quinta-feira, 6 de agosto de 2015

A carta derradeira




Esta cartinha te escrevo,
E por aqui quero começar,
A mim nunca me enganaste,
E isso to vou bem provar.

Os jogadores gostam de ti,
De ti dizem sempre o melhor,
Mas a mim nunca me convenceste,
Que eras um bom treinador.

Ganhaste coisas, é certo,
Ganhaste taças e foste duas vezes campeão,
Mas ficaste muito aquém,
Na Europa e na minha consideração.

Fostes a finais e chegaste lá,
Quiseste ir até ao fim,
Mas como diz o Danoninho,
Faltou-te sempre um bocadinho assim.

Não sabes estar, não sabes falar,
Abres a boca sem razão,
Largas asneiras atrás de asneiras,
Agora tens à perna mais um gozão.


Meus amigos todos sabem,
Que nunca gostei de ti,
Ouve alturas em que te tolerei,
E até desculpas te pedi.

Mas lá no fundo, no fundo,
Eu queria era outra solução,
Um mister que metesse a jogar, que mexesse,
Que fizesse a malta vibrar com a sua mão.

A desculpa foi a que o contrato,
Estava prestes a chegar ao fim,
Mas eu sei que querias era ir para a tua casa,
Dizer ao Suportin que sim.
  


Meteste o Mendes ao barulho,
Esse mágico que está farto de faturar,
Rendeste-te ao Bruninho,
Estavas deserto de ali casar.

Eu sei que a bola é isto,
Um negócio e a malta quer é ganhar o milhão,
Mas tu juntaste o útil ao agradável
Diz que foste para o clube do teu coração. (e eu que ainda pensei que era o meu).


Mas um profissional tem de ter valores,
E eu jamais treinaria um clube rival.
Um homem tem de ter espinha dorsal,
Senão é um pesetero, um animal.

Posso ser naif e ingénuo,
Posso ver o mundo de uma forma infantil,
Mas eu tenho valores,
E não me vendo por notas de mil.


Foste um porco para o Marquinho,
Deitaste-te na cama ainda quente de um homem que ganhou a taça,
Foste um baixo, um medíocre,
Foste como és: mau como a putaça!

O que me custa é que lagartos,
Como o Sabi, meu irmão,
Se tenham rendido a ti,
Como se fosses uma salvação.



Não têm pingo de vergonha,
E disso não era capaz de fazer igual,
Tinha de dar um período de nojo,
De analisar bem o bornal.

O meu Vieira provou o eu que achava dele,
Que é uma verdadeira benção,
Que tem princípios, que tem estratégia,
Que sabe contornar os problemas e arranjar solução.


Agora, eu acredito no Rui Vitória,
Acho que é uma natural sucessão,
Já andava debaixo de olho no Guimarães,
E vai dar uma boa continuação.

Acredito que meta os miúdos a jogar,
Que mexa no plantel e na equipa,
Que nos devolva a alegria de vibrar com o jogo,
Que devolva alma ao Benfica.


Não sei que raio vocês arranjaram,
Que de batidos passaram a esbanjilhões,
Compram jogadores de topo ao minuto,
Que só fazem loucas contratações.

Sei que o dinheiro é mafiado e vem de Angola,
Que tudo aquilo é muito escuro,
Oxalá rebente de vez com a casa,
Que deem o estouro no futuro.


Até pode ser que compremos a barraca,
Que fica na segunda circular,
E a mantenham tal e qual como está, (cor e tudo)
Só para a malta ir lá mijar. (em dia de dérbi)

Eu estou como sou,
Por natureza, pessimista,
Mas como só podem jogar 11,
Sei que temos à altura na lista.


Espero que entremos serenos,
Com calma e estofo de campeão,
Que consigamos provar,
Que temos bagagem para a situação.

Agora podes ter certeza,
Que se conseguirmos ganhar,
Para mim é uma honra tão grande,
Que eu nem consigo imaginar.

Agora se perdermos,
Depende da coisa e de como corre a situação,
Mas apanho uma caganeira e de certeza
Me tranco na arrecadação.



Tu és puta e conheces bem os nossos,
Estás cheio de seres uma superstar,
Só desejo que acabes da pior forma,
E te consigamos enrolar.

Recordo-te: “só podem jogar 11!”,
E tenho muita fé nos meus,
Que a sorte nos proteja e o Jorge de Sousa,
Não se espalhe, por Deus!

Se tudo correr como espero,
Até faço uma caravana,
Enfiado no bólide do meu vizinho Voltinhas,
Curtir bem à fartazana!



Vi a reportagem na Sic,
Que mostrou onde nasceste tão pobrezinho,
Que com a bola fizeste um império,
Onde te enches de dinheirinho.

Mas és uma cabra safada,
Um burro, um calão que só quer dinheiro,
Ou muito eu me engano ou,
Com essa voragem ainda acabas tripeiro.


Fazes uma história linda,
De cú grande e carreira sem igual,
Deixas os lagartos de rabo à banda,
A tremerem com o hemorroidal.

Podes ter a certeza que por ti,
Não tenho nenhuma consideração,
Te considero um bluff,
 Tal e qual a tua dentição.

Ganhaste coisas é certo,
Mas poderias ter ganho muito mais,
Se não tivesses sido burro (de não mexer na equipa)
Não tinhas perdido um campeonato nos minutos finais.


A sorte e o futuro estão lançados,
Havemos de estar cá para ver,
Como termina esta história,
E como tudo vai suceder.

Nós estamos serenos,
E a comprar com contenção,
A planear o futuro,
Com inteligência e meditação.

Eu sei que neste ano,
Vai ser muito difícil ser campeão,
Que há que assentar arraias,
Medir a casa, ao plantel tirar a pulsação.

Mas nós temos calma,
O futuro há que equacionar,
E temos a certeza,
Que um de vós dois vai rebentar.


O velho não quer quinar,
Sem o Porto triunfar no campeonato,
Farta-se de gastar, esturra tudo,
Veremos como corre o desiderato.

Nós estagiamos, pensamos, planeamos, reorganizamos,
Damos par e passo com certeza,
Veremos como os outros se destroem,
Aí que vai ser uma beleza!


Vou com calma e contenção,
Ver para os braços do meu sogro.
A ver se a coisa corre bem,
E conseguimos mais este logro.

Uma vitória vai saber tão bem,
como se fosse campeão,
E esventrasse logo na abertura,
O malvado lagartão.

Vai de retro!

Belzebu!