segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Por incrível que pareça…


Há coisas perante as quais até eu fico sem palavras.
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PS: Isto comove-me de tal maneira que acho que estou capaz de passar o resto da noite a chorar e a comer pacotes de Oreo de empreitada. Não há embalagem de Kleenex que aguente.

Coisas que me deixam triste...

E sem esperança no nosso país.




A despedida do Cabaret Maxime
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Cabaret lisboeta na Praça da Alegria desligou o interruptor no passado sábado, 29, com uma "elegante festa, daquelas em que vale tudo".
In site da Visão, aqui.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Ai andele!


Ora aqui está o engenho de uma rapaziada que… se fosse eu que mandasse, eram sérios candidatos a um prémio qualquer de inventividade, ou melhor, de preservação da memória histórica, para ser mais preciso.

Toda a gente sabe que o México não tá fácil. Aquilo lá para as bandas de Tijuana, Cidade Juárez e arredores anda mexido. E de que maneira… É rara a noite em que não há baile mandado.

Ora isso ainda dá mais valor a esta iniciativa. Quando um tipo passa as noites na rua de “plantão” ou em intermináveis tiroteios com a polícia tem menos tempo para se dedicar à pesquisa de novas formas de tráfico / contrabando.

Ainda assim… lá apareceu um iluminado que se lembrou de “volver al medieval” construindo uma catapulta de 3 metros que lançava para território gringo “pacotinhos” de dois quilos de erva.

Coisa de nível!

Só é pena que as autoridades mexicanas não tenham achado piada à coisa quando até podiam ter promovido excursões das escolas para verem como funcionava. Enfim…

Falta de visão é o que é!
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sábado, 29 de janeiro de 2011

Porque é que a música portuguesa está de parabéns?

Porque porra!,deve ser das únicas coisas que se faz nesta horta à beira-mar plantada com nível para competir em qualquer parte do mundo com o melhor que por lá se faz.

Por exemplo…

Os Expensive Soul, uma das mais extraordinárias bandas por cá nascidas, num registo retro com roupagem soul ao melhor estilo Motown;



O delírio disco sound de Dj Link com um NBC explosivo (alguém consegue ouvir isto sem, pelo menos, bater o pé?)



E um Tigerman de luxo, vintage, electrizante, puro diamante rock’n’roll! ÉS O MAIOR, CARAÇAS!



Todos eles em magníficos vídeos que desfilaram no Top + desta semana.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O que é nacional é bom


Pode a imitação portuguesa (Aurea) ser melhor que o original inglês (Duffy) que por sua vez já imitava os bons velhos tempos que jamais voltarão?

Pode. Ora comprovem lá.

Isto em 65 podia ter sido nº 1 na Hit List Uk e na Billboard magazine.
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Se o David Lynch fosse português, já tinha uma nova Julie Cruise para recrutar.



terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Ainda as eleições… (as minhas notas)


Porque ontem não houve tempo e porque me apraz registar, aqui vos deixo os meus apontamentos sobre este último sufrágio.

A primeira nota vai para a campanha eleitoral que foi realmente do mais pobrezinho que pode haver. Uma desgraça para a classe. Um lavar de roupa suja sem ter fim. Uma autêntica peixeirada com a má-língua a desperdiçar o nobre espaço da discussão política. O discurso foi baixo e reles, completamente desprovido de uma visão estratégica para o futuro, sem haver um único candidato que fosse capaz de apresentar medidas concretas para conseguir resgatar o país desta situação calamitosa que a todos nos sufoca. Muito folclore, muita arruada, muita beijoca e empurrão, muito autocolante e jantarada mas… e ideias?

A reacção do eleitorado a este bizarro cortejo foi a óbvia: 53,3% de abstenção, que é como quem diz “toma lá que já almoçaste! Alimpa-te!”, como se diz cá no Alentejo.

Cavaco ganhou e eu estou convicto que foi a melhor solução para Portugal.

Calma! Sentem-se lá! Eu explico…

Quem se preocupa com a continuidade do nosso país enquanto Estado soberano (logo, autónomo) sabe que a estabilidade é fundamental, sobretudo nestes tempos conturbados em que mercados e FMI espreitam ao virar da esquina, desertos de nos “deitar o dente”. É por isso que a figura do economista (e Professor de Finanças) conservador é-nos tão mais útil que a de um lírico poeta socialista, como vos dizia ontem. Por muito que nos custe, é assim que o mundo nos vê. As regras do jogo estão definidas há muito.

Agora… também sei perfeitamente que Cavaco não é o impoluto que diz ser. Eu sei…

Sei que ele sabia “de ginjeira” que os ganhos extraordinários obtidos através da venda das famigeradas acções da SLN (as tais que tiveram uma aquisição “apadrinhada” pelo seu amigo Oliveira e Costa) foram desonestos porque as regras do jogo foram viciadas a seu favor.

Como sei que ele sabia que o Dias Loureiro, um dos seus “testas de ferro” favorito (que fez questão de levar para o Conselho de Estado) estava atolado até às orelhas nesse pântano imundo do BPN que roubou clientes e agora nos chula a nós todos até mais não.

