segunda-feira, 30 de junho de 2008

Olé! Mis niños!

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Ah… eu amei tanto que tudo tivesse acabado assim.

É que eu não posso com alemães. Já sei que isto pode não ser justo, que o tempo já passou e blá, blá, blá mais blá, blá, blá, mas sempre que vejo muitos alemães juntos a acenarem com a bandeira fico em pele de galinha, não por medo, mas acho que mais por raiva. Se eles não têm culpa de nada, só podem ser filhos, ou neste caso netos e acaba por ser mais do mesmo.

Depois, não podendo ter a sorte grande, a Espanha é assim uma espécie de Joker. São nossos vizinhos, são latinos, são também filhos do mediterrâneo e é nestes casos que nós gostamos de nos colar e chamar-lhes hermanos. Olé!

Foi também bom ver como conseguiram fintar o próprio destino e provar a todos que eram capazes quando já quase ninguém acreditava que tivessem essa maturidade que é indispensável para chegar ao fim de taça na mão.
Gostei muito que o velhinho tivesse levado a sua avante. Vivemos num tempo em que os suportes tecnológicos fizeram com que as memórias pudessem perdurar para além das pessoas e foi assim que os velhos passaram a ser um peso nas sociedades ditas modernas e deixaram de ser o valioso repositório de sabedoria que eram no passado. Aragonês soube ser o líder que descortinou o caminho que mais ninguém vislumbrou e, deixando as primas-donas em terra, soube orquestrar uma equipa de putos que encantaram a Europa do Futebol. Com quase 70 anos, quando podia passar as tardes a jogar ao Parchis num jardim qualquer, soube ter tomates para desafiar todos os poderes instituídos, incluindo os internos e saiu pela porta grande com duas orelhas e um rabo.
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A Espanha entrou periclitante e denunciou o nervosismo que quase se revelou fatal num atraso mal medido de Ramos, embora tivesse sido Puyol a pedir desculpa ao banco. Os primeiros minutos foram da Alemanha que entrou com a carga toda e soube encostar o adversário às cordas. A bulldozer estava bem calibrada e se a toada se mantivesse, a vitória dificilmente lhe escaparia. Com um futebol rápido e oleado, em sucessivas incursões pela ala esquerda, semearam o pânico na área com raides aéreos que podiam quase sempre ter terminar no fundo da redes hispânicas.

Depois de resistirem a esses demolidores vinte minutos iniciais, os diabólicos baixinhos deram sinal de vida, arranjaram espaço para começar a explanar o seu futebol cerebral e entraram na final com uma cabeçada ao poste de Torres após cruzamento de Sergio Ramos. A partir daí, os germânicos viram-se obrigados a recuar e foi então que os dois motores de busca espanhóis, Iniesta e Xavi, estrategicamente colocados no centro das operações, começaram a inventar espaços e linhas de passe em rasgos impossíveis. Com um impressionante Senna a varrer os estilhaços que ficavam para trás, conseguiram o arrojo e a audácia para carregarem a toda a força.

Foi numa dessas diagonais de um dos médios do Barcelona, que nasceu o golo da Espanha e que golo tipicamente espanhol foi! porque só quem acredita mesmo muito consegue ver aquilo que o miúdo viu e fazer aquilo que ele sonhou fazer. Lahm pecou por excesso de confiança e pensou-se dono do lance até morrer nas mãos de Lehmann mas o puto quis tanto lá chegar que arranjou força para se esticar e rematou pelo buraco da agulha metendo a bola, com um jeitinho precioso, bem dentro da baliza germânica.

Daí para a frente o jogo perdeu estratégia, ganhou calor humano, acelerou e rodopiou e entusiasmou quem gosta disto e esteve mesmo bom. Os alemães, sempre que podiam chegavam à área só para um cheirinho mas a noite era do futebol espanhol, mais inteligente e colado à relva, que brilhou como se de um bailado se tratasse. Com passes curtos e certeiros, uma óptima circulação de bola, uma pressão imediata sobre o ataque, jogando a toda a linha e traçando avenidas de magia nas costas do adversário, os espanhóis foram os artífices da sua própria audácia e saíram premiados porque apesar da nítida mas aparente desvantagem física, conseguiram gelar os já por si frios alemães com uma táctica apurada e de filigrana.

O descanso não alterou o rumo da primeira parte. A Espanha agora entrou por cima e teve diversas oportunidades para dar a estocada final, mas não é menos verdade que os alemães tentaram sempre a sua sorte e chegaram a dar um ar da sua graça a meio deste segundo tempo. Löw sacou um Kuranyi pouco eficaz da cartola, o experiente seleccionador espanhol refrescou o meio campo com Xabi Alonso, apostou na ala com um Cazorla fresquinho e nada temeu quando colocou Güiza na linha da frente na substituição do jovem príncipe.

Bem podiam as bancadas cantar o hino alemão que nada havia a fazer. Os espanhóis estavam prontos a dar banho e por duas vezes, uma de cabeça por Ramos e outra, escandalosa por Senna, estiveram para matar a partida.

Depois foi aguentar até ao fim, fazer uma eficaz gestão do esférico e celebrar. O árbitro ainda ajudou um bocadinho num ou outro lance mais duvidoso (uma mão na área e uma falta fantasma no final) mas ninguém dúvida da legitimidade do vencedor.

Foi a loucura e a festa total e a Espanha mereceu. Foi lindo ver tanta cor e tanto vermelho nas bancadas e os de branco mansinhos e quietinhos, nas cadeirinhas e na relva.

E eu só me lembrava dos filhos da puta que estavam à minha frente no bar em França quando caímos aos seus pés nos quartos-de-final. Gostava de ver se aquele ar de superioridade (eu não digo?) sempre se transformou num sorriso mais que amarelo. Bem feita!

Que regalo! E eu só me apetecia meter-me no carro e ir daqui para Valência ajudar a fazer a festa mas é melhor não que amanhã é dia de escola e é bom a gente ficar contente mas é mau apropriarmo-nos do que não é nosso.

Gostei muito de ver o abraço do rei Juan Carlos ao Casillas, mandando à fava todo e qualquer protocolo. Até a rainha Sofia, que é da Grécia, não fugiu aos dois beijinhos na face suada do capitão. É bonito isto assim, pá!

Bem… amigos mios: que vos aproveche! Um abraço muito grande a todos os meus leitores espanhóis e às minhas estimadas amigas de Valência, San Vicente e Badajoz. Acreditem que fiquei feliz por todos vós!

Que desfrutem!

E que VIVA ESPANHA!


PS: O meu Benfica também se sagrou campeão de futsal numa final electrizante com o Belenenses. Deixe lá, meu sogro, desde que nos vamos safando nas modalidades, temos a certeza de que não morremos de desgosto. Antes isto que nada, não é?

terça-feira, 24 de junho de 2008

A bordo de um sonho lindo


Ah, meus amigos… aquilo é bom demais para ser verdade. A Disneylândia é o verdadeiro paraíso na terra e podia ficar-me por aqui que estava tudo dito. Um sonho, lindo, lindo ainda maior do que eu alguma vez imaginei. Tudo aquilo é perfeito, tão produzido, tão cuidado, tão pensado ao mais ínfimo pormenor para nos fazer felizes que eu nem sei… Só regressei mesmo porque as pequenas insistiram muito. A minha vontade era mandar tudo às urtigas e ficar lá para sempre, nem que fosse a limpar o cocó dos cavalos na Main Street.

Guardarei para sempre a memória destes dias como alguns dos mais fantásticos da minha vida. Para sempre inesquecíveis…

Quero tanto dizer-vos como foi, explicar-vos como vale tanto a pena que nem sei por onde começar mas não resisto a deixar-vos algumas impressões e alguns conselhos e dicas.

Em primeiro lugar é importante desmistificar a ideia que a Disneylândia é para as crianças. Nada mais errado. A Disneylândia é para todas, todas as idades porque ali há lugar para todos os que, isso sim, são capazes de imaginar e viver o sonho. Dias antes de partir perguntei à minha filha se não estava ansiosa para conhecer a verdadeira Branca de Neve e ela disse-me “ó pai, aquilo é só uma senhora!”. È óbvio que tive de lhe explicar que não é bem assim e quem lhe tinha dito isso a tinha enganado. A Disneylândia é a terra do faz-de-conta e esse é o grande segredo para bebermos da sua fonte da felicidade. Basta acreditar que é possível!

Foi esse o preço que pagou a senhora idosa que na cadeirinha de rodas assistia ao espectáculo do “High School Musical” com o seu peluche do Stitch aninhado nos braços. Foi esse o preço que pagou o casal que batia o pé e chocava os rabitos ao som do “Hakuna Matata” enquanto os filhos dormiam nos carrinhos à sua frente. Foi esse o preço que pagaram todos aqueles que como eu, se arrepiaram assim que puseram o pé na avenida principal e vislumbraram ao longe as torres rosa e douradas do Castelo da Bela Adormecida.

Aquilo é a puta da loucura para qualquer um que se deixe envolver, agora imaginem o que é para mim que na infância devorei todos aqueles livros e sempre cresci com este universo, primeiro com o VHS e depois em DVD, onde não perco uma única reedição de um clássico, nem falho uma estreia. Só edições do Peter Pan tenho 5 que conservo religiosamente e pelas quais tenho um culto indefectível.

Preço
O preço da visita não é barato mas é uma vez na vida. Eu sei que infelizmente não está ao alcance de todas as bolsas mas às vezes gasta-se tanto dinheiro em merdas sem jeito nenhum que vale a pena fazer um mealheirinho. Pelo menos uma vez, todos lá deviam de ir nem que isso exija algum sacrifício. Ir à Disneylândia custa tanto como um televisor desses todos XPTO já com alta definição, 16:9, que dão para ver a selecção ser espezinhada, ferida de morte por uma vaidade idiota, aos pés de uma Alemanha inteligente e pragmática. Ir à Disneylândia custa tanto como um carro em 3ª mão assim com uns bons aninhos. Mas a televisão avaria e cai em desuso, o carro vai em breve pró maneta e esta viagem, fica gravada a fogo no lugar mais lindo dos vossos corações. Garanto-vos eu!

Como viajar
Vale mesmo a pena fazer tudo por uma agência de viagens. Deixem as aventuras para lá e tentem ir com tudo resolvido. Nós, como somos bairristas, fomos pela Alegretur, do Sr. Reisinho aqui de Portalegre e quem nos tratou da papelada foi a simpática Carlinha que eu contratei logo na primeira reunião como professora de Aeróbica cá para a terrinha. As agências organizam a jornada e é melhor assim. Indo com passagem aérea de ida e volta, com marcação nas navettes que fazem a deslocação até ao parque (que demora cerca de 45 minutos), com reserva de hotel e bilhetes de entrada, livramo-nos de preocupações.

A Abreu anda com uns preços malucos, a do Belmiro de Azevedo também e este ano é de aproveitar porque como se celebra o 15º aniversário, as crianças até aos 7 anos entram à pala, o que é mais um atractivo.

Viagem
O carro pode ficar seguro no Parque 3 do Aeroporto que é mais económico e pelo menos, ao nosso, não lhe gamaram nada, o que é sempre um bom sinal. Convém estarem duas horas antes para o check in e depois de largar a bagagem é só embarcar. O trajecto tarda cerca de 2 horas e faz-se muito bem. As hospedeiras da TAP são lindíssimas e ver a paisagem lá do alto só por si já faz valer a viagem. Depois ainda nos estragam com mimos e dão sandochas e fazem cafezinho da pucheira. Umas queridas! A chegada ao Charles de Gaulle é traumática e não vale de nada fazerem muito caso. Aquilo é um labirinto de corredores com gente de toda a maneira e feitio e importa manter o sangue frio, pelo menos até avistar a bagagem. Depois de encontrar a partida do transfer, já e a brincar.


Estadia
A Eurodisney é composta por dois parques diferentes, o “Disneyland Park” e os “Walt Disney Studios” e é vantajoso fazer o trabalho de casa na Internet para poder aproveitar tudo ao máximo. No site oficial, os malandros disponibilizam um mapa interactivo que não dá para imprimir, o que me obrigou a andar a fazer print screens e montagens no photoshop, mas valeu a pena. De um total de 60 atracções creio que só falhámos duas ou três, o que foi muito para além das minhas melhores previsões. Claro que isto só foi possível graças a um minucioso planeamento e a uma gestão dos itinerários em tempo real para fugir a filas e ganhar tempo. Muitas vezes, assim que terminava uma actuação, corríamos para apanhar a seguinte e só assim é possível. “Seize the day”, aproveitar tudo ao máximo.



A estadia ideal é de pelo menos 4 dias sendo um só para as viagens e os outros distribuídos na proporção de 2 para o parque maior e um outro para o mais recente. O Tio Sabi brevemente disponibilizará a digitalização dos mapas depois de passarem no Scanner A3 mas trouxe também programas de sobra para os mais criteriosos. O serviço é gratuito e está à distância de um telefonema.

Se possível tentem fugir aos fim-de-semana onde o pessoal sai aos magotes da estação de comboios e do parque de estacionamento. Durante a semana é tudo bem mais tranquilo. Se não conseguirem evitar o final da semana, tentem aproveitar o sábado que oferece 2 horas extras de divertimento. O Horário é das 10 da manhã às 7 da tarde, mas nesse dia vai até às 22h.

Esta é a altura ideal do ano para concretizar o sonho. Deve-se evitar a todo o custo os períodos festivos do Natal e Páscoa, bem como as férias grandes. É nessas alturas que todos os outros pensam ir. Por isso, mais vale agora ou em Outubro, quando os dias são grandes e as temperaturas amenas. A minha Cris tem razão, se possível, vão quando os outros miúdos estão em aulas porque assim afastam logo uma concorrência significativa. Não é por falharem uma semana às lições que deixam de ser aquilo que quiserem no futuro e as contrapartidas são enormes.

Ali, às vezes, o que parece mau pode ser um aliado. A chuva, por exemplo, que tantos afugentou no dia de chegada, permitiu-nos fazer a Terra da Fantasia sem praticamente perder tempo nenhum em filas. Morou?

Também é importante ter a pestana aberta. Se conseguir ver o “Desfile das Personagens Disney” no primeiro dia, aproveite esse concorrido momento nos outros dias para entrar nos divertimentos mais concorridos. ;)



Idade ideal
Que não vos passe pela cabeça meterem-se nesta empreitada com filhos com menos de 6 anos. Antes dessa idade, os pequenos não têm noção da maior parte das coisas e desanimam por completo nos tempos de espera, no terem de andar e na confusão. Eu vi muitos miúdos mais velhinhos, com 10 e 11 e 12 e de 35 como eu, curtirem à brava e sem qualquer tipo de problema. Não tenham pois pressa.

Nós, por acaso, fizemos uma equipa ideal. Eu andava com uma pedalada que dava para iluminar a cidade de Lisboa durante 3 dias se me metessem um fusível no cú. As pequenas, que têm medo das montanhas-russas, aproveitavam para descansar e passear e assim foi bem. Madre mia! Como me lo pasé! De locos!

Na viagem connosco ia um casal com uns gémeos de colo. Eu vi lá crianças com meses e que certamente ainda mamam. Quer dizer…

Resumindo, na idade, mais vale pecar por excesso que por defeito.




Os parques
O “Disneyland Park” é o maior e o mais antigo, mas nem por isso menos moderno. Está dividido em 5 terras diferentes:


-A Main Street, que recria o ambiente de uma cidade nos Estados Unidos no princípio do século de uma forma, eu diria que irrepreensível. Edifícios e lojas belíssimas e o palco principal para o desfile das estrelas que acontece todos os dias às 5 da tarde. Quanto ao recheio dos estabelecimentos, tudo do melhor que vocês possam imaginar. Dá vontade de trazer aquilo às costas. O local perfeito para eu explicar como esturrar mil contos em 5 minutos. Nem sequer vou tentar descrever o indescritível. De sonho! Viaturas intemporais, bares de charme e um mergulho no passado. A Main Street alberga ainda a estação de comboios de onde partem os que fazem a viagem à volta de todo o parque e que eu aconselho vivamente como ponto de partida e passagem de reconhecimento;

- A Fantasyland, ou a terra de sonho, das fadas e dos grandes clássicos. É nela que se encontra o Castelo da Bela Adormecida, o coração de todo este mundo. Ali podemos encontrar também a casa da Branca de Neve, a oficina de Gepetto onde nasceu o Pinóquio, a Viagem do Peter Pan, a Excalibur de “A Espada era a lei”, o Labirinto de Alice, o Carrossel de Lancelot, o comboio do Circo, e muito, muito mais. O local ideal para os mais pequenitos;

- A Discoveryland que é o lugar ideal para os amantes da ficção científica. O pessoal que é fã do Buzz Lightyear (presente!), do Júlio Verne e da Guerra das Estrelas (presente! Presente!!!) vai sentir-se em casa. Este é mais para os “nerds” lá da escola, os putos com óculos que sonham ser astronoutas. A não perder o “Orbitron” e a “Videopolis” onde tem lugar o espectáculo do Rei Leão;

- A Adventureland ou o céu na terra para os amantes da pirataria, do Indiana Jones e das casas nas árvores. Só a estação dos “Piratas das Caraíbas” repleta de cenas de acção, de barcos em queda livre e de robots ultra reais desses marinheiros malditos, faz valer tudo a pena;

- A Frontierland que nos transporta directamente para o velho Oeste. Eu, que rasguei tantas vezes as calças nos canchos aos tiros imaginários aos meus amigos pistoleiros, senti, ao entrar ali, que morri e fui para o céu. Incluí uma cidade de fronteira, uma mansão amaldiçoada por fantasmas, uma barco como o do Tom Sawyer e uma montanha russa, meus amigos, e que montanha russa! Fuckin’A!





O outro parque, os “Walt Disney Studios”, é mais recente e foi criado para dinamitar novas emoções e novos atractivos. Funciona num ambiente de cenário de rodagem e ali podemos ver um espectáculo de duplos onde é filmada uma série de acção em tempo real com perseguições, explosões e muitos tiros; a montanha russa dos Aerosmith, a aventura da tartaruga Crush nas correntes profundas do oceano; o novo espectáculo do Stitch; uma viagem de comboio a dois cenários de catástrofe; os efeitos especiais do filme Armageddon e a Torre do Terror. Hum, delicioso!
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Comida
Por falar em delicioso, a comida é mesmo o pior de tudo. O grande problema nem sequer é ser terrivelmente cara mas sim ser sempre mais do mesmo. Por mais restaurantes que haja, aquilo não passa dos hamburguers, dos cachorros e das pizzas. Uma garrafa de água vale 500 paus em moeda antiga, um café tenebroso custa 2 euros e só para terem um ideia, o jantar que permite assistir ao espectáculo do Buffalo Bill vale 12 contos por pessoa! Até a minha filha, coitadinha, que é alérgica a sopas já suplicava por um caldinho verde! Vejam só!

Quando estamos fora é que nos apercebemos bem porque é que todos gabam a cozinha portuguesa. Um peixinho grelhado, uma feijoadazinha, um bacalhauzinho com natas, umas iscas com elas, umas sopas à antiga, um bom bife de vaca com ovo a cavalo. Ai eu… Que saudades!

Hotel
Ficámos alojados no Hotel Cheyenne que não é dos mais luxuosos mas é, acreditem, de longe o melhor de todos! É lindo de morrer porque não é um hotel convencional como os outros mas recria antes o ambiente de uma cidade do farwest, igualzinha a uma que eu tinha de brincar quando era puto. Está dividido em diferentes edifícios que recriam o velho Oeste e onde não faltam o banco, o saloon, a “general store” e as restantes casas estão baptizadas com nomes tão sugestivos de famosos criminosos como “Jesse James”, “Billy the Kid”ou “Calamity Jane”; de lendas índias como “Geronimo” (o último grande chefe de quem amei a biografia que li e reli na juventude), “Running Bear”, “Sitting Bull” ou “Cochise” e de xerifes como “Wyatt Earp” ou de atiradores como “Wild Bill Wickok”. Nós ficámos no “Soaring Eagle”. Ai eu..

No hotel havia um salão de verdade onde um casal de meia idade tocava e cantava temas hillbillies pela noite dentro e cada recanto era decorado com acessórios e elementos da época onde nem sequer faltava a diligência na entrada.



Bom, como me estou a exceder e eu sabia que isto ia acontecer, não posso deixar de terminar com o meu Top 10 de divertimentos. Ainda pensei fazer um top 50 mas é capaz de ser um bicadinho demais, mas dos 10 não desço. De forma que:

10. It’s a Small World
Uma volta ao mundo em 5 minutos por cenários de encantar e pelos cinco continentes enquanto as crianças do nosso planeta em robots de miniatura cantam a música homónima que jamais me sairá da cabeça. Um mergulho num universo Burtoniano via “Charlie and the Chocolate Factory”.


9.Peter Pan’s Flight

O voo tão sonhado aconteceu. De mão dada com Peter, sobrevoamos os céus de Londres e rasámos o Big Ben. Na Terra do Nunca combatemos Gancho e ajudámos os meninos perdidos a encontrarem as suas mães.


8. Star Tours (Discoveryland)

A viagem integral num caça do Star Wars com direito a passar pelos hangares e pelas portas de segurança originais. Oportunidade para conhecer o R2D2 e o C3PO. Muito laser e vertigem junto à Estrela da Morte.


7. Space Mountain: Mission 2 (Discoveryland)

Uma viagem pelo universo numa montanha russa de cortar a respiração. Inclui razias aos anéis de Saturno e a Supernovas. Metam os capacetes! Senti claramente que a cabeça se ia desaparafusar do corpo!


6. Rock’n’Roller Coaster featuring Aerosmith (Walt Disney Studios)
Entrar no estúdio dos Aerosmith e ter o Steven Tyler a gritar-nos aos ouvidos “Are you ready?” enquanto bombamos a muitos quilómetros / hora por carris com muitos loopings, quedas livres e subidas em que nos vemos cuspidos para além de Paris. 9 lives?


5. The Twilight Zone Tower of Terror (Walt Disney Studios)
Um prédio mal assombrado. Um elevador assassino. Uma queda livre de 12 andares depois de contemplarmos a paisagem por uma fenda na parede. Nos homens, asseguro que os testículos sobem à garganta. Nas mulheres não sei como é. Ainda hoje estou para perceber as gargalhadas que um mudo ao meu lado dava ao olhar para a minha cara.

4.Crush’s Coaster (Walt Disney Studios)
Estão a ver a cena do filme em que a tartaruga apanha uma corrente profunda no oceano? Fixe, não é? Agora imaginem o mesmo numa caranguejola de 4 lugares ainda por cima quando vão de costas. Ainda bem que tirei os óculos. Certamente, nunca mais os via.

3.Pirates Of The Caribbean (Adventureland)
Entrar literalmente no filme e está tudo dito. Magistral! Montem-se na barcaça e deixem-se levar pela maré! Raios e Coriscos! Dahhh!


2. Big Thunder Mountain (Frontierland)
Uma mina. Um comboio tresloucado. Uma montanha russa que inclui um túnel com muitas reviravoltas, quedas a pique e curvas de arrepiar. O condimento? O ar datado de tudo aquilo que faz parecer que aquela viagem pode ser a última. Inclui carris a ranger e tábuas partidas por todo o lado. De película!


1.Indiana Jones and the Temple of Peril (Adventureland)
Loopings de 360º e a sensação de que nunca a morte esteve tão perto. Delirante! Ao sair, tive de me sentar para evitar a queda óbvia. As pernas já não respondiam…
Meus amigos, Meus amigos…

Mas do que é que ainda estão à espera?!?!?



quarta-feira, 18 de junho de 2008

Chez Mickey


A viagem de sonho de uma vida inteira segue-se nos próximos dias.

Au revoirzinho...

terça-feira, 17 de junho de 2008

Remando num imenso azul

Todos os anos me convidam para estar presente na actividade da “Canoagem Adaptada” dos Jogos do Norte Alentejano e todos os anos risco tudo na agenda só para poder estar presente.

Na primeira vez nem sabia bem ao que ia mas depois de ter vivido essa experiência inesquecível, prometi a mim mesmo que nunca mais haveria de falhar.

Para quem não saiba, os Jogos do Norte Alentejano são uma iniciativa da Associação de Municípios do Norte Alentejano (um órgão que congrega todos as autarquias do distrito para a defesa de interesses comuns) que consiste numa espécie de Jogos Olímpicos distritais. Com uma clara vertente lúdica que por vezes faz lembrar outros jogos, os “Sem Fronteiras”, têm o enorme mérito de incitar à prática das diversas modalidades desportivas que neles são integradas, promovendo assim um estilo de vida saudável.

Contando os apuramentos concelhios e as finais distritais, são mais do milhar, os atletas que de Março a Julho se envolvem nas mais diversas provas, muitas vezes pelo puro prazer de participar. Da Malha ao Futsal, da Sueca à Natação, do Tiro ao Ténis de Mesa, da Milha ao BTT e muitas mais, são tantas as modalidades por onde escolher quando a vontade é, mais do que competir, a de estar lá e se deixar envolver.

Os Jogos do Norte Alentejano Adaptados pretendem, como a designação indica, dar oportunidade às pessoas com deficiência de também elas poderem praticar desporto.

As extraordinárias condições da nossa Barragem da Apartadura, mais bonita do que nunca sobretudo quando assim cheia, nestes fabulosos dias azuis de Junho; chama até nós os participantes da “Canoagem Adaptada” que aproveitam ao máximo esta oportunidade de ouro de se poderem recrear com a água, a natureza e o ar livre.

Para compreender um pouco a extensão e a profundidade do que ali se passa não é preciso pensar ou falar mas tão somente olhar, ver e desfrutar. Tocam-nos os pequenos gestos, os sorrisos tímidos, os medos vencidos, os olhares de triunfo e paz no regresso, as gargalhadas e os abraços de alegria e cumplicidade.

E eu penso em como somos sortudos por podermos estar ali e na pena de não poder ter ali muitas mais pessoas para que pudessem também ver como é.

No fundo, são tal e qual como nós. Não são extraterrestres, nem coisas raras como muitas vezes os pintam os estereótipos idiotas. São pessoas iguaizinhas a nós, diferentes nalguns aspectos mas tão semelhantes em quase tudo o resto, a merecerem tantas vezes de cada um de nós, uma outra tolerância, um solidariedade menos piedosa mas mais sincera e sobretudo mais honesta.


Ao recordar esta manhã feliz, faço também a minha vénia aos homens e mulheres que trabalham diariamente com estas crianças e estes jovens, ajudando-os a seguirem as suas vidas com dignidade e alegria. Um trato e uma postura inexcedíveis que eles reconhecem e sabem agradecer mas que tantas vezes não são perceptíveis por todos os outros que vivem mergulhados na voragem dos nossos tempos.













quinta-feira, 12 de junho de 2008

A VERDADEIRA SOLUÇÃO PARA A CRISE!

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Imprima e ponha por cima da sua mesa de cabeceira ou da secretária do serviço
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Alguns casos de clientes satisfeitos:
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Comerciante que quadriplicou o seu negócio de chá

Rapazotes que fugiam da Al Qaeda

Criança que estava dependente de Sugus de Alperce

Jovens beiranenses proprietárias de uma mercearia típica e que estão hoje prestes a inaugurar mais um Leclerc

Está à espera do quê?

Ligue já!

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Caos e desordem


Isto está a ficar caótico, ó rapaziada.

Eu sempre temi que pudéssemos um dia chegar à situação da Argentina, com o pessoal todo a bater em tachos e panelas no meio da rua.

Estamos lá perto…

Nos dias que correm, assistir a um noticiário televisivo é como praticar um autêntico desporto radical.

O Estado, o nosso Estado, essa casa grande, esse pai da malta que é o nosso edifício elementar está a revelar-se uma cabana de madeira à beira rio e estamos muito próximos de cenários dignos do terceiro mundo.

Assistimos a um verdadeiro colapso global dos mecanismos reguladores de mercado e por acréscimo, à ruptura anunciada de quase todos os sectores produtores e da própria sociedade.

Tudo isto porque um grupo específico no qual assenta (vimos agora) praticamente toda a distribuição alimentar decidiu parar em bloco e convidar compulsivamente a juntarem-se à sua causa todos os menos informados. Verdadeiras milícias de camionistas tomaram de assalto as grandes artérias rodoviárias e os centros nevrálgicos de distribuição e atrofiam hoje toda e qualquer hipótese de escoamento.

Nas bombas de fornecimento de combustível, nos mercados abastecedores, nas superfícies comerciais, nos aeroportos começam a escassear os bens essenciais à vida e à deslocação de pessoas e bens e Portugal parece hoje o corpo de um moribundo a quem taparam a boca e sucumbirá em momentos.

Sem combustíveis, sem alimentos, com barricadas.

Terrível o cenário, imprevisíveis as consequências.
Casa onde não há pão, todos ralham e ninguêm tem razão.

Esta nação que congrega uma população, que partilha um território, uma língua, uma cultura e uma história é hoje regulada por um Estado que está longe de ser de direito. Quando cidadãos são privados da sua própria liberdade de movimentação e de negócio, ameaçados pela pressão de grupos organizados que executam as mais elementares técnicas mafiosas, entramos num período do “salve-se quem puder”.

O Presidente da República assobia para o lado e brinca aos soldadinhos no 10 de Junho. O Primeiro-Ministro, que sempre se quis fazer passar por um homem de fibra e de decisões firmes, asfixia no seu silêncio e prova que afinal só sabia brincar aos duros quando assustava aos mais fracos. Saiu um cobarde em vez até de um rato.

Absolutamente lamentável e inimaginável, digo eu. Há muito tempo que quem lê jornais sabe que se porventura não tivesse sido a Europa a deitar-nos a mão já tínhamos falido nas mãos do nosso próprio insucesso. Agora podemos provar o mais amargo fel ao vermos que somos um país de brincar.

Agora, para além da corrupção generalizada em quase todos os sectores; para além dos lobbies e das promiscuidades entre governantes e os senhores do dinheiro; para além da cristalização de uma justiça inoperante; para além de um sistema educativo orientado apenas para o seu umbigo e não para o futuro; para além de um sistema de saúde obsoleto onde só se safa quem tem posses; para além das obras faraónicas e da falibilidade das forças de segurança e da inoperância das forças armadas; sabemos também que vivemos num conto de fadas sem rei nem roque, onde cada um faz o que quer e não há quem proteja os cidadãos.

Triste, triste o nosso fim. Oxalá alguém nos salve depressa da terrível sina que para nós criámos.
Valha-nos ao menos uma selecção que nem parece daqui saída. Já estamos nos Quartos-de-Final.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Na Iª Maratona BTT de Marvão

Na linha de partida

Saída da Beirã

Ao cimo do Vale de Ródão

Descendo para a Escusa

A pique para as Caleiras


Uma armadilha mesmo ao lado

Vista do Prado

Subindo para a Portela

Os perseguidores imediatos

"Óstia!"

Vista para o Vale

Avistando Marvão

Sem travões!

Uma banana, uma água

Descendo para Portagem

Pela calçada medieval

Miradouro natural

Por corredores verdes

Missão cumprida!

Um brinde à Organização!

Gostei mesmo muito, mesmo assim tanto de participar na 1ª Maratona de BTT de Marvão.

Estava uma manhã com sol e uma temperatura fantástica, mesmo a convidar à aventura. Levantei cedinho, preparei a “cabra”, atestei os pneus de ar e “cá vai o gajo”. Registe-se que ao chegar à linha de partida já levava 4 quilómetros de aquecimento.

Aquilo, para quem não saiba, é de intimidar qualquer um. Eu comparo este mundo das bicicletas, um bocadinho ao pessoal das montarias. Há sempre aquela turma toda equipada a preceito, com gajos todos pipis, grandes máquinas, cheios de gadgets XPTO, capacetes da marca “não sei quê”, sapatilhas e acessórios da linha “não sei quantos”, munidos de suplementos e de barras energéticas e eu, com a minha princesinha comprada ali na esquina, na oficina do Arlindo, a entrar no meio daqueles galifões todos. Escusado será dizer que quando a gente se quer fazer duro, não ajuda nada ter a mãe e a tia a dar um beijinho de boa sorte mas eu gostei tanto e compreendo tão bem a boa vontade delas que até acho que correu melhor por isso. Os outros nem repararam e se repararam, que se amolem.

O meu grande objectivo era claramente chegar ao final, se possível inteiro e sem nenhuma mazela. Havia no entanto, uma intenção mais longínqua que era fazer uma figura que não fosse tão má ao ponto de me dar alento para participar na Maratona de Portalegre do próximo ano. Isso é que eu queria!

A prova, para mim, teve claramente duas partes completamente distintas.

Como não ia para entrar em competição, parti em ultimíssimo lugar e fui durante algum tempo à conversa com os meus amigos João Abelho e Zé Luís. Curtindo um somzinho no ipod, fui parando para tirar fotografias, fazendo alguns vídeos, isto com a maior das calmas e rezando sempre para não furar. Não me esqueci da câmara de ar suplente mas como me pediram na Sportzone, 40 euros que eu não quis dar por uma bomba, se o pneu fosse abaixo, ficava a pé na mesma. Ao subir o Vale de Ródão senti que ia bem e podia dar mais e comecei a andar ao meu ritmo. Desci bem pelos trilhos que nos levaram às caleiras da Escusa e aí começou a segunda parte.

O pessoal dos controlos começou a entusiasmar-me e a incentivar-me e eu, galvanizado, comecei a dar mais e a passar por muitos. Fizemos o Prado, seguimos ao longo do Sever e eis que deparo com aquele Adamastor chamado Serra da Selada, caminho da Portela. Uma coisa indescritível, uma barreira gigantesca que parecia ir até è lua e que fazia o espanhol que ia à minha frente suspirar “óstia” a cada passo que dava. Uma coisa sobrehumana! Aquilo parecia um treino dos Comandos. Muito engraçado, ver o pessoal todo com as bicicletas à mão que aquilo não havia quem conseguisse trepar. No alto, o prémio: maravilhosas as vistas para Marvão, para a Portagem, Apartadura e sobretudo para todo o vale da Aramenha. Simplesmente encantador. É caso para dizer, perdoem-me a linguagem mas não encontro outra expressão: “Foda-se! O meu concelho é lindo!”. Já está!

