segunda-feira, 26 de março de 2012

Em modo "Stand by"



Dias difíceis, estes! Tempos difíceis!


Tento manter-me bem, quer física, quer mentalmente, mas não tem sido nada fácil. Também… quem é que me disse que as coisas poderiam ser mais simples?


Continuo a não baixar os braços e a ir sempre à fisioterapia mas é uma luta abnegada com o tempo e comigo próprio. As melhoras são imperceptíveis para mim, mas pelo que me dizem, não para quem me rodeia. Sendo assim, é quase como caminhar cego pela selva seguindo apenas as instruções, as orientações de quem nos vê. É preciso ter uma força que eu nunca pensei ter para não baixar os braços e deixar-me ir pela corrente. É uma prova sobre-humana!


Assim, tenho de fazer um esforço todos os dias de manhã para não influenciar negativamente quem me ajuda mas… (é o que eu digo!) não é nada fácil!


Os meus dias agora resumem-se a isto: ir ao hospital de Portalegre pela manhã para os trabalhos físicos e passar a tarde não sem fazer uma caminhada ou uma natação para que o corpo obedeça e não se torne apenas um habitáculo da alma.


Bastante simples, não é?


Para quem lê ou ouve, pode parecer muito pouco mas para mim, tudo é muito. Por exemplo: só a sala de espera da fisioterapia onde tenho de aguardar que chegue a minha vez, dava para fazer uma caracterização do sítio e do momento. Nessa salinha situada no rés-do-chão do hospital distrital, existem muito poucos lugares sentados e a média de idades é muito elevada. A bem dizer, tirando os bebés que vão fazer trabalhos para melhorar a sua capacidade respiratória dificultada pela bronquite ou constipação, devo ser o mais novo daquela gente toda onde proliferam as maleitas próprias da idade sempre relacionadas com as quedas e a falta de equilíbrio. Sinto-me sempre muito bem tratado e sei que as pessoas me estimam como eu a elas e trato com a melhor das educações mas aquela entrada no dia não é propriamente a mais agradável. Enfim… que fazer? Ele há coisas que acontecem que mudam tudo para sempre e esta que me aconteceu a mim é disso um excelente exemplo.


De resto, essa é uma frase que me habituei agora muitas vezes de ouvir da boca dos outros: “as coisas para se desencaminharem é num instante mas levá-las ao sítio demora mais tempo, não é”? Se é! E eu que o diga!


Essa é uma das que me habituei agora muito a ouvir, como prognósticos da situação e avaliações diversas ao meu estado de espírito. Dizem-me que estou ora acabrunhado, ora pensativo, ora esmorecido, ora em baixo… Quer dizer, perguntam-me, ou comentam e dão-me a entender que assim é. Eu acho que estou sempre normal e procuro assim me manter mas, constantemente analisado e sujeito a estas abordagens… já nem sei como é!


Gostava de ter tempo para ler, gostava de ter tempo para ver os meus filmes, gostava de ter tempo para muita coisa mas a verdade é que não posso nem quero, porque a única coisa que quero mesmo é voltar a estar bom e voltar-me a sentir como me sentia dantes. Coisa bonita para se meter numa t-shirt do Cão Azul: “Eu quero ser como era dantes!”. Comprava-a logo!

quinta-feira, 15 de março de 2012

Os resistentes!









Pois é claro que comprei a Visão desta semana! Assim que soube que era dado o destaque, corri logo para o quiosque e fui o primeiro a comprá-la. Ainda as revistas estavam todas arrumadinhas e embrulhadas num pacote e já eu estava na fila da frente para ter direito ao meu exemplar. Gostei da reportagem. Acho que estava jornalisticamente bem feita e traçava bem o quadro.


