sábado, 30 de abril de 2016

Benfica: 1 (apenas) – Guimarães: zero (0)



Foi um jogo absolutamente... desconcertante e de um sofrimento angustiante e prolongado.

O Benfica levou 45 minutos a encontrar-se e não jogou peva. Vi a 1ª parte na minha amiga Estrela algarvia Velhaca, leia-se Snack Bar “O Adro” e, ao final da 1ª parte, vi-me obrigado a sair. Estava a começar a faltar-me o ar. Quando para lá fui, saí para a comunhão da festa entre sofredores e não resultou.

Sofreria o resto em casa, que um gajo é pobre para dar dinheiro a ganhar aos manos Oliveira para ver a bola (esse tempo de vacas gordas do pré-Troika já lá vai), mas para ver em casa o meu Benfica (e o Leicester do Ranieri a fazer história e a conquistar o 1º título inglês) por 9 euros por mês, ainda dá!

Como marcar se eles não estavam a jogar um chavelho?!?!?

É certo que o Guimarães estava muito arrumadinho mas, que me lembre, fizemos um remate digno desse nome, com o intuito de fazer golo, na 1ª parte. Já em casa, logo a abrir a 2ª metade, um passe teleguiado do mago, agora muito em baixo, Nico Gaitán, foi encontrar o cada vez mais belíssimo Jardel, numa jogada certamente muito estudada nos treinos e que fez morrer o esférico no centro dos cornos da baliza vimaranense.



Eu disse belíssimo Jardel? Dasssssssssssssssssss e aquele passe de enterra-o todo que isolou um na cara do nosso guardião e marcou a minha forma de ver o desafio e ia marcando o resultado?

Valeu São André Almeida que safou a baliza por duas vezes, toda escancarada.

Um bacano nas bancadas, rezava e pressionava-se a pedir a benção para os meus. Como se os outros não fossem católicos também… E como se Deus não tivesse mais nada com que se preocupar.

Muita pressão no final, muito sofrimento e eu pensava que estava curado disto.

Há fatos indesmentíveis e contra esses não há argumentos:
- Depois de hoje, a 2 jornadas do final da 1ª Liga, o meu Benfica tem cinco pontos de avanço, 5! sobre o Szborten, que vai jogar amanhã jogar no Estádio do Dragão frente ao F.C. Porto. How interesting…

Dizia a Barbie dos 300 que quem é que tinha de olhar para cima? Boneca...

E a boa da carteira que não me foi lá levar ao serviço, a camisola do Porto que me queria emprestar para eu poder vestir amanhã.

Ainda bem porque acho que não era capaz…

Malta… o mais saboroso está quase…

Amanhã vamos ver os touros de palanque ;)


quarta-feira, 27 de abril de 2016

O meu 25 de Abril

O Dias, a Adelaide, o Pires, a Susana, o Jorge, o Barradas, o Bugalhão, a Teresa, o Baltazar, o Sobreiro

Capitães de Abril em Marvão

A precisarem de ti, também
.
Ajuda-nos a ajudar-te

Precisamos todos uns dos outros

A redação por Pedro Sabi, 42 anos.

 O 25 de Abril é isto que vou fazer a seguir. O 25 de Abril é poder falar livremente e não ter medo. É não ofender, não vilipendiar mas ser livre de expressar democraticamente a minha opinião. É certo que me sinto e sei que sou um ser que tem tido a benção de Deus para conseguir o meu lugar ao sol. Tenho consciência disso. Mas também sei que nunca assumi nada por garantido e tudo o que tenho neste mundo, tem sido fruto do meu trabalho, da minha força e perseverança.

Quem decidiu encostar o sonho de uma carreira no jornalismo, para assim poder voltar para a sua terra, para o pé dos seus e do amor da sua vida, que há distância percebeu que assim o era, para trabalhar naquilo que nunca imaginou; tem propriedade para falar assim.

Eu estou aqui e sou feliz. Não concordo, de todo, com quem está à frente do executivo camarário e isso é mais que público. Foi por essa discordância que decidi sair, pelo meu pé, por não querer mais do mesmo e estar farto. Desejoso de cumprir o mandato até ao fim mas contar os dias até que isso acabasse.  

Pensei nesse então e muitas vezes depois disso, que o meu envolvimento político tinha acabado, mas este impulso é mais forte que eu. O amor a esta terra que sempre pulsou dentro de mim, fala mais alto e o “Marvão para Todos”, este movimento cívico que une homens e mulheres de bem que pensam mais na sua terra que no seu interesse próprio, tem sido um porto seguro, um miradouro e uma guarita.

Decidimos entre todos, como sempre, trabalharmos em equipa e apresentarmo-nos na cerimónia do hastear da bandeira para comemorar os 42 anos da revolução do país, e para simbolicamente. darmos o sinal a quem lá está a mandar e pensa que em 2017 vai ter a barra livre para mais uma maioria absoluta.

Vive-se um fim de ciclo do atual presidente e, como é seu hábito, não preparou as coisas para uma sucessão natural. O vice-presidente, que bem conheço desde a escola primária é… o seu vice-presidente. E o outro vereador é… o outro vereador.

Equipa nunca houve. Planeamento, estratégica, espírito de grupo… zero!

E foi por isso que nós, capitães e capitãs de Abril, quisemos aparecer, quanto mais não seja à sua frente, para saber que estamos lá. Para saber que estamos cá.

Para isso e para os senhores compreendam que o nosso Luís Barradas, tem as costas quentes e quem o proteja. Desde que seja um profissional, à prova de bala, como sempre foi; e consiga desempenhar toda e qualquer tarefa que lhe seja proposta, como sempre fez; de forma humilde e abnegada, como é sua tarimba, não há quem lhe possa tocar.

Que graça me dá ouvir falar este senhor que manda agora, a dizer que antes do 25 de Abril quem não tinha as ideias iguais às de quem mandava, era perseguido. Caso lhe pudessem se feitas questões, perguntar-lhe-ia, que de tão estranho se passou para o Luís Barradas ter deixado de ser um polivalente todo o terreno, como o deixei quando estava sob a alçada dos meus pelouros, responsável por uma carrinha com a qual percorria o todo o concelho a ajudar quem precisasse; para passar a ser encostado e quase não ter serviços adstritos? Ao ponto de ter que utilizar os transportes que partilha com todos os seus colegas que não tinham funções desse género?

Mistério…

O que ele tem de saber é que vivemos numa sociedade justa, livre, igualitária, onde funciona a meritocracia, e onde todos, todos fazemos falta.

Foi pois com enorme alegria e espírito aberto que todos estivemos ali reunidos. Para ouvir os discursos neste dia tão importante para a nossa sociedade e para dizermos, como o olhar, em silêncio, que estamos aqui e vamos a jogo. Ainda não sabemos bem quem e com quem mas… os caminhos fazem-se caminhando e há que ter muita calma, sensatez, muita firmeza e inteligência.

A banda chegou, os eleitos chegaram e os discursos começaram. Não sem antes terem havido diversos contratempos embaraçosos de pequenas falhas, graves para quem estava atento, bem reveladoras do desnorte que vai naquela casa.    

“Coisa pouca”, dirão alguns. “Coisa feia”, digo eu e não me considero mais esperto que ninguém. Tenho o meu quê.

Tocou o hino primeiro e falou-se depois. Certo. Bem.


Não me consigo recordar já bem qual a ordem mas sei que falou um representante do PSD, que anteriormente creio que esteve ligado ao CDS e faz sempre uns discursos de alto gabarito. Muito terra a terra, muito “Correio da Manhã”, por vezes muito eloquente, fazendo diversas citações mas sempre muito assertivo. Recordou o 25 de Abril e o tempo da peseta. Leu. Esteve bem.

O representante do Partido Socialista, o meu bom amigo Jaime Miranda, creio que marcou a sua estreia nestas andanças e elevou o nível qualitativo dos discursos neste âmbito municipal para um patamar nunca antes atingido. Leu um discurso muito bem redigido, ele que foi sempre um exímio escritor e homem de artes que se perdeu para ramo das economias, mas quanto a mim, eu que sempre fui um admirador da sua obra e trabalhos, porque deveria ter começado pelo final, onde terminou. Quando disse que “este discurso poderia ter começado por aqui…”, era precisamente por aí que deveria ter começado. E esse aí, eram as críticas que teriam de ser feitas a um executivo que não trabalha em equipa, nunca trabalhou dessa forma (nos quatro anos em que estive junto a eles não me lembro de ter preparado em conjunto sob a batuta do presidente, uma única reunião de câmara) e do pouco que fez, do muito que poderia ter feito, deixou muito por fazer. Tanta coisa….

Como lhe disse a ele, eu que digo sempre tudo aquilo que penso às pessoas, o seu discurso pela forma e pela análise que fez à sociedade portuguesa, algo puxada para a realidade do nosso concelho, poderia ter sido publicada num Expresso ou em qualquer outro órgão de comunicação de gabarito em Portugal. Mas para discurso do representante do maior partido da oposição…

Ele diz que a altura era desadequada por ser de festa e eu… faço por tentar compreender. Mas não compreendo.

Falou também o presidente a Assembleia Municipal, José Luís Catarino e a minha alma ficou algo espantada, confesso. Em primeiro lugar porque nunca tinha visto o homem numa destas comemorações da revolução de Abril e porque, segundo dizem as más línguas, ele é contra a coisa.

Antes de entrar no discurso em si, dizer que acho absolutamente fantástico que o senhor o tenha feito de boina e óculos escuros o que é uma coisa a todos os títulos, notável. Muito campestre e adequada.

A retórica foi livre e sem um guião para as palavras mas tendo nexo e sentido. Um sentido talvez um pouco citadino, muito centrado numa certa exposição patente na Assembleia da República, muito pouco centrado no nosso concelho, do qual preside um órgão importante, mas como é vulgo comum que circula pouco pela sua área, compreende-se.

Muita atenção também à parte histórica dos meses que se seguiram à revolução, até Novembro de 1975, mas com poucos putos da escola entre os presentes para aprenderem algo que a wikipédia lhes dá de borla. Onde há distância e aborrecimento, há algum tédio e desconforto mas nada que nos preparasse para o que se seguiu.


Depois de alguns discursos com momentos altos para o nível a que estas coisas nos habituaram, o presidente do município surgiu de peito para falar sem qualquer suporte que o norteasse. Foi um discurso… que se inscreve na linha do que o senhor já nos habituou. Longo demais, disperso, vago e eu dei por mim a pensar no interessante que seria se tivéssemos um escriba a teclar cada palavra para que depois pudéssemos dissecar, frase por frase. Seria uma catarse! Hipnótica.

Foi de uma abrangência astronómica e com uma crispação latente verdadeiramente notável. Viu-se zangado, viu-se austero, viu-se crepitante. Ele bateu nas grandes cidades e no poder central que nos deixa condenados ao nosso infortúnio no interior; ele elogiou todo o seu vasto legado na câmara que encontrou como se tivesse sido um campo de batalha e agora é um autêntico jardim repleto de fabulosos regulamentos para tudo e para nada… olhe! E se pudéssemos fazer perguntas, eu só gostaria de fazer algumas muito simples porque estão perto da minha casinha.

Senhor Presidente, menino Pedro Sobreiro da Beirã, agora a viver em Santo António, no Bairro Manuel Pedro da Paz. Gostaria de lhe fazer perguntinhas. Posso?

Então com a sua licença...

Ó Senhor Presidente, eu já contruí a minha casinha há 12 anos e na altura, havia um prazo e regras para o fazer. Isto antes de o senhor chegar, atenção! Nós construímos as nossas casinhas, gostamos que esteja tudo bonito, arranjadinho e como é que o senhor que diz que há regras para tudo, deixa que existam lá lotes que ainda estejam com os alicerces de pé e de fora, desde então? Acha que é legítimo? Não acha que é um pouco… estranho? Muros ainda em tijolo a céu aberto… As entranhas do bairro a verem-se?

E já agora, como é que deixa que venha lá para o bairro uma Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Deficiente Mental de Portalegre, que eu votei a favor para que viesse porque traz desenvolvimento, emprego e tenha lá mesmo em frente uma estufa de plantas com um aspeto algo… estranho? É que eu tive de deixar uma distância para o terreno de trás… Aquilo pode estar ali? É que uns não podem ser filhos da mãe e nós, os outros, filhos da outra senhora… não é verdade?

Olhe, Senhor Presidente, e porque é que não cria lá algumas coisas que fazem falta às pessoas que vêem visitar os utentes ou trabalham lá? Do tipo zonas verdes e um estacionamento maior? E já ouviu falar em contentores do lixo e de reciclagem incrustados no chão? Limpos com maior regularidade? Eina pá... bestial!

Mas aquilo também não era para fazer perguntas. 

Um tédio…

Uma pessoa que tem dois dedos na testa sabe que quando está a falar em público e a malta começa a desviar o olhar, ou a deixar tremer e baixar os instrumentos (coitadinhos, os cachopos da banda...), ou a falarem entre si… se calhar, é porque está a a ser demais.

Quando fui vice-presidente dele, tive de mamar grandes estuchas e fazer o ar de quem está a gostar. Agora, cansei-me e fui fumar um cigarrinho para a muralha, onde tirei diversas fotografias. Eina pá! Que bom. Mesmo mal criado. Mesmo desalinhado.


Encostei-me a uma porcaria de um carro e aquela porra começou a tocar o alarme! Mas eu não fiz da prepósito! E estava lá a GNR... Que bonito seria se a minha senhora tivesse de ir buscar-me à prisa...

Mas nem assim acabou...

No beberete bebi dois copinhos de sumo de maçã (uma categoria!), fui tirar a foto com os meus camaradas de bem que queremos chegar a todos e de todos precisamos para que possam perceber que ele não dão nada deles! Dão o que é nosso! De todos! Bem público! E nós queremos o bem para a nossa terra!

E eu digo o viva que não deram:

Viva a liberdade!

Viva a revolução!

Viva quem quer o bem estar de todos!


Viva Marvão!


terça-feira, 26 de abril de 2016

Não custa nada, ser bem educado, ser bem educado, ser bem educadooooooo





Num jantar de domingo do São Marcos 2016, comigo e com a mãe, depois de a ir apanhar à garraiada a que foi acompanhada com a mãe do amigo António (que eu ainda tolero touradas a sério, mas não tenho a mais menor paciência para ir ver meia dúzia de “valentes”? a esgarrarem da vaca), ela insistia em comer o franguinho assado que fomos buscar à velhaca (D.ª Estrela algarvia do snack bar “O Adro”) com os talheres trocados:

- Alice, filha… o pai já te disse muitas vezes que os talheres não se usam assim. O garfinho fica na mão esquerda e na direita, a faquinha…

De pé automaticamente, com pose fleumática e intempestiva:

- TU… OUTRA VEZ COM AS TUAS MANIAS! JÁ VENS COM AS TUAS COISAS!!!

A mãe Cristina: “Alice, o pai está a ensinar-te! Tu não queres aprender?

- OLHA! FICAS SABENDO QUE EU COMO SEMPRE ASSIM!!! DESDE OS MEUS 3 ANOS!!!!

E sai-me porta fora para a sala, a abanar os caracóis…

Eu boquiaberto, olho sem ação para a mãe. Fico sem força…

A Alice regressa escassos minutos depois.

(Vem pedir desculpa, por certo!)

Com ar zangado, enche a mão com um punhado de bayatas fritas e sai para a sala. A comer como se fosse um pequeno animal selvagem.

Aí desliguei o fusível e já foi a mãe, que trata da roupa e da lavagem dos pijamas e das nódoas, a gritar.

Alice, este cavalinho selvagem com apenas 6 anos. E com mais 10?


Medo!


quarta-feira, 20 de abril de 2016

Em dia de romaria...






Comecemos pelo princípio, o que dá sempre jeito. O Miguel Araújo é, na minha opinião, o maior cantautor da minha geração (apenas 5 anos mais novo que eu).

Temos também o Tiago Bettencourt, que também é muito forte mas não tem, de todo, a sua coerência e profundidade lírica. O David Fonseca é outro ponta de lança, mas cantando na língua mãe, não tem sido capaz de atingir a densidade das palavras que tão bem cantava em inglês. O Manuel Cruz dos Ornatos Violetas é também outra figura de proa mas tem-se deixado ficar para trás e vai aparecendo muito esporadicamente. O João Paulo Simões, que encabeçou os Belle Chase Hotel é também um extraordinário compositor; tal qual como o Jorge Cruz dos Diabo na mesma que agora tem escrito para fadistas com grande alegria e sucesso (Ana Moura) mas nenhum deles conseguiu alguma vez fazer uma música tão forte para quem viveu a meninince e adolescência no nosso tempo sobre um dos ícones definitivos dessa altura como o nosso Miguel.



   
O insuspeito “Expresso” concordava com o que hoje penso, já em 2012, quando disse que “é notório que Miguel Araújo se tornou um dos melhores fabricantes de canções que o país viu surgir este século”.

O Miguel é o Rui Veloso da nossa geração mas tem a diferença de ter o Carlos Te a viver dentro dele. São os dois num só e isso é tudo.

E é por isso que de cada vez que tenho oportunidade de o ver ao vivo, tudo tenho feito para não ficar em casa.


Fuivê-lo ao Crato, com a minha Leonor e assim que soube que vinha a Portalegre, não descansei enquanto não arranjei bilhete. Consegui um para mim, outra para ela e fartei-me de dizer à minha patroa se queria que a mana, com fala diversas vezes durante o dia, ou alguém lá da casa dela quisesse ir…

Como não soube de nada, voltei a pedir ingressos que estavam a esgotar para os 3 cá de casa.
   
Acontece que a minha Leonor já namora (difícil, duro) com o Einstein da terra das torres da Robinson e nesse dia, trocou-me. Foi pela mão rapazinho, de boleia com os papás, ver um dj chamado KYGO, ó valha-me Deus. Anda um gajo a vida inteira a passar-lhe bons gostos musicais, coisas com estilo, pompa e circunstância, com pedigree e à primeira oportunidade, vai-me daqui de propósito a Lisboa para ver um disco-joker norueguês. Isto é mau demais. Mas o Sabi merece. O Sabi arreia.


Eu, de certeza, de certezinha que ia ver o bom do Araújo. A mãe teve uma Alice que fez uma cena terrível de bebé que não costuma fazer, e esteve quase, quase para não e ir.

Pensei, se não tinha a filha para ir comigo, não me queria desfazer do bilhete e perguntei à afilhada se queria alinhar. Esta, é daquelas que nunca falha. E assim fomos, lá todos três, para termos uma noite de romaria.



O Miguel é mais novo mas é sabido e rodado. Se o homem está farto de fazer estrada e estas coisas não se aprendem num compêndio. Aprendem-se vivendo.

Exímio compositor, excelso fazedor de canções, também faz franchising e escreve para fora, esticando a cama de lençóis lavadinhos para os outros brilharem e se deitarem.

O “Pica do 7” do Zambujo, por exemplo, no vídeo do qual faz um cameo sentado no elétrico, é um hino ao bom gosto, à musicalidade e portugalidade.


O Centro de Artes do Espetáculo de Portalegre, que cumpria o 10º Aniversário (parece que foi ontem…) estava cheio a rebentar pelas costuras com gente que venceu a terrível noite de frio e chuva porque queria mesmo ali estar. O Miguel, admirado pelo incrível calor humano e coros que recebia das cadeiras em frente, apresentou-se humilde num palco muito simples, negro, sem adereços, apenas com duas aves de papel suspensas do teto, acompanhado apenas por dois músicos que foram aparecendo durante a atuação, nas teclas e no baixo que fazia as marcações rítmicas.

Para um homem que, com a companhia do parceiro Zambujo atingiu recentemente o notável marco de encher por 17 noites consecutivas o Coliseu do Recreios, estas noites, qualquer noite destas noites, lhe há-de parecer um ringue de patinagem de bairro. Uma coisa pouca. Mas não. Mostrando-se verdadeiramente feliz por ter conseguido reunir tantos amantes da sua obra, que o acompanhavam ao deslindar de cada êxito. O Miguel sentiu-se em casa.


Não deu um concerto apoteótico, mas foi também por demais evidente que isso nunca foi o que pretendeu. Poderia ter ido para os temas mais orelhudos, que toda a gente conhece de trás para a frente e de frente para trás, mas não. Escolheu um line-up muito pouco frontline e de temas menos conhecidos. Recriou, recriou-se, brincou consigo e com o domínio da sua obra.

Manifestos, por demais evidentes disto que digo?

A meio do show, não no final, tocou ao piano dois temas que, percebeu-se que muito gosta, um de Elton John Sobre Lizza Minelli, e Portsmouth do Elvis Costello. Temas que muitos poucos dos que enchiam a sala conheciam e gostavam tanto quanto ele, certamente. O Elton John jamais seria um artista do qual seria capaz de ouvir um disco, quanto mais comprá-lo.



As músicas que todos esperavam, chegaram ao final com o ar de café concerto num pub qualquer, em que o artista, com a guitarra a tiracolo, espicaçava quem tinha à sua frente sobre o que tema que se haveria de seguir.

Sairam assim os clássicos imediatos pelos quais todos esperavam:




Eu, que sempre fui assim um desalinhado, sempre a pensar muito pela sua cabeça, pude deslumbrar-me com o maravilhoso casamento de cartório, tal e qual como começou o meu,



Esse ou com a soberba festa de romaria que viemos a saber que foi composta em Portalegre no bar Xisterna com o apoio enorme do amigo Zambujo em 2007, provavelmente na altura em que o conheci em Marvão, quando era vice-presidente, vereador da Cultura e o trouxe a Marvão a acompanhar os amigos do Quarteto em Mim no feriado municipal.

Boas memórias.


Gostei da conversa. Valeu! Ficou aberta para o teu regresso um dia?

domingo, 17 de abril de 2016

Limpinho, limpinho

Fora de jogo é... quando u jugadore sai de campo e passa a baliza ou sai do estádio a correri, 
Todáááá genti sabe isso. :P


Esta trapalhada dos meninos do glorioso andarem sempre a mamarem na estucha tem d’acabare!

São levados ao colinho. Sempre! Cambada de…

Nós é que, no Szuborten Clube de Portugali trabalharemos no duro.

Arranja aí mas é mais uma chicleti.

Eu, Cruyif da Reboleira, ex-treinadore do Amora, ainda disse ao gajo antes de me mandare ir tomare banho que não fui porque o secador de cabelo em Moreira de Cónegos era uma…: “Há mais jogos… Olha que há mais jogos!” (até se cagou todo, de certeza).

O Prez mandou-me uma mensagem que eu ainda não sei ligare esta merda do telefone a dizer-me (que me leu o Raul): “Boa Jota Jota! Chegalhi obra!”

Eu disse-lhe: Raúle, manda-lhi um lol. Eheh

E ainda nos tiraram um q’era limpinho, limpinho também!

Esta merda do Estado Islâmico nunca mais cá chega para acabar c’aquilo…


BRUNO... aponta aí: BRUNO! DE CARVALHO! Manda-te pró...  Faz-te a folha!
PAIXÂO... P A L H A Ç O! Escreve aí,

sábado, 16 de abril de 2016

Trágico-comédia eletrónica em 2 actos (só porque sim e foi assim)



Aaaahhhhh...! De volta à vida e à vossa companhia também.

Ainda bem porque eu também vivo e sou feliz aqui, na internet.

A internet, para mim, não é uma feira de vaidades onde venho mostrar o que tenho de novo, do tanto que, graças a Deus, tenho. A internet antes é uma extensão da minha existência. O Pedro cibernético é o velho Sabi de sempre, mas que ultimamente não tem podido respirar. Por nenhum castigo em concreto, nem qualquer privação derivada da minha forma de ver Cristo e o mundo. Aconteceu porque… me aconteceram coisas que só a mim.

Azar 1: Numa das minhas corridas de manutenção semanais, que tanta falta me fazem para me poder sentir eu, para me sentir capaz (quanto mais não seja de enfrentar e encarar novos desafios, até profissionais), na ultimíssima foto que estava a tirar de Marvão para o meu vasto espólio do Google fotos (o melhor disco rígido com que poderia sonhar, com milhares de instantes que são alimentados todos os dias) deixei cair o meu smartphone, um Samsung Galaxy SIII Grand Neo de bruços na valeta e esta tinha um calhau que deu um beijo de morte ao ecrã que o fez estilhaçar em 1000 pedaços. Isto da queda já tinha acontecido uma vez ou duas mas eu, tão zeloso do que é meu, tinha sempre conseguido meter-lhe o pé por baixo para amortecer, ou lhe conseguir dar um toque para não cair desamparado, que o salvou. O que aconteceu agora nunca antes tinha acontecido e foi o peido mestre. Pim! Até doeu!

Perceba-se que não é assim um grande telemóvel, um todo XPTO, caríssimo, mas sempre custou 100 e poucos euros e ainda só tem 1 ano.

Após a desgraça, tentei não entrar em histeria e começar aos gritos feita puta tresloucada, embora a vontade para tal ser… enorme.

Tentei sobreviver alguns dias com esta mazela, mais que 15 dias, procurando nos meus assessores da área informática, uma mezinha que me salvasse, até porque a ida para a fábrica iria privar-me dele tempo a mais e não seria propriamente barata. “Para isso, mais valia um novo”, ouvi, cético dessa alternativa porque os euros são contados ao euro. “Havia um gajo que fazia isso por…”, “ah… eu conheço um amigo de um amigo”… e o Sabi à espera e sempre a mesma resposta ao final: “olha, parece que já não”. Lá segui então cabisbaixo, cada vez mais remediado com a falta, até que as palavras do meu chefe se fizeram realidade: a quem por Deus anda, Deus ajuda”.

Estava eu a fazer uma cobrança no serviço e tinha o gajo poisado a meu lado, creio que à espera de uma mensagem da mulher. E o rapaz que estava a atender, muito simpático, disse-me: “Epá, você tem o telemóvel assim? Olhe, eu conheço casas em Lisboa que abriram apenas para reparar iphones e ipads e agora já substituem vidros em todos esses aparelhos. O contato é http://www.iclinica.pt/. E eu contatei info@iclinica.pt para saber preços e prazos de entrega. Orçaram-me o amanho em 70 €. “Ora para um que custou mais do dobro, e é tão jovem”, pensei, “é capaz de valer a pena”.

Correu tudo 5 estrelas. Recorri ao próprio serviço de entregas desta empresa, em vez dos CTT, e fizeram todo o percurso. O cachopo que o apanhou em Marvão, estando eu no serviço, ligou-me a dizer que o camião não entrava na porta de ródão.

“Não há problema que eu vou-lho aí levar”, o bom samaritano dixit.

Lá chegado, sai-me um alentejanorro com vinte e poucos, todo marialva.

Vendo a cena, confrontei-o: “Atão ó patrão? Disse-me que a furgoneta não passava na entrada da vila mas desconfio que ela é tão pequena que até sobe as escadas para a torre de menagem do castelo!”

Ele, “Vá, despache-se lá que eu tenho mais que fazer. (Boa resposta! A melhor defesa é o ataque!)”

“Tome lá o telemóvel”, disse-lhe.

“Assim?!?!”

“Já está limpinho! Já lhe tirei o cartão de memória e o cartão da MEO”, pode levar, avancei.

“Atão mas não há uma caixa?!?!? Olhe qu’isso vai para ali aos trambolhões e escavaca-se todo. Se já está tremido… vai acabar de se dar. Olhe que eu posso cá vir amanhã e levo-o como deve de seri”.

“Não leva nada! Isto vai mas é já hoje. Já ando com este catano enguiçado há tanto tempo que não posso aguentar mais floreados. Vai já assim! Espere aí só um minutinho que a minha mulher trabalha ali no Turismo e vai-me emprestar uma caixa.”

E assim foi. Com um embrulho que servia mas estava muita mal esgalhado onde nem sequer meti o meu nome e o que ia lá dentro, mas foi. E a lida que me deu nesse dia se perdia a encomenda???? Liguei para lá no outro dia de manhã e cachopinha tranquilizou-me: “Chegou bem”.

Enviei num dia, repararam e paguei por transferência bancária no outro, devolveram no seguinte.

Coisa pouca mas para o Drocas, um azar nunca vem só. Como a memória do telemóvel é pouca, tinha comprado um cartão micro sd daqueles de 8 euros para guardar muita imagem, músicas e para ser necessário fazer apenas duas transfegas anuais para o portátil de casa. Esse cartão, ficou muito bem guardadinho, colado com fita cola à capa de silicone.

Então e o cartão da TMN??????? Do MEO?????????? Voltas e mais voltas e mais voltas e nada. Mas onde é que eu meti aquela porra?!?!? Onde é que enfiei o bom do cartão que me faz tanta falta? Procurei na minha gaveta dos acessórios móveis (tudo muito bem guardadinho), nas minhas gavetas no serviço e nada. A história da minha vida: guardar tudo tão bem que quando queres… não acho.

Solução? Dar o cartão do cidadão à minha Cris na sexta, que não trabalhava por estar de serviço ao fim de semana e pedir-lhe para ir ela à loja do MEO no CTT porque ali davam logo o cartão de imediato e por correio demoraria dentre 3 a 5 dias, como me explicou a menina ao telefone.

A minha Fernanda Cristina foi lá e disse que não lho davam a ela, teria de ser ao próprio.

Ao próprio?!?!? Mas se levas o meu cartão do cidadão que comprova tudo, que mais querem esses gajos?

Que não e se não… lá teve o Pedro Alexandre de ir à loja, sábado de manhã.
- Uma segunda via?
- Sim.
- 8 euros que serão debitados na fatura do mês seguinte.
- Correto e afirmativo, filhinha. Se assim tem de ser. Assim será.

Chegado a casa, meto as chaves na minha gaveta das chaves / tabaco / relógios / carteira normal e das moedas e que encontro eu, fora do sítio? A primeiríssima coisa? O dito, malfadado e mais que procurado cartão. Ele a olhar para mim, a rir de solslaio, com um balão a dizer : P A L E R M A.

Culpa? Minha! Toda minha! Impensável poder ser a de uma das 3 gaijas que vive comigo, que usam e abusam do meu material didático (canetas, cola, fita cola, lápis, esferográficas, pioneses, agrafos e clipes) e NUNCA METEM AS COISAS NO SÌTIO CERTO!!!!!!!!! A porra do meu mau feitio. :P

Resolvido o problema do telemóvel, que voltou a respirar quando viu a superfície da terra, qual o seguinte? Resolver o do computador. Estamos pois perante o AZAR 2: O PC. Não é bem o pc, mas a fonte de alimentação que lhe dá vida.

O meu pc não é um imac, como eu sonhava, como tem a minha querida Leone Holzaus, a maior pintora viva em Marvão. É apenas um Sony Vaio que comprei quando ainda era vereador, portanto, antes de 2009. Já leva 7 nas mãozinhas do xará. Nunca foi um grande maquinão, e foi comprado nuns saldos do Belmiro na “Worten sempre”, quando fez uma campanha que era mesmo de aproveitar. 500 + 99 euros por um pc? Levo!

Claro que do que eu comprei, resta apenas na íntegra, o teclado e o esqueleto. Meu amigo e grande artista das matérias Márcio Almeida, tem feito dele o maquinão Frankenstein que ele é hoje. Já lhe mudou as entranhas todas e está farto de o trabalhar e recauchutar. Tem feito um extraordinário trabalho. O cabo transformador de alimentação tem sido um elemento que tem dado algum especial trabalho. Já é o 2º que lhe proporciono e tem sido fundamental porque estas porras dos gadgets eletrónicos, se não têm bateria, não funceminam.

Acontece que o meu berrou e quando deu o grito último, fiquei sem pc. O meu companheiro, meu amigo, meu televisor (via Meo Go), meu confessor, meu muro das lamentações, a minha janela para o mundo, fechada.

Procurei, achei a garantia na pasta onde as arquivo todas e a minha parceira foi lá pedir auxílio ao Leclerco, onde o adquiri, ao abrigo dessa fatura de aquisição.

E que disseram lá? Que têm que mandar para a casa mãe.
- E quanto tempo isso demora? Perguntou a piquena.
- Ai, aí 1 mês, 1 mês e meio.

Relatório da cara metade: Pedro Alexandre, ou vais lá tu, meter forças motorizadas, ou nada feito.

E eu fui lá no sábado. Feliz porque encontrei o Nuno, um rapaz bem simpático que já tinha trabalhado na Conservatória de Marvão e portanto sido colega da casa do brasão.

Disse-me que tem de se fazer um relatório, e tem de se mandar para a fábrica. Sempre é o tal mês de espera.

- E eu fico tanto tempo sem ir ao computador? Não dá. Ainda ontem eu queria escrever e a minha filha não me emprestou o dela. Passa a vida agarrada ao tablet e ontem, que eu precisava dele, não me deu o pc.

Fui para o quarto ver as notícias e enrolar cigarros. Foi o que foi.

Ora eu para viver em pleno tenho de ter o smartphone a bombar e o pc em pena disposição, em velocidade cruzeiro. Nestes últimos dias, nestes 10 / 15 dias tenho-me sentido mais só, mais afastado do mundo, sem a minha cambada toda a “conversar e interagir” comigo.

Tenho andado longe das redes, do blogspot e da grande facebookaldeia global. Sem telemóvel, que de vez em quando também uso para conversar, não tenho visto as páginas da imprensa ao abrir do dia, não tenho interagido com os meus compinchas, não tenho podido saber deles e os comentários ao que escrevo.

Não há picanços futebolísticos, nem políticos que me fazem falta.

Acho que um homem assim é mais sozinho e se sente mais triste.

Sábado, por exemplo, ainda tinha o meu Samsungzinho com a maladine e ele não me pôde acompanhar no running. Acordei com fantástica boa disposição e uma força interior tremenda. Quis fazer algo muito esforçado na minha corrida de manutenção semanal e decidi subir Marvão. Escalar a serra de Ibn. Mais difícil ainda, pensei fazê-lo pela calçada medieval até à Abegoa, e dali pela Fonte de Concelho até lá a riba. Digo-vos uma coisa, os medievais eram rijos comá puta que os pariu, coitinha da senhora que não teve culpa nenhuma. Que difícil isto é, que isto foi. Aquilo não é bem correr. Para já é correr. Ponto assente. Isto porque um dos pés está sempre no ar e não é marcha olímpica onde os atletas têm aquele ar empanascado de quem tem sempre de ter um pé no chão.

Mas também não foi bem correr. Foi mais andar a trote, como fazem os cavalinhos de Alter. Na verdade foi a mexer. Mas mexer muito. Tenho de começar a ter cabecinha, pensar que já estou na casa dos 40 e o corpo já não vai estando disponível para estar alarvidades.

Eu, a trote, a escalar paredes na Fonte de concelho e a máquina a bater de forma brutal, sincopada mas sem sequer abrir o turbo.

Tudo a ser uma experiência verdadeiramente deslumbrante. O percurso é lindíssimo, cheio de manifestações de Deus e de uma beleza de tirar o fôlego.

A minha cabeça só pensava, “sendo isto gratuito e à mão de qualquer um, como é que há gente que não se mexe, gente que começa o dia a empanturrar-se de comida, ou a beber bagaços de pénalte?”.

Subi Marvão, que Deus já me tinha dado a benesse de conseguir, acreditando mais em mim que eu próprio, mas desta vez pelo lado mais difícil.

Ainda hoje, à noite, cá em baixo, quando olho as luzes da Abegoa por onde trepei, até me arrepio… “eu subi por ali!”

Saí de casa para a corrida quando alguns minutos passavam das 8h. Quando subi o último pedaço de rua para o castelo, que obviamente não pude fotografar e registar para todo o sempre no caleidoscópio Googlephotos, batiam as 9 badaladas no relógio da igreja de Marvão.

Toda uma façanha. Coisa pouca, dirão alguns. O nunca sequer sonhado como possível, diz o homem que caiu por terra após o acidente e agradece à força que aqui me meteu, por tudo isto que já não pensava poder voltar a ter, me ter dado. Há 5 anos atrás nem sequer conseguia andar, catano! E o João Bugalhão sabe-o bem, quando me quis meter a caminhar no corredor do bloco do hospital… e… nem para a frente, nem para trás.

Voltei, para alegria dos meus amigos, que me querem bem, e para azar dos detratores a que dava um jeito do caraças se tivesse levado caminho.

Descer de Marvão já foi pela estrada, em modo rolar e durou 40 minutos.

Quando assim começa assim o dia, começa-se bem e um gajo sente-se vivo. E isso. impagável.

E assim termina esta novela tecnológica que, até ver, terminou bem. Tudo funciona… por enquanto…

A ver vamos.

Há dias, um companheiro de outras andanças comentou… “porra, tu dás cá cada seca.”

Justifiquei: “só vai lá ler quem quer, amigo. Se vão e regressam… é porque gostam de ler. Aquilo é gratuito. Não é obrigatório.”

“Mas tu tens alguma coisa a ver com o blogue que agora apareceu de Marvão… que é só dureza e má língua?”

“Não, bebé. Tudo o que faço e escrevo na internet ou é no meu blogue, algo conhecido; ou no meu mural do facebook. Tudo às claras e assinado, por Pedro Sobreiro. Sem medos.”

Podem achar chato e que maça mas a mim, faz-me um bem… muito bom.

É catarse.

Medicina alternativa.

Expiação sem pagamento.

Psicoterapia do teclado.

Consulta terminada.

Fechem a porta. (que está frio)

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Cair... de PÉ! (como as árvores)




Em relação a futebol, e em particular, ao jogo de hoje, só trabalho com dados objetivos. Isto porque a questão da emoção, entra no domínio da paixão e essa, por mim e para mim, é por demais por todos conhecida.

Então vamos a eles.

O Benfica envergonhou?
Não envergonhou. Chegou a deslumbrar e a encher-nos a todos nós de esperança quando o improvável titular Jiménez, saltou entre 3 torres germânicas e bateu o gigante Neuer, Kaiser titularíssimo da seleção alemã.


A luz, repleta de papoilas saltitantes, (entre as quais estavam os meus parceiros de sempre, que daqui foram de excursão ter com o diretor financeiro da Casa do Benfica de Vendas Novas, o meu querido Dr. Felino, para almoçar,) voltou a acreditar.

Eu não fui porque tenho a experiência da última vez que a ressaca não se deve só ao álcool, mas também aos abusos do físico e da viagem tão longa e cansativa. Depois, à carteira, também não me dava muito jeito ir e para quem tem duas filhas em idade escolar, a mais velha com aparelhos de ajustes à cremalheira algo avultados, estas veleidades são excêntridades incomportáveis.

Eles tiveram certamente pena de não irem acompanhados da minha loucura bem disposta e para mim… foi um dia algo difícil de passar.

Ao primeiro golo, quando a esperança se reacendeu, o meu mano Dias disse-me por sms que “à meia não me falhas cá”. Eu respondi, “claro que sim!”, mas a passagem ter-me-ia metido num imbróglio algo difícil de resolver porque o meu colega que me chefia, me prometeu que me levava lá.


É... os gajos não brincam...

Aguentá-mo-nos... sempre firmes e hirtos

O desfecho acabou por resolver a questão. Acho que foi assim, por isso. Para me descomplicar a vida.

Diga-se de passagem que a massa adepta, que tive oportunidade de apreciar na televisão, foi absolutamente impressionante e por demais evidente, na força que tem para impelir os jogadores para a frente.

O bom do Eliseu, que não deixa de ser um grande cepozorro, apesar do majestático centro que fez para o primeiro golo, influiu no lance do 1º deles e borrou a pintura toda.




Se com o 0-1 que tínhamos trazido da Alemanha, era difícil resistir, com o 1-1 cá, o filme de horror era brutal.

Se mau era, com o 2-1, impressionante a forma como é consentido, ficava tridimensional. Mesmo mau demais.

Tudo aquilo que antevi, quando fui à do meu Choca tomar não a imperial babosa, como era hábito, mas a média preta sem álcool, como tem de ser sempre agora: biberão sem chumbo. Sem Gaitán, sem Jonas, sem Barba de Chibato, mas a gente joga com quem contra este letal submarino. Com o Pietra?

A equipa mostrou uma personalidade e uma postura de ser… uma grande equipa. Não estão os habituais grandes mas está o Zé e o Maneli (do outro) e o Benfica está lá, entre as 8 melhores equipas da Europa. Em 1º da sua 1ª divisão e ainda assim, entre os 8 mais grandes do velho continente.



Rui Vitória mexeu na equipa e lançou o menino que tinha andado a comer das lixeiras que fez um golo, de levantar o estádio e eu imagino a noite de glória e esperança que viveram os meus amigos nesses momentos.

Infelizmente não chegou mas a minha equipa morreu como as árvores: de pé.

Com 500.000 € mais no bolso. Sempre dá para ir comprar umas bifanas à rulote da Casa de banho na 2ª circular, mais acima.

Dos outros? Dos fracos? Desses não reza a história. Já lá estiveram mas… os outros, com bigode de visconde… gostavam. Eu sei. Mas não é para quem quer. É para quem consegue.

Olhem, quem se amola é o meu amigo Romaninga que apostou comigo que a minha equipa passava e, se assim fosse, eu ficava de lhe pagar 3 empadas do “Mimo da Aldeia” para beber o branquinho amanhã.

Mas eu vou surpreendê-lo. Vou ligar para o João Paulo amanhã e pedir-lhe que lhes leve lá as ditas cujas que à tarde faço contas com ele. A bola é apenas um convívio salutar para brincarmos. Nunca para gerarmos ódios que a vida é tão curta e difícil.

O meu Benfica perdeu bem. Viva o Benfica!





Post dedicado aos meus companheiros que agora vêm em viagem. Que Deus os proteja.