quinta-feira, 31 de março de 2011

"Portugal e o futuro", por Pedro Sabi (d'aprés Spínola)



Aviso à navegação: o texto que vai ler a seguir (se tiver coragem para tanto…) é o resultado de uma cáustica análise de teor político obtida através de um transe catártico. Saiba que pode ferir as mentes mais sensíveis. Aconselha-se o(a) leitor(a) a que esteja acompanhado(a) de um adulto, num local bem iluminado e arejado. Em laboratório, após a leitura, foram registados efeitos secundários como vómitos, alucinações e ataques de pânico. Eu avisei…

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Pois é, meus amigos, deixem-me “bancar” uma, como dizem nossos irmãos brásilêros, de Prófessô Marcello… Isso aí, galera!

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Eu vi a conferência de imprensa que o Sócrates deu no Altis no passado domingo, empoleirado no alto dos mais de 90% dos votos que o reelegeram como secretário-geral do partido socialista, no seu habitual registo cómico/teatral. E digo-vos uma coisa: o gajo é do mais rijo que pode haver. Se voltar a cair um meteorito na terra, como aquele que deu cabo dos dinossauros, coitadinhos, só vão resistir duas cenas: as baratas e o Sócrates. O tipo é bem capaz de ser o maior animal político da história da democracia portuguesa, no sentido mais amplo e pérfido da expressão: até a mentir é perfeito! Ele acredita nas mentiras que crava! Não desarma! Não saí, nem que o mandem! Não morre, nem que o matem! Filha da mãe! Não dá hipótese!

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Como seria de esperar, aproveitou a ocasião para desancar de “alto a baixo” no PSD e nesse propósito saiu-se bem demais. É certo que o PSD deu uma “ajudona” e “meteu-se a jeito”. Desde que o PM apresentou a demissão ao PR, “Passos e Companhia” não têm feito outra coisa que dar tiros na cabeça. É uma coisa impressionante! Assim que meteu a boca no trombone vomitou logo que ia aumentar os impostos e logo o IVA! quando até os putos da escola primária sabem que a primeira consequência do aumento deste imposto é uma retracção do consumo que é mesmo o que a nossa economia precisa para crescer. Depois veio aquela medida da privatização da CGD que às primeiras críticas passou para… “ok! só uma metadinha, então…”. Com adversários assim… não deve ser preciso apertar muito…

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E Sócrates deu-lhes forte e feio. Acreditem nisto: eu sei que há muita gente contra ele mas a lábia deste homem é viscosa e infinita. Queira Deus que até Junho… não dê a volta ao bico do prego! É que eu, para este peditório do “estamos-fartos-do-gajo-que-não-vale-nada-e-é-tão-fraquinho-e-vai-perder-de-certeza-porque-ninguém-vota-nele-mas-depois-acaba-por-ganhar-com-uma-maioria-do-catano”… já dei! E custou-me! Estou farto de imbecis! Às vezes o povo… pá! mete cada barrete…

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E sendo assim, vendo que o Coelho não se “chega à frente”, e antes que o “Paulinho das Feiras” se meta ainda mais em bicos dos pés, andei a cogitar (coisa rara em mim) e aqui lhe avanço, de borla, alguma ideias da minha lavra para ver se esta cena vai para a frente. Se isto fosse invadido ou comprado em hasta pública por uns gajos fixes até era capaz de ser porreiro, mas um homem afeiçoa-se ao país e custa… não é?

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Então, para ajudar essa luta titânica de reduzir a despesa pública e assim conseguir baixar o défice, eu proponho as seguintes medidas (Pedrinho… toma nota!):

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1) Podia começar logo por reduzir o número de deputados para 1/3 dos que lá estão. 230 para quê? Para fazer o que estes fazem (pouco ou nada e o nada é sempre mau demais) muito menos chegavam. Por acaso têm visto ultimamente algum debate em directo? Aquilo é de partir a moca a rir. Parece uma turma daquelas do liceu onde juntavam os repetentes. Mau demais para ser verdade… Andou o nosso Afonso Henriques a espetar surras na velha para isto… Se se tivesse entretido a pentear o cavalo…. Tinha ganho mais. Coitadinha da senhora… E era mais velha…

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2) A seguir podia acabar com o “sem-fim” de institutos públicos, fundações e outras merdas criadas com o propósito único de empregar a rapaziada do partido e aqui sejamos claros, o grande puxão de orelhas devia ser para o Guterres que agora anda a brincar aos refugiados mas foi o inventor da coisa. Alguém tem dúvidas? Eu imagino a quantidade de trampa que não haverá espalhada por mil e um organismozinhos de ca-ra-cá-cá escondidos na penumbra com muita gentinha de plástico a fazer nenhum e a ganhar muitos milhares de euros. Derreter essa porcaria toda. JÁ! Tudo o que é acessório: FORA!

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3) Acabar com os vencimentos milionários dos gestores públicos de empresas que façam falta era outra medida acertada. Se querem ser milionários podem ir para o privado ou então directamente para a puta que os pariu sem passarem pela casa de partida. Se é Estado tem de ser justo e equitativo e proporcional aos rendimentos dos outros. Ganhar mais que o chefão, seja ele quem for, bater mais que o mais alto magistrado da nação, é mau! Não se faz! Desmoraliza! Ah… é verdade… o PSD acabou de votar contra esta medida. :( Ups…

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4) Terminar de vez e de rompante com o sigilo bancário. Quem não deve, não teme. Quem não tem nada a esconder, não esconde. Acreditem que muita lebre se iria levantar…

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5) Já vai sendo altura dos bancos pagarem impostos a sério. Os gajos que vendem massa sorvem o tutano ao pequenote e tomam banho nos lucros. Se têm lucros devem ser tributados e estes mais do que qualquer outros. As empresas, sobretudo as graaandes empresas também devem ser chamadas à razão.

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6) Acabar DE VEZ! com as “offshores” deve ser outro desígnio nacional! As offshores são um escândalo, uma vergonha, um pipeline que expele divisas e finta os impostos. São simplesmente inadmissíveis sobretudo aos olhos dos trabalhadores por conta de outrém que não podem fugir com um tostão. São sempre os mesmos a ir no andor.

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7) Sejamos claros: o nosso Exército é meramente decorativo. É de acabar. Se algum dia dá na marmita de um louco qualquer a ideia de entrar por esta cena adentro… vai tudo a eito. Exército para quê? Submarinos para quê? Mais vale pagar as quotas da Nato e rezar todas as noites aos americanos para que nunca nos falhem. Mal por mal… Os quartéis deveriam ser substituídos por outdoors de dimensões gigantescas com o dizer: “Somos pacíficos! Vamos conversar…”. Podia ser que a ajuda chegasse enquanto os gajos liam a coisa.

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8) A Justiça não funciona porque interessa que assim seja. Quem não se sente, não é filho de boa gente. Então um gajo mata uma cachopa e apanha 15 anos?!?!? Depois vem o Papa, há eleições, muda o horário para o de Verão e ao fim de meia dúzia de anos temos o gajo sentado numa esplanada ao lado dos pais da miúda, a beber uma Green Sands descansadinho por uma palhinha amarela… Não há direito! Pariu! A justiça deve ser a doer. Antes a Lei de Talião! Também defendo que os julgamentos devem ter um prazo fixo de duração: Automático, na hora, semana… 1, 2 ou 3 meses, no máximo, dependendo da complexidade da coisa. Mas faz algum sentido terem andado anos com aquela novela da Casa Pia para agora o Bibi e meia dúzia de putos virem dizer que afinal era tudo mentira? E vai começar tudo outra vez? E a gente a pagar? Ai…… Se mentiram era cortarem-lhe a língua e pronto. Haviam de ver os outros a ficarem finos…

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9) Já vai sendo tempo de explicarem às criancinhas que nem todos podem ser doutores e em breve ninguém vai querer ser. Sabem porquê? Porque dantes, ser doutor significava ter um futuro, ter uma perspectiva de carreira. Agora ser doutor, ser mestre, ser mesmo doutorado à sério quer mais dizer “ser desempregado qualificado” do que outra coisa qualquer. Precisamos de carpinteiros, de electricistas, de quadros técnicos que arregacem as mangas e lutem pelo seu negócio. As escolas comerciais devem ser desenterradas e as pessoas devem começar a pensar PRÁTICO! Há que ganhar euros para viver! VAMOS MEXER-NOS! Fechem Universidades, fechem cursos que não têm saída, não andem a enganar as pessoas!

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10) Temos de reabilitar a nossa indústria, as nossas pescas, a nossa agricultura… enveredando pelo caminho da excelência e da autenticidade, aquilo que nos distingue. Ainda hoje ouvi na rádio o dono de uma estufa de tomate que exporta toda a produção para o Reino Unido. É de tal forma bem sucedido que emprega quase 100 pessoas e factura a valer ao ponto de até ter merecido a visita daquele rapaz inglês que tem as orelhas grandes e por acaso é filho da rainha. Vejam bem… Os vinhos, os enchidos, os queijos, os leitões, os porcos, as vacas, o leite, o azeite… o nosso material belíssimo tem de ter saída. Quando aderimos à CEE vendemos a alma aos produtos mais baratos vindos de fora. Vamos reclamá-la, CUSTE O QUE CUSTAR!

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11) Vamos apostar no Turismo mas no Turismo À SÉRIA! Vamos deixar de andar aqui feitas putas pindéricas e vamos investir em publicidade EM GRANDE nos mercados que nos interessam e vamos deixar de nos andarmos a enganar e a viver de migalhas. Há anos falei com um comissário da polícia de Chicago que visitou o velho continente para conhecer as suas raízes italianas mas ficou maravilhado foi com Portugal. Belíssimo, com uma conservação notável, excelente gastronomia, pessoas simpáticas mas zero de publicidade. “Os jornais americanos estão cheios de publicidade a Espanha e Itália. Portugal… zero!”. Know what I mean?

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12) Há que ir pensando em refazer o mapa administrativo do país. É assim que querem… é assim que vão ter. Há que ir pensando em eliminar algumas juntas, em fundir algumas câmaras. Há que explicar às pessoas que a ideia de cada um ter direito a ter o seu feudo, a sua capelinha, não é exequível num país à rasca. E há uma grande diferença entre “fazer” e “explicar e fazer”. As pessoas não são estúpidas e compreendem.

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13) Há que ir pensando em emagrecer o Estado e aqui falo contra mim. Eu também sou funcionário público mas entrei sem cunhas no maior concurso de sempre da administração pública em Portugal (80.000 concorrentes à partida) e entrei por meu mérito, porque precisava e porque me chamaram. As regras do jogo foram mudando e eu compreendo. Hoje o Fisco é mais ágil e high-tech. Há que reformular o peso da máquina mas de uma forma justa e equitativa, negociando reformas com os funcionários de mais idade e dando oportunidade a que os mais jovens e capacitados tomem postos de comando. Deixar as gerações ajeitarem-se. Modernizar os recursos humanos. Preparar-se para o futuro. Extensivo a toda a administração.

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14) Falando em reformados… eu sou a favor dos cortes nas reformas. Se cortaram a quem trabalha, porque não cortar a quem vive à sombra dos anos de trabalho? Também aqui há formas justas de actuar. As reformas abaixo do salário mínimo nacional são intocáveis. Aliás, não deveriam existir reformas abaixo desse limiar de subsistência. Agora… se formos subindo no montante, sobretudo acima dos 1500 euros… não cortar porquê? Acham que os juízes desembargadores e essa rapaziada abastada não pode ajudar? As pessoas que se reformaram na casa dos 50, com boas reformas e esperança média de terem mais 30 anos de “bem-bom” pela frente têm de perceber que se não ajudarem, rebenta e quando rebentar, rebenta para eles também. Temos de ser unidos neste esforço de salvar o país.

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15) O Rendimento mínimo faz sentido para quem verdadeiramente precisa e o escrutínio deve ser rigoroso. Terminar de vez com os indigentes que coleccionam subsídios deve ser um objectivo comum de quem trabalha para lhes pagar.

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16) Temos de pensar numa política que controle a imigração. Deixar entrar o pessoal todo deu o que deu na França de hoje. Não concordam? Um país é como uma casa. Se deixamos entrar malta a mais, falta para os nossos e qualquer dia já nem nos deixam mexer no comando da televisão. Isso! Contem-me histórias…

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17) Devemos estimular as jovens inteligências deste país para quem fiquem e nos ajudem. Devemos dar bolsas mas não às cegas! Devemos dar e pedir que nos expliquem onde o andaram a gastar e de que forma podemos ganhar todos com isso.

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18) Devemos apoiar as pequenas empresas e estimulá-las para que continuem a dinamizar o tecido empresarial e o país…

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19) Devemos… Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh devemos montes de coisas mais mas já não digo mais nada porque já vou longo e é tarde e assim faço a papinha toda ao Passos Coelho e não puxo por ele. Podia dizer muito mais mas não digo mais nada e até me custa a acreditar que haja pessoas com coragem para ler isto tudo. Olha… pelo menos a mim fez-me bem. Estou mais calmo e sempre poupei 50 euros da consulta.

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Termino com uma mensagem de esperança. Porra! Portugal tem tudo para triunfar. Devemos ser o país da Europa com melhores condições para ser bem sucedido. Temos tudo! Uma posição estratégica no globo, uma costa fabulosa, solos do melhor que pode haver, um clima esplendoroso, temos história e cultura, temos um povo trabalhador que é gabado para onde quer que vá pela sua humildade e pela sua capacidade de trabalho… Então falhamos porquê? Para mim, é porque quem nos governa, quem nos tem governado não presta! porque está mais preocupado em se governar a si primeiro. Já vai sendo hora, não de “amainar a trouxa e zarpar” como dizia o bom do Zeca, mas hora de AGIR!

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Tenho dito!

quarta-feira, 30 de março de 2011

O novo Messias (Tem sotaque espanhol)


Eu sei que isto já tem uns dias… mas eu não resisto.

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Eu desmaio a rir a ver isto. Eu vou guardar isto a vida toda. Eu vou ver isto quando estiver triste. Isto é o máximo.

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O Futre foi um dos jogadores mais geniais que eu vi jogar. Ele e o Chalana foram, para mim, os melhores. Mas o Futre não foi só um genial jogador. O Paulo Futre é também um genial orador / pensador / filósofo e ensaísta.

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Eu quero guardar isto no meu blogue para todo o sempre.

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-E que dizer deste?

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Dizem que a coca é muita boa… Mas é gulosa e faz um mal aos miolos…

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E é natural que inspiradas com preciosidades destas, já circulem na net pérolas do photoshop de artistas desconhecidos como estas que o meu querido amigo Gaiolas me mandou hoje por e-mail.

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E a peninha que eu tenho de o Dias Ferreira ter perdido… Ehhhh… O Futre faz-me tanta falta…

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(Com um abraço também para o André Costa pelo segundo video. Grande malha!)

terça-feira, 29 de março de 2011

Eu fui, eu fui, à Junta Médica eu fui (trala-la lala, trala-la lala, eu fui, eu fui)



Pois que recebi então uma notificação toda formal para me apresentar hoje mesmo na Junta Médica, em Évora, belíssima cidade alentejana, Património da Humanidade via Unesco.



“Na Junta médica?!?!?”, perguntei eu à minha entidade empregadora. “Mas se eu já estou ao serviço desde Janeiro! Não será excesso de zelo da parte deles?”.



Responderam-me que não. Que já tinham enviado um e-mail a explicar isso mesmo mas que ainda assim, os homens queriam-me lá e assim fui eu, que remédio!, de armas e bagagens a caminho de Évora.



Lá chegado pela mão do abençoado GPS (que grande invenção esta!), por ali estacionei, à espera que se fizessem as duas da tarde. Antes de me aventurar, cá da rua vislumbrei aquilo que me pareceu ser um Centro de Saúde com uma casinhola ao lado. Não avistando qualquer placa identificativa que me orientasse, procurei junto das piquenas do guichet do centro se me podiam indicar a dita junta e não é que era na tal casinhola da entrada? Comigo é sempre ao lado…



Mas ainda bem que lá fui, pensei depois. Deu para ver que o Centro de Saúde tinha uma enorme recepção com dezenas de cadeiras vagas e um televisor todo XPTO, um ambiente bem diferente da austeridade espartana da sala de espera da dita Junta. Se aquilo era um cubículo 6mx6m com uma dúzia de cadeiras obviamente ocupadas e outras tantas pessoas em pé… Estive, eu e os outros convocados que chegaram ao mesmo tempo, no mínimo, um quarto de hora à espera que alguém da casa nos explicasse como funcionava a coisa. Pois… funcionário, nicles! Senhas, nem vê-las! Indicações, népias! E assim aguardámos, em pé, claro está, por novidades.



Se vos disser que o ambiente é constrangedor certamente não estarei a surpreender ninguém. Se partirmos do pressuposto que quem ali está passou ou está a passar por uma doença incapacitante, creio que digo tudo. Os ares são sorumbáticos. Os rostos… carregados. Os olhares vagos e presos a pormenores sem sentido: um azulejo do chão, uma fissura na parede, um estore fora do sítio, um pormenor do parco mobiliário... Todos como se fossemos peças numa mesa de xadrez real, à espera da mínima movimentação de um dos pares para sintonizarmos nele as atenções. Era inevitável. Mesmo que não fosse essa a nossa vontade, a falta de assunto e de motivo de distracção levava-nos a isso. Olhando o semblante, o corte de cabelo, a forma de vestir e de estar cada um ia imaginando, fingindo sempre não o fazer, quem seria que estava do lado de lá: que faria? De onde viria? E por aí fora… até à derradeira questão: Qual o motivo que o (a) trouxe ali? Teria melhoras?



É triste mas nada ali ajuda a que seja de outra forma. Não há uma revista (mesmo que fosse de há duas semanas), um jornal (mesmo que regional), uma televisão (mesmo que no Baião), nem mesmo uma porcaria de um rádio que debitasse um rebuçadinho para a alma. Nada! De certeza que as altas instâncias da saúde do nosso burgo se fartaram de pensar no bem estar das pessoas que ali param e deve ser por isso que tudo fizeram para que não se sentissem como párias que andaram baldados ao trabalho. Não sei porquê mas dei por mim a pensar nos antigos sanatórios onde se encafuavam os tuberculosos à espera que o mal se extinguisse com o fim do infectado. Coisa de país do terceiro mundo. Enfim… coisa de Portugal.



Quando reiniciaram a chamada apercebi-me que a ordem não era a de chegada mas sim a alfabética, o que abriu para mim uma animadora hipótese de “bater dali asa” quanto antes. Tinha acabado de entrar um José. Jê-Lê-Mê-Nê-Ó----Pê!



Como já não havia senhoras de pé, nem nenhum outro senhor com ar de lhe apetecer estar sentado, e havendo 3 cadeiras disponíveis, aproveitei para dar descanso à costas que ainda se ressentem de duas horas de condução e muito tempo em pé. Foi então que me começou a entrar um nervoso miudinho no estômago. É que eu sou daqueles que acham sempre que há sítios melhores para se estar do que em consultórios, hospitais e afins. Esplanadas, por exemplo.



Que raio seria aquilo da Junta Médica? Seria uma sala assim ao estilo daquela onde dissecaram o extraterrestre descoberto em Roswell, cheia de luzes e vultos brancos aos quais só se reconheciam os olhos? E que me poderiam fazer eles lá dentro? Meter-me um termómetro digital pelo rabo acima para aferirem a temperatura da alma? Ligar-me a um maquinão que me sugasse a memória? Colocar-me um chip que passasse a dominar a minha consciência? Fazer-me uma lobotomia que me transformasse em vegetal…



“Senhor PEDRO SOBREIRO!”.



“Vou!”.



A sala era um cubículo com três sujeitos, dois sentados com ar inquisidor e outro de pé, agarrado a uma fotocopiadora. Suponho que seriam médicos mas até podiam ser electricistas. “O hábito faz o monge” e dele, nada! Nem um estetoscópiozinho para tranquilizar a malta. Mal feito: não há carpinteiro que não tenha, pelo menos, uma pontinha de lápis a dormir detrás da orelha.



O mais jovem, sentado à esquerda, parecia ser o único com sinais vitais e até me pareceu simpático. Os outros dois, para lá dos 60, mal me olharam. Podia ter ido com uma máscara do Darth Vader que nem iriam reparar. Só se fosse pela respiração metálica…



- Sente-se!



- Com licença…



- Trouxe o relatório?



- Desculpe?



- O relatório!



- Não trouxe relatório nenhum. Não tive indicação nenhuma para o fazer…



(Aqui lembrei-me taaaaanto do Kafka. E do absurdo d’ “O estrangeiro” do Camus…)



- Ah… Então… Já está a trabalhar!



- Isso! Desde dia 18 de Janeiro! (E aqui apeteceu-me dizer “Olaré!”, mas contive-me. Nestes sítios, como na vida, mais vale cair em graça do que ser engraçado…).



- Ah… Então assine aqui, leve este papel e pode sair.



- Muito obrigado. Passem bem e muito boa tarde.



Tempo médio estimado da “consulta”: 2 minutos.



E este é o momento em que alguns podem dizer “lá vem o gajo com a lengalenga” mas é que… que… que… FODA-SE! Vai um gajo daqui… quase duas horas para lá (com estacionamentos, xixi e cafezinho na estação de serviço)… quase duas horas para cá… para aí 30 euros de combustível… + almoço… mais um dia sozinho a cirandar… menos dia de trabalho… para dois minutos de conversa?!?! E eles não sabiam já que eu estava ao serviço?!?!?



O nosso país… olhem… já não digo nada… Façam vocês o fim da história.



Canta Jorge! Canta!


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quarta-feira, 23 de março de 2011

Agora é a doer... (FMI)

Lá dizia o bom Zé Mário...




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Com um forte abraço ao meu querido amigo António Manuel Gonçalves que há uns bons anos, numa noite de conversa no seu quartinho, me revelou esta pérola absoluta. Arrepiante.

Requiem por Sócrates (Em dois actos)

O "nosso" Pinto de Sousa tem aqui dois amigos do peito. Subscrevo.
-(Clicar para ampliar)-

terça-feira, 22 de março de 2011

Abre a pestana!

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Quando é que será que este asno percebe de vez que mais vale um pé do Nuno Gomes no chão que um Cardozo inteiro a voar?

Será ele o único a não compreender que tem desperdiçado sistematicamente o avançado do plantel que se encontra em melhor forma?

Será possível que ainda não seja desta que mete o orgulho pelo rabo acima e dá o braço a torcer?

Não será óbvio que um homem que é uma referência do clube, que é um ídolo da nação benfiquista, que marca sempre que entra (por pouco tempo que falte), que ainda tem muito para dar… merece ser tratado de outra forma?

Se não tivesse sido tão casmurro… talvez a história do campeonato fosse outra. Ele que não abra a pestana e não o meta a jogar no futuro…

Deve estar à espera que o Porto o venha buscar a custo zero.

Palerma!
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Este então… o Cardozo não o marcava nem que vivesse mil anos!

segunda-feira, 21 de março de 2011

A arte está na rua (e é genial!)


“Exit trough the gift shop” (Saída pela lojinha de recordações) o fabuloso falso documentário concebido pelo genial grafitter Banksy, cuja misteriosa identidade continua por revelar, é o filme do momento. Camuflado como sendo uma pretensa breve história da arte de rua, acaba por ser muito mais que isso. É antes um vasto mostruário do seu extraordinário talento, uma crítica feroz ao mercado da arte e à sociedade em geral, em suma, um autêntico manual de subversão, um festim de irreverência.

A arte de hoje em dia não se encontra nos museus… está ao virar da esquina.

Absolutamente obrigatório.




E eu, com acções como estas… ganhei um herói:

'Graffiter' inglês deixa obras em museus famosos
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Site oficial:
http://www.banksy.co.uk/





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quinta-feira, 17 de março de 2011

Savigol (de cerveza!)


Quem é que me havia de dizer que o pequanino gosta tanto como a gente, ãh?

A mim bem me parecia que os dribles dele eram mirabolantes demais para alguém sóbrio.

Ai o catano…
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Saviola apanhado a conduzir com taxa de álcool de 1,26
In Sic
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Javier Saviola foi interceptado pela polícia a conduzir em Lisboa com uma taxa de alcoolemia de 1,26 na madrugada da última sexta-feira. O jogador do Benfica foi detido pelas autoridades e presente a um juiz de instrução criminal que lhe aplicou a suspensão provisória do processo.
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Saviola incorre agora numa pena de até um ano de prisão ou multa até 120 dias. Além disso, pode ficar sem carta de condução, no mínimo, durante um mês, tendo ainda de pagar uma multa que pode chegar aos 1800 euros. A infracção é considerada muito grave. O jogador argentino está arrependido e assume que cometeu um erro e garante que não voltará a repetir.

quarta-feira, 16 de março de 2011

A luta está na rua! (camaradas, pá!)


Foto gamada à Pipoca, aqui

Pois é, pá! Camaradas, pá! Andei tão enleado com a história dos Carnavais que ainda nem comentei convosco, pá, que a LUTA já está na rua, pá! Primeiros foram os camaradas Neto e Falâncio, os verdadeiros Homens da Luta que abarbataram o festival da Canção, pá, numa genial manobra de propaganda política, pá! Depois foram quase 300 mil que vieram para as ruas do nosso pais, pá, reclamar com esta cena toda. Malta com categoria, pá, com estudos, pá, com capacidade, pá, mas que ainda assim tem de viver na casa dos pais e sobreviver de expedientes, pá, porque não consegue arranjar um trabalhinho de jeito, pá. Isto está uma merda que não se aguenta, camaradas, pá. E já vai sendo tempo, pá, de os mamões que estão à frente desta comédia, pá, perceberem, pá, que a rapaziada já vai estando farta de apertar o cinto e viver mal, pá, enquanto eles e os amigos deles se enchem à nossa custa, pá. E também já vai sendo tempo, camaradas, pá, de o Sócrates e companhia perceberem, pá, que esta treta não é eterna, camaradas, pá. Os países fazem-se mas também se desfazem, camaradas, quando é necessário, pá. Eu queria ver, camaradas, o que é que eles faziam se aquela turba que entupiu a avenida da Liberdade, pá, se “virasse a eles”, pá, e começassem a fazer como o tsunami no Japão, pá, a destruir tudo o que ia apanhando pela frente, pá. Isso é que era a verdadeira luta, camaradas, pá. Mas assim também está bem, pá. Agora levaram um tabefe ao jeito de “abrólhos”, camaradas, pá. Para a próxima é a doer, pá. E eu estou contente com isto, camaradas, pá, porque eu, qual Trótski da “Geração à rasca”, pá, já andava a falar na luta à muuuuuuito tempo, pá. Eles que não se ponham a pau c’agente…

KiriKiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiriKiriKiriki

segunda-feira, 14 de março de 2011

O João "Pequeno"

Na Barragem da Póvoa, palco frequente de brincadeira quando visitava a terra, na nossa melhor versão Tom Sawyer – Huckleberry Finn. Ele com 11 anos, chineloca com meia e boné a condizer ao melhor estilo seventies, mais preocupado com o achigã. Eu com 4, armado em boneca, mais preocupado com a pose (já então...), a fingir que pescava mas com carinha de quem estava mais deserto de dar uso às pistolas que trazia à cintura, imaginado que os Cheyennes me aguardavam numa emboscada traiçoeira detrás dos eucaliptros



Há muito tempo que não falávamos. O João, que há-de ser sempre o João "Pequeno”, afastou-se muito de nós depois da morte do meu pai, em 94, que era para ele mais do que um modelo... chegava a ser uma espécie de herói. Depois da morte dele e da avó, voltou à Beirã apenas uma vez, pelo meu casamento.

Tentei que viesse pela minha festa de despedida de vereador quando estiveram todos os meus parentes da Covilhã... à excepção dele. Tentei que viesse pelo baptismo da Alice e comunhão da Leonor. Em vão… O João era assim. De ideias fixas. Eu sei que ele não vinha porque lhe doía demais. A falta de quem ele tanto gostava custava-lhe menos à distância. Ao longe… podia fazer de conta que ainda cá estavam.

Há uns meses mandou-me um sms de madrugada a dizer que precisava de mim. Jamais me passou pela cabeça fazer outra coisa que abrir-lhe os braços. Eu gostava dele como se fosse um irmão mais velho. Ausente, é certo. Mas ainda assim... irmão. Hoje agradeço a Deus ter-me dado o discernimento para fazer o que devia ter sido feito.

A partir daí, trocámos sms esporádicos. Voltei a falar com ele há uma semana, quando o cunhado António me ligou. Tinham estado os dois a ler o meu blogue. Disseram-me que se riram comigo e pensaram ligar-me. Tinham visto a “Canção da Alice”. Perguntei-lhe se andava bem e ele disse-me que sim, que parecia que as coisas se iam endireitar. Era difícil arranjar emprego mas as perspectivas eram boas. Pedi-lhe que viesse à Beirã. Outra vez. Disse-lhe que as tias estavam velhotas e que iriam adorar vê-lo. “Se elas te vissem era como se vissem o Deus do Céu”. “Eu sei”, respondeu. “Eu vou”.

Hoje quando o telemóvel tocou com o número da Covilhã pensei: “é desta que vêm passar o fim-de-semana”, mas a voz do António não era de festa. Tinha havido problemas com o João e eu nem fui capaz de perguntar o quê. Do outro lado da linha chegou o pior. O João tinha tombado perante a morte, vítima de um ataque cardíaco fulminante quando fazia de biscate umas pinturas ocasionais com um amigo.

Eu já levei uns grandes pontapés na cabeça da vida e quando isso acontece… cria calo, mas nunca estamos preparados para notícias assim.

Tinha apenas 44 anos, feitos em Dezembro último. Era apenas um garoto.

Há pessoas para quem a vida é madrasta. Há pessoas que apesar de inteligentes, apesar de serem capazes de fazer quase tudo, nunca chegam a fazer realmente nada. O João foi assim. Como se tivesse esperado o comboio da vida na linha 1 e ela o tivesse “fintado” passando na linha ao lado. Foi sem ter casado, sem ter tido a alegria de ver nascer um filho, sem ter tido a estabilidade de ter um emprego, sem ter tido a sua própria casa. Ainda tinha tudo por fazer e quando assim é… fica um amargo de boca, uma azia difícil de domar. É como ser excluído sem ir a jogo.

O João também morreu de amor. Eu nunca vi ninguém que tivesse uma paixão pela mãe como a que ele nutria com tanto carinho. Quase comovia só de ver. Quando ela desistiu de viver, cansada de tanto lutar por cá continuar, a alegria esfumou-se do olhar do João. Aquele corpo deixou de ter luz e gente lá dentro. A partir daí foi um lento arrastar até hoje.

E até na morte decalcou o seu ídolo, imitando-o nesse derradeiro mergulho para a eternidade.

Hoje estamos todos combalidos, derrotados, devassados por esta dor imensa de o ter perdido mas eu sei que o João, esteja lá ele onde estiver, está bem, está acompanhado por quem mais amou, está a sorrir de certeza. Pode ser duro dizer isto mas eu acho que ele está onde sempre quis estar desde que ficou sem a mãe.

A partir de agora viveremos das memórias. Iremos sempre recordá-lo e assim mantê-lo juntinho a nós. Cada vez que me falarem nele hei-de sempre recordar as longas tardes de pescaria na Barragem da Póvoa, os lânguidos almoços na cozinha grande da Covilhã, as tricas e as tretas que me ensinou, as tardes a jogar snooker no Figueiredo ou no café dos Penedos Altos, as noites na batota e no "montinho", os jogos sempre novos que trazia das ruas da cidade para a aldeia da Beirã. Onde hoje os sinos choraram por ele.

É o mais batido dos lugares comuns mas eu sei que a vida é mesmo assim. Ainda ontem li no Facebook, respostas que deu acerca de mim no “Jogo do Sim e do Não” (e eu tive que me inscrever naquela treta para desbloquear a resposta) e hoje já não o tenho cá. De vez.

Dizia a pergunta: “Achas que Pedro Sobreiro gosta de ti?”. Resposta dele: “Sim”.

Podes crer, meu velho. Gosta mesmo.

Sempre gostará...
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Com a mãe, minha querida tia paterna Irene, o meu irmão e a Lassie na varanda na casa da Barroca do Lobo, sob o look atento e muito eighties das minhas primas Paula e Céu

Com o primo Carlos numa almoçarada debaixo da latada lá de casa, daquelas que duravam horas

Brincando na barragem da Serra num piquenique familiar, imitando touros para a câmara com o meu pai

Com a avó paterna que também venerava, na escadaria da casa da Beirã

Na torre com as manas, o cunhado, o Miguel, a prima Fatinha e a Tia Cali
Bons tempos que recordaremos sempre com saudade.
Até sempre, amigo...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Escola de Samba "Unidos da Ramila de Cima" bota prá quebrá!


Grupo Carnavalesco "Unidos da Ramila de Cima"
No carro: José Carlos Costa (Raínha)
Bateria (Esq./Dir.): Luís Barradas, Pedro Sobreiro, Vítor Ramos, Bonito Dias, Hernâni Sarnadas (eu bem disse para sairem detrás dos penachos... por causa disso tive de meter duas fotos...), Benvindo Trigueiro.
Bailarinas: Júlia Barradas, Leonor Sobreiro, Ana Teresa Barroqueiro, Cristina Lança, Alice Sobreiro (Foliona-mirím com 1 ano e 1 mês de vida), Maria Dias, Paula Lança, Matilde Costa e Carla Guilhens.
Porta-Estandartes: Filipe e Luís Barradas


A minha Família Foliona de Banhista à antiga
Da esquerda para a direita:
Crianças: Matilde Costa, Maria Dias, Leonor Sobreiro, Luís Barradas, Filipe Barradas, Ana Teresa Barroqueiro
Adultos: Zeca (Vendedor de gelados e bolinhas); Carla Guilhens, Paula Lança, Vítor Ramos, Luís Barradas, Bonito Dias, Júlia Barradas (Banhistas à antiga); Benvindo Trigueiro (Vendedor de Óculos), Pedro Sobreiro como Nadador Salvador
A Cristina e o Nani estavam a trabalhar (alguém tem de levar esta merda para a frente...)


A sensação com que fico quando vejo as fotos que nos foram tirando durante este Carnaval é a de que não expressam nem uma ínfima parte daquilo que vivemos tão intensamente durante estes últimos 6 dias. Nas fotos aparecem uns mascarados a sorrir mas para quem lá estava, foi tudo tão mais colorido e diferente que não dá para explicar. Afinal, foi quase uma semana de “prego a fundo”, passada em matinées, desfiles e bailes que “parar” era palavra proibida e havia que dar ao corpo ao manifesto.

Numa apreciação geral, fiquei com a clara impressão que o nível apresentado pelos foliões foi altíssimo. Houve menos grupos a desfilar pela avenida, é certo, mas os carros estavam todos fantásticos, pejados de bonecos giríssimos. Salta à vista que houve preparação, que houve muita dedicação e muitas horas de trabalho. Qualquer um dos carros, e não tenho a mais menor dúvida disto, teria lugar num dos grandes carnavais portugueses. Por aqui brinca-se a sério! Parabéns a todos!

No meu caso, devo dizer que apesar de me considerar um folião por natureza, antes do primeiro Carnaval de Marvão não ligava absolutamente nada à festa. Achava corriqueiro e farsola e custava-me, quando me deslocava a Castelo de Vide para ver os desfiles, porque acabava sempre por me sentir defraudado. O Carnaval para quem vê nunca é tão sedutor. Aqui o caso é claro: ou se está dentro, ou se está fora.

Sendo assim, nada me resta que tirar o chapéu às precursoras do Carnaval de Marvão, o grupo da Ana Sequeira e Companhia, que tiveram um dia a ousadia de pensar que seria possível. Eu, que então era Vereador da Cultura, achei que por diversos motivos, a iniciativa iria ser um logro e recordo-me perfeitamente de como fiquei boquiaberto quando vi o Largo de Santo António completamente repleto de gente. Como quando não os consegues vencer, o melhor é juntares-te a eles, entrei de cabeça no Folião de “armas e bagagens”. “O seu a seu dono”, que é mais do que merecido.

Depois, tive a sorte de me conseguir reunir com um grupo de AMIGOS (os melhores!) absolutamente fantástico que trabalha em equipa e se diverte como um louco nestes dias frenéticos. Só assim seria possível mergulhar de cabeça numa piscina de água gelada quando chovia copiosamente. Tudo pela diversão e pela festa! No final há mãos em carne viva, lábios rebentados, braços esfolados, peitos doridos mas espíritos em alta! Tudo à grande!

E é esta minha FAMÍLIA FOLIONA que durante estes dias se muda sempre de armas e bagagens para a Ramila, para abancar no quartel general do nosso Sargento Ramos (o Folião-Mor) que dá sentido a tudo e faz tudo valer a pena. Eu sei que durante estes dias vai custar a recuperar…mas já estamos todos a pensar como é que vai ser para o ano…

Para finalizar, um agradecimento especial à Margarida por fazer o favor de nos aturar; à Dona Jacinta Lança pela confecção dos fatos carnavalescos da Escola de Samba para as crianças e senhoras (que ficaram de alta categoria); à nossa modista D.ª Graciete; à Rosa que arranjou os cabelos das donzelas; ao nosso motorista Zé Henriques; aos nossos fotógrafos Bananitas (desfiles) e Pedro Jesus (Enterro); e a todos os foliões que ajudaram à festa, sobretudo aos que deram as mãos para o enterro da sardinha. Até para o ano!










Ah! A Alexandra Sequeira, essa grande foliona, meteu no Facebook alguns videos sobre o enterro que ficaram geniais, sobretudo o do Sr. Saúl que apanhou um valente susto e ia caindo para trás. É de partir o côco a rir. Não percam!
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Enterro da Sardinha - Benção ao Sr. Zé Pinadas
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Enterro da Sardinha - Benção ao Sr. Saúl
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Enterro da Sardinha - Cerimonial
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Enterro da Sardinha - Ordinário da Missa
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Caríssimos irmãos e irmãs, que a graça do senhor vos cubra, em nome da tia, da avó, da prima e da sobrinha. Estamos aqui reunidos para, como sabem, enterrarmos o folião que durante estes últimos dias tantas alegrias nos deu. É certo que muitos de nós, pagamos no pêlo (e bem caro!), o preço de tanta folia mas de outra forma não poderia ser. Se não houver quem dê o corpo ao manifesto, quem desafie a chuva e o frio e tudo faça para se divertir e para os outros animar, não haveria Carnaval. Foram dias duros, mas dias de muita alegria e dias que não esqueceremos. Bem haja ao folião por tudo aquilo que nos deu… que não foi pouco.

Num ano tão fustigado,
Pela crise internacional,
A única coisa que se safa,
Ainda vai sendo o Carnaval.

Foi um folião em grande,
Com muitos bailes e discotecas,
Com desfiles e desbundas,
Marchas e cenas tarecas.

No domingo meteu samba,
Com uma escolinha bem animada,
Os Unidos da Ramila,
Puxaram em força pela rapaziada.

Vieram os soldados da Fortuna,
Pra salvar o Carnaval,
Nem sequer faltou o famoso carro,
Com a risca especial.

Do Oeste chegou ,
um Cabaret da coxa muito afamado,
Com meninas charmosas e bonitas,
E também um xerife - rei do gado.

A Malta das amendoeiras,
Armou um grande churrasco,
Não faltou a bela entremeada,
Que até transbordava do tacho.

Com umas minis bem fresquinhas,
E um tinto da região,
Passou-se a tarde em beleza,
Parecia que estávamos no Verão.

Apareceu também um grupo,
Que lembrava o Carlos Castro,
Muitas Barbies e o alguns Kens,
E um ou outro emplastro.

Nos bailes houve enfermeiras,
Mickeys, piratas e sevilhanas,
Gueixas, playboys, palhaços,
Amola-tesouras e outra traquitanas.

Terça-feira trouxe a chuva,
E uns banhistas à antiga,
Que não tiveram medo ao frio,
E se atiraram de barriga (para dentro da piscina)

De Espanha chegou a Feria de Marzo,
Com um cartel deslumbrante,
Não faltaram chicas guapas,
Todas com ar muy elegante.

Houve também jardins floridos,
Super Mários de Motorizada,
Sem-abrigos abrigos a pedinchar,
E muita gente mascarada.

Terminou tudo em beleza,
Em festa no Arenense,
Todo o mundo em folia,
Num arraial mesmo valente.

Viva o Marvão Folião,
Festa da nossa eleição,
Vivida com alegria,
Devoção e dedicação.

Pega-lhe fogo, ó Luís da Funerária!