Se fosse eu a fazê-la (lembrem-se que a minha formação é jornalística, eu estudei para isso e terminei o curso muito bem classificado, só não cheguei foi a exercer), só mudava o título e passaria a chama-la de “Os resistentes” porque é sobre eles que trata. Esta geração que é também a minha, é feita de homens e mulheres que apesar de tudo não desistem dos seus ideais e resistem contra tudo e todos para terem o seu cantinho e serem felizes. Sou fã, fã de todos eles porque merecem o meu elogio e toda a minha consideração. Muitos deles têm estudos superiores, querendo isto dizer que estudaram grande parte da sua vida esperando um mercado de trabalho que os integrasse mas isso nunca chegou a acontecer. Por revezes do destino, pelas mais variadas razões acabaram por ver-se assim por sua conta própria e das duas, uma: ou pegavam nas rédeas e começavam a controlar o seu futuro ou deixavam-se ir abaixo e passavam a ser apenas mais um número! (nas filas do desemprego, nas estatísticas…). E eles (e ainda bem!) não ficaram quietos e parados. Criaram o seu próprio emprego e assim conseguiram o seu espaço numa revista nacional que (atenta!) lhes soube dar valor e tempo para os ouvir.


Gostei imenso de ler e de saber melhor a sua história. Conheço muito bem a Paula e o Nuno que conheci no Serviço de Finanças em Marvão, cujo sonho de criar um parque de campismo naturista entre nós acompanhei sempre; conheço muito bem o meu primo Jorge Rosado e aplaudo o seu regresso à terra; sou cliente e adoro a mercearia da Catarina e do Nuno, loja da qual tenho o enorme prazer de ser cliente sempre que posso, apenas não conheço o Márcio e a Mónica mas uma vez que vamos ser aqui vizinhos em Santo António, assim que puder passo por lá para lhes dar um abraço e uma força. Quero que eles saibam que eu sinto que são heróis e torço por tudo para que o negócio lhes corra bem. Ter vizinhos do seu lado só pode ajudar e já que tudo estava contra eles todos, deve ser reconfortante saber que têm na vizinhança quem os admire e queira bem.


Os tempos são duros! Em termos económicos, o que nós assistimos todos os dias é que estamos a ser engolidos. Na Europa, pelos alemães e pelos franceses, mas para mim, o grande problema vai vir da China porque os chineses que já estão a comprar e já se estão a meter em Portugal, são mesmo muitos e gajos que se multiplicam onde quer que haja um bocadinho de humidade, qual erva daninha que se alimenta de tudo o que apanha à volta.


Tempos difíceis! O interior não interessa a ninguém. Os grandes centros de decisão só se preocupam com cidades e os enormes agregados populacionais. Com as fronteiras assim desamparadas, qualquer dia, os espanhóis entram pelo país adentro e só reparam que estão no nosso país quando chegarem às portagens e lhe queiram cobrar o ticket.



Que desgosto, meu Deus! Que desgosto… Um país tão bonito, tão bem localizado à entrada da Europa, com solos de uma qualidade excecional (que agora não leva “p”, diz-me o computador! Modernices!) com um clima bestial, com uma relação privilegiada com a água (com o mar e os rios que o banham), vê-se assim reduzido a nada! Nós já dividimos o mundo ao meio, caraças! Pode haver gajos que hoje jogam forte a nível internacional mas nós nunca nos podemos esquecer da nossa história e temos de ser orgulhosos do nosso passado e daquilo que fomos! Eu com a extrema direita não quero nada, mas há coisas que o velhinho Salazar dizia que não eram descabidas de todo e se ele falhou muito nas políticas que tinha, de parvo não tinha nada. Pelo menos via o país como um todo e não apenas as cidades onde estão os votos e o poder. Não cabe na cabeça de ninguém ter uma casa onde a sala é faustosa e do mais requintada que há e depois ter as outras divisões todas por mobilar. Ou há meio termo e cuidado em tratar tudo por igual ou não vale de nada ter dois pesos e duas medidas.


