quinta-feira, 28 de novembro de 2013

O padrinho

Os metralhas: Manuel, Pedro e Abel

A vida tem assim destas coisas curiosas. Coisas raras que a tornam especial.

Tinha ido aos Correios em serviço e no caminho, ao parar para tomar um café, encontro-me casualmente com os meus dois bébés, os meus amores pequeninos que nunca tinha visto assim juntos. O Manuel nunca costumava andar de noite e o Abel dos tempos áureos, nunca via a luz do dia. Quando bebia (muito…) e se atiravam foguetes para anunciar as festas populares, desaparecia na festa da Abegoa que abria o programa estival e só fechava a época nas largadas do Porto da Espada. Sempre em grande e sempre em vinha de alho. Agora que a Santa Casa lhe estendeu os braços e foi mesmo de misericórdia, arrisca-se a terminar os seus dias onde os começou porque foi lá que nasceu. A vida…

Claro que hoje foi uma festa (para mim sobretudo) e tivemos logo de tirar uma foto para a posteridade.

Tenho dois afilhados que amo como se fossem meus filhos. Só não os gerei mas quero-os como às minhas filhas e quero que saibam que podem sempre contar comigo. Para tudo. Não tenho duas, tenho quatro, com o João e a Maria.

Esses são os oficiais. Estes dois bébés da fotografia são os afilhados bastardos, cotadinhos. Mas gostam tanto de mim e eu tanto deles que sou quase pai, com idade para ser neto.

Ultimamente, o Abel tem privado mais comigo. Como está na Santa Casa da Misericórdia de Marvão, vai-me visitar quase todos os dias e sabe que o padrinho sempre cai com uma onça de tabaco ou um copinho de vinho tinto. Quando me vê, como me dá pelo peito, ferra-me sempre um abraço apertado que o deixa com a cabecinha encostada a mim. Fotogénico, bem disposto, muito educado e sempre amigo, quando está bem barbeado, vai servindo de modelo para mim e para o amigo Bruno que trabalha na “Pensão Dom Dinis” e no bar “O Castelo” do meu primaço Jorge. È uma bela equipa. Com elementos destes dá gosto ver Marvão assim.

Esta relíquia é para eu emoldurar e meter por cima da lareira ao lado da que tenho cá com o Papa Chico ou da comigo em tronco nú com a Jennifer Lopez numa ilha tropical.Caliente…

Linda, não está? Olhem para a carinha de felicidade e de tonto (minha) e para o ar de frete (deles).

Vou oferecer uma dos três a cada um. Palavra de escuteiro!


Com o meu casaco de pele virado ao contrário para se ver a pele a fazer de ovelhinha. Tão amorosa...



Uma clássica instantânea. Ao melhor estilo Humphrey Bogart, com o Pall Mall recém adquirido e um tintinho servido pelo Bruno. Só falta o piano...


Com o apaixonado Dom Dinis, de tacinha na mão. Duas aves exóticas. 


Sem medo dos dentes do animal feroz. Mais difícil ainda.


Faz lembrar "Cheers", a série de tv dos anos 80, "where everybody knows your name..."

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Seu... Jorge



Até percebo que para as gerações atrás da minha, os grandes vultos da mpb (música popular brasileira) sejam os grandes ícones (con)sagrados por muitos, por quase todos. Falo de nomes intocáveis. Querem idolatrar o Chico (Buarque de Holanda), o Caetano (Veloso), o Tom (Jobim) e pouco mais, que assim já chegam.

A mim, salvo casos muito pontuais em cada um deles, passam-me todos ao lado. Nunca comprei um disco deles, nunca os vi ao vivo. Sei reconhecer que são muito bons mas… são apenas muito bons.

Do Brasil, gosto muito já há alguns anos do Marcelo D2, um rapper capaz de usar a língua portuguesa com maestria, sempre em grande batida e cruzando o hip-hop com ritmos brasileiros. Dele encontrei o vídeo credencial de apresentação de um canal de música brasileiro. 

