultor, o bom do homem, ofereceu o seu prestimoso trabalho e não cobrou um chavelho. Mais faltaria. Os pais, coitados, tiveram de contribuir com o material e a câmara de Sesimbra forneceu a maquinaria para ajeitar a… “obra de arte”. 


“A morte não escolhe idades. Basta respirar e… Por isso é que fiz este monumento assim rude”, justificou o velhinho.

Epá... podem vir praí uns parvos a dizerem que isto são canchos mas isto é obra bruta a lembrar tragédia!!! Que diabo!
Darem-se pérolas a porcos... dá nisto!
Quem não ficou nada a favor da coisa e teve tomates para o dizer, foi o bom do surfista que defendeu que a praia é sagrada e se se fosse erigir um monumento a cada um que morre naquele cenário, matava-se a praia; e por isso se manifestou por estarem a associar o seu santuário natural à desgraça e à morte. Certo. Compreende-se. Ainda por cima, o cachopo é arquiteto e não percebe como é que é possível fazerem-se mamarrachos destes em dunas protegidas. “Um gajo piso uma área qualquer em risco ou traz para aqui uma mota e mama com uma multa de 2 mil e quinhentos euros ou coisa que o valha e agora anda aqui uma retroescavadora a esburacar isto tudo.”


Realmente, opá… Ele há coisas…


Mas o Sr. Presidente diz que é ali mesmo que vai sair a coisa e que opinar o contrário é “um absurdo”. Bem podem pensar em abaixo assinados para levar dali os trabucos que o Augusto Pólvora, mete a dita cuja no enredo e diz que isso é “impensável.” Enquanto ele estiver no poiso… vai ter de ser assim. 


1 comentário:

Helena Barreta disse...

Não sou artista, não percebo patavina de arte, deve ser por isso que vejo neste monumento/memorial simplesmente dois grandes blocos de pedra, nada mais.

Um abraço