Como sei que provavelmente houve ali um favorzito relacionado com a licença de construção da sua vivenda de férias ao qual não disse que não, porque lhe convinha que assim fosse.

Como sei que aquela de pressionar o pessoal dizendo que a segunda volta representaria um custo insuportável para o Estado também é do mais mauzinho que pode haver, mas enfim…

Eu sei que Cavaco não é a virgem santíssima que diz ser porque não há pessoas perfeitas e não se pode nascer duas vezes. Cristo que foi Cristo, que era filho de quem era e tinha a maior e melhor cunha deste mundo, com trinta e três anos já lá estava cravado no barrote com uma cavilha de meio metro em cada mão. Falemos claro.

Mas também sei que em política e sobretudo na política portuguesa, a questão reside não em escolher o melhor mas em optar pelo menos mau e é por aí que a coisa vai.

Ao contrário do que muitos defendem hoje em dia, eu não acho que figura do Presidente da República seja meramente decorativa. O seu poder de veto não é despiciendo; tem ao seu dispor a tal “bomba atómica” da possibilidade de dissolução parlamentar mas mais do que isso, é o comandante supremo das forças armadas, o mais alto magistrado do país e a principal figura de Estado, o que não é pouco. Ele, mais do que ninguém, representa-nos a todos nós. E a verdade, por muito que doa a muitos, é que Cavaco simboliza, apesar de tudo, quanto mais não seja para o mundo, a continuidade e a estabilidade que necessitamos.

Faço votos que este segundo mandato seja mais crítico, mais interventivo, mais acutilante. Eu sei que Cavaco se preocupa sobretudo com Cavaco mas não seria mau se colocasse, quanto mais não fosse a sua experiência, ao serviço do país.

Eu gostava de perguntar ao Manuel Alegre, de preferência sem que ele me mordesse, o que é que fez de concreto na sua vida inteira “à pala” da política, para além de ralhar com tudo e com todos. Ao longo destes anos, habituei-me a vê-lo sempre zangado. Zangado com a oposição, zangado com que governava, zangado até com os seus colegas de bancada (sentado a um canto do hemiciclo), zangado consigo próprio… Este homem, lá porque foi um militante anti-fascista que comia não sei quantos Pides ao pequeno-almoço, meteu na cabeça que tem direito a tudo aquilo que a sua vista alcança. Não sei se repararam na sobranceira, no distanciamento das pessoas, no seu porte altivo quando contactava com as gentes que o saudavam. O Cavaco, ao menos, não tem medo de se agarrar às velhas, de dançar o malhão, de amolgar o tejadilho dos carros de campanha, de dar o corpo ao manifesto, catano!

Alegre foi o grande derrotado destas eleições. O resultado notável que conseguiu em 2006, muito por graça do seu arrojo de correr por fora do partido, de fazer uma candidatura da cidadania, aberta a todos os espectros políticos, não se repetiu. Desta vez levou consigo um PS ferido na asa e um Bloco de Esquerda que de nada lhe valeram, antes pelo contrário. Esta colagem da família política só lhe retirou brio e audácia, aburguesou-o, enfraqueceu-o, banalizou-o. Pagou a factura cara, porque acabou por ficar só. As declarações a quente de José Sócrates dizem muito do homem e do político que é, mais preocupado em “sacudir a água do capote” do que “dar o corpo às balas”. “O Alegre não era o candidato do PS. Era apoiado pelo partido mas não era o candidato do partido”, que é o mesmo que dizer “queimou-se mas foi ele que nós não temos nada a ver com isso. Não queremos cá misturas…”. Um amor, este rapaz.

Para além de tudo o que foi dito e se possa ainda dizer, há que ter em linha de conta que o ciclo político do PS na governação está a dar as últimas. Até por aí, votar em Alegre seria um contra senso, isto, claro está, partindo do princípio que a teoria da alternância política se confirmará mais uma vez. Talvez seja desta que o grande sonho do Sá Carneiro (o bingo PM/PM) se concretiza. Já vai sendo tempo… a ver o que dá.

Não havendo um Manuel Alegre para fazer de Manuel Alegre, coube a Fernando Nobre a interpretação do papel de “homem-que-se-ergue-da-multidão-para-dar-voz-aos-descontentes-com-a-política-que-estão-desertos-que-isto-mude-de-vez”. Não se saiu mal em termos de votação (14,1%) embora o tivesse achado um bocado caquético e senil, sobretudo na fase final da campanha quando foi assolado por uns laivos de magnificência que lhe toldaram a razão. Aquela de perguntar ao outro se fazia campanha por ele na segunda volta não é de quem está bom da cabeça mas pelo que parece, o Luís Represas e mais uns milhares de portugueses gostaram. O homem tem prestígio, tem tarimba, desenvolveu um trabalho extraordinário em prol dos mais necessitados à frente da AMI mas não deu para tudo. Não foi a sorte grande, foi a terminação e assim ficou ele, assobiando pela rua fora com o meio milhão de cruzes que lhe atribuem. Nada mau. Agora é só meter a render.