Morou aqui nêssa ligaçãu em baixu? Valeu!

http://www.youtube.com/watch?v=NqKNqPFrv08

Mas de quem eu gosto mesmo muito é deste negão que nasceu na favela e descobri representando no assombroso filme “Cidade de Deus” como Mané Galinha. Este homem é um músico soberbo, capaz de criar ambientes linguísticos deliciosos, como na música que agora roda muito na rádio e ouço sempre com redobrado prazer.

Como diziam no anúncio dos seus espectáculos em Portugal: “Seu Jorge é meu, é seu…”

E “é de quem gosta de boa música brasileira”, acrescento eu.

Não há vídeo mas reparem bem na letra e na forma como diz as coisas.


Di si chupá uz deduz…



Ela é amiga da minha mulher.
Pois é, pois é..
Mas vive dando em cima de mim.
Enfim, enfim..
Ainda por cima é uma tremenda gata, pra piorar minha situação.
Se fosse mulher feia tava tudo certo, mulher bonita mexe com meu coração.
Se fosse mulher feia tava tudo certo, mulher bonita mexe com meu coração.

[Refrão]
Não peco, eu peco, não peco, eu peco, não peco não..
Não peco, eu peco, não peco, eu peco, não peco não..

Minha mulher me perguntou até: Qual é, qual é?
Eu respondi que não tô nem aí.
Menti, menti..
De vez em quando eu fico admirando, é muita areia pro meu caminhão.
Se fosse mulher feia tava tudo certo, mulher bonita mexe com meu coração.
Se fosse mulher feia tava tudo certo, mulher bonita mexe com meu coração.

[Refrão]
Não peco, eu peco, não peco, eu peco, não peco não..
Não peco, eu peco, não peco, eu peco, não peco não..

O meu cunhado já me avisou, que se eu der mole ele vai me entregar.
A minha sogra me orientou, isso não tá certo é melhor parar.
Falei, ela não quis ouvir. Pedi, ela não respeitou.
Eu juro! A carne é fraca mas nunca rolou.
Falei, ela não quis ouvir.(NÃO QUIS OUVIR)
Pedi, ela não respeitou.
Eu juro! A carne é fraca mas nunca rolou.

[Repete tudo]

[Refrão]
Não peco, eu peco, não peco, eu peco, não peco não..
Não peco, eu peco, não peco, eu peco, não peco não.. (4x)

domingo, 24 de novembro de 2013

Dia Nacional do Pijama - 20 de Novembro



Num dia desta semana, a Alice disse que tinha de ir para a escola de pijama. Havia um dia em que era assim o fardamento: de pijama. A educadora confirmou e enviou um folheto muito elucidativo que aqui reproduzo em imagem. Seguiu com o fato de gala e não compreendeu bem a minha graça por a ver assim de pijama na rua. Queria que também fosse assim para as finanças.



Traduzido por linguajar do vosso Tio Sabi: a ideia era que os miúdos, estando na escola, se sentissem em casa e na alegria de viverem numa família. A ideia era lembrar os que não têm a possibilidade de usufruir desse direito e sensibilizar os portugueses para os acolher.

Achei uma iniciativa muito interessante e capaz de gerar resultados.


Na sala de aula, aguardavam-nos duas tendas montadas para o efeito com o intuito de darem enquadramento à iniciativa e um mural com desenhos dos pequenos onde retractavam a sua família. Todos a sorrir, com a família a sorrir. Tudo bom, tudo normal, nada de armas brancas, nem nódoas negras, nem cenários de conflito mais comuns nas urbes. Muitos corações vermelhões e a minha Alice deixou-me algo perturbado com o desenho dela. Uma coisa boa foi que fiquei retratado com mais cabelo daquele que tenho na realidade, ao vivo, umas teias de aranha no alto da testa como lhe chamou um vizinho meu. Mas desenhou os olhos tão escuros… e os lábios tão rosados…













quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Bilhete triplo para o Brasil (em 1ª Classe)







Em boa hora decidi ver o jogo com amigos, num ambiente verdadeiramente familiar, na resistente Real Tertúlia do Camarão de Marvão, agora adaptada aos ventos de suão da Troika. Tertúlia resistente apesar dos difíceis novos tempos.

