domingo, 28 de janeiro de 2018

Mas que cena é essa que estás ver, Alice?!?!? (a 4 dias de fazer os 8)




Deitada na minha cama, enrolada nos lencóis, dava voltas, e reviravoltas, sempre com o tablet nas mãos.

Esta criança, as crianças de hoje em dia, estão muito para lá do tempo da minha educação (coitadinho…). Com tantos recursos à mão de semear, jamais alguém poderá vaticinar onde irão ter.
Quando tinha a sua idade, quem é que me diria a mim, que um dia, toda a gente poderia ter um computador pessoal? E mesmo com vinte e tal anos, quando comprei o meu primeiro (uma torre enorme na COAL, em Portalegre, com um monitor que mais parecia uma estátua), que se viram a transformar em tablets… TABLETS?!?!?!? Mas que raio era isso?!?!? Só se fossem as de chocolate!!!

Espreito devagarinho, para que me deixasse ver, até porque eu bem sabia, que uma má manobra poderia despoletar o seu mau humor, e deitar o sucesso da iniciativa por terra.

- Posso espreitar?

- (Sem resposta… É cedo. Apenas um olhar de soslaio. Achei que permissivo)

Isto…


Eu, a ver aquilo, todo interessado; e ela, ao lado... começa-me a acertar nas perguntas todas!

Boquiaberto, digo-lhe: "possa, Alice! És mesmo boa! Esperta! Adivinhas que não poderia ser este por isto, e aquele por aquilo... respondes logo!!!!

Com  o ar mais calmo do mundo (e alguma pena de mim...):

-Pai, já vi isto montes de vezes...

(Vai buscar!)


Sempre em brasileiro, português brazuca, mas pelo menos… não era um dos youtubers que seguia. Esses… (ver abaixo) MEDO!!!

Acho que está a crescer. Há pedaço, visualizava isto…


Mas também já a apanhei aqui…


aqui…


aqui…


E…




Vizualizações que se multiplicam, se auto-sugerem, e a mantêm entretida, acho que a aprender.

Tudo isto da sua livre, e espontânea iniciativa. Também poderia estar a ver as Nancys ou…

Este puto, por acaso, até tem muita piada. Tendo ela mais 10 anos, não iria mal de todo 



 Esta miúda, para mim, a pior; é completamente tonta e histérica. É a sua favorita.



Mas já viram o número de subscritores do canal?

115 mil (Acima!) Ah, pois é, bebés! 
E quando clicam num, não vêem a publicidade a saltar? €€€€€€€€€€€€


Este jovem, então, do cabelo azul, É COMPLETAMENTE BAZADO!!! MEDO!!!!!


Disse-me hoje, que essa fase já passou.


?

Oxalá...

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Porra, Dimássseee... Tava nada à espera desta... Até sempre, meu!

Foto do mural do facebook, do amigo Rui Caldeira


A notícia entrou em mim com uma força, de uma forma quase subliminal. Alguém entrou no meu serviço e disse:

- E aquela história do rapaz, ãh?

- Mas… que história?

- Do rapaz… que morreu…

- Mas que rapaz? Não ouvi nada, não sei quem é…

- O rapaz que morava aqui em Marvão.

- Em Marvão?!?!?

- Não, no caminho… ali por cima da Fonte da Pipa.

Lentamente comecei a juntar as peças. Quando subia apressado, para conseguir estar lá em cima às 9h, para abrir a porta à hora precisa (por mais cedo que me levante, e costumo sempre levantar-me quase 2 horas antes!!!, acabo sempre por deixar que o tempo se esgote, sei lá gasto onde, de forma a que chego sempre a correr contra os últimos 10 minutos), notei ali muita movimentação estranha na estrada, naquele sítio. Agora que me disseram, e penso nisso, creio que me lembro de ter visto por lá, forças de segurança, GNRs a pé, parados.

- E que idade tinha?, perguntei.

- Ah… 46… ou 48… Era novo. E da Beirã…

Com esta palavra fez-se o clique, e no meu cérebro, parou tudo.

O Leonel!

Mas como é que se chamava? (por descargo de consciência, que eu já sabia a resposta)

- Ai… não sei… (e já nem me consigo recordar com quem tive esta conversa…)

- O Leonel?

- SIM! SIM! Foi esse!

(“Porra pá!”, pensei.) - E foi…

- Enforcou-se! Fez tudo nas calmas, tinha lá o maço de cigarros que acabou de fumar, e pendurou-se.

E, naqueles instantes tão breves, mas que na minha cabeça tiveram uma amplitude tão vasta, pensei tanta coisa, tão de repente, que o mais natural é ter ficado sem responder a alguém que me fez alguma pergunta. Não ouvi.

Fui pensando… o Leonel, porra! Porquê?!?!? Para uma pessoa conseguir colocar termo à vida, tem de ter um sangue frio, uma coragem, uma determinação, uma força, uma vontade só explicáveis pelo desespero profundo, e mais do que isso, por não conseguir vislumbrar uma saída possível. É que, no meu modo de ver, por mais dramático que seja o cenário, pode sempre tentar-se algo diferente daquele fim, que sim é o definitivo, e sem volta atrás.
A única exceção que torna compreensível essa saída terrível, por mais incompreensível que ela sempre seja, é a doença profunda, dolorosa, galopante, que conduz inexorávelmente à morte, e leva para o sofrimento por arrasto, todos os entes queridos mais próximos.

Depois… pelo que soube, por enforcamento… ainda torna tudo mais bizarro, e obtuso.

Segundo aquilo que sei, e não sei nada (tudo ainda está muito fresco, e eu tenho de escrever, para ver se me resolvo), o Leonel era um homem saudável, com uma família bem formada que lhe dava enquadramento e amparo (mulher trabalhadora, sempre bem disposta e disponível, na Santa Casa da Misericórdia; uma filha pequenita, adolescente, que estuda aqui na escola, e que costumava encontrar na catequese), um emprego fixo e estável (na Câmara de Marvão, um porto seguro, num Alentejo seco de emprego)… tudo peças que encaixam bem, e não se enquadram neste puzzle macabro, que colocou termo a tudo.

Alguma coisa se irá saber?
Nada se irá saber, porque nada havia a saber?

Soube que ele tinha tido uns problemas de saúde há tempos, coisas ver com a tensão, coisas anormais, de base, mas creio que andava melhor agora. Poderia haver ali toques de um consumo por vezes a mais, mas nunca ouvi que fosse nada de completamente fora. Nada que conduzisse a este extremo.

O Leonel, para mim, era o “Dimássseee”, nome de personagem com que o tinha batizado há uns anos… quer dizer, umas décadas, quando ele costumava mostrar na discoteca “A Cave” de Santo António das Areias, o seu enorme cabedal. Quer-se dizer, o Leonel nunca foi assim muito cabedaludo. Era assim mais para o gordote.
De camisola de braceletes, abria os braços, como se estivesse a fazer um solo, ao som do rock’n’roll, tocando numa guitarra imaginária com a qual curtia, curtia, e fazia curtir, quem estava a gozar o prato. Um mimo!
Mas a dada altura, andou a levantar uns pesos, fazer umas cenas a puxar pelo físico, e a malta, na brinca, começou a gabar-lhe a estrutura.

Dizia-lhe eu:
- Ouve, Dimásssseee, tás com um cabedal, mano! Eu tembém quero! Coméquefaço? Conta aí!

E ele contava.
- Começas a levantar assim uns bichinhos destes (alteres) que eu lá tenho, e o que estava aqui (apontando para a barriga), passa todo para aqui (enchendo o peito de ar).

- Ouve meu, eu adorava… (Mas nunca lá cheguei! O melhor que consegui fazer foi uns abdominais com os pés presos no bidé, quando vivia no Espírito Santo, em Marvão, e o melhor que fiz, foi dar cabo dos tubos que levavam a água, onde prendia os pés; e rebentar com os meus discos na coluna, nas vértebras L5 / S1, que me levaram duas vezes à faca! Esqueceram-se cá de um milímetro de osso, as dores duplicaram e… pimba! Vais de vela, vais de vela, ai vais mesmo de vela!)

O Leonel sempre foi um puto, que se distinguiu de todos os outros lá na Beirã, porque era muito solitário, um engenhocas, que andava sempre a inventar as suas merdas. Ainda há tempos nos encontrámos no Adro, ao final do dia, e comentámos que ele também fumava tabaco de enrolar, como eu. Quando se fuma cigarros destes, o problema é sempre quando chegam ao final. Queima os deditos. Por precaução, poupo no tabaco, e deixo-lhe uma margem de segurança, uma caixa de ar, digamos assim, para poupar na substância, e não queimar os aivecos.

Ele, que tinha o mesmo problema, ripa-me de uma boquilha feita de uma bala usada, mesmo à medido do cigarro. Nível! Ainda lá devo ter o queixo no chão... Eina bem… eu fiquei todo mamado!

- Fónix, man. Granda pinta! Onde é que arranjaste! (para saber onde iria a correr, comprar uma, a seguir)

- Ah, fui eu que fiz! (Claro, pensei! Em silêncio, à espera que ele me dissesse: “ah, mas se gostas, eu arranjo-te uma)

Vai-se o Leonel, vai-se um contemporâneo meu. Fica assim uma cena esquisita, cá dentro. Nós somos também um pouco, aquilo, e aqueles que estão à nossa volta.

Ainda hoje, por outro motivo qualquer, tive esta conversa ao balcão. Lembro-me perfeitamente do dia em que senti, que não era mais o Pedro, mas sim o pai da Leonor. Ia a dar a curva aqui em Santo António, junto à antiga farmácia, perto do Grupo Desportivo, e um puto, de cabeça baixa, quase embate comigo. Quando vê as minhas pernas mesmo à sua frente, levanta cabeça, encara comigo, e exclama:
- IÔÔÔÔÔ… o pai da Leonor!!!!!!

E pronto. Já estás! Já foste! Ardeu a tenda. Tu és o pai, da menina que nasceu, e se Deus quiser, e a ordem da vida for respeitada (oxalá que assim seja, e eu peço tanto a Deus…), há-de durar muito mais que tu. Ciclo da vida!

Habituo-me, habituei-me a uma vida feita de pessoas minhas contemporâneas, que existem ao mesmo tempo. Quando desaparece uma, (e o meu tratamento com o Leóonidas Brejnev, outro nome que lhe dava, era circunstancial, que acontecia quando nos encontrávamos, fortuitamente), parece que desaparece também uma parte de mim. Nós somos feitos daquilo que está à nossa volta, também.

Tenho imensa pena do Leonel. Rezarei por ele, para que tenha encontrado a paz, e esteja em descanso. Como rezarei muito pela sua esposa e filha, que agora terão da minha parte, um tratamento, a todos os títulos, especial. Pela amizade que lhe tinha. E tenho! Tudo farei para que naquilo que lhes possa ajudar, não lhes falte nada. Sei que a pequena era muito apegada ao pai…

(Suspiro.)

Amanhã, mesmo que me seja muito difícil por estar a trabalhar, tudo farei para lho dizer pessoalmente, olhos nos olhos.

Dimásssssssssssss, fica em paz, companheiro.


Mais um…

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O encontro com o Super Abílio Rodrigues Autoridade Tributária

Gosto sempre de meter uma foto pata contextualizar.
Mas na falta de ter tirado uma hoje, ou de ter encontrado uma nos meus arquivos, saiu uma da Casa do Brasão que nos dá guarida.

Epá, e há coisas que te tocam, mesmo.
Não é muito comum, nem de todo habitual, mas este post vai dirigido, todo ele, para meu amigo Abílio Rodrigues.

O Abílio apareceu-me hoje no serviço, cheio de pressa, como ele sempre anda, de passagem, falar com o chefe. Já só o vi passar, enquanto eu estava a atender um contribuinte ao balcão.

Antes…
(Apontando para o gabinete do Chefe) - Posso?
- Ah, meu querido! O Senhor é da casa, por Deus.

Minutos depois,
- Então vá, até depoi…
- Eh lá, Sr. Abílio! (metendo-me de pé) Então o meu amigo aparece-me aqui assim, sem avisar, e quando a gente ainda se está a fazer à ideia, de ter o prazer de o ter por cá, raspa-se?
Olhe que, peço licença, mas não pode ser!
Mesmo que nós não tenhamos tido tempo, de mandar colocar os homens para tocarem as trombetas à sua chegada, assim que entrava nos claustros, podemos remediar agora.
Pelo menos, deixe-me pagar-lhe um cafezinho.
- Eh pá… Tenho de ir à Caixa…
- É mesmo o tempo que necessito, para acabar de atender este senhor… espero-o aqui.

O Abílio é reformado, tem idade para ser meu pai, e foi meu colega nas finanças de Marvão, muito antes de eu sequer sonhar, que haveria um dia de ali trabalhar. Conheci há anos, depois de quase ter morrido no acidente, e fiquei conquistado pela sua forma absolutamente arrebatadora de viver. O Abílio é pequenino, gagueja, por vezes muito, e ouve mal. Todas estas condicionantes, fazem dele um encantador bicho raro.

Se me considero, por mania, galhardia, e alguma natural altivez (dificilmente um passa por este meu processo, sem se conseguir achar especial), o Abílio é… um SUPER HOMEM! Ele já passou por tumores, creio que até um ataque cardíaco, e continua ali, a batê-las, a insistir mais que estar vivo, a ser feliz por assim ser.

Eu que já escrevi tanto, tanto na minha vida; eu que já tive alguma vaidade na minha caligrafia, hoje vivo com a limitação confrangedora de a minha mais jovem infanta me dizer, que os escritos que lhe deixo ao dormir, NÃO SE PERCEBEM NADA!!!!!!
Pois fui eu que não consegui esconder a emoção, ao conhecer o homem que já trabalhou no mesmo sítio, que tinha a caligrafia mais bonita. Absolutamente encantadora. Redondinha, precisa.

- Abílio, pelo menos, deixa-me pagar-te o café!

- É que… que… que………..nem penses! (Com os olhos semi-cerrados) Pago…-te o teu, e fica um pago para o chefe!

Andando para o café…

-Ah, Abílio, grande Abílio! Tens de te habituar a avisar a malta. Olha que é muita emoção assim de chofre! A gente não está preparada!,

- Ah, Pedro… eu go…go…gosto mesmodeti, pá! (os momentos de gaguejo, são ultrapassados por momentos sem vírgulas.) Olha que… vou lá sempre ler ao blogue aquilo que escreves.

- Como assim?!?!?!? Sério? Juras! Epá… isso para mim é assim uma nota de alta escala! É que eu nem sequer sabia, que tu conhecias o meu blogue! Aquilo é uma cena muito minha, sabes? Muito privada, muito eu e o papel, muito desabafo, muito confessionário, muito despejar. É o diário de bordo, de uma alma na terra. Mas por vezes, mais do que aquelas que queria, sou incompreendido, encostado, achado estranho, e metido de lado.

Só que aquilo sou eu, e o pc. Nem me lembro que há outros a ler. Mas quando são assim pessoas que tanto estimo e admiro, fico lisonjeado, pois está claro! Como fico muito… bem, quente por dentro, quando sinto que sou seguido por tanta gente (427 500 visualizações, meu! € 0,50 a cada, vivia daquilo!)


Encostados ao balcão do Café Lounge “O Castelo”
-Ai, eu, quem me diria… o grande Abílio. Amigo, tu ainda aqui trabalhaste quando a repartição de finanças era na câmara, pois trabalhaste?

- Então não trabalhei? Trabalhei sim, nos 80…

- E o serviço era onde?

- Assim que se subia as escadas! Ao lado, era o gabinete do Chefe. Era logo ali.

- E depois?

- Opá… depois saí, fui chefiar um serviço das redondezas (Monforte?), estive na Direção, corri muito. Andei no arranque do IVA, estive sempre na linha da frente.

- Esperto, desenrascado!

- Ah… ia fazendo o que podia...

-E aí conheceste o meu pai, que vinha aqui muito com o serviço dos despachos da alfând…

- (Com ar de espanto…) Porrrr… rrrr…. rrra! EU ERA AMICÍSSIMO DO JOÃO SOBREIRO! ERA UM COMPANHEIRÃO! Tantas, tantas, tantas que fizemos juntos… (De ir à missa com ele, ninguém se lembra, mas de festas, patuscadas, fadistagem e guitarradas…)
Os compadres, pá! Isso era uma coisa…

- Ainda bem que é uma amizade herdada. Essas têm sempre outro valor.

- Olha, para te provar que gosto mesmo de ti… ripa-me do telemóvel e começa a mostrar-me as sms guardadas em arquivo, que lhe enviei… no outro Natal passado!

Mensagens a dizerem-lhe aquilo que penso dele! (que eu não sou pessoa para ter duas conversas, uma pela frente, e outra diferente por trás.)
Mensagens minhas de incentivo, de admiração, de alento, de força, para que nunca lhe falte nas sempre duras batalhas que tem de travar.
Sou fã, do Abílio!

- Pe… Pedrrrrro! Olha, vou lá sempre ver o que dizes. Olha… ainda esta última de futebol dos Arenenses! Está bestial!

- Epá… obrigado. Tens facebook?

- Ep..pá…pánão! O facebook é…

- Pois pá, só que o faacebook é muito mais fácil publicar nele, percebes? Hoje em dia, tens um telemóvel e tens tudo. Tens câmara fotográfica para sacares fotos, fazeres vídeos; tens onde escrever texto; tens rede e depois, é só fazeres clique e está tudo! O facebook é muita mais fácil e rápido. Por vezes deixo-me leva por isso, e fico logo por ali.
Mas na verdade, o meu sítio é o meu blogue. No facebook, passa muito na espuma dos dias, e qualquer um tem algo para dizer, nem que seja a copiar, ou a partilhar outros. Qualquer um pode gerir o seu mural de facebook, mas nem toda a gente tem material para um blogue, faço-me entender?
Não quero ser discricionário, elitista, mas parece-me que esta é a realidade.
Muitas vezes publico no facebook, a que chamo a minha lanchonete no calçadão do Rio de Janeiro; mas depois dou-lhe o devido tratamento nesta minha taberna virtual, em Vendo o mundo de binóculos do alto de Marvão. Aqui os assuntos ganham outro prisma, e até a imagem tem outro tratamento.
O facebook é jornal diário; o blogue, uma revista especial.

Mas tenho amigos, como é o caso do meu querido João André Escarameia, que não têm, nem querem fb, e apenas me lêem por aqui. Por isso nunca deixei isto, que é a minha casa de verdade.

Replico sempre aqui, muito a pensar nele, e assim passará a ser também por ti. ;)

Abraço, fica bem, até à próxima e… por favor: volta sempre! Adoro ter pessoas a quem admirar! ;)

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Sobre os 20 (bravos e orgulhosos) anos de Motoclube de Marvão - a reportáge!

O vosso servo esbriba Tio Sabi, muito bem ladeado (como sempre, espertalhão!), pelo presidente Márcio Almeida (dta., sempre o mesmo, apesar de tantas eleições livres e democráticas. porque será?), e o amigo Chico Conchinha, um Easy Ryder de Marvão, conhecido por todóóóóóóóó país! Quantos lés a lés, disseste que já realizaste, companheiro? 4, 5, 6?))

Que bem que se estava debaixo da excelentíssima nova estrutura...
E no Verão? Nas noites quentes, onde ali, junto ao rio, certamente se estará tão fresquinho? 
E ouvindo a chuva, que bem será...


Era este o espirito... Ouçam...


O vídeo ideal para banda sonora deste artigo: filme de culto, com dois cavalos de sonho galopando lado a lado, um deles montado pelo Peter Fonda, que trazia à pendura o maluco do Dennis Hopper; o outro ladeado pelo jovem e tresloucado Jack Nicholson. Ah… muito bom!
Clica aí na setinha, vai! Mete mais alto!!!!!!!!!!


Coisas que me fazem realmente, realmente feliz? Ser convidado pelo Motoclube de Marvão, para comparecer na celebração do seu 20° aniversário.

Mesmo feliz! :)

A ver se nos entendemos: 20 anos não são 2, nem 10. São o dobro destes! 20 anos, como cantava o bom do Espadinha, é muito tempo. Quê? Não era ele?!?!? Não interessa. Siga!

Quando tudo começou, eles eram um grupo de putos de Marvão (6?) que gostavam de motas, pensaram em fazer uma organização, e assim... foi!

Os fundadores... <3

União, entreajuda, espírito motard, amor à terra, iniciativa, empreendedorismo, querer.

No final, num abraço de agradecimento, que dei a alguns dos criadores, pelo convite que me fizeram; um deles, o amigo Sérgio Barbacena, disse que... sem o Márcio Almeida ao lado, nada poderia ter sido possível.

Eu, fiz minhas as palavras desse presidente do Motoclube, no discurso que proferiu, e disse—lhe que o Márcio, como bom condutor de homens que é, sabe que não é nada sem os seus amigos, e nada disto existiria sem eles.

Quando para me encaminhava para o almoço, ia algo pensativo.
Mas, se me convidaram, é porque me queriam mesmo lá, pensei. E o argumento que o Márcio me deu, ao telefone, personalizado, de querer reunir todos aqueles que, no passado, foram importantes para esta instituição (sim, porque passando o tempo de uma geração, já é uma instituição!), conquistou—me.


Eu e o meu querido quinto Tó Mena da Cruz, amigo há mais de 30 anos (tínhamos 10, quando nos tornámos companheiros de carteira, no Ciclo Preparatório Garcia da Orta, em Castelo se Vide.) <3
Eu amo ele!
<3

Aqui, com a Gilera que arrematámos, naquele encontro! Foi barata! Já nunca mais vou a pé para as Finanças!


Chico: - É este, Márcio?

Eu te invisto motard a partir de... AGORINHA!!!
dROCAS: YYEEEAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!!!!!

Einaaaaa... E já ganhei um colete!!!!

Ao almoço... o requinte da amizade e de saber estar...
Um encontro de gerações! (com o ex-senhor diretor da banda de música, e Mr. Roque das Vespas da Vila)






Esfolando o animal...


É a do de mota, mas a do homem normal é... igual (não tenhamos ilusões!) 

- Dos 10 aos 15, é MACACO: só descasca a banana

- Dos 15 aos 20, é GIRAFA: só come florzinhas

- Dos 21 aos 30, é ABUTRE: come tudo o que aparece

- Dos 31 aos 40, é ÁGUIA: escolhe o que quer comer

- Dos 41 aos 50, é PAPAGAIO: fala mais do que come

- Dos 51 aos 60, é LOBO: persegue o Capuchinho Vermelho, mas só come a avózinha

- Dos 61 aos 70, é
CIGARRA: canta, canta mas não come

- Dos 71 aos 80, é CONDOR: com dor aqui, com dor ali

- Dos 81 em diante, é POMBO: só faz merda!

— Márcio, o meu dever enquanto vereador, era mesmo esse: dinamizar, apoiar, tornar exequível! Era pago para isso! Enquanto vereador, e vice—presidente do concelho, nunca deixei de pensar, por um segundo que fosse, que era pago pelo erário público, para melhor servir todas, TODAS as pessoas.

Hoje foi tudo belíssimo! Em cheio! Largas dezenas de amantes das duas rodas, vindos de vários pontos do país, para confraternizarem com os amigos de cá, que certamente terão comparecido no encontro deles. Uma família, afinal.

Os putos a brincarem de coletes envergados, a imitarem os grandes, que isto é coisa para se pegar.


Carlos Afonso: ò Rui,deixa-te lá de merdas de fotos, e roda a xixa, senão queima-se!

A minha está impecávele!!!!

- AHAH, e aqui a sopinha da Ti Adelaide?!?!? Ora comam lá!!!
Porra! Está ocupada...
Magnífica sopinha de caldo verde da Ti Adelaide Martins, coadjuvada pelas esposas dos motoqueiros locais, grande espírito, tremendo ambiente, e a inauguração de uma cobertura recém estreada, que faz daquela (junto ao rio, com aquelas árvores frondosas), a melhor esplanada do concelho de Marvão.

De tarde, a animação a cargo de um jovem one man band, que era uma máquina de fazer rock'n'roll! Muito, mas muito bom! Adorei mesmo, opá! Chaparro: o puto está aprovadíssimo! Por mim... podes deixar namorar com a filha! :P

O homem toca... (para mim, ainda lá estava a ouvi-lo)




Olhem, o dia meteu sorrisos, abraços, bolo, discursos e tanta coisa boa, que parece impossível.


Amei! Bem hajas, bem hajam sempre, Márcio e amigos Motards!

Longa vida!!!


E agora, as bebés...








Para finalizar, este post é dedicado à memória dos companheiros, que já rodam por outras paragens, onde todos iremos ter um dia...
Que descansem em paz...

Num dizer muito bonito:
"Porque ao contrário da estrada, a memória não tem fim"

Até aos próximos 20!

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Ao rei David (que vive em cada um de nós)


O meu Amigo Prof. João de Deus, que me batizou (conforme me apercebi há dias, em consulta de documentos para o sacramento do Crisma. Já não me lembrava.), convocou—me para realizar a leitura na missa de domingo, e na de quarta-feira, segundo a escala de leitores, que elaborou.

Nessa tarde, tive a sorte de conseguir realizar a proeza, de levar os meus 3 catequizandos.

Ao aperceber—me do ar de frete, quando os fui apanhar à escola, e uma ou outra birra... (Pai... aquilo é chato!!!!), falei com eles, já dentro do carro:
Amigos, eu percebo que a missa é aborrecida para vocês. É sempre igual, os crescidos repetem, repetem, e repetem... coisas que vocês não percebem. Depois comem a hóstia, que ainda vos está vedada…, mas para vós, até é engraçado! (costumam meter—se em fila, a ver quem abre, e como abre a boca)
A missa está cheia de rituais, repetições impercetíveis para quem tem 7 anos. Eu lembro—me bem, como era para mim...

Mas a missa tem coisas engraçadas. Tem lá outros meninos e meninas, tem o peditório (onde podem ajudar com os cestinhos na recolha das moedinhas, dadas pelos crentes), tem os cânticos, e a leitura de textos, do livro mais antigo de todos, escrito por tanta, tanta gente; que conta a maior, e mais linda história de sempre. Que é... isso mesmo! A Bíblia!

A leitura dela em si, vista por mim, Pedro Sobreiro, catequista, vai desde textos que parece que falam para nós, quando mais deles precisamos, a outros que... parecem não ter nada, a ver com nada. Não foi o caso de hoje, que vos peço para lerem, a seguir.

Se lhes falo num livro de histórias, muitas que foram verdade, hoje não poderíamos ter um melhor exemplo. Esta vai dar pano para mangas, e irá ser escamoteada já na próxima catequese.

O que ensina, para mim, é que quem acredita em Deus, tem sempre as costas quentes. Quem acredita no Pai, nunca está só. Quem crê, compreende tudo nesta vida, inclusivé, o que aos demais mortais parece um castigo, uma tragédia, uma maldição, como a morte, porque esse será o fim mais certo, de todos nós.

Foi investido da força do criador, cheio do Espírito Santo, que o pequeno rei David, enfrentou o gigante Golias, equipado com uma parafernália, de tudo quanto metia medo; tendo o miúdo apenas uma funda, e uma pedra na sua mão. Com a sua capacidade de acreditar no todo-poderoso, foi capaz de ir buscar forças, e coragem, para conseguir superar um obstáculo, que lhe parecia intransponível.
Porque será que esta história me soa a familiar, e biográfica?


Mais uma missa daquelas, em que parece que saímos maiores. 

E a minha leitura foi (segundo o texto sagrado, mas os meus espaçamentos, e bolds, de algo que é único, uniforme, em bloco):

 I 1 Sam 17, 32-33.37.40-51
«Com uma funda e uma pedra, David triunfou do filisteu»

Leitura do Primeiro Livro de Samuel

Naqueles dias, David foi levado à presença do rei Saul e disse-lhe: «Ninguém desanime por causa de Golias. O teu servo irá lutar contra esse filisteu».

Mas Saul respondeu-lhe: «Não podes avançar contra esse filisteu para o combateres, porque não passas dum rapazinho, ao passo que ele é homem de guerra desde a sua juventude».

David respondeu a Saul: «O Senhor, que me livrou das garras do leão e do urso, me livrará das mãos desse filisteu».

Então Saul disse a David: «Vai, e que o Senhor esteja contigo».

David tomou o seu cajado nas mãos, escolheu na torrente cinco pedras bem lisas e meteu-as no seu surrão de pastor. Depois, com a funda na mão, avançou contra o filisteu.

O filisteu foi-se aproximando pouco a pouco de David, levando à frente o seu escudeiro. Quando olhou e viu David, desprezou-o, porque era um rapaz novo; era loiro e de bela aparência. Disse então a David: «Sou porventura algum cão, para vires contra mim de pau na mão?». E amaldiçoou David em nome dos seus deuses. E acrescentou: «Vem ao meu encontro e eu darei a tua carne às aves do céu e aos animais do campo».

Mas David respondeu ao filisteu: «Tu vens contra mim armado de espada, lança e azagaia, e eu vou contra ti em nome do Senhor do Universo, o Deus dos exércitos de Israel, que tu desafiaste. O Senhor vai entregar-te hoje mesmo nas minhas mãos. Eu te matarei e te cortarei a cabeça e darei hoje o teu cadáver e os cadáveres dos filisteus às aves do céu e aos animais selvagens. Então saberá toda a terra que há um Deus em Israel e toda a gente há-de ver que não é pela espada ou pela lança que o Senhor concede a salvação. Porque esta guerra é do Senhor e Ele vos entregará em nossas mãos». Quando o filisteu avançou e veio ao encontro de David, também este correu velozmente contra o filisteu.

Meteu a mão no surrão, tirou uma pedra, arremessou-a com a funda e atingiu o filisteu na fronte. A pedra cravou-se-lhe na testa e ele caiu de bruços no chão. Foi assim, com uma funda e uma pedra, que David triunfou do filisteu e o feriu mortalmente, sem ter uma espada na mão. David correu para o filisteu e parou junto dele, tirou-lhe a espada da bainha e acabou de o matar, cortando-lhe a cabeça. Ao verem morto o seu herói, os filisteus puseram-se em fuga.

Palavra do Senhor.



E agora, dizes-me: ah… quem me dera acreditar, como tu.

Então agora, entramos na parte da conversão:

Tens de acreditar, a menos que sejas tonto, e isso, acho que não és. Até te considero bem esperto, ademais. Tenta perceber pela negativa que assim, certamente será mais fácil, dares a mão à palmatória.

Acreditas em Cristo, certo? Pelo menos, tens de acreditar na figura histórica. Para a humanidade ter começado a contar os anos, a partir do seu nascimento (já vai em 2018), a sua existência tem de ter sido tudo, menos invenção, não achas?

Até te posso dar de borla que não acredites em alguns episódios, mas a grande parte, teriam de ser uma grande e elaborada invenção, para serem falcatrua.