Com Francisco Lopes entramos na liga “Portugal dos Pequeninos” que também é engraçada porque é muito mais renhida. Por esta altura, o candidato comunista já deve estar internado numa siderurgia do Seixal onde vai ser desmantelado peça por peça. Peças essas que por sua vez serão reaproveitadas para construir novo autómato daqui a 5 anos. Eu já aqui disse isto antes: acho os comunistas portugueses o máximo! São tão ferrenhos! O comunismo praticamente acabou em quase todo o mundo mas eles são tão tortinhos que continuam a acreditar. Enfim… cada um é como cada qual. Foi o registo do costume, na cassete do costume, com a votação do costume: cada vez mais baixa. Por cada compadre que morre não há um puto com t-shirt do Che que o substitua e a extinção será assim inevitável.

José Manuel Coelho foi um dos heróis indiscutíveis da noite e o único da campanha. Digo-vos com toda a franqueza, se não tivesse o meu voto cativo pelo sentido de sobrevivência do Estado de que vos falei, era no Coelho que votava. E eu cá sei, mas isto não é contraditório, de todo! Se fosse para rebentar… ia de vez!

Eu já conhecia a figura dos episódios que protagonizou na Assembleia Regional da Madeira, como o da bandeira nazi e o do despertador atado ao pescoço com um cordel por causa dos tempos de oratória. E quem lê este blogue e me conhece minimamente entende com facilidade que eu me derreto todo com estas merdas. É precisamente o meu nível de discurso. Adoro e se as circunstâncias fossem outras até era gajo para me oferecer para mandatário. O homem merecia quanto mais não fosse pela coragem de mandar tudo às urtigas e se atirar a eles que nem um leão. A sua campanha teve momentos absolutamente hilariantes/geniais de mais pura comédia à Monty Python como a célebre cena da carrinha funerária, a da oferta de submarino em miniatura ao Portas ou da oferta de batatas em Gondomar num saco azul a lembrar Felgueiras. O Coelho não é muito certo e disso ninguém tem dúvidas mas é tudo menos parvo. Ele sabe o que diz e quando aponta o dedo à corrupção que nos mina sabe que há muitos milhares que concordam. Sabiam que o homem tem grande parte do vencimento de deputado penhorado para pagar indemnizações e custas de processos que moveram contra ele na Madeira? Ser contra o regime, ainda por cima numa ilha, não deve ser fácil… Mas ainda assim, o Coelho luta, soma e segue. Bater o Cavaco em 3 das 11 freguesias locais e sobretudo, ter conseguido uma expressiva votação nacional são triunfos que ninguém lhe pode tirar. Passou de lunático insular a voz da revolta que granjeia simpatia de norte a sul do “con-t-nent” e isso não é coisa pouca.

Com tudo isto, sobrou apenas 1,57% do bolo dos votos para um senhor que é sósia do Imperador Ming do Flash Gordon e aproveitou a candidatura para passear e comer cachupa. Fez bem. Se fosse eu… fazia o mesmo.

E assim, meus amigos, digo de meu entender como a coisa se passou. Está aberta a sessão para o contraditório. Ou não…

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Jogar pelo seguro


A imprensa francesa teve o mérito de resumir as eleições presidenciais numa frase: entre um economista conservador e um poeta socialista, Portugal optou por jogar pelo seguro.

Nem mais. Sem tirar nem pôr.


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Globetrotters


Eu pensei que jamais voltaria a amar um programa da RTP mas a verdade é que aconteceu.

“Portugueses pelo mundo” (serões de quartas, RTP1) é aquilo a que eu chamo um regalo para os olhos. É uma reposição? Não faz mal. Agora bateu ainda com mais força já que a inoportuna estreia durante os meses de estio de 2010 não permitiu mais que uns relances fortuitos. No Verão há coisas melhores para fazer do que ver televisão.

O conceito é do mais simples que pode haver e o nome diz quase tudo. A surpresa é perceber que há malta nova portuguesa espalhada por esse globo fora com um nível do caraças. Um nível… mas com um nível! Bem…

E são eles os anfitriões que nos apresentam as “suas” novas cidades, onde vivem e são felizes. Esqueçam a imagem do emigrante desgraçado que ao fugir do país, fugia da miséria, com uma mão à frente e outra atrás. O emigrante apequenado, poucochinho, submisso aqui não tem lugar que isto é gente sem complexos, isto é gente das nossas idades que partiu porque este país subitamente lhes pareceu pequeno demais para os seus sonhos e voaram. Buscam o seu lugar ao sol de igual para igual com qualquer um. Sem medos!

E assim percebemos que hoje em dia, por incrível que pareça, há contos de fadas que se tornam realidade. O rapaz de brinco que podia estar num centro de emprego qualquer a mendigar por umas horas, vive agora na Cidade do México, onde montou uma empresa de marketing e publicidade. Ficamos desarmados com a sua simpatia, o saber estar, cultura e formação mas só ficamos verdadeiramente a arfar quando nos abre as portas da gigantesca mansão dos sogros (ligeiramente mais pequena que a sua), uns magnatas proprietários de uma marca de Tequilla, e nos mostra a sua inebriante esposa, uma garbosa professora do flamenco, one hundred per cent mexican. Tão jovem… tão pura sangre… Ai andele!

