Desde já há 20(!) anos (since 1997) — A redação por dROCAS Sabi
Este é fresco, é! |
E é mesmo de verdade... AHAHAHAHAHAHAHAHAH Qui Lindo! |
Cheguei ao jantar (sala n° 1 do GDA) já bem perto das 7 meia. Sem marcações, sem combinações, sem copos antes para "aquecer", que continuo na fase Zen. Sentar—me—ia perto de quem me sentisse bem, e evitaria quem já provou, que nem sequer merece a minha coabitação por perto. Dou—me bem com quase toda a gente, toda a que considero de bem, e algum lugarinho haveria de haver. Mas estava bem longe de pensar, que Deus me tinha guardado, o lugar bem ao lado de um homem que conheço, e admiro, há volta de 30 anos atrás.
Uma
figura mítica, icónica de Santo António das Areias, Ti João Carroça, pai do meu
querido amigo, já prematuramente desaparecido, Sérgio Carroça.
Não
o via há imenso tempo, mas ele disse que me vê todos os dias, passar junto à
sua horta, à entrada de Santo António. Ti João trabalhava na câmara municipal,
e sempre foi homem que se via pouco... quando estava sério. Quando um copito
lhe entrava a mais no físico, era de rir até mais não. Puríssimo, genuíno,
engraçadíssimo, analfabeto, bom, sempre o adorei.
Conheci—o
na casa do Ti João Grande, seu cunhado, quando aquele geria uma verdadeira instituição
na aldeia de Santo António das Areias (situada onde é hoje a pensão Poejo),
depois das antigas bombas, no prédio da Nunes Sequeira. Cervejaria, taberna,
casa de pasto, pensão, era um santuário incontornável de bem comer e beber na
terra.
Recordo
uma noite, já gaiatão, de ter bebido umas boas imperiais com aquele homem. Era
alguém que eu desconhecia, e soube então que era pai do meu Velharasco Sérgio.
Nessa vez, já estava bem do meio para a frente. A sua maneira de cantar
enfeitiçou—me. Um "iara—tum—de—tum—da—terooooooo", que versa mais
pasodobles, e faz o compasso ao mesmo tempo da melodia. É lindo! Ainda nunca o
tinha conseguido gravar ao vivo. Até ontem. Estava sóbrio demais, é certo,
muito pouco bebido, e foi complicado sacar—lhe os tons. Mas como tem um grande
à vontade comigo, sabia bem da minha amizade pelo seu filho, entre uns
"tàs cada vez mais parvo", um "ah, ah, mas é merda!"
perante as minhas incessantes gargalhadas, lá consegui que ficasse registado
para todó sempre, a arte deste amigo.
Tão
feliz que eu fui com isto... Tão bem empregue que dei o meu tempo.
Momento histórico 2
Vou mandar fazer um dvd com isto
Esta era a "Júlia Fadista"
Mas este não foi o único ponto alto da noite. A comissão masculina, da qual faziam parte os meus amigos Luís Andrade, Zeca Costa, José Baltazar, André Caldeira e António Machado, conseguiram nesta edição, fazer aquilo que defendo há anos: passar a festa de domingo, para sábado. Tudo através de uma simples votação e resolvido duma assentada só.
A
festa é muito antiga. Diz a tradição que o domingo era o dia de descanso
semanal, e era o adequado para este tipo de manifestações. Depois, os homens
trabalhavam no campo, as senhoras em casa, e havia sempre uma certa tolerância
que hoje em dia, se esvaiu. Domingo, é dia de descanso, mas e segunda... de
escola! Nessa noite, está tudo meio macambúzio, a pensar que no dia a seguir,
tem de ir bolir.
Estes
amigos venceram os velhos do Restelo, e conseguiram fazer valer a adaptação aos
tempos modernos, tão necessária para que estas tradições sobrevivam. A
explicação dada pelo Luís, sobre a forma como iria decorrer a votação, foi
completa e sucinta. Ficava pois, tudo entregue à decisão da maioria.
Mas
eis que senão quando, um homem que me habituei toda a vida, a ver como sendo um
defensor da democracia, se insurgiu do nada, de forma, creio eu, abusiva e
muito infeliz, por se querer quebrar com o passado. As mudanças custam sempre,
sobretudo para as mentes mais retrógradas e tacanhas. Mas o que se passou ali,
foi que a comissão em funções, se apercebeu da vontade generalizada de se
querer fazer a mudança do dia, e optou por sufraga—la. Tão simples quanto isto!
O contrário, o fazer valer a obrigação da tradição, sobre a vontade de apenas
saber a opinião da maioria, é fascismo. Peço desculpa, mas é o que penso.
A
votação foi... renhida. Por escassos votos, menos de 10, mas foi assim.
Para
o ano, se Deus quiser, o baile da pinhata terá muito mais gente, e a animação
na aldeia será muito maior. Isso é uma certeza absoluta.
Há
que ter inteligência e alguma maleabilidade, porque somos poucos, cada vez
menos, e se não nos estimar—mos uns aos outros... quem é que nos estimará?
À
comissão, os meus parabéns pelo arrojo, pela audácia, e pela coragem. Como eu
disse ao Luís Risadas, que era o "chefe"/porta voz de ontem: não era
Chefe da "Malta do Cabo d'Aço" da minha juventude quem queria. Era
quem podia. E o papel servia—
lhe
que nem uma luva!
Tiro—lhes
a todos, como lhe tirei a ele, a boina!
Eu
e o Ti João votámos sim, sábado! Com a sua vontade e a minha ajuda. ;)
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CAAAAMMMMMPPPPAAAAANNNNEEEEEERRRAAAAAAAAA IARATUNDARATUNDARATUMMM |
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