A descida era íngreme e tão dura como a subida. Os bracinhos tremiam, as perninhas abanavam e os travões guinchavam de não poderem mais. No final, a seta indicava “para riba” outra vez e 3 ou 4 quilómetros duríssimos ao longo da estrada em direcção à fronteira, até à Fonte dos Coelhos onde dei o meu primeiro grande malho do dia. Uma coisa épica! A roda meteu-se sei lá onde, o pneu de trás empinou-se como se tivesse ganho vida e lá vai o artista. A parte eléctrica foi toda pró maneta! Luz da frente, luz de trás e conta-quilómetros, num prejuízo de largas dezenas de euros. “E para que levavas as luzes?” perguntavam alguns idiotas, nunca pensando que eu jamais imaginei acabar a prova antes da meia-noite. Eu perdoo-lhes. Não sabem o que dizem…

Ao atravessar a estrada, ia matando dois bombeiros e um era o meu querido colega de escola João Francisco Padeiro que ficou virado de roleta só com a movimentação do ar à minha passagem. A descida para a Portagem foi alucinante e mais parecia uma montanha-russa cheia de loopings e derrapagens. Ali, no meio da poeira e do cascalho, senti que nasci para os rallies.

Causei frissom na passagem pelo quiosque da Portagem, acenei aos turistas que passavam e meti-me que nem uma flecha pela calçada romana acima. Ena, meu Deus! Tão alta! Tanto calor! Ia fazendo nas calcinhas que o meu estimadíssimo Vilela “Ases do Pedal” me ofereceu e eu guardo com tanta estimação. Durinho, durinho! Nunca eu quis tanto que o teleférico com que sempre sonhei já estivesse construído. Cruzei-me com o André Costa, o pobre, que tinha acabado de rebentar com a cremalheira da sua “bichinha” ao apertar tanto com ela. Azar! Ou será que foi sorte?

Ao chegar a Marvão, quando cada célula do organismo já pedia uma descida e aparece-me um cromo de colete fluorescente a mandar-me para o castelo. O castelo?!?!?!? “Tá maluco, chefe?”.

“Dizem todos o mesmo”, respondeu ele sem pestanejar e eu meti a cabeça entre as orelhas e fiz-me à ribanceira. Enganei-me numa rua, perdi 5 ou 6 preciosos segundos e parti em voo picado para a Abegoa. Foi demais, meu!

Quando pensava que a meta estava tão próxima, nem calculava o tanto que havia para vir. A parte da Vedeira, que eu imaginava fácil, foi a minha grande prova de fogo. Nesse troço digno do Dakar, quando nem sequer uma vereda tínhamos para circular, protagonizei 3 trambolhões de alto gabarito, um dos quais me obrigou a enfiar para um balseirão para garantir a manutenção dos sinais vitais. Brutal! Os buracos eram tantos, a minha velocidade tamanha… que aquilo só filmado! Num dos solavancos, aterrei no banco com tamanha dureza que sempre fiz que me tivessem de amputar um testículo. Acho que era o esquerdo, aquele a que chamo Sócrates. Menos mal… ainda cá está!

Na Ranginha, sorri a pensar que estava quase. Nada mais errado! Estes masoquistas da “Rota das Antas” não descansaram enquanto não espetaram connosco nas barreiras do Rio Sever, muito para lá da Murta e já no Matinho, na zona das Àguas que para mim era o fim do nosso planeta quando era miúdo.

Na subida, custosa! para a Beirã, ainda ultrapassei mais dois com camisolas da Maratona de Portalegre, o que para mim correspondia a mais duas medalhas de ouro e terminei em êxtase e para gáudio da minha querida tia Cremilde, coitadinha, que esperava por mim na meta, quase de lágrimas nos olhos a pensar que eu ia sucumbir na prova e nunca mais regressar.

Ena pá! Que grande coisa! Fiquei mesmo contente comigo e ainda mais com o espanto do Vítor Silva que estava no cronómetro. Feitas as contas, em 62 participantes, cortei a meta em 19ª posição com um total de 3 horas, 24 minutos e 30 segundos e isto a tirar dezenas de fotografias e a arrancar em velocidade caracol como arranquei!
Portalegre, aí vou eu!

PS1: as corridinhas e o regime zero fazem um efeito do cacete!

PS2: Grande abraço ao André e ao Joãozinho, pela boleia e pela tarde bem passada! Valeu!

PS3: Muitos e mais sinceros parabéns à notável organização. Foram pouco mais de 60 mas vocês provaram ter capacidade e logística para receber 600. Não tenho dúvidas que assim, Marvão vai mesmo ser um destino BTT. Felicidades!
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