sexta-feira, 10 de março de 2017

O meu jantar dos casados de 2017

Desde já há 20(!) anos (since 1997) — A redação por dROCAS Sabi


Este é fresco, é!

E é mesmo de verdade... AHAHAHAHAHAHAHAHAH Qui Lindo!

Cheguei ao jantar (sala n° 1 do GDA) já bem perto das 7 meia. Sem marcações, sem combinações, sem copos antes para "aquecer", que continuo na fase Zen. Sentar—me—ia perto de quem me sentisse bem, e evitaria quem já provou, que nem sequer merece a minha coabitação por perto. Dou—me bem com quase toda a gente, toda a que considero de bem, e algum lugarinho haveria de haver. Mas estava bem longe de pensar, que Deus me tinha guardado, o lugar bem ao lado de um homem que conheço, e admiro, há volta de 30 anos atrás.

Uma figura mítica, icónica de Santo António das Areias, Ti João Carroça, pai do meu querido amigo, já prematuramente desaparecido, Sérgio Carroça.

Não o via há imenso tempo, mas ele disse que me vê todos os dias, passar junto à sua horta, à entrada de Santo António. Ti João trabalhava na câmara municipal, e sempre foi homem que se via pouco... quando estava sério. Quando um copito lhe entrava a mais no físico, era de rir até mais não. Puríssimo, genuíno, engraçadíssimo, analfabeto, bom, sempre o adorei.

Conheci—o na casa do Ti João Grande, seu cunhado, quando aquele geria uma verdadeira instituição na aldeia de Santo António das Areias (situada onde é hoje a pensão Poejo), depois das antigas bombas, no prédio da Nunes Sequeira. Cervejaria, taberna, casa de pasto, pensão, era um santuário incontornável de bem comer e beber na terra.

Recordo uma noite, já gaiatão, de ter bebido umas boas imperiais com aquele homem. Era alguém que eu desconhecia, e soube então que era pai do meu Velharasco Sérgio. Nessa vez, já estava bem do meio para a frente. A sua maneira de cantar enfeitiçou—me. Um "iara—tum—de—tum—da—terooooooo", que versa mais pasodobles, e faz o compasso ao mesmo tempo da melodia. É lindo! Ainda nunca o tinha conseguido gravar ao vivo. Até ontem. Estava sóbrio demais, é certo, muito pouco bebido, e foi complicado sacar—lhe os tons. Mas como tem um grande à vontade comigo, sabia bem da minha amizade pelo seu filho, entre uns "tàs cada vez mais parvo", um "ah, ah, mas é merda!" perante as minhas incessantes gargalhadas, lá consegui que ficasse registado para todó sempre, a arte deste amigo.




Tão feliz que eu fui com isto... Tão bem empregue que dei o meu tempo.

Momento histórico 2
Vou mandar fazer um dvd com isto

Esta era a "Júlia Fadista"

Mas este não foi o único ponto alto da noite. A comissão masculina, da qual faziam parte os meus amigos Luís Andrade, Zeca Costa, José Baltazar, André Caldeira e António Machado, conseguiram nesta edição, fazer aquilo que defendo há anos: passar a festa de domingo, para sábado. Tudo através de uma simples votação e resolvido duma assentada só.

A festa é muito antiga. Diz a tradição que o domingo era o dia de descanso semanal, e era o adequado para este tipo de manifestações. Depois, os homens trabalhavam no campo, as senhoras em casa, e havia sempre uma certa tolerância que hoje em dia, se esvaiu. Domingo, é dia de descanso, mas e segunda... de escola! Nessa noite, está tudo meio macambúzio, a pensar que no dia a seguir, tem de ir bolir.

Estes amigos venceram os velhos do Restelo, e conseguiram fazer valer a adaptação aos tempos modernos, tão necessária para que estas tradições sobrevivam. A explicação dada pelo Luís, sobre a forma como iria decorrer a votação, foi completa e sucinta. Ficava pois, tudo entregue à decisão da maioria.

Mas eis que senão quando, um homem que me habituei toda a vida, a ver como sendo um defensor da democracia, se insurgiu do nada, de forma, creio eu, abusiva e muito infeliz, por se querer quebrar com o passado. As mudanças custam sempre, sobretudo para as mentes mais retrógradas e tacanhas. Mas o que se passou ali, foi que a comissão em funções, se apercebeu da vontade generalizada de se querer fazer a mudança do dia, e optou por sufraga—la. Tão simples quanto isto! O contrário, o fazer valer a obrigação da tradição, sobre a vontade de apenas saber a opinião da maioria, é fascismo. Peço desculpa, mas é o que penso.

A votação foi... renhida. Por escassos votos, menos de 10, mas foi assim.

Para o ano, se Deus quiser, o baile da pinhata terá muito mais gente, e a animação na aldeia será muito maior. Isso é uma certeza absoluta.

Há que ter inteligência e alguma maleabilidade, porque somos poucos, cada vez menos, e se não nos estimar—mos uns aos outros... quem é que nos estimará?

À comissão, os meus parabéns pelo arrojo, pela audácia, e pela coragem. Como eu disse ao Luís Risadas, que era o "chefe"/porta voz de ontem: não era Chefe da "Malta do Cabo d'Aço" da minha juventude quem queria. Era quem podia. E o papel servia—
lhe que nem uma luva!

Tiro—lhes a todos, como lhe tirei a ele, a boina!

Eu e o Ti João votámos sim, sábado! Com a sua vontade e a minha ajuda. ;)

CAAAAMMMMMPPPPAAAAANNNNEEEEEERRRAAAAAAAAA
IARATUNDARATUNDARATUMMM

Sem comentários: