segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Let him down, easy... Um tributo (George Michael 25.06.1963 - 25.12.2016)



Esta é A música. A mais significativa, a mais profunda. O tema emblemático de um artista que desapareceu, embora tenha nascido para viver da imagem. Um vídeo de palavras. Em que não aparece. Em que… diz tudo e toca na questão. Rezando por tempo. Por aquilo que é mais precioso nas nossas vidas e do qual apenas nos apercebemos da real importância quando ele afunila por uma doença que o vai reduzir a zero. A nossa maior riqueza: o tempo que temos. Porque desde que nascemos… é sempre a perder. E esta experiência
 de vida, de aproveitar tudo ao máximo, é a nossa maior valia do tempo em que estamos vivos.



O George Michael representava tudo aquilo que detestava na música, quando apareceu. Era uma carinha laroca, de uma banda que despejava hits orelhudos, para deitar fora logo a seguir. As miúdas ficavam todas malucas, a colecionarem posters para colarem nos quartos. Tudo era o que eu não queria sequer ouvir. Abominava o gajo, as poses, os trejeitos, os tiques, os sorrisos e a forma de dançar. A bem dizer, nada se aproveitava ali.


Mas os Wham acabaram e o artista foi dando provas de querer mudar. No seu disco de estreia a solo, em 87, ainda agarrado à pele de artista sexual disposto a partir corações femininos…


Já ia dando sinais de querer mudar de tom, ainda com o mesmo visual,


E ao quarto single, lança este portento escrito, composto e interpretado de forma a, nunca mais deixar nada como dantes.


Tudo apontava para um caminho que haveria de chegar e em 90 o gajo trocou-me as voltas. A mim e à Sony, contra a qual travou uma gigantesca batalha judicial, que perdeu. O menino bonito, lançou um vídeo de uma música composta por si em que, em vez dele a brilhar no ecrã, dava o palco a todas as supermodelos da altura que eu admirava todos os dias onde quer que as visse (Linda Evangelista, Naomi Campbell, Christy Turlington, Cindy Crawford) num clip brilhante em que surgem elas a cantar, num vídeo mágico e histórico do David Fincher (7 pecados mortais). Vi aquilo e lembro-me de ter pensado: "e esta agora?!?!"


Não era um caso isolado. O fascínio continuava à medida que o seu talento de escritor de canções e compositor de melodias se estendia. Sempre com o mesmo nível, sempre com as mesmas (boas) companhias.


Nos finais de 90, a sua conduta nada ortodoxa, os seus ímpetos sexuais e consumos alternativos colocaram-no nos tablóides de todo o mundo.


Mas era sempre capaz do melhor, para além do pior,


Fazendo a fusão com Adamski (nova geração)/ com os clássicos (Temptations) em 93



Sempre que me voltava a sentir mais distante dele outra vez, surpreendia-me. A 1 de Dezembro de 98, lança “Ladies & Gentlemen: The Best of George Michael”, com dois discos: um "para o coração" e outro "para os pés". Claro que foi o primeiro que me bateu mais, e foi a minha banda sonora numa altura muito concreta da minha vida: casei-me, fui viver com a minha mulher para Marvão, deixei de ser professor de Inglês na GNR, em Portalegre (após 3 anos e centenas de alunos); e fui trabalhar para a Amatoscar para Castelo Branco, como chefe de vendas da Opel.


Em muitas noites que depois de um dia inteiro de trabalho, depois de muito papel, muito contato, muita responsabilidade, rodar pela cidade e terras vizinhas, metia-me no carro de regresso a casa e ali tinha a minha cápsula de regeneração, o meu momento zen. Com este disco quase sempre por companhia, pensava, programava e refletia. O George Michael passou a ser dos meus, também. De odiado, a revelado, foi todo um percurso que tardou anos, mas fez-se.

Estive lá apenas uns meses e depois, saiu a nota do concurso para liquidadores tributários estagiários, que tinha feito nesse ano, em que a minha mãe teve a queda e foi pela primeira vez operada. Saiu a nota e, não fui chamado na primeira fase, mas sim, na 2ª, com o nº 2 053 dos mais de 80 000 que participaram nesse que foi um dos maiores concursos a nível nacional para a função pública. A partir daí, a história mudou. Veio Nisa, veio a Leonor, veio a casinha em Santo António, veio a colocação em Marvão. Nesse entretanto, sempre recorrente, o George ficou. Até hoje. Até sempre. Até que me lembre dele. Não sairá.












Pelas veredas de Marvão... em repeat... parece que corro sob veludo...


segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

As 5 fotos para 5 dias, finalmente em exposição na taberna

Dando voltas aos meus baús de textos e posts, dei com este tão engraçado que se ia perdendo (embora o que fica na net, fique para sempre), na espuma dos dias do facebook. Um post tão bonito, publicado em 5 dias diferentes, nem sequer teve uma exposição aqui na taberna virtual… Tá mal!! Ora vamos lá corrigir isto porque este é que é o sítio.

A minha amiga Isabel Bucho, casada com o meu amigo Domingos, o professor, que levou Elvas a Património da Humanidade e em Marvão acharam que… talvez fosse melhor ser com outro, que nunca foi; com idade para ser minha mãe, mãe de meus amigos da minha idade, é uma mãe moderna, como a minha. Escreve na net, publica a forma poética como vê o mundo, divulga imagens do seu Marvão de paixão como o vê, como sendo seu, apesar de ter vindo da cidade. Há tempos lançou-me um desafio que tinha recebido e cumprido. Desafiou-me então para publicar 5 imagens, em 5 dias.

Eu cumpri mas… em sede própria. Tinha sido um repto lançado através do facebook e por lá dei azo à minha verve fotográfica. Maravilhado por ter descoberto nos smarphones, a câmara fotográfica que sempre quis ter no bolso, passo os dias a fotografar tudo, como se quisesse cristalizar o momento e guardá-lo para sempre. Quero sempre tornar o instante imune ao tempo, à dor e à própria morte.

O facebook tem ganho muito espaço ao meu blogue porque o smartphone é um fotógrafo que dorme no bolso e é muito mais rápido. Nem necessita de computador, Mas a minha taberna, é a minha taberna e há coisas, como esta, que só aqui brilham e merecem ter o destaque para todó sempre.

A voragem com que os dias se consomem não me tinha ainda permitido abrir uma exposição fotográfica desse tempo na parede mais bonita da minha taberna virtual. Até hoje.

Ao desafio, respondi:
Minha caríssima Isabel. Se há coisa a que não resisto, é a um desafio. Pode ser amistoso e trivial, como foi o seu, mas para mim, é um "põe-te à prova", a que não resisto. Posso encostar, mas a cabeça fervilha num "deixa lá ver se sou capaz..." E gosto disso. Muito. Estreichado no sofá, a ouvir a lareira e a viver na net no telemóvel, com a princesa mais velha a estudar no meu, emprestado, aqui ao lado; comecei a pensar em vasculhar o meu arquivo no google photos, essa ferramenta prodigiosa de tão útil que tem quase a nossa vida toda lá dentro; e em menos de 15 minutos, selecionei não 5, nas 20 (!!!) fotografias que agora irei ajeitar e dar um tratamento gráfico, com tempo. E só recuei até Setembro.
Sempre fui um homem de palavras, porque me saem de enxurrada, em conversa ou numa folha em branco; mas a imagem sempre despertou em mim um fascínio tremendo. Eu, jornalista, sou da opinião que uma boa imagem vale sempre mais que 1000 palavras.
Sou muito público, (quem quiser sabe tanto sobre mim...) e por ano, desde que inventaram este prodígio chamado smartphone, tiro milhares de fotografias. Dantes arquivava-as em discos rígidos, que mantenho e guardo com zelo, mas desde que a Google criou este armazém virtual de baixa/média resolução gratuito, vivo siderado.
Bom, e como a conversa já vai longa, e tenho que arrepiar caminho, vou direto à Foto 1 para o desafio da amiga Isabel. (Sempre com uma legenda antes, para contextualizar.)

Dia: 8 de Dezembro
Título: O Altar



Aqui me encosto todos os dias de manhã antes de entrar ao serviço, ficando mesmo na muralha em frente; e à noite, quando recolho. Aqui, falo em silêncio com quem creio que me ouve. Aqui agradeço por mais um dia. Aqui peço paz, tranquilidade e proteção. Aqui, humilde, me prostro e entrego. Aqui me reencontro.

E sim, nós que cá estamos, também damos valor a Marvão. Tanto valor. Não é verdade, amiga?

Dia 9 de Dezembro
Foto 2
As (minhas) donas


Deixamos as paisagens, que sempre durarão mais que nós, e centro-me nas pessoas. Na minha rainha, Fernanda Sobreiro, e princesa mais velha, Leonor. As pessoas são o que de mais importante há no mundo, para mim. E dessas, estas. A mulher mais importante da minha vida, e uma das que amo mais que nesta.

A minha Fernanda Cristina, é uma pessoa muito recatada. Vê esta minha atitude de eterno papparazzi, de colecionador de instantes, sempre com o obturador a tiracolo; não como uma extensão da minha veia de fotógrafo, de jornalista, de colecionador de instantes, como forma de contornar a finitude; mas como uma devassa do que é seu, do que é nosso, do que é íntimo e privado; logo, algo incompreensível. Eu, embora dê muitas vezes liberdade à minha rebeldia e espírito aventureiro, sou muitas vezes limitado por essa clausura caseira. E, das centenas que saco por semana, (seguramente. Que passam...) publico apenas una ínfima parte (verdade...) das que o meu smartphone regista.

Esta foi um desses casos não publicado.

Tendo-as apanhado a rir na casa de banho de baixo, afoitei-me e captei o instante, antes sequer delas repararem. A minha mão surge apenas ao canto inferior direito. De raspão. Sem querer ser travado.

O momento ficou lindo e único. Já tem dias, mas só por si e pelo seu desafio, viu a luz do ciber espaco. Bem haja por isso.

Certamente verei um cartão amarelo mas eu, membro adotado do grupo "KEKÁSABEDISSE" (para ler bem alto e sem paragens, para captar o sentido, alô Manel Coelho!), estou disposto a aceitar os embargos.

A minha esperança verdadeira, é que as minhas filhas tenham um dia prazer quando perceberem que, quando o pai já esteja velhote, ou já cá não esteja; foi feliz a viver e a registar o momento. Como eu gosto de ver as que o meu pai, João Sobreiro, me tirou. Isso para mim, basta-me. Acredite.

Estes momentos sim, são eternos. Este, já ninguém nos o tira.

Dia 10 de Dezembro
Foto 3
No topo do mundo


No terceiro dia do passeio pelas 5 imagens em outros tantos, o regresso ao morro que molda a minha paisagem e desenha o meu horizonte, a sul. Hoje, divulgo um instante captado neste, durante o meu momento do ritual "cigarro pós almoço". Sentado no meu ponto da muralha, ali encostado à guarita que um relâmpago quis derrubar durante uma trovoada medonha, quando ainda morava lá em cima, onde me sinto como o Di Caprio no Titanic do Cameron: "KING OF THE WOOOOOOORLD". Ali, tudo o que os meus olhos contemplam é meu. Ali sinto-me rei e senhor, dono de tudo, não sendo dono de nada. Fosse eu tão importante como o bom do Pessoa e ali, quando faltasse, poderiam mandar erguer uma estátua, não na Brasileira de perna cruzada, mas encostado à sentinela de pedra, a esfumaçar. Admirando o infinito que Saramago descreveu como chegando à terra toda.

Ali, pequenino, contemplando o que é grande e imenso, sinto-me mais uma rocha da escarpa, uma daquelas que ampara um dos pinheiros que, apesar do difícil que isso é, insistirem em crescer direitos, de pé, em direção ao céu.

Eu nasci ali. Eu sou dali. Eu sou Marvão.

Dia 11 de Dezembro
Foto 4
As pequenas


Eu, homem de palavras, mas no entanto, apaixonado pela imagem que já se confessou um predador incansável delas, idealizei, perante o seu desafio, revelar as minhas diferentes abordagens a estas. Pensei em mostrar a forma como vejo o mundo que me rodeia (paisagem panorâmica, foto 1); (algumas d)as pessoas que me preenchem a vida e enchem o coração (Cristina e a Leonor, foto 2); a paixão pela minha terra, a que me viu nascer (Marvão, foto 3) e tinha, como lhe disse no início, umas dezenas de fotografias selecionadas para escolher e lhe revelar melhor algumas das minhas facetas. Mas neste ponto em que recuperei o meu computador, alugado até então pela herdeira para o estudo, pensei que tinha de mergulhar num dos meus dois discos rígidos guardados a sete chaves no meu lugarinho da prateleira e encontrar aquelA foto, a preferida dos milhares (verdade!) que já tirei às minhas filhas, para fechar este desafio com chave de ouro.
Seria amanhã que a sairia.

Mas na minha busca, fui à pasta que tinha a etiqueta “A MINHA FOTO PREFERIDA DAS PEQUENAS” e não achei a que queria, mas a outra que detinha esse título antes da que buscava. O seu achado, nas minhas pastas que por vezes estão tão bem guardadinhas que nem eu consigo encontrar nelas o que procuro, desmobilizou o alinhamento que tinha na cabeça e fê-las sobrepor-se a tudo o resto.

As minhas filhas são, de todos os bens que possuo (e materiais não são assim tantos, acredite), o mais precioso. São o fruto do meu amor pela mulher mais importante da minha vida (que abomina esta publicidade, garanto), a minha força e a minha maior razão de ser.
Que melhor maneira para fechar este passeio pelas minhas imagens?

Esta foto foi tirada nas traseiras da minha casa, creio que numa altura em que estava de convalescença de uma das minhas duas operações às costas e recordo-me perfeitamente de a ter tirado. Tendo conseguido que ficassem as duas mesmo em pose e a mão de semear, quis que tivessem naturalidade e um ar descomprimido. Tirei diversas, dezenas. Até ao momento em que me lembrei de dar um roncanito à procura de um sorriso, houve uma gargalhada e fez-se luz! Ficou com este ar assombroso que ainda hoje, passados estes anos todos, a faz estar sempre na parede da minha sala de estar.
A que fui feliz e ficou bem?

Dia 12  de Dezembro
Foto 5
Filhas no Natal



E para fechar, minha cara Isabel Bucho, era esta.

Tirada na tarde da noite de Natal em 2012, há já 3 anos atrás (agora 4), quando as duas brincavam descomprometidas e expectantes no quintal da nossa casinha.
Tirei uma sequência delas, sete ou oito seguidas com a máquina da Leonor (que a minha não era má mas “morreu” de tanto uso) e de todas, em que corriam às gargalhadas, com a Alice às cavalitas da Leonor, saiu esta, que é… um portento.

Apenas a melhor foto que tenho das minhas filhas. A melhor entre milhares.

Se morasse numa casa daquelas modernaças, tinha-a a cobrir a parede toda da sala de estar. Como não moro, e a minha é convencional e tradicional, tenho-a colada no monitor do meu computador nas finanças e de cada vez que olho para ela, sinto-me bem. Sinto-me feliz. Sinto que o meu lugar na terra, que ainda está a ser construído, todos os dias, faz sentido. É uma foto que irradia luz e me enche de alegria.

Esta foto sou eu. Eu, que continuo. Eu, que não acabo quando acabar. Eu que viverei sempre delas e nelas.
O amor não pode caber numa imagem?
Uma imagem não pode valer mais que 1000 palavras?

Pode sim.

E a prova está aqui.

Para si, um grande abraço e bem haja pelo desafio. Se não tivesse sido o apelo de uma pessoa amiga, que conheço pouco mas considero bastante, que utiliza muitas vezes esta ferramenta poderosíssima que é o facebook, não para divulgar o trivial, o banal e os lugares comuns como tanta gente; mas que antes divulga fotos que nos trazem algo mais aos nossos dias e partilha pensamentos poéticos que revelam que nessa alma há sempre um mundo… diferente; que é uma utilizadora que considero da minha divisão; provavelmente nunca revelaria estas fotos que nunca antes revelei.

Vivi feliz ao fazê-lo.


Obrigado.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

14 anos de ti. Junto a mim. Obrigado. Que Deus te proteja sempre

Um por cima? Naaaaa... 5 para trás, outra vez! (SLB 2 X SCP 1)



Jar Jar Bkinks vendo o gole!

Chupa!!!

O que fica para a história é que ganhámos. Não foi por ¼, não foi por ½. Foi por 1 inteiro. Ou seja… à larga.

Se queriam ficar 1 por cima, vão ter de se contentar (e é se querem…) 5 por baixo. Outra vez.


Se queria um Benfica demolidor, capaz de vingar a derrota além-mar e a caseira europeia, tive de me contentar com um Benfica que deixou os visitantes terem maior posse de bola, o que quer dizer que, por muito que me custe, dominaram. Mas foi um domínio consentido porque de duas vezes foi o cântaro à fonte…

O Rafa, qual Variações encoberto, que ainda não se tinha deixado ver nesta equipa, deslumbrou-me com uma exibição de encher os olhos e desta, um passe que vale… a contratação.



Os lagartos vieram mexidos do intervalo e por força que teimaram em ver se os postes eram mesmo de verdade. Dúvidas saneadas, Jiménez ensinou-lhes porque é que o nosso presidente diz que ele ainda vai valer muito.


Por mim, poderia ter logo acabado ali, mas ainda tivemos de deixar o conguito inglês centrar para o Da Bosta ter marcado o tento da honra (que engraçado é dizer isto, nestas circunstâncias). Quiseram meter medo mas não conseguiram. Talvez incomodaram, apenas. Ou tentaram.


Afinal, o Natal ainda é o que era.

Momentos únicos do dia:

1    1 - A carinha de parvo e bebé do Bruninho a olhar para o abismo, à espera de respostas.


Are you talking to me?

Aliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii




2    2 -  A birra do maluco do agricultor quando mamou o segundo. Parecia uma bicha de rabiar.



Ehhhh… que descansadinho vou dormir, se Deus quiser.






- Aí garoto... Não fala assim para mim, não!
Baixa a sua mão! Sabe o qui mi chamavam no meu bairro?!?
Cabeça dji...
Issu!


Para a memória futura fica uma noite inesquecível (feliz para nós) passada no meu Cheers, aquele bar (Pastelaria Caldeira), com amigos do Sporting, de há mais de 20 anos atrás. Do meu lado... santo sogro, santo cunhado, José Manuel Vaz, José Manuel Caldeira. Deles, Rui Boto, José Carlos Costa, João Paulo Ginja Dias, Henrique Martins.

O meu irmão não estava. Não se partiu nada (nos confrontos). Outros tempos... Tudo muda.    

Abraço a todos!

sábado, 10 de dezembro de 2016

?


 Almoçando (sempre) acompanhando as notícias…

- Estás a ver, Alice? Estas duas meninas morreram. Fugiram aos pais, enganaram-se na estação e foram andando pela linha, com fones nos ouvidos!!!! A ouvir música!?!?!?!?!? Uma coisa tão perigosa… O comboio passou e elas foram projetadas. Agora morreram… Tem de se ter muito cuidado porque um passo em falso, pode custar-nos a vida…

- Olha… aquilo não é um sítio para andar assim! Elas deviam saber… Agora prontos, já está! Elas é que tiveram culpa. Não me interessa nada! Azar!