Eu sei que não passo de um “small town boy” como cantava o Mellencamp que nunca chegou verdadeiramente a soltar amarras, que nunca se chegou a dar fora da estufa, que nunca chegou a cortar o cordão tão forte que o une a esta terra que o viu nascer e se calhar… é por isso que me espanto e comovo com o arrojo desta gente.

Um gajo com a minha idade pode ter heróis?

Dass… então não pode?!?! Ei-los!

Pop art - Galeria de cabeçalhos


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O suave silvo do crepúsculo

Depois de 3 meses de “baixa”, regressar é tudo menos fácil por diversos motivos que não vale a pena aqui dissecar. Mas que dizer quando, no final do dia, ao fechar as portadas, me deparo com este espectáculo majestoso.
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(E parece-me que a fraca qualidade da máquina fotográfica do telemóvel é francamente perdoada pela força de cada imagem)
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Sim… eu sei que sou um sortudo. E prometo que se algum dia criarem um concurso sobre “O Emprego com melhor vista de Portugal”, não me vou esquecer de candidatar o meu.

A vida, por vezes, tem formas assombrosas de nos trazer de volta à terra (ou de nos elevar o espírito).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A votos

Nestas eleições presidenciais, eu já sabia que ia levar com...

o Tio Aníbal,
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com o político-poeta que pensa que pode rosnar a tudo o que mexe só porque foi um combatente antifascista, (ele há coisas que legitimam tudo...)

com a cassete do Lopes,

com este Nobre cavalheiro,

E até com o arrojo do "abrasado" do Coelho (a de oferecer um submarino ao Portas não lembra ao menino Jesus),

Agora...

Isto?!?!?

(Será que a rima foi propositada?)


(em plena campanha numa enérgica acção de rua)
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Preparando os boletins de voto

As instalações da Junta de Freguesia da Leonorlândia (oportunamente instalada na casa dos licores da avó Jacinta)

A secretária de trabalho

O director de campanha (degolado, presumo que pela fraca prestação)

A imagem de marca

A foto oficial

Acertando os últimos detalhes

(A fotocopiadora da Junta... claramente a necessitar um upgrade)

Um eleitor indeciso...

dos difíceis...

que encontrou a solução a tempo.

O solene momento da votação

A original urna construída já sob as novas directrizes europeias

A natural alegria do pai após ter sido confirmada a vitória esmagadora da herdeira

Será que a minha filha anda boa? E se não lhe passa?
Logo a mim, que jurei...
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PS: Como juro que alinhei mas a ideia foi toda dela. Quando me apercebi da brincadeira que a entretinha há dias nem queria acreditar. Quem é que me havia de dizer que lhe dava para isto?

Dor


Um dos primeiros “mandamentos” que nos ensinam num curso de jornalismo é que a proximidade entre o receptor e a notícia é decisiva para aferir o seu impacto. São realidades directamente proporcionais. Quanto mais próximos estiverem, maior será o impacto. Assim dito parece óbvio mas é importante para chegar onde quero. Uma tragédia ocorrida em Espanha tende a chocar-nos mais que igual tragédia ocorrida na China, por exemplo. É por esse motivo que o Brasil nos diz sempre tanto, quanto mais não seja pelo eterno estatuto de “nação-irmã”. É por isso que sofremos com as mortes, com a devastação, com a desolação dos que tudo perderam, sobretudo quando temos acesso a relatos arrepiantes quanto este.


O homem que perdeu os pais e os filhos num só dia
In Público, 14.01.2011


Erick Conolly, director do Banco Icatu, está de luto por oito membros da família


O economista Erick Conolly, director do Banco Icatu, perdeu os pais e três filhos nas cheias que estão a devastar a região serrana do Rio de Janeiro. A irmã, a estilista Daniela Conolly, de 39 anos, também morreu.Erick Conolly perdeu oito pessoas da família num só dia - pais, três filhos, a irmã, o cunhado e um sobrinho, filho da estilista Daniela Conolly.

A morte da estilista foi confirmada ontem. Estava hospedada, juntamente com inúmeros membros da sua família, na quinta da família Gouveia Vieira, uma das mais ricas e tradicionais do Rio de Janeiro, localizada no Vale do Cuiabá, em Itaipava (região de Teresópolis). Naquela quinta morreram, ao todo, 14 pessoas.

Das pessoas que estavam na casa sobreviveram apenas a mulher de Erick, a filha mais velha e o seu sogro. As duas mulheres estão internadas no hospital, depois de terem sido resgatadas de helicóptero. Erick Conolly ficou em estado de choque e não quis dar qualquer entrevista.Daniela Conolly era a criadora da marca Koolture, lançada em 2005 durante o Fashion Rio. A designer tinha saído, porém, da empresa em 2009 para se dedicar, segundo a Globo, à "direcção de arte". Estudou Design Gráfico na prestigiada Parsons School of Design, em Nova Iorque, cidade onde viveu durante oito anos. Os participantes deste ano no Fashion Rio já anunciaram que estão a planear uma homenagem à estilista.
Por entre os destroços da tragédia ainda é possível encontrar, pontualmente, boas notícias. Um bebé do sexo masculino, Nicolas, foi à noite resgatado com vida - e sem qualquer ferimento - dos escombros no centro de Nova Friburgo. "O pequeno Nicolas estava vestido com apenas uma blusa e não chorou em nenhum momento", relata o site G1.Cerca de meia hora depois, os bombeiros conseguiram igualmente resgatar com vida o pai de Nicolas, Wellington da Silva Guimarães, de 25 anos, que também está bem de saúde.

Segundo os bombeiros, o homem ficou cerca de 15 horas soterrado, abraçado ao filho, escreve ainda o G1. A mãe do bebé está, porém, desaparecida.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Afinal… eu tinha razão: os milagres acontecem!


E um dia vão perceber que o resultado é precisamente o mesmo se em vez de meio litro todos os dias, juntarmos as unidades diárias e malharmos tudo de empreitada ao fim de semana. Eu sabia… Obrigado, meu Deus!

A cerveja afinal não engorda... até pode emagrecer

"A barriga de cerveja é um mito." Pelo menos esta foi a conclusão de um estudo apresentado hoje sobre o consumo moderado da bebida, ou seja, entre dois a três copos por dia. A investigação levada a cabo pelo Hospital Clínic, a Universidade de Barcelona e o Instituto de Saúde Carlos III, adianta ainda que a cerveja, quando associada a uma dieta equilibrada e à prática regular de exercício físico, "não engorda" e reduz o risco de vir a sofrer diabetes e hipertensão.

O estudo avaliou 1.249 pessoas, homens e mulheres com mais de 57 anos, altura da vida em que os problemas cardiovasculares são mais frequentes. Durante vários dias, alimentaram-se de acordo com a dieta mediterrânica e as refeições eram acompanhadas pela bebida (até meio litro por dia). Segundo os especialistas, as pessoas analisadas "não engordaram, como em alguns casos perderam peso".

A cerveja é uma bebida fermentada que recebe as propriedades nutricionais dos cereais com que é produzida. O mesmo acontece com o vinho e as uvas ou a sidra e as maçãs. Como explicou a Dr. Lamuela, uma das pessoas responsáveis pelo estudo, a bebida fornece ácido fólico, vitaminas, ferro e cálcio em maior quantidade do que muitas outras e causa um efeito "protector" sobre o sistema cardiovascular. É por isso que, os consumidores de cerveja em quantidades "normais" apresentam uma menor incidência de diabetes e hipertensão e um menor índice de massa corporal.

Escrito nas estrelas

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O que é que esta merda quer dizer?!?!? Que já não sou Gémeos? Que já não sou imaginativo, sensível, bom comunicador, inteligente e essas tretas todas que me “venderam” só por ter nascido a 8 de Junho? Quer dizer que já não somos aquilo que diziam que éramos só porque o signo assim o determinava?

Tchhhhhh… Outra “barrela” desmacarada. Logo eu... que sempre achei que esta história dos signos era uma grande tanga.

Depois do logro da balança do equilíbrio… só nos faltava mais esta.

Já não se pode acreditar em nada…

Touro?!?!? Touro, o c*****o!


In Visão
O Zodíaco mudou. E agora? Qual é o seu signo?

Foi o assunto mais debatido na Internet ao longo de todo o dia de ontem: o calendário do zodíaco que conhecíamos até aqui está desfasado cerca de um mês. Crises de identidade à parte, há quem tenha agora de repensar as tatuagens com a figura do signo a que julgava pertencer...

11:20 Sexta feira, 14 de Jan de 2011

A notícia caiu como uma bomba entre os aficionados dos signos: Os astrónomos do Minnesota Planetarium Society, nos EUA, redifiniram o calendário do zodíaco. Na prática, quer dizer que a maioria de nós pertence ao signo anterior ao que julgava.

Se para muitos esta alteração nada representa, para outros o assunto é mais "grave": "Se o meu signo afinal é Balança, o que é que eu hei-de fazer à minha tatuagem de Escorpião", lia-se ontem no Twitter, onde esta questão foi precisamente a mais comentada do dia de quinta-feira.

A confusão foi lançada por um artigo publicado no Minneapolis Star Tribune, que explicava que os antigos astrónomos da Babilónia basearam os signos na constelação na qual o Sol se encontrava no dia do nascimento. Só que, ao longo dos milénios, a força gravitacional da Lua terá feito a Terra oscilar no seu eixo, criando um salto de um mês no alinhamento das estrelas, lê-se na entrevista de um astrónomo do Minnesota Planetarium Society ao Star Tribune.

Mas há mais: é que o artigo menciona também um 13º signo, que ficaria entre Escorpião e Sagitário, mas que vários astrónomos têm desvalorizado, dizendo que se refere a uma 13ª constelação (Ophiuchus), que teria sido posta de parte pelos babilónios, por quererem apenas 12 signos.

Para os curiosos, fica o calendário, segundo a nova perspetiva:

Capricórnio: De 20 Janeiro a 16 Fevereiro
Aquário: De 16 Fevereiro a 11 Março
Peixes: De 11 Março a 18 Abril
Carneiro: De 18 Abril a 13 Maio
Touro: De 13 Maio a 21 Junho
Gémeos: De 21 Junho a 20 Julho
Caranguejo: De 20 Julho a 10 Agosto
Leão: De 10 Agosto a 16 Setembro
Virgem: De 16 Setembro a 30 Outubro
Balança: De 30 de Outubro a 23 Novembro
Escorpião: De 23 a 29 Novembro
Serpentário (Ophiuchus): De 29 Novembro a 17 Dezembro
Sagitário: De 17 Dezembro a 20 Janeiro

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Os + de 2010

Já cá faltava a minha lista de preferências do ano. Tenho adiado, adiado… mas desta não passa!

5 discos internacionais

Arcade Fire – The Suburbs
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O som dos Arcade Fire é único e inimitável. Avassalador. Soa-me sempre a familiar, não no sentido do dejá vu, mas antes como se fosse uma porta que se abre para um tesouro esquecido, perdido na memória. Ninguém que se deixe trespassar por um disco assim lhe consegue ficar indiferente. Estes subúrbios (que podiam ser os nossos…) estão pejados de revelações e encantamentos. Não é por acaso que todos os seus trabalhos lideram as preferências da crítica especializada nos anos em que são editados. Um prazer… ser contemporâneo desta rapaziada.
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Vampire Weekend – Contra
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E ao segundo…, ao temido segundo disco depois de uma estreia auspiciosa… não desiludiram. Pop certeira, melódica e picada, com um pé em África e o outro em Inglaterra, capaz de fazer tremer até o chão. Em equipa que ganha não se mexe e esta veio para ficar.
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The National – High Violet
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Não é um disco fácil. Nenhum dos National é. Mas High Violet é provavelmente a melhor forma de penetrar no som denso e hipnótico de uma banda que corre por fora do mainstream e percebe a minha geração como nenhuma outra. Depois de se estranhar… entranha-se. E de que maneira!
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Kanye West – My Dark twisted Fantasy
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É louco. É megalómano. É controverso. Corre (canta e dança) contra tudo e contra todos. Mas quem é que disse que os génios não têm direito a isso tudo e muito mais? Kanye é uma carta fora do baralho hip hop que quer revolucionar a pop. Nunca esteve tão perto. Na mouche!
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Janelle Monáe – The Archandroid
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O meio sobrevive graças a fenómenos assim. Um verdadeiro meteorito de talento que chegou para virar tudo de “patas para o ar”. Ela é Funk, ela é Jazz, ele é Soul, ela é R’N’B mas ela é Pop, ela é Rock, ela é Punk. Um disco de tirar o fôlego e uma estrela que veio para ficar.
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5 discos nacionais

Pedro Abrunhosa e Comité Caviar – Longe
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Goste-se ou não da personagem, que se trata de um grande compositor, disso ninguém pode duvidar. Este é um Abrunhosa vintage, sempre servido com uma grande banda, em colheita de excepção. O que este homem não faria se soubesse cantar…
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Orelha Negra – Orelha Negra
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Uma (super)banda virtual (Sam the Kid, malta dos Cool Hipnoise…) num trabalho excepcional. Muito scratch, muito groove, muito feeling e um trabalho que fica para a história, quanto mais não seja pelo seu carácter inédito. Selo de qualidade.
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Ricardo Ribeiro – A porta do coração
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A porta “escancara-se” assim que o homem abre a goela. Ricardo tem um “vozeirão” que nos faz estremecer por dentro. Apesar de jovem, denota uma maturidade e uma versatilidade raras que fazem dele um valor seguro.
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Carlos do Carmo e Bernardo Sassetti
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Um disco em estado de graça. Heart and soul. Um performer em final de carreira e um virtuoso do piano revisitam clássicos que sublimam ao extremo.
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Deolinda – Dois selos e um carimbo
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O segundo trabalho dos porta-estandartes da nova vaga de portugalidade não está o nível da abençoada estreia mas prova que temos banda que tem ainda muito para dar.
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5 filmes

Shutter Island
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Não é mestre quem quer. É mestre quem consegue e este é um Scorcese de luxo que cruza ambiências de “Cape Fear” com o universo de demência de “Taxi Driver”. Absolutamente genial. Di Caprio afirma-se, de vez!, como um ícone à altura dos nomes maiores de Hollywood (Gable, Grant, Hudson).
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Toy story 3
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Woody, Buzz, Jessica e companhia voltam a surpreender e completam uma trilogia que pode estar na prateleira a olhar para as grandes sequelas da história do cinema (Padrinho, Aliens, Star Wars…) sem qualquer complexo de género. É Pixar? É muuuuito bom!
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The Ghost Writer
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Polanski resiste à Justiça, resiste aos anos, resiste aos tempos e responde com um thriller político/policial de pura filigrana. Imperdível.
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The kids are alright
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Afinal… as famílias disfuncionais do Séc. XXI têm os mesmos problemas das convencionais dos séculos passados. O generation gap em versão mãmãs lésbicas /papá doador com um ritmo e um humor encantadores.
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O Americano
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Pode não ser um filme excepcional mas é, sem dúvida alguma, um regalo para os olhos porque é através do olhar fotográfico do grande Anton Corbijn que assistimos ao drama do arrependimento de um criminoso apaixonado que decide mudar de vida. E tem um Clooney magnífico, como sempre, num registo intimista e enternecedor. Elas suspiram. Eles invejam.
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E prontos...
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Bom apetite!

Cabeçalho especial comemorativo - Wikileaks

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Carta a Mourinho

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Se há quem escreva ao Pai Natal, eu escrevo ao Mourinho e quero lá saber se ele algum dia vai ler isto. Eu tive alegria em escrever-lhe e só isso já me chega mas se ele lesse é que eu ficava contente. Sonhar não paga imposto. Se me apetecer, deito-me no sofá e começo a imaginar que ele leu e decidiu entrar em contacto comigo para me agradecer e me convidou para ir passar um fim de semana lá a casa com ele e a Matilde e os miúdos e ia com ele para o estádio ver o Madrid espetar 5 nuns desgraçados e depois ia com ele e o Ronaldo e o resto do pessoal para a noite de Madrid festejar. Só bebíamos champanhe caro. Eu consigo estar horas a sonhar assim. Eu podia fazer como toda a gente hoje faz em Portalegre e dizer que conheci o Mourinho quando o pai dele treinou o Estrela mas eu não sou mentiroso. Eu nunca fui “apanha-bolas” com ele e esta é a verdade.

Então cá vai!

Meu querido José Mourinho,

Escrevo-te para te felicitar pelo prémio que recebeste e aproveito a oportunidade para te dizer o quanto te admiro e para te expressar o enorme orgulho que tenho em ti. Eu já não tenho idade para ter ídolos mas a ter um, és tu pá! Tu és o melhor treinador de sempre da história do futebol. Ninguém nunca sonhou ganhar tanto quanto tu e eu sei que vais ganhar ainda muito mais. Quando foste para Inglaterra fizeste com que eu torcesse pelo Chelsea, apesar de ser adepto do Manchester. Quando foste para Itália fizeste com que eu seguisse o Inter com fervor, apesar do meu clube em Itália ser a Juventus. Em Espanha, fazes-me (com a ajuda do Ronaldo) torcer pelo Madrid, coisa que poderia parecer impossível para um convicto blau grana como eu sou.

Porque é que eu te adoro? Adoro-te porque tu és bom, és o melhor e fazes com que eu pense, de cada vez que olho para ti, que tudo é possível desde que acreditemos em nós próprios e trabalhemos imenso. Tu és a prova evidente que os nossos sonhos se podem tornar realidade. Tu és um duro, és um valentão e és esperto como o alho. Ninguém te engana. Tu sabes mais que eles todos juntos. Os livros que eles andam a ler foste tu que os escreveste. Adoro quando os toureias nas conferências de imprensa, adoro quando os “picas” nos jogos. Adoro tudo o que tu fazes, prontos. Adoro a tua pose, o look, o discurso. Tu tens classe, tu tens estilo. Tu vestes bem um fato clássico mas os fatos de treino não te “assentam” mal. Tu ficas bem de barba com 3 dias mas quando te afeitas pareces mais novo.

Tu sabes milhões de futebol. És inovador, és um génio. Tu tratas o futebol com amor. Tu és um estudioso da bola, queres compreender tudo, dominar tudo, ganhar tudo. Quando vieste para Portugal e começaste a divulgar o tipo de novos exercícios que aplicavas nos treinos do Porto, o Sousa Tavares (de quem também gosto) gozou contigo mas depois teve de dobrar a língua e de pedir-te desculpa publicamente. Aí esteve bem. Foi de homem.

Zé Mourinho, os teus jogadores veneram-te, seguem-te até ao fim do mundo porque tu os compreendes, tu lhes dás amor, carinho e compreensão. Contigo, até os suplentes estão contentes porque sabem que estão sentados junto a ti e tu és o melhor. Quem me dera poder sentar-me um dia junto a ti, nem que fosse no Museu de Cera em Londres.

Ter um jogador da classe do Sneijder (nome difícil, este!) que de sua livre e espontânea vontade diz à frente da corte do futebol mundial que TU és o melhor do mundo, é de arrepiar e eu vi como os teus olhos se encheram de emoção perante esta homenagem sentida e inédita. Quando disseram o teu nome tu não correste para o palco, não fugiste atrás das luzes, não sorriste, não fizeste o boneco. Deste um passo atrás e foste abraçar os teus guerreiros, os teus pupilos, os homens que te ajudaram a ganhar tudo no Inter e isso é um gesto que me comove por ser tão nobre e tão revelador da tua humildade, uma qualidade que os burros dos teus detractores não conseguem ver em ti. A humildade não se apregoa. Pratica-se e até nisso és grande. Tu deixas-me maluco.

Por causa de ti, eu discuto com os meus amigos que não gostam de ti. Como é que é possível?!?!?!? Há quem prefira o Scolari, vê-me bem! O Scolari… granda labrego. Só fez figura em Portugal quando andou armado em pastor da Igreja Universal do Reino de Deus e mandou o pessoal meter bandeiras nos estendais. Onde é que ele anda hoje?