O jogo começou com espaços, a medo, com as equipas a medirem-se à distância.

Depois o Ronaldo marcou e tudo ficou mais fácil. Parecia que iria ser tranquilo até ao final. Bastava deixar o tempo passar.

Depois o gigante Ibrahimovic fez das suas e ameaçou o nosso sonho brazuca. Começámos a ficar piquininos, sem pio, a respirar fininho só pelo canto da boca. A medo… 

"Tu queres ver?... Ai..."

Até que rompeu um Cristiano Ronaldo demolidor. Uma força avassaladora que tudo arrasou. Desfez um estádio, um país e uma campanha ridícula de uma multinacional de refrigerantes que teve um erro lamentável e inadmissível.

Enquanto me encaminhava a pé para “O Adro” fui pensando na noite fria que os grandes homens vêem-se nos grandes momentos. Ou estão à altura, ou ficam pelo caminho. 

Assim foi.

Não tendo que provar nada a ninguém, Ronaldo reconquistou o Brasil, 500 anos depois do meu homónimo. Em apenas 90 minutos, numa exibição de sonho que lhe valeu a classificação máxima de “A BOLA” (nota 10/10 que poucas vezes me lembro de ter visto…), reconquistou o respeito de todo o mundo do futebol, fez crescer imenso a auto estima de um país (desgraçado que tem andado pelas ruas da amargura) e escreveu uma das mais belas páginas de ouro da história do nosso  futebol.

Grande gaiatão. Belo rapagão. Em vez deste nome renhónhó que a Tia Dolores lhe deu para homenagear a eleição do presidente Reagan (Ronald Reagan), haveria era de se chamar Viriato, para fazer bater o nome com a sua figura e performance.

Contudo, este é o melhor dos Cristianos Ronaldos, com 66 golos em 55 jogos. Veremos se a alcunha de “Comandante” chega para “a pulga” argentina.


Este é Cristiano é o melhor do Mundo. (ponto final). 

Venha a bola de Ouro! (ou a porra e ou os gajos são cegos?!?!?”)

terça-feira, 19 de novembro de 2013

E eu que ainda acreditava na Justiça portuguesa…






Sei que a coisa não foi assim tão grave mas… sempre tinha uma esperança secreta que o JJ fosse engavetado e a malta se visse livre daquela cabeleira tresloucada.

Nada feito. Passou. Safou-se na autópsia. Como eu.

Pelo andar da carruagem e a jogar assim de mal, mais depressa dou eu em maluco (mais?) que vejo o meu Benfica  campeão.


Sofre coração… (canta Paulinho!)



segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Talentos




Eu não sou exceção a ninguém e, como melómano, como apaixonado do mundo da música, também gosto de ver o Factor X, o programa que toda a gente acompanha na SIC. Não estou ali sentadinho, à frente da televisão a seguir tudo ao pormenor mas gosto de passar a noite de domingo que fecha um fim de semana de muitas arrumações e limpezas, a ver pelo canto do olho o programa que elas acompanhavam. Enquanto vou fazendo outras coisas no computador, vou vendo o que se passa por ali.

E o que se passava por ali era que o nível estava muito alto. Os críticos são bons e sabem o que estão ali a fazer.


Meia volta, volta e meia, os candidatos prendem-me a atenção e o olhar porque aquilo não é só cantar. Está muito longe de ser só isso. Percebo a emoção nos olhos de quem sabe e as lágrimas de gente rodada como a Sónia Tavares dos Gift quando vêem casos assombrosos como o de Diogo Valente, um miúdo rapper que tem um dom surpreendente de construir mundos de palavras vindos do nada com uma facilidade estonteante…


ou a Mariana, uma miúda açoriana com apenas 16 anos que toca piano, guitarra e canta de uma forma tão à vontade que faz acreditar que Deus existe porque é impossível que alguém tão novinho já tenha vivido para ter aprendido para fazer tanto e tão bem;


Ou um Rui Silva, miúdo que toca e canta e entra cá dentro. Olhem, tantos… Tantos e com tanto talento. Oxalá tenham oportunidade porque talento… não lhes falta seguramente. Cá estaremos para ver.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Rir

Os tempos estão difíceis. O aperto chega a todos. Resta-nos este sol fantástico e podermos rir. Eu que sou o “Taxman” como cantaram os Beatles, garanto que o riso não é tributado. Ser feliz não paga imposto. Asseguro-vos.