- Ó Alice! Isso é muito feio! Nem sequer parece ser de uma menina que anda a aprender a seguir Jesus, com o pai. Já pensaste na vida que elas tinham ainda à sua frente? No tanto que podiam fazer? Já pensaste na dor que devem ter os pais, que perderam assim as suas meninas? Agora elas nem podem ter filhos, nem podem estudar, casar, ser felizes… Acabou tudo… Não é triste? Eu acho que é muito triste e à noite, nas minhas orações, vou pedir por elas e pelas famílias. Para que Deus os ajude a recuperar.

- …
Olha que ideia… andar com auscultadores na linha. Isso é muito louco!
Ó pai, mas eu sei onde é que elas podiam fazer isso… Sem problema nenhum.
Na Beirã!

Já não passam lá comboios há montes de tempo. 

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Na máquina do tempo do Panda (com os Caricas)




É... foi mesmo o espetáculo da ano, como disseram os senhores nos altifalantes. O papi, sempre em cima do acontecimento, já tinha percebido o namoro pelo ecrã de cada vez que anunciava, e, a tempo e horas, chegou—se à frente. Em boa hora. Em grande hora.
E, como isto do facebook é muito feira das vaidades, lavagem de roupa suja, inveja e maledicência, astrevo—me já a esclarecer os concidadãos que, as postagens que colo no meu mural, as faço porque:

1) São um sinal dos nossos tempos. Vivemos na 2a década do século XXI, e isto é... de agora. Gosto de postar para a memória futura. Para a minha, das minhas filhas, dos filhos das minhas filhas, mas também, para os que gostam agora de saber do vosso Tio Sabi, e eu sei que há alguns entre vós, pequenada travessa. De tanta gente que inveja o bem saber viver que Deus me dá lhe graça, há—de haver com certeza quem lhe queira bem. Porque o homem é de bem.

Tanto é sinal dos nossos tempos agora, que se fosse no tempo das cavernas, pintaria uma gruta inteirinha com isto tudo que me aconteceu.

2) Não me quero gabar, vangloriar, ou fazer melhor que seja quem for. Apenas quero colar estas fotografias dos meus dias. Olha, nesta data... estava aqui... estava feliz... e fiz isto.
Como é óbvio, quem conta um conto, acrescenta—lhe sempre um ponto e ninguém gosta, tirando alguns profissionais da arte da lamúria, de se vir para aqui queixar seja do que for. Por difícil que me seja de entender, há muita malta que curte vir para aqui queixar—se de tudo e mais alguma coisa. Da dor de cabeça que não passa, da unha encravada de antesd'ontem, do barulho da vizinha de cima, da invejosa da colega que comprou um vestido igual.

Também há a rapaziada que parece que anda sempre em festas e férias, e eu desses, não quero ser, não. Por diversos motivos. O 1°, é que não tenho dinheiro para isso, nem nada que se pareça. Quem vive do que ganha, não tem negócios manhosos, e tem os cobradores do fraque a dormir à porta de casa, para liquidar os empréstimos da mesma e do carro, por exemplo, sabe do que falo.

Mas até para esse pessoal do "olha lá anda o gajo no regabofe e na easy life sempre a cortir", também escrevo e explico. Os bilhetes não foram dos mais caros, nem dos mais baratos. 16 heuróis. Alguém tinha de ir a acompanhar a marquesa e como uma ainda não tem carta, enfiei—me logo no carro e tranquei as portas da frente, deixando apenas a de trás para ela entrar, enquanto me fartava de perguntar de boca fechada: "tens a certeza que não queres ir tu?"

Ora 16€ + 16€, até para um gajo que nunca foi barra a matemática, é facil de perceber que não dá mais que 32€.

Um não muito caro ponto de partida.