E é por não concordar com as regras do jogo, por verem que quem dita as leis, o faz muitas vezes sem pensar no que deve ser pensado, que estes “resistentes” decidiram meter mãos à obra e terem uma palavra a dizer quando alguém está a decidir o seu futuro. Nem toda a gente tem de ser cinzenta, a vestir fatos cinzentos, a viver em casas cinzentas, a correr para um trabalho cinzento, a viver uma vida cinzenta. Há pessoas, há jovens como estes que estão entre nós e ganham direito a destaque numa revista nacional que ainda têm uma palavra a dizer e não querem deixar o seu futuro ser decidido por quem não merece sem os ouvir.


Sorte da terra que pode ter gente assim desta categoria que apesar de ter que contar só consigo, faz-se ouvir muito alto e muito longe.


Palmas, muitas palmas a todos e força!

quarta-feira, 7 de março de 2012

Beeeeeennnnnffffiiiiiiccccccaaaaaaa!!!!!



Ontem foi dia de glória! Regressei finalmente ao Estádio da Luz (escrito com maiúsculas), à grande catedral da qual estive tão perto e tão próximo me senti quando estava em Lisboa, mas da qual estive tão distante que cheguei a pensar e a temer que nunca regressaria dela com vida.


A culinária é a de sempre: juntou-se um grupo de amigos com paixão benfiquista com vontade de viver com fervor a sua devoção ao clube e prontos! Uns meteram um dia de férias, outros meteram-se “a jeito” e disponibilizaram-se para a deslocação… “Juntámos a trouxa e zarpámos!”, como dizia o bom velho Zeca Afonso.


É uma aventura! Uma jornada destas não é apenas ir a um jogo de futebol. No fundo, isso é o que menos conta! Quando embarcamos numa destas, a celebração verdadeira não é do desporto rei, nem sequer é do Benfica. A celebração é nossa enquanto seres humanos que se adoram mutuamente e decidem viver em conjunto um dia único das suas vidas. É certo que não nos juntámos para ir ao zoológico (embora também não seja uma má ideia), nem para uma reunião da Tupperware! O futebol não deixa de ser um motivo mas não é de longe o principal. É apenas a razão que todos arranjamos para legitimar a coisa!


Desta vez o alvo eram os russos do Zénite que coitadinhos, vieram lá de tão longe para apanhar um calor destes , mas a malta não fez a coisa por menos. Divertimo-nos e vivemos a bom estilo, que é o que manda a lei! Muito nos rimos e muito brincámos desde que entrámos nos dois carros que levaram a comitiva, até quando chegámos já de madrugada. Ninguém deu certamente o tempo por perdido que é o que mais importa.


A coisa meteu almoço de peixinho grelhado da ordem, meteu a bela da bifana nas rulotes, meteu um lanchinho na berma da estrada já ao regresso, meteu (como diz o bom do meu cunhado-mano Bonito): “tudo aquilo a que temos direito!”.


Os lugares estavam muito bem posicionados numa zona central bem próximo do relvado e melhor que aquilo era impossível: parecia que estávamos dentro do campo a cheirar a verdinha! Víamos tudo, ouvíamos tudo, sentíamo-nos mesmo dentro das quatro linhas! O jogo, claro!, foi aquilo que já se esperava dele: uma grande prestação dos nossos bravos e uma vitória e o carimbo para a passagem os quartos de final da liga dos campeões que isto de estar entre as 8 melhores da Europa nos enche a todos de orgulho, não é só ao J. J. que se fartava de dar gritos de contente no final. “Virar” um resultado de “3-2” lá fora e espetar 2 secos (de Maxi Pereira e Nélson Oliveira) em casa não é para todos!


Muito boa a jornada cheia de tudo o que há de bom e mais uma página de recordações gravada a ouro no nosso livro de memórias. 5 estrelas!


A caminho da grelha...



Ei-los!













Porra! Já estou a bailar com a mais feia!







"Ó pra mim! Olaré!"







"Não ligo a pingentos! Diferenças..."



Isto sim! Zambogaaaaa!



"Pfff.... Que coisa... querem-se misturar com a gente grande!"



"Tarequices!"





"Psssst! Ó cachopa: não és de Unhais da Serra?"



"Eu já te vi na Covilhã!"



Ganham, ganham... mas é no ski!










Do resto da história já sabem!