A Bíblia, o primeiro e mais importante de todos os livros, é um enorme compêndio de livros, e textos que foram encontrados ao longo dos tempos, naquela zona do globo onde nasceu cristo, escritos em diversas línguas, grego e aramaico, por exemplo. Seria preciso muita história para inventar uma tão grande, e que batesse toda certa, pontas com pontas, não concordas?



Pois se aceitas estes preceitos, já tens condições para avançar. E de que forma? Eu sei que a igreja, da forma que está montada, não inspira a maior conversão. Os escândalos constantes e frequentes, de adultos ligados a ela, que cometem crimes hediondos e inacreditáveis, deitam-na muito abaixo. E como se isto não chegasse, a forma, muitas vezes atabalhoada como são abafados pelas cúpulas, em vez de amortecerem, ajudam a querer apagar o fogo com gasolina.


Mas isto são considerações para outras conversas, que não a conversa que quero ter agora, aqui. Mais do que católico, seguidor de toda a instituição, eu sou mesmo é um seguidor da base, da fonte, e é a ela, Cristo, a quem vou beber. Sigo os pensamentos, os ensinamentos, aprendo todos os dias, e sinto-me mais ligado do que nunca aos meus irmãos, que frequentam o templo como eu, e não. Sinto-me ligado. E isso é o que é verdadeiramente importante.


Não esperes por coisas na tua vida, que te façam vê-la com outros olhos. Aprende a dar graças por tudo o que de bom, te tem acontecido nela, e se pensares bem… é tanta coisa. Tanta coisa. Tanta coisa!
Porque será que é assim? Sim, falo para ti. Porque é que nunca te correu mal ali, ou ali, quando tu já estavas mesmo a ver que iria ser muito mau. Porquê? Nunca pensaste nisso? Não teria de ser para que encontrasses um caminho, um rumo, uma forma diferente de estar, de pensar, que tens hoje, e só te favorece?


Não quero, e tu bem sabes que seria impossível, que te reconvertesses ao leres as minhas palavras, e amanhã te pudesse ver em Fátima, de terço enorme ao pescoço, de joelhos, à volta da capelinha das aparições, a chorares, cheio de fé.
Mas, por favor, e esta é uma benesse que creio que te mereço, faz uma tabula rasa na tua cabeça, e abre o teu espírito. Deixa entrar. Se não te abrires, jamais poderás dar o salto.


Eu acredito em milagres. Porque a Deus, nada é impossível.
As palavras que agora escrevo, seriam impossíveis na cabeça do meu irmão Miguel Sobreiro, naquela noite, quando numa visita a S. José, os médicos lhe arrasaram as expetativas, e o deixaram de rastos, ao avançarem prognósticos para o seu irmão Pedro, em coma induzido há mês e meio: “Nunca irá ser como era antes. Sem hipótese.”


Mas este Pedro não é um campeão. Este Pedro é um cartucho com combustão extra-terrena. Este Pedro é o Messsi, que em vez de abrir os braços e gritar SSSÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍÍ, SOU O MAIOR!!!!!!; sorri, levanta os braços para o céu, faz o sinal da cruz, e agradece. Humilde, quando o nosso, pensa que é o dono do mundo.

Nada do que possa conseguir na vida, se deve exclusivamente a mim. Eu tenho obrigação de corresponder, facilitar, e ajudar a que seja possível. Mas o meu motor, a minha força, o meu refúgio, é invisível, e eu vou à procura dele, sempre que possa. Nele estarão todas as respostas, num dia que espero distante.


Todo o dia que passa por mim, agradeço. Porque não era esperado. E é uma bênção.
2011 já foi há, vai fazer, se Deus assim o quiser, 7 anos.



Aqui estou. Um teu soldado. Obrigado 


Nos nosso dias, ser cristão, não é ser um maricas, um betinho, um zézinho, um palonço, um saloio, um parvinho com que os homens gozam enquanto ficam a ser macharrões, no bar, a falarem mal, a beberem, a gozarem com essas coisas das mulheres, e dos piegas.

Ser cristão é ser valente, sobretudo e acima de tudo! É ser inteligente, é ser preserverante, é ser o fiel seguidor e depositário, de toda uma linhagem de bravos.

Há cristãos, que nos nossos dias são assassinados por acreditarem. Por teimarem que acreditam, com as armas apontadas à nuca, e renegarem o não, que lhes daria a vida. Nos nossos dias, com tanta tecnologia, parece impossível, mas é verdade. Eu sou dessa equipa. Eu tenho o orgulho de jogar no cube desses seres viventes. Graças a Deus!