Saímos daqui com um sol de Outono adorável e quando chegámos a Évora, já me enchia de estúpido por não ter levado um guarda chuva. Nenhum nos bancos de trás, nenhum na bagageira, voltas e mais voltas e a cabeça a chorar pelos 5 ou 6 que dormem junto à porta da cozinha. Se de um momento para o outro, começa a cair—me uma invernada...

Saí de Marvão com tudo cronometrado, GPS certinho para nos levar até à porta e aí... perdi 15 ou 20 minutos em que já suava das mãos, porque nem sequer conseguia escrever a cidade Évora, quanto mais, meter a rua da arena.

— Então pai?!?!?! Nunca mais saímos?!?!?! Já estou farta de aqui estar no carro, parada na nossa rua... :(

— Péra aí, filha! Não stresses. Vou ligar à mana que está a estudar no quarto...

... Tou filha? Desculpa lá. Sei que estás a estudar mas TU ACREDITAS QUE DESTA M**** DE GPS NÃO TEM A CIDADE DE ÉVORA, QUE É PATRIMÓNIO DA HUMANIDADE, DISPONÍVEL, PARA QUE SE SELECIONE?!?!?!?! CARROS DE M****... EU É QUE JÁ NÃO TENHO TEMPO. MAS A VONTADE QUE ME DÁ É IR DAQUI A PORTALEGRE, TER COM O MEU AMIGO João Carlos Anselmo QUE MO VENDEU, E ENTRAR COM O CARRO PELO VIDRO DO STANDER DO PAI MATOS ADENTRO. RAIOS E CORISCOS!!!!

Abriu a janela. Desceu as escadas. Mexeu 2 minutos.

— TÁS A VER, FILHA?!?!?! Só dá "EVO SANTOS"!!!!!!!sempre que tento escrever Évora. MAS O GAJO É ESTÚPIDO OU QUÊ?!?!?! QUAL EVO SANTOS?!??!?!?!? TAMOS EM ÁFRICA?!?!? OLHA ESBELELÉU!!!!!!

— Pai... tinhas de meter o acento no É. Olha aqui. Qual é a rua? Humberto Delgado? E a porta? Fácil.

— Daaaaaaaaaahhhhhh

— Cála—te pequena!

?
                         ?
                                               ?
                                                                           ?

Vá, vá, vá... 

Olha, Leonor, obrigados e vai para dentro que te constipas. Tens de estudar. Eu assim também era capaz.

— Assim como, pai?

— Sei lá! Alice, diz que estamos atrasados.

— Pai: estamos atrasados!

— Xiiiiiiiii! Adeus!

Paragem nas bombas muito baratinhas e se fazem mal...que se amole! no Eleclerc para 20€ de gasóleo. Ficou quase cheio. A acrescer aos 32€ = €52

Chegados à 1 hora em ponto para almoço, que sítio haveríamos de escolher?

— Olha filha, vão haver 3 espetáculos destes no país: um no norte; outro em Lisboa, que é a capital, e este no Alentejo, onde devem querer estar todos os meninos daqui. Deve de haver montes de gente. Que te parece irmos comer assim a um sítio insuspeito, onde quase ninguém vá?

— ?

— (Tirada brilhante do dia, n° 2): que te parece o McDonalds?

— BOA!!!! Eu quero Mcnuggets!

Um caos logo para estacionar... Cedo percebi que a grande maioria escolhia comer nos carros, pelo Drive in, para fugir às filas e à falta de mesa. Estava eu neste entrementes e um jeitoso abre pisca para sair. Mesmo do meu lado. Ai que bem que me calhas... e vem de lá um galifão do outro lado já a meter—se a jeito...

— Eu vi primeiros, ó boneca! Um cheirinho no acelerador e um olhar à Steve Mcqueen ao melhor estilo "é que é já a seguir!". Nem tugiu, nem mugiu. Senão eu passearia o meu metro e 80, com 80 quilos enquanto endireitava o limpa—vidros. Caso fosse necessário, perguntar—lhe—ia: "disseste?" Mas eu nem sequer fixei as trombas do bízaro.