Eu chorei quando tu e o Materazzi choraram agarrados ao despedirem-se. Dois homens de barba rija a chorarem abraçados na rua não é coisa para qualquer um. Eu estou farto de chorar por tua causa. Nem imaginas. Eu sou um coração de manteiga. Vegetal. Também adorei quando o Maradona te foi visitar e olha quem… o Maradona não se torce por ninguém! Uma vez foi ao Vaticano e a luxúria chocou-o tanto que se mandou aos arames. O Maradona fez um birra no Vaticano, na casa do Papa. Granda maluco! As pessoas com personalidade sabem reconhecer o teu valor.

Tu ontem subiste ao palco e que fizeste tu? Falaste em PORTUGUÊS e isso foi a “bofatada” mais bonita que tu podias ter dado ao Mundo porque nós, os portugueses, já partimos esse mundo ao meio com os espanhóis e conseguimos que eles ficassem com a pior parte, com a mais inclinada. Hoje podemos não valer nada e estarmos cheios de crise e desanimados com o Sócrates mas ainda te temos a ti e ao Ronaldo e à Marisa e essa malta toda que faz coisas que mais ninguém consegue e o Eusébio ainda está vivo. Tu podias ter falado no teu inglês macarrónico, ou em castelhano ou em italiano mas tu? Não… Tu falaste em PORTUGUÊS e foi com se tivesses dito “eu sei que tenho nome de mouro mas sou português. Não se enganem! Eu sou de uma das nações mais antigas do mundo. No meu sangue corre sangue descendente dos gajos que se enfiaram nas caravelas e desbravaram mares e mundos que se imaginavam pejados de demónios inimagináveis. Somos os maiores!”. Eu acho que só fizeste uma coisa mal que foi teres pedido desculpa por teres falado em português mas até tu estavas nervoso. É compreensível. Estava lá montes de gente. Aquilo deve ser coisa para intimidar qualquer um. Quando eu era pequeno e ia ler à missa engasgava-me sempre. Eu percebo-te.

Bem, Mourinho, a carta já vai longa e tu tens de ir treinar e ainda tenho tanto para te dizer… Adoro como tu proteges a tua família, adoro que tu tenhas mandado os jornalistas apanhar no rabo quando chegaste a Barajas atrasado e chateado por causa da neve e os gajos não paravam de te chatear, de tirar fotografias e de te fazer perguntas. Adorei agora no domingo quando foste celebrar o golo à frente do banco do Villareal e depois disseste feito mentiroso que tinhas ido celebrar com o teu filho. Eh, eh… és um bacano. Sabe-la toda…

Eu sei que um dia, se Deus nos ajudar e nos der saúde, ainda te hei-de ver ser campeão do mundo pelo nosso país e aí é que a gente vai, como disse a outra, “cagar os dois com o cú bem aberto para o mundo todo”. Quando se é bom nalguma coisa, a gente não deve ter medo de dizer e tu fazes isso muita bem. Quem sabe se um dia te lembras de nós e voltas ao Benfica para nos dares uma ajudinha. Lembra-te que nós fomos a tua primeira casa e te ajudámos a lançar. Tu és um gajo que sabe agradecer. Lembra-te disso, José e ajuda a gente. Tu já viste que és um Senhor onde quer que passas? Deixas à tua passagem, um enorme admiração e muita saudade. Os ingleses suspiram por ti, a Itália suspira por ti e eu, claro, fico sem fôlego.

Olha José, se eu um dia tiver a sorte de te ver, não quero um autógrafo, quero um abraço e acho que vou ficar todo a tremer.

Parabéns, campeão!

Assinado:

Pedro Sobreiro
37 anos
Santo António das Areias
Marvão
Alentejo
Portugal
Mundo

Ps: José, desculpa estar a chatear mas eu acredito no milagre da internet, José. Viste aquela cena do americano que andava a pedir esmola nos semáforos e a internet safou o gajo porque o gajo tinha um vozeirão e às tantas já as rádios brigavam todas porque o queriam? Eu acredito no milagre da internet. Eu acredito que tu vais ler isto e, pelo menos, gostar. Se alguém ler isto e te conhecer, por favor, que te mostre isto. Não deixes de ler. Porra, eu estou desesperado para que tu leias isto! Se não me ligares nos próximos 3 dias, eu vou ligar ao meu vizinho Pedro Coelho que está na GNR em Setúbal para que ele faça uma “espera” ao teu pai e lhe mostre isto para ele te passar a mensagem. O teu pai tem net?





Os espanhóis, feitos ruins e invejosos, quase não falaram de ti. Vê só... Isso faz-se?!?! Tem cuidado, Zé...


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Como disse?



Poder passar a manhã em convalescença assistindo a uma edição especial das manhãs da SIC dedicada ao Carlos Castro é reconfortante.

Percebi a emoção do Vítor de Sousa sobretudo quando referiu que o que mais o tinha chocado foi a violência do acto.

“É duro demais”, disse. “Se tivesse sido uma coisa natural, se tivesse acordado morto, por exemplo, não teria sido tão difícil”.

Compreendo. “Acordar morto” deve ser das coisas mais lixadas que podem acontecer a um ser humano.