Ontem e hoje recebi por mail mensagens de amigos muito amigos que me deram vontade de inaugurar uma galeria neste blogue em remodelação pela mão sábia do meu irmão chamada: Colaboradores.

A ordem de publicação é a da antiguidade da amizade. São todos grandes amigos. Tenho com cada um deles uma amizade que não é mensurável. Assim, vai pelo mais velho, pela amizade mais antiga, pelo mais antigo como é na tropa.

Por falar em tropa, começo pelo Rui Felino, um homem que me habituei a admirar na infância pelos seus dotes futebolísticos. Era o craque que todos queríamos imitar na nossa Beirã natal. Na altura era muito mais velho que eu. Eu era mais da geração do mano Vítor, grande amigo também, apenas um ano mais velho que eu. Traduzido, isto significa que o Rui não me passava grande cartão. Eu era o bedelho. Depois andou pelos Comandos e foi militar de carreira. Nesse período fomos-nos aproximando mais e a diferença etária foi-se esbatendo. Cresci e já bebíamos umas imperiais juntos. Fomos-nos aproximando cada vez mais e hoje estamos bem próximos. Pelo menos eu sinto-me assim e sou capaz de não ser o único. Formou-se há pouco tempo, foi bater aos livros dos quais fugiu quando era novo. Casou com uma prima da minha mulher e somos quase parentes. Foi grande apoio na altura do acidente e deu muitas vezes boleia à minha mulher. Por muito que se faça, nunca se paga. Como não tem que se pagar, fica cá dentro. Fundo.

O segundo é o João Carlos Anselmo. Um amigo entre os amigos. Uma ligação muito especial. Diferente. De há muitos, muitos anos. Mais de 25. Deu-me a mão numa altura difícil da minha vida. Acreditou em mim quando não tinha alguma experiência de trabalho na área. Companheiro. É uma palavra que se aplica bem. Muito próximo.

Last but not least, Vitor Hugo Gonçalves Gandum. Iscspiano como eu, formado no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, é hoje colega na Autoridade Tributária. Conhecemo-nos nas Finanças em Marvão, onde trabalhámos juntos e encaixámos os dois. A visão da política, da vida, da sociedade, dos outros, do mundo em geral tornou-nos muito próximos. Podemos estar meses sem nos vermos. Quando nos encontramos parece que ainda trabalhamos juntos, que nunca nos separámos.


As anedotas saem como vieram. Levaram uns toques, uma mais que outras, mas ficaram com o mesmo sentido. O denominador comum é a inteligência.


Rui Felino. 
Amigo da Beirã.
“Está lá?”

Um homem liga para o Hospital Júlio de Matos. Responde o atendedor de chamadas com a seguinte mensagem:

"Obrigado por ter ligado para o Hospital Júlio de Matos, a companhia mais adequada nos seus momentos de maior loucura.

Escolha uma das seguintes opções:

* Se é obsessivo-compulsivo, marque repetidamente o 1;

* Se é codependente, peça a alguém que marque o 2 por si;

* Se tem múltipla personalidade, marque o 3, 4, 5 e 6;

* Se é paranóico, nós sabemos quem é você, o que você faz e o que quer. Aguarde em linha enquanto localizamos a sua chamada;

* Se sofre de alucinações, marque o 7 nesse telefone colorido gigante que você, e só você, vê à sua direita;

* Se é esquizofrénico, oiça com atenção, e uma voz interior indicará o número a marcar;

* Se é depressivo, não interessa que número marque. Nada o vai tirar dessa sua lamentável situação;

* Porém, se VOCÊ votou PASSOS, não há solução, desligue e espere até 2015. Aqui atendemos LOUCOS e não INGÉNUOS! Obrigado!