Tinha uma criança para alimentar e eu também já petiscava alguma coisinha.

Entrei e pensei: ainda bem que não trouxe a minha senhora senão ela... desfalecia—me aqui. Detesta tanto estes ajuntamentos que, se se visse naquele, acho que ia comprar espargos as lellus do outro lado da estrada e comia—os crus.

Eu parvo não sou. Tenho ar de... e pareço tanto um, que às vezes até a mim me convenço. Mas olhei, tentei perceber o que ali se passava e cheguei lá. Havia uma fila superlotada de gajos e meninas (para não dizer gaijas) avessos à tecnologia que ignoravam os painéis eletrónicos onde podias fazer o pedido, pagar, e enquanto começavam de imediato a preparar na cozinha. Depois chamavam.

Sou, por natureza, avesso a essas políticas dos magnatas, de nos meterem a nós, clientes, seus empregados. Por isso é que viro sempre costas às máquinas do Tio Belmiro de Azevedo, e lhes faço sempre manguito, enquanto cumprimento o simpático ou a simpática que está na minha frente. Mais uma máquina, menos um coração. Servem, mas, que eu deixe, não mandam!!!!!! Blade runner represent!

Mas ali tinha mesmo de ser. Os tais nuggets, sopinha maravilhosa com feijão (TEM DE SER ALICE!!! NÃO ME VAIS DEIXAR MAL... É A MEIAS... NÃO CUSTA NADA...), o tradicional doublecheese burguer, sumo, cerveja lata sem álcool, Coca—Cola (dia de loucura! :P), sundae caramelo, Mcflurry Oreo e café. 6+6, uns 12. +52 = € 64.

Se até ali foi apertado, e dali para a frente? Como seria?

Tranquilo. Tínhamos 1 hora. Na boa.

O senhor GPS nos indicou o caminho por ruas muita estreitinhas e o esperto que é o cabrão é, que quando se engana, calcula logo tudo outra vez para nos levar lá. Eu acho que ele tem a alma do KIT, o carro fantástico ;)

— Quê? Que sou parecidíssimo com o David Hasselhof?

Opá... obrigados. Sim, sou sobretudo no tronco, nas pernocas e nos caracóis.

Lá chegados, vimos logo o vizinho Rui Mimoso, esposa e herdeira; a Leninha Barbas com a cantora Marisa e a Laurinha que me chama... o velho careca. Disparate! Qual careca?!?!?

O espetáculo foi um mimo de profissionalismo e saber fazer. Excelentes as músicas, as letras, as coreografias e as encenações. Os Caricas foram uma brilhante ideia. São assim tipo os Marretas portugueses, os parodiantes de Lisboa para a pequenada.


Desta vez inventaram a máquina do tempo que os leva à pré—história, aos reis e rainhas, a tanta coisa por viver e há—de estar aí um dvd na calha para o menino Jasus.


Para fechar a jornada, claro que não podia faltar a lembrancinha. Queria a sweat—shirt, que era logo a mais cara. Alguns 20 euros. Como era um pouco feínha...

Deve dar calor, Alice... depois não te a deixam vestir... e lá veio toda contente com uma canequinha de plástico com palhinha especial dos Caricas para beber o leitinho de manhã e à noite (7€), mais uns ímanes fabulásticos para o frigorifico (4€) = Até agora... € 75


Tudo?

+ 2€ de umas pipocas, só 1!, que já estou sem guito...


1 vez na vida. Tão felizes... o €? Não me chegava para ir ver o meu Benfica amanhã, que era o que tanto gostava. Foi ela. Vejo em casa no sofá. Comigo... os filhos sempre primeiro (e eu também não fiz sacrifício nenhum... pchiuuuuuuuu)

Valeu, querida. Quando leres, verás. E recordarás. Foi um dia inesquecível! :D

Valeu para a vida! ;)


Bem hajas. 

Se é um de cada vez... este já ninguém mo tira. :D