João Anselmo. 
Amigo de Santo António da Areias
“Um desejo. Um!”

Um homem caminhava pela praia e tropeçou numa velha lâmpada. Pegou nela, esfregou-a e... um génio saltou lá de dentro. Disse-lhe:

- "Livre! Libertaste-me da lâmpada, coisa e tal, blá, blá, blá... Mas esquece aquela história dos 3 desejos! Tens direito a um desejo apenas e ponto final!"

O homem disse:

- "Eu sempre quis ir aos Açores, mas tenho um medo enorme de voar... e no mar costumo ficar enjoado. Podes construir uma ponte até aos Açores, para eu poder ir de carro?"

O génio riu muito e disse:

- "Impossível. Pensa na logística do assunto. Como é que os pilares chegavam ao fundo do Oceano Atlântico? Pensa em quanto betão armado, em quanto aço, em quanta mão-de-obra... Não, de maneira nenhuma! Pensa noutro desejo."

O homem compreendeu e tentou pensar num desejo realmente possível.

- "Fui casado e divorciado 4 vezes. As minhas mulheres disseram sempre que eu não me importava com elas e que era um insensível. Então, é meu desejo compreender as mulheres; saber como se sentem por dentro e o que estão a pensar quando não falam connosco; saber porque estão a chorar... saber realmente o que querem quando não dizem nada... saber como fazê-las realmente felizes!

O génio respondeu:

- Queres a ponte com duas ou quatro faixas???!!!


Victor Hugo Gandum
Amigo de Marvão
"Kassumbé nus Angola"

Kussumbé lá nus Angola foi num estação di gásolina onde havia um cartáiz que dizia:

'Enchi us despósito e concorra a notê di sexu grátis'

Despois de enché o despósito, Kussumbé chamó us funcionário e perguntô:

- “Ei, como si faiz pra concorrere neisse promoção?”

- “É fácire: baista dizé um número de 1 a 10. Se fôr o mêmo número qui istou a pensari, o senhô ganha.”

Kussumbé disse então:

- “8”.

- “Irrasti!: Istava a pensari nus númbro 4...”

Uns dias despôs Kussumbé voltou au posto mais seu amigo Isbeleléu. Enchera us depósito, chamara us mêmo funcionáriu e perguntara:

- “Inda istás nus promoçã?”

- “Sim! Diga us númro di 1 a 10. Se acertá nus númbro qui istou a pensari, tu ganha uma note di sexu grátis”.

Kussumbé dissi:

- “5”.

Us funcionário dissi:

- “Oh… Irraste... Eu istava a pensari nus número 2...”

Despôs di voltarim várias vezis sim nunca terim acertadu, Isbeleléu comentô com Kussumbé:

- “Acho qui u gaju du posto istá a enganari a genti, pá! Nóis nunca acerta!”

- “Deixa di desconfiança Isbeleléu........ Simana passada minha mulhé acertó seis vezis 
 com eli... Nóis é que é burro, pá!”

terça-feira, 12 de novembro de 2013

O fio do Paulo



Paulo Morais é grande. O grande que é pode ser lido aqui na Wiki, ou abrindo esta hiperligação no facebook. Foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto como eu fui da Câmara Municipal de Marvão. Não pactuando com o jogo que estava estabelecido, saiu pelo seu pé. Como eu. Fundou a Associação Cívica “Transparência e integridade”. É íntegro, inteligente e sempre coerente. É como eu gostava de ser quando for grande.

O Paulo Morais foi-me passado pelo meu irmão Miguel que idolatra o homem. Aprendi com ele, mais novo, a fazê-lo. Às terças-feiras nunca o perco no Correio da Manhã, com a coluna “Fio de Prumo”. Hoje brilhou, como sempre faz. Certeiro, implacável, tornando inteligível o que pode passar ao largo para muitos.

Li-o na pastelaria Caldeira enquanto bebia uma sem com o meu fornecedor anual de pinhas depois da recolha de 2013: D. Carlos da Ramila, que se ficou por um sumo de fruta sem gás.

Tão certeiro foi o Paulo que paguei no site do Correio da Manhã para aceder a esta crónica que aqui publico agora. Num sistema para mim inédito, liguei para um número de valor acrescentado que me cobrou 60 cêntimos + IVA e abriu os conteúdos exclusivos em papel. A crónica vale bem o dinheiro que fica ao preço do jornal na banca.

O vosso Tio Sabi pagou. O vosso Tio Sabi divide agora pelos seus sobrinhos famintos de cultura, ávidos de prazer político. Leiam lá que eu fico à espera para vos dar pancadinhas nas costas para arrotarem antes de dormir.



Negócio da fome

Aparentes ações de grande solidariedade, as campanhas de recolha de alimentos para carenciados constituem, isso sim, agressivas operações comerciais.

Quem acaba por mais lucrar são supermercados e hipermercados, que veem as suas vendas aumentar. A seguir vem o estado, pois este acréscimo de consumo representa também aumento na coleta de impostos. E os pobres dos pobres que justificam as campanhas são, afinal, os menos beneficiados.

Em dias de recolha de alimentos, as grandes superfícies aumentam consideravelmente as suas vendas, sem sequer necessitarem de promoções ou até de qualquer trabalho de marketing suplementar. As administrações do Pingo Doce e do Continente, que no seu conjunto detêm cerca de 90% do mercado de distribuição, devem rejubilar com esta campanha comercial, disfarçada de ação solidária. Ano após ano, os Bancos Alimentares contribuem para o acréscimo da sua faturação em dezenas de milhões de euros. Parte significativa deste montante engorda os lucros das empresas de distribuição.

E não só. Também o estado tira proveito deste acréscimo de consumo, pela via do IVA que é cobrado, em muitos dos produtos a 23%, o que representa também milhões de euros.

Assim, os voluntários da Cruz Vermelha que participam na ‘Operação Sorriso' cumprem a função (involuntária) de promotores de vendas do Continente. Os milhares de jovens que colaboram com o Banco Alimentar julgam estar a ajudar as famílias portuguesas, mas as famílias que mais beneficiam das campanhas de recolha de alimentos são as de Belmiro de Azevedo e de Soares dos Santos.

A maior parte da ajuda fica pelo caminho, chegando às centenas de milhares de necessitados apenas uma reduzida percentagem do generoso esforço financeiro dos portugueses. E está mal aproveitado o trabalho abnegado de milhares de voluntários bem-intencionados que são usados, sem disso se aperceberem, como peças de uma máquina comercial. Para que as operações de oferta de alimentos aos mais carenciados sejam eficazes, há que encontrar esquemas alternativos de distribuição direta dos recursos. A atividade solidária não necessita de ser taxada com IVA nem de intermediários que retêm a maioria do valor dos donativos, como é o caso dos hipermercados.

E já agora, para terminar em alto nível, o comentário que deixei à meses na sua página do facebook. Foi no Verão. Provavelmente nunca o leu, mas a mim soube-me tão bem fazê-lo… Deixou-me tranquilo.


Paulo, és grande! Sou jovem, fiz agora 40 anos mas com trintas e muitos já fui vice-presidente do Município de Marvão. O nº 2. Larguei a política, como tu. Porque não há verdade e transparência. Muitos dos que estão na política, servem para se servir. Nunca fui assim, por isso bati com a porta. Nunca joguei baixo ou sujo. Sempre tive consciência que servia a população. Toda a população por igual. Revejo-me em tudo o que escreves e defendo que estaríamos bem melhor se um homem com a tua inteligência e visão mandasse nisto tudo. De certeza que darias um excelente chefe de governo. Até a representação do estado português ficaria muito melhor entregue à tua pessoa. Vou escrever sobre ti no meu blogue e dar-te-ei aqui conta quando o fizer. O meu blogue tem vários anos, milhares de visitas e está em "Vendo o mundo de binóculos do Alto de Marvão", ou pesquisando por “blogue de Pedro Sobreiro” num motor de busca. Fica em paz. Ainda bem que o estado novo já lá vai, senão… tinhas a cabeça a prémio! Ou já te tinham “dado caminho”, como diz aqui o meu povo alentejano. Recebe um abraço de profunda admiração, do Pedro Sobreiro.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Saturday night fever (at Luz Cathedral)

Que bem ficou o meu vizinho Manuel... E o Sr. Marvão em Marvão? Categoria!



Noite fria de sábado. Já era bem escuro quando desci Marvão. Estava cansado e realizado pelo muito que vi e vivi na 30ª Feira da Castanha, acompanhado pelas duas infantas a meu cargo, por a mãe estar de serviço. Apesar do amasso, resisti ao calorzinho reconfortante da lareira de casa e rumei à pastelaria Caldeira, no coração de Santo António para ver o dérbi na televisão dos ricos que já tive me casa antes da barcaça lusa ter batido na Troika. Moveu-me sobretudo a companhia: o meu irmão Miguel, sportinguista convicto, sócio de tão convicto que é. Sócio como eu já fui do Benfica. Tempos que já não voltam, porque eu não quero. Esmolas dou nas eucaristias.

Foi um jogo tranquilo. Violento mas tranquilo. Longe vão os tempos em que os Benfica X Sporting no café Saúl quase terminavam em batalhas campais dos manos Sabis. Gritos, murros na mesa (chegou até a haver empurrões!) Quem assistia às cenas de pugilato (quase…) era amigo, estava na mesma onda etílica e tudo acabava em beijos e abraços. O mais importante prevalecia: o amor, o respeito e a amizade.

Estes rapazes quiseram reeditar o dérbi como eu fiz com o mê irmão. Uma glória do Benfica e uma do Sporting. Como nós... Invejosos...

Neste dérbi lisboeta carrossel da Taça de Portugal 2013 houve muitos golos em que São Cardozo voltou a salvar um JJ por ele cada vez mais abençoado. O Benfica brilhou mais pelo calmeirão que já não é o patudo que só sabia mandar “bicos” e marcou 3 golos assombrosos, plenos de intenção e inteligência, sobretudo o de execução na diagonal, de dificuldade atroz.

Mira mamacita: ya se contar! Uno, dos, tres! A que si?


O Sporting foi mais equipa contra um só homem, nunca desistiu, lutou e quase gelou o inferno da Luz. Desmoronou-se com um lance caricato que envergonha a exibição de um enorme guarda-redes, um dos maiores da Europa, que defendeu bolas certeiras que iam com selo de golo. Não manchou. Aconteceu. Como se viu ali que acontece aos melhores.

Por assinalar ficaram dois penalties claríssimos contra o Benfica, um de Luisão e uma mão de André Almeida na área, a fechar.


Regressei a casa em paz. Não pelo resultado mas antes pelo que vi e com quem vi. Valeu júnior. ;)








VIDEOCLUBE DA PARTIDA:

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Dia 8 de Novembro - Greve Geral

A minha ideia era fazer greve amanhã. 

Queria fazer greve porque tem sido demais. Qualquer dia ainda lhes pagamos para ir trabalhar. Por enquanto ainda vai dando para almoçar na “Cantina da Troika” mas qualquer dia, só há côdeas para roer. A resposta é fazer greve, mostrar o desagrado. Mas… e se esse desagrado me custar o que recebo por dia para comprar uns sapatinhos para as filhas, comerzinho cá para casa ou dinheirinho para dar alegria a mim? Eu sei que o vosso tio está fraco e a sucumbir. Com gajos como eu não se avança nada mas… o povo tem de ser sereno. Tem. Tostão é tostão. Tostão a tostão enche o funcionário o papinho. Será?

Indo trabalhar e não podendo fazer greve porque não me apetece (estou a fazer com os dedos o sinal de pilim. Não me apetece, prontos!), manifesto-me aqui com as imagens que recebi de desagrado.


Ao trabalho